domingo, 8 de abril de 2012

Consequências EPILOGO

“É como se você estivesse gritando, mas ninguém pudesse ouvir. Você quase sente vergonha de que alguém possa ser tão importante, que sem ele você não sente vontade de mais nada. Ninguém nunca vai entender o quanto dói. Você se sente inútil, como se nada pudesse salvá-lo. E quando acaba e ele vai embora, você deseja poder trazer todas as coisas ruins de volta, para junto ter as boas de novo.”


Epílogo




Eu observava as montanhas ao longe. As árvores cobertas por uma fina camada de neve. A paisagem branca estava por todo o lado, atrás das vidraças da janela do meu quarto.

Dois anos haviam se passado.

O barulho da aproximação dele soou pelo corredor. Rápido, somente alguns milésimos de segundos antes dele abrir a porta. Me virei para encarar seus olhos dourados. Ele sorriu parando em minha frente.

– Não está pronta ainda? – disse passando as mãos pelos meus ombros nus. – Estão todos te esperando! – os olhos cintilando enquanto passeavam pelo meu corpo sem roupa.

– Eles que esperem, ainda nem tomei banho! – respondi pegando minha roupa que estava separada em cima da cama. O tom escuro do tecido contrastando com a brancura da minha pele.

– Hmm. – ele gemeu perto do meu ouvido. – Posso te acompanhar? – perguntou sorrindo torto.

Eu sorri.

– Claro! Mas desse jeito eles vão ter que esperar bastante! – falei.

– Não acredito que eles vão envelhecer por esperar algumas horas! – ele falou com seu riso irônico.

Eu ri. – Vá indo, eu já vou! – falei vendo ele se despir deixando as roupas pelo caminho. A visão de seu corpo perfeitamente esculpido lançou uma carga de energia pelo meu corpo.

Me virei novamente para a janela sentindo o vazio do meu peito pulsando. Esse vazio que me acompanhava nesses últimos anos era a única coisa viva dentro de mim. Peguei a ultima carta de Stefan que eu havia recebido no dia anterior. Stefan, tão avesso ao mundo moderno, continuava mandando cartas para responder meus e–mails. Mesmo que elas demorassem algumas semanas para chegar.

Com sua caligrafia elegante e antiga, ele contava dos progressos de Diego e Bree e ainda falava dos preparativos para o casamento dos dois. Casamento esse que eu teria que ir, como ele havia frisado várias vezes.

O barulho da água caindo do chuveiro, me trouxe novamente para a realidade. Larguei a carta em cima da cômoda antiga, ao lado do meu broche de ouro com o V cravejado em rubis e caminhei até o banheiro. A porta entreaberta deixava o vapor escapar para o quarto.

Empurrei a porta suavemente e entrei na neblina. A porta do chuveiro estava aberta me dando uma visão perfeita do espetáculo. Ele era realmente de tirar o fôlego.

Ele estava de pé, de costas para a porta. A água caia em cascata embaixo do chuveiro como uma tempestade tropical, forte e rápida. O vapor levantava de sua pele de mármore. Ele estava correndo seus dedos longos e ágeis através de seu cabelo negro, retirando xampu. Primeiro sua mão direita, depois à esquerda. A espuma do xampu rolava gradualmente pelo seu corpo perfeitamente liso e branco, até que chegou a curva de suas nádegas de marfim, onde escorria por suas pernas. Era uma estátua grega, sólido como pedra.

Ele parou quando percebeu minha presença e virou-se lentamente, em câmera lenta. Ele tinha o rosto de um anjo. Gentilmente sacudiu seus cabelos desgrenhados os fazendo cair em sua testa, a água escorrendo como lágrimas de seu cabelo para a ponta do seu nariz, rolando sua pele impecável até sua boca. Ele lambeu os deliciosos lábios vermelhos, a língua de sangue vermelho passando sedutoramente pela sua pele pálida.

Damon sorriu.

– Achei que não vinha mais!- ele disse sorrindo se afastando para que eu entrasse com ele no box.

– Desculpe, estava apreciando a paisagem! – falei.

Os olhos cor de topázio dele, pareciam me devorar. Era sempre assim, desde a primeira vez em que fizemos amor, quando Damon decidiu se juntar aos Volturis junto comigo, nós éramos como pólvora, como um vulcão.

Força e intensidade.

Damon agarrou meu pulso esquerdo e me puxou para dentro, sem poder mais esperar. Sua boca caçou a minha ferozmente. Suas mãos passeavam pelas minhas costas, pernas e quadril, uma hora alisando, outra apertando. Eu sentia sua excitação contra a parte exterior da minha coxa.

Meu corpo todo pulsava, enquanto sua boca deslizava pelo meu corpo. A água quente escorrendo entre a gente, fazendo o choque entre o quente e o frio. A imagem de Edward veio a minha mente e eu trinquei o maxilar, tentando limpar qualquer pensamento antes que Damon percebesse algo, mas ele se alimentava de sangue animal já há algum tempo e seus poderes tinham diminuído bastante.

Damon não pareceu perceber, me virando de costas para ele. Minhas mãos passeavam pelos seus cabelos e minha boca caçava a dele, quando eu senti se posicionando atrás de mim. Ele entrou forte e decidido, fazendo com que minhas pernas amolecessem. Ele rosnou profundamente quando eu comecei a rebolar ao encontro dele. Damon passou a mão pelo meu ventre, me dando apoio. Minhas mãos foram para a parede, me inclinando mais. Ele entrava e saia com força, sacudindo nossos corpos.

Eu podia ouvir o barulho da pele roçando na pele, como ele bombeando para dentro de mim, seu membro deslizando dentro e para fora. A sensação de Damon dentro de mim era insuportavelmente enlouquecedor.

Então novamente a lembrança de Edward veio a minha cabeça.

Damon percebeu minha mudança, mas acredito que não percebeu o por que. Sua mão deslizou pela minha barriga, atingindo o meio das minhas pernas, ele massageava meu clitóris, enquanto me penetrava por trás. Logo todo o meu corpo estremecia em êxtase.

Ele beijou suavemente para baixo da minha linha da mandíbula e todo o caminho até o meu pescoço para o ombro tornando cada terminação nervosa em meu corpo formigar inteiro. As pontas dos seus dedos varreram os meus mamilos. Empurrei mais os meus quadris para ele.

– Você me enlouquece! – ele rosnou no meu ouvido aumentando o ritmo.

– Oh Deus! – gemi. Era tão bom que era quase doloroso. Ele realmente era perfeito!

– É tão apertado! –. Ele rosnou outra vez. – Eu estou perto! – disse ele. – Diga meu nome! – Damon ordenou.

Tive que me concentrar no que estava pensando.

– Diga meu nome! – Damon ordenou novamente.

– Damon! – sussurrei sentindo o êxtase chegar novamente.

–Grite! – ele disse.

Edward! Edward!

– DAMON! – gritei sentindo uma forte corrente de prazer se espalhar pelo meu corpo. Meus dedos dobrados. Minhas unhas involuntariamente cavaram nos azulejos, fazendo sulcos nas paredes, como todos os músculos do seu corpo contraído em êxtase.

Damon explodiu violentamente dentro de mim. Ainda me segurando com sua mão direita com sua mão esquerda ele apoiou na parede. Imediatamente se ouviu um estalo e depois uma quebra como os azulejos aos cacos batendo no chão.

Damon envolveu seus braços em minha volta e me abraçou forte, deixando-se acalmar. Ele saiu de dentro de mim. O único som era a sua respiração profunda e o silêncio ensurdecedor. Damon me virou de frente a ele. Ainda de pé, cara a cara nos olhando.

Ele sorriu. Um sorriso tão encantador que era até desconcertante.

– Eu te amo!- ele disse pela primeira vez, com todas as letras. – Te amo mais do que achava ser possível!

– Damon! – me abracei a ele, sentindo o vazio do meu peito aumentar. Eu merecia isso? Eu nunca iria conseguir retribuir esse sentimento?

As lágrimas queimavam meus olhos secos.

– Tudo bem! – ele sussurrou no meu ouvido me abraçando de volta. – Eu sei esperar!



FIM

domingo, 4 de março de 2012

Consequencias Capítulo 33






Capítulo 33



Não tive muito tempo pra analisar aquela informação, eu ainda estava tentando recuperar as forças para poder voltar quando Stefan, Jasper e Carlisle chegaram.

Os olhos de Stefan foram de mim para Damon.

– Você está bem, filha?- ele me perguntou preocupado.

–Sim!- respondi, saindo do lado de Damon e indo para seu lado.

– Nós estávamos preocupados com você! – Carlisle disse. – Diego disse que você estava com Victória. – Seu olhos foram para a fogueira. Eu não pude deixar de notar que Edward não estava com eles, mesmo sabendo que eu poderia estar em perigo ele não tinha vindo ao meu encontro.

– Viemos assim que soubemos. – Stefan completou. – Fiquei preocupado. É Victória? – ele perguntou apontando para a fogueira.

– Sim! –respondi. – E o comparsa dela. Damon me ajudou. – falei.

Stefan estreitou as sobrancelhas, mas estendeu a mão para Damon.

– Obrigada! – ele agradeceu.

Damon ainda analisou a mão de Stefan por alguns segundos depois a segurou.

– Ok!- ele respondeu. – Mas não fiz por você! Fiz por ela!

– Dá no mesmo. – Stefan respondeu. – Agradeço mesmo assim. –disse recolhendo a mão.

Damon deu de ombros.

– Como foi a luta? – perguntei tentando quebrar o clima estranho que se instalava ali.

– Acabou! Todos estão bem! – Carlisle respondeu fazendo um alívio percorrer o meu corpo.

– Mas nós temos que ir agora, filha! – Stefan me disse,

– Por quê?- perguntei a ele.

– Seus amiguinhos estão chegando! – Damon respondeu irônico.

Pelo jeito que Damon falou e pelas caras dos outros, só podia ser...

– Os Volturi? – perguntei.

–Nós temos que voltar para a clareira,– Carlisle disse – Nós sabíamos que havia uma boa probabilidade disso acontecer. Mais cedo essa manhã, Alice viu. Os Volturi decidiram que era hora de interceder.

– Claro! Isso é típico. É o tipo de trabalho da guarda limpar essa bagunça. – falei. – Só que nós sabemos que eles estavam metidos nessa até o ultimo fio de cabelo.

– O que me leva a acreditar que ninguém na Itália teria sentido muito se um desses recém-nascidos tivessem reduzido o tamanho da nossa família – Jasper falou entre dentes.

– Vamos logo!– falei. E então notei que Damon não havia se mexido. – Você não vem co a gente?- perguntei a ele.

– Não acho que seja uma boa idéia! – Damon respondeu dando um passo a trás.

– Damon, será mais seguro se nós apresentarmos uma frente unida a esse ponto. – Stefan disse tentando convencê-lo. Um sentimento contraditório de alívio percorreu o meu corpo. Seria essa um aviso inicial de trégua entre os dois?

Eu não podia deixar essa oportunidade escapar, então me aproximei dele.

– Damon, – falei olhando diretamente para seus olhos alaranjados. – Nos ajude, por favor! – pedi sinceramente.

Ele segurou meu olhar por um bom tempo, antes de soltar o ar em uma lufada rápida.

- Vamos logo!- ele disse saindo correndo em nossa frente.

Quando chegamos os Cullens estavam dispersos, todos conversavam nervosamente.

, você está bem?- Diego perguntou vindo com os outros em minha direção. – Alice viu que tudo daria certo, mas...

– Estou bem! – respondi. – Damon... – eu não consegui terminar a frase, Edward passou por nós rapidamente, indo diretamente para Damon, seus olhos arregalados em fúria. Me posicionei entre os dois, só para evitar o confronto. Sem dizer nada em voz alta, Carlisle só colocou a mão em seu ombro e Edward parou. Ele ainda estava com os olhos fixos em Damon, que parecia mais relaxado que nunca. – Edward! – chamei tentando tirar seu foco de Damon, sem sucesso. Então ele desviou os olhos diretamente para Carlisle em uma conversa muda e relaxou um pouco. Assentindo de leve. O que fora que Carlisle havia pensado, surtira efeito.

Fiquei ali parada vendo ele se afastar, pensando que em nenhum momento seus olhos foram para os meus. Eu o havia perdido definitivamente!

– É...! – Damon disse atrás de mim, me trazendo de volta a realidade. – Vamos, lá! – ele passou por mim, me deixando ali, parada. Com aquela sensação de vazio imenso me corroendo o peito.

– Vai ficar tudo bem. – Alice disse se aproximando de mim. – Eu consigo ver! –e la sorriu, tentando me acalmar. Mas eu não conseguia saber ao quais das crises ela se referia. Os Volturis, ou Edward e eu.

Então estreitei as sobrancelhas. “Alice podia ver? Mas... então onde estavam os lobos?”

– E o bando?- perguntei a ela. Onde estava o bando?

–Eles tiveram que ir embora rapidamente. Os Volturi não honram tréguas com lobisomens. – Carlisle me respondeu.

Assenti. Pelo menos não teria que me preocupar com Jacob!

– Eles chegaram em 3 minutos!- Alice avisou.

Caminhei de cabeça baixa, até a onde os outros estavam posicionados.

– Você está bem, mesmo?- a voz doce dele, fez meus olhos se fecharem por um instante. Como se assim, pudesse prende–la dentro de mim.

– Sim! – respondi, encarando seus olhos dourados e tristes. Ele abriu a boca, como se fosse falar mais alguma coisa, então se virou e se posicionou ao lado de Carlisle, no centro. Diego e Bree ficaram atrás e eu fiquei mais à frente de todos.

Eles surgiram do outro lado da clareira, ondulando em meio a fumaça.

–Hmm– a voz monótona de Jane me trouxe antigas lembranças.

–Bem-vinda, Jane! – Edward disse em tom frio.

Eles pararam em nossa frente. Jane na frente - o manto mais escuro, quase preto, e a menor figura por quase meio metro.

As quatro figuras vestidas de cinza que vieram atrás dela também eram mais do que familiares para mim. Alec me olhou e sorriu.

– Bem– vindos! – cumprimentei também.

– Ora, ora! – nosso mestre vai gostar de receber noticias suas, .

– Sim, diga a ele que estou bem!

Jane sorriu, um sorriso que mais parecia um rosnado.

– Muito bem, pelo que me parece! – ela passou os olhos por todos nós. – Na verdade, todos vocês parecem uma grande e unida família! – seus olhos pararam em mim novamente.

Edward sibilou.

– Na verdade, nós somos duas famílias, os Cullens e os Salvatore, unidas pela amizade e pelo mesmo estilo de vida! – Stefan tentou explicar.

Jane deu de ombros, desinteressada. Seus olhos passearam pelos rostos de todos até pararem em Bree e Diego. –Eu não compreendo –, a voz de Jane estava sem tom, mas não tão desinteressada quanto antes.

– Ela mudaram de lado. – Edward explicou, respondendo à confusão na cabeça dela.

Os olhos escuros de Jane passaram para o rosto dele. – Mudaram de lado?

Felix e Demitri trocaram olhares.

Edward levantou os ombros. – os salvou e deu essa opção à eles!

–Não existem opções para aqueles que quebram as regras. – Jane disse inexpressivamente.

– Nós ficamos responsáveis por eles! – Carlisle falou aí, a voz dele moderada.

– Isso é irrelevante! –Jane insistiu. Ela olhou pra Carlisle consternada. Então balançou a cabeça minimamente, e aí recompôs suas feições. –Aro esperava que fôssemos chegar o suficiente a oeste pra vermos você, Carlisle. Ele manda suas saudações!

Carlisle balançou a cabeça. – Eu apreciaria se você mandasse as minhas pra ele!

–É claro! – Jane sorriu. O rosto dela era quase adorável demais quando ela estava animada. Mas eu a conhecia muito bem para saber que aquilo não passava de fachada. Ela voltou em direção à fumaça. –Parece que vocês fizeram o nosso trabalho por nos hoje... em grande parte. – Os olhos dela passaram para Diego e Bree novamente, senti minhas mãos formigarem. Eu não deixaria que nada de mal acontecesse com os dois. Tinha dado minha palavra. – Só por curiosidade profissional, quantos eles eram? Eles deixaram um despertar de destruição em Seattle.

–Vinte! – Carlisle respondeu.

Os olhos de Jane se arregalaram, e ela olhou para o fogo de novo, parecendo medir novamente o tamanho dele. Felix e Demitri trocaram um olhar mais demorado.

– Vinte? – ela repetiu. – Vocês acabaram com todos, incluindo o criador?

– Sim!- dessa vez eu respondi. Minha vontade era acabar com todo aquele teatro e colocar toda as cartas na mesa. Vi que Edward me olhou e desviei os olhos para ele que sacudiu a cabeça para mim de leve. A mensagem era clara. “Espere!”

Jane me olhou então seus olhos se estreitaram e ela se virou para Diego.

– Você aí! – ela disse, sua voz morta estava mais áspera do que antes. – Seus nomes?
.
Diego correu os olhos assustados para mim, suas mãos seguravam Bree com força, à protegendo, eu assenti.

– Eu sou Diego e essa é Bree!- ele respondeu.


Jane sorriu de volta angelicalmente.

– Não! – gritei. Jane me olhou. – Eles estão sob minha proteção, Jane! – repeti. Os olhos dela foram para as minhas mãos.

– Eu só estou fazendo perguntas. – ela disse.

– Ele te dirá tudo o que você quiser saber, sem precisar de artifícios!- falei.

– Diego! – Jane disse, sua voz fria de novo. – Essa história é verdade? Haviam vinte dos seus?

Diego estufou o peito, empurrando Bree para suas costas. – Dezenove ou vinte, não sei ao certo!

– E o seu criador? – Jane perguntou.

– Eu não sei o nome dela direito, parece que era Victória! me salvou e salvou também Bree. Ela disse que nos ensinaria. – Diego disse.

–Ah, mas esse não era um presente a se oferecer, meu jovem! – Jane murmurou, a voz dela estranhamente gentil agora. – Regras quebradas pedem por uma conseqüência! E sabe muito bem disso. – Jane me olhou.

Diego me olhou. Seus olhos mais assustados ainda. Eu sabia que isso podia acontecer, Jane seguia as regras, ainda mais quando elas me afetavam.

Jane também olhou pra mim. – Eu não posso negar que estou impressionada. – Alec sorriu atrás dela. – Claro que não estou depreciando suas qualidades ! – ela disse irônica. – Mas nós sabemos que seu dom não é perfeito! – Claro que não era! Eu não tinha como defender todos, essa era a minha maior fraqueza. E Jane conhecia bem! Jane se virou pra olhar para Diego e Bree de novo, o rosto dela estava completamente enfadado. – Felix? – ela chamou.

Arregalei os olhos, começando a me mover em direção a eles.

– Espere! – Edward interviu me fazendo frear. Eu achei que era comigo, mas ele olhava para Jane. – Nós ficaremos, mesmo, responsáveis por eles! Eles não causaram mais problemas para vocês!

– Nós não fazemos exceções – ela disse friamente. – Nosso mestre não permitiria.

– Jane!- a chamei, ela estava nitidamente perdendo a paciência, mas eu não tinha medo dela. – Eu me comprometo a falar pessoalmente com ... meu pai. – eu sabia que Jane sentiria a provocação. Aro nunca permitiu que ela o chamasse de pai, somente de Mestre, enquanto a mim, ele fazia questão que o chamasse assim. – Além do mais, ele vai ficar tão feliz que você está reunindo a família novamente, que nem vai se importar com dois vampiros recém–criados!- falei.

Eu sentia os olhos de todos queimando minhas costas. Mas eu estava certa do que estava fazendo. Era a única chance de Diego e Bree.

– Não sei se... – Jane começou.

– Eu vou ter que insistir!- falei. Os olhos dela foram direto para minhas mãos em garras, que formigavam totalmente energizadas.

– Ok!- ela respondeu depois de um tempo analisando a proposta. – Devemos esperar por você?- perguntou.

– Não! – respondi. – Preciso de um tempo para arrumar tudo aqui, mas pego o primeiro vôo amanhã.

– Tudo bem!- seus olhos foram para Carlisle. – Bom conhecê-lo, Carlisle - eu pensei que Aro estava exagerando. Bem, até nos vermos novamente... – Carlisle somente balançou a cabeça, a expressão dele estava doída. – E foi bom te ver também, Damon!

Olhei para Damon de canto de olho. Ele que se manteve quieto a conversa toda. Eu não fazia idéia que eles se conheciam. Parecia que os “amigos” não eram só meus.

– Bom te ver também, Jane!- ele respondeu e sorriu para mim. Revirei os olhos. Quase pude ver Jane suspirar.

– Venham! – Jane disse, os outros quatro se viraram atrás dela e todos sumiram na nevoa branca.

oOo


Eu olhava para o forro de gesso branco, do meu quarto. Deitada na minha cama, passava toda a minha curta estada em Forks, em minha cabeça. Minha mala estava aberta, mas quase pronta ao meu lado. Eu não iria levar muita coisa, só as poucas que havia trazido. Talvez a minha maior esperança, era poder voltar um dia.

Alice havia dito que tudo acabaria bem, isso antes de eu tomar a decisão de ir com os Volturis. Será que eu e Edward ...

Ouvi a aproximação de Stefan. – Filha! – ele bateu levemente na porta.

– Pode entrar pai!- respondi, me sentando na cama.

, você não precisa fazer isso! Stefan disse pela centésima vez.

– Pai, não é como se eu não fosse nunca mais voltar!- falei.

– Não é o que me parece!- Stefan disse cabisbaixo.

– Eu te prometo, eu volto! Só cuide de Diego e Bree por mim!

– Claro! – ele disse tristemente. – Você vai se despedir dos Cullens?

Eu sabia que era o mais certo. Carlisle, Esme, Emmet sempre foram legais comigo. E Alice... ah Alice!

– É melhor não! Eles vão entender! – eu não iria conseguir encarar Edward.

O celular vibrou na cômoda na mesma hora que eu tomei a decisão de não ver os Cullens antes de partir. Ri de leve e atendi sem nem olhar o visor.

– Fala, Alice! – disse ainda rindo. Não havia nada que escapasse daquela baixinha.

?

A voz doce de Edward atravessou a linha me causando um arrepio pelo corpo.

– Edward?- ofeguei. O barulho do outro lado da linha cessou. Olhei para o celular em minha mão sem entender. – Ele desligou! – choraminguei para Stefan.

– Sinto muito, minha filha! – Stefan disse passando as mãos em meus cabelos.

– Tudo bem, pai! Eu vou ficar bem! – respondi.

Stefan parou por um instante, a expressão atenta.

– Vou deixá-la sozinha! – ele disse.

Olhei para ele séria. Eu não queria ficar sozinha, não agora! Mas Stefan se foi assim mesmo.

Me atirei na cama novamente. O avião iria sair só na noite seguinte, e com o dia ainda mal amanhecendo, eu tinha muito tempo pra arrumar a minha mala.

O barulho da aproximação dele veio um pouco antes do seu cheiro, maravilhosamente adocicado, chegar ao meu quarto.

!- ele chamou ao passar pela minha janela. – Você não pode ir.

Parei em sua frente. – Porque Edward? Porque eu não posso ir?

Ele me olhou com seus olhos dourados e fundos.

– Você não pensa em Stefan?- ele me perguntou.

Stefan! Stefan vai ficar bem, ele tem Diego e Bree! Me virei de costas para ele.

– Você acha que ele pode simplesmente te substituir? – ele me perguntou duramente.

– Eu não estou pedindo isso à ele! Mas ele vai ficar bem!

– Você não pode ir!- ele me disse novamente.

Me virei para ele, o encarando. Então me faça mudar de idéia! Me diga a única coisa que vai me fazer ficar! Diga que tudo voltará a ser como antes, e que você ainda me ama! Por favor, Edward! Me diga!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Consequências Capítulo 32







Capítulo 32



A situação estava tranquila. Os Cullens com a ajuda dos lobos estavam conseguindo combater os recém–criados sem que eu tivesse que intervir com meu poder.

Mas mesmo não utilizando minha energia, todo meu corpo vibrava. Era uma reação instintiva de defesa. Eu não precisava nem pensar em me energizar, assim que meu cérebro detectava uma situação de risco, imediatamente acionava meu poder.

Depois que tive certeza que Diego conseguira tirar Bree em segurança do meio da confusão, decidi que era hora de ir atrás de Victória. Essa era uma luta pessoal, eu não queria ninguém no meio disso. Aproveitei que os outros estavam distraídos na luta e corri.

! Onde você vai?- perguntou Diego.

– Eu preciso achar Victória! – respondi.

– Eu sei onde ela está! – Bree respondeu.

– Nós vamos com você! – Diego falou, nós três disparando pela floresta, subindo a montanha.

Assim que o cheiro de Victoria ficou perceptível, nós paramos.

– Ora, vejam só! – Victória disse com sua voz inconfundível. – Não é que você fez um bom trabalho, Bree! – ela e seu comparsa Riley, apareceram em nosso campo de visão.

Meus olhos foram para Bree. Será que aquilo tudo realmente era uma armadilha, eu não podia ter me deixado enganar tanto assim. E os outros Cullens! E Edward, ele saberia se eles tivessem mentindo, não saberia?

– Não! – ela sacudia a cabeça nervosa. – Eu não estou do lado deles! – Bree falou chorosa para Diego.

– De que lado você está não me importa!- Victoria disse com desdém. – O importante é que você serviu ao seu propósito.

– E de quebra trouxe o desertor junto! – Riley completou, apontando para Diego.

– Parabéns Bree! – Victória disse sorrindo. – Prometo uma morte rápida para você!

Bree estremeceu. Eu tinha que tirar os dois de lá, porque eu não conseguiria protegê-los. Eu só conseguiria me defender.

– Saiam daqui! – Ordenei aos dois. Diego e Bree não se mexeram. – Agora, Diego! – gritei. – Mantenha Bree a salvo!

Diego me olhou por alguns instantes. E depois assentiu, correndo com Bree. Riley fez menção de segui–los.

– Não! – disse Victória – Deixe–os!

Eu entendi na hora o que Victória queria. Riley também era uma isca. Fazia tudo parte de um grande plano.

– Muito bem Victória! Riley também é uma distração! – falei. Riley me olhou. – Claro Riley! Você me distrai enquanto ela tenta me atacar. Assim quando eu tiver te matando, ela pode agir.

– Não ligue para ela amor! – Victoria falou. – Você sabe que eu me preocupo com você em primeiro lugar.

A duvida de Riley desapareceu do seu rosto, e ele se colocou em posição de ataque novamente.

Merda!

O restante se passou em segundos. Riley saltou em minha direção, me obrigando a utilizar a energia que estava sendo acumulada em meu corpo. Como eu tentava não utilizar muita carga de energia, com isso o máximo que conseguia era afastá-lo por alguns instantes.

Eu tinha que acabar com isso de uma vez!

Respirei fundo, tentando juntar o maior nível de energia possível. Senti meu corpo vibrar dos pés a cabeça, se concentrando em minhas mãos.

Era hora! Hora de acabar com Riley! E depois... bem, eu esperava que Diego fosse rápido o bastante para buscar ajuda.

Os olhos de Riley se arregalaram quando seu corpo começou a queimar de dentro para fora. Eu não agüentava a visão, então fechei meus olhos enquanto sentia a força saindo do meu corpo. Quando o cheiro de incenso se tornou forte o bastante e os gritos cessaram, eu parei. Minhas pernas cederam e meus joelhos afundaram na neve molhada. Eu estava totalmente sem forças.

Olhei para Victoria que observava tudo de uma árvore e ela sorriu pra mim, descendo do galho devagar. Deixei meu corpo cair na neve e fechei os olhos. Agora seria a minha hora!

Victória saltou em cima de mim, segurando com força meus cabelos. Eu ainda não tinha forças para reagir. Mas estranhamente seu peso sumiu. Ouvi o barulho de algo se chocando contra uma rocha, então abri os olhos devagar.

– Você está bem, ?

Senti suas mãos passando pelas minhas costas me ajudando a levantar.

– Sim!- respondi à Damon ficando em pé com um pouco de dificuldade me segurando forte em sua jaqueta de couro..

– Isso acaba aqui, Victória! – ele disse baixo. Sua voz cortante e ameaçadora. Eu nunca havia visto Damon daquele jeito antes, raivoso, quase feral.

– Damon!- Victoria choramingou. – Eu só estou fazendo isso porque te amo!- ela disse.

– Não! – ele rosnou. – Você está fazendo isso porque eu amo !

Victória pareceu inflar. Absorveu uma grande quantidade de ar que explodiu em um grito agudo de raiva. Minhas mãos já começavam a formigar quando ela partiu para cima novamente.

Eu me posicionei esperando pelo segundo ataque, quando Damon a agarrou pelos cabelos a jogando no chão e em poucos segundos ele a transformou em vários pedaços que se contorciam no chão.

– Eu disse que isso acabava aqui! – Damon trovejou. Juntou rapidamente os pedaços de Victória e atirando na fogueira que antes era Riley. Ele se aproximou de mim, suas feições completamente mudadas. Ele não era mais o Damon raivoso, muito menos o Damon debochado e irônico. Ele tinha uma feição preocupada, quase dolorida. – Você está realmente bem?- ele me perguntou, suas mãos alisando meus braços.

Foi então que observei seus olhos, eles não tinham o vermelho vívido. Agora eles eram de um laranja escuro, algumas nuances douradas brilhavam ao redor das pupilas. Damon estava se alimentando de sangue animal, e não fazia pouco tempo.

– Sim, eu estou bem! – respondi. Damon fechou os olhos respirando aliviado. – Você estava do meu lado! – constatei admirada.

, eu sempre estive do seu lado! Todo esse tempo e muito antes. Desde a primeira vez que te vi! – ele respondeu e sorriu. Um sorriso diferente. Sofrido.

– E porque você nunca me mostrou realmente isso?- perguntei.

– Eu fico melhor no papel de vilão! – ele respondeu.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Consequências Capítulo 31



Consequências



Por: Ane Halfen




Capítulo 31



Eu estava sentada em um galho, observando as demonstrações de lutas dos Cullens lá em baixo, na clareira. Alguns lobos demonstravam curiosidade, em ver que eu não participava das simulações, principalmente Jacob. Só que a pessoa que eu queria que me notasse, ali, alheia, parecia ignorar completamente a minha presença.

Suspirei e passei os olhos ao redor. Um reflexo negro me chamou a atenção, em meio a alguns galhos a algumas árvores de distância. Um corvo enorme também parecia interessado nas simulações lá em baixo.

Estreitei os olhos! Eu realmente não entendia Damon, mas e se realmente ele tivesse intenções?

Um barulho de pedras se chocando e o grito de Esme, chamou a minha atenção novamente para o campo de batalha simulado.

–Edward! – Esme gritou.

– Desculpe! – disse Jasper. – Eu te machuquei? – ele perguntou a Edward.

– Não! – Edward disse. – Eu só me desconcentrei! – ele falou se levantando rapidamente, seus olhos voaram para mim por alguns instantes.

– Isso é algo que não pode acontecer na hora!- Jasper falou.

– Eu sei! – Edward respondeu. – Não vai se repetir!

Desviei os olhos para o chão, vendo Diego se aproximar.

– Então? – ele falou sem se aproximar. – Você não vai lutar?- ele perguntou apontando para baixo.

Dei de ombros.

– Só se for necessário!

– É pacifista? – ele perguntou.

Ei ri. – Longe disso! Mas você também não vai lutar! – apontei. – Seu trabalho e tirar Bree do caminho. – desviei o assunto.

– Eu sei, mas se for necessário... – ele ficou em silêncio por algum tempo. Nós dois observando a luta simulada lá embaixo, era a vez de Emmet. – Sabe... – Diego continuou. – eu sou muito grato a você!

– Não precisa!- respondi.

– Precisa sim! Se não fosse por você, eu...

– Diego, qualquer um de nós faria a mesma coisa!- falei.

– Eu sei! Bem, talvez nem todos, mas... – ele sorriu. – eu quero muito, ser como vocês!

– Que bom! – respondi olhando direto para seus olhos carmins.

– Você me ensina?- ele me perguntou.

Suspirei, desviando os olhos para Edward que observava a luta com as sobrancelhas unidas, concentrado.

– Não sei se ficarei aqui o tempo suficiente, mas Stefan é um ótimo professor. – falei.

– Será que ele nos aceitaria, eu e Bree? – Diego perguntou.

– Claro! Sem duvida nenhuma! – aquilo era ótimo, pelo menos Stefan não estaria sozinho, já que eu ir embora era algo inevitável.

Os olhos de Edward vieram para mim cheios de angustia. Eu me assombrei com aquilo, ele estaria ouvindo meus pensamentos?

oOo

A demonstração já havia acabado, e já algum tempo havia amanhecido. O lobo líder ainda trocava alguma informação com Carlisle e Jasper, com a ajuda de Edward como tradutor.

Eu esperava por Stefan, encostada a meu carro. Eu queria minha casa, me refugiar no meu quarto, apesar de todo conflito de lembranças boas e ruins que ele continha.

Ouvi passos se aproximando e senti o cheiro de Jacob.

– Então... – ele disse ultrapassando as últimas árvores. Jake já estava em sua forma humana e usava a mesma bermuda gasta de mais cedo. – Você não luta? – ele me perguntou, um sorriso debochado brincando em seus lábios.

Dei de ombros. – Só se for necessário! – falei.

Ele riu. – Hmmm, entendi! – falou debochado, me fazendo estreitar os olhos. – É só marra, então?

Gargalhei.

– Garanto que você não iria gostar de saber o porquê não preciso lutar! – respondi cruzando os braços, mas deixando o formigamento das minhas mãos aumentar.

– Deixa eu adivinhar.... Medo?

Gargalhei. Eu não gostava de me exibir, mas Jake estava pedindo por isso! Deixei a energia das minhas mãos se expandirem, lançando em uma árvore há alguns metros de distância. Ela explodiu na mesma hora.

– Não! – respondi sorrindo vitoriosa. – Poder! – falei me virando e saindo, deixando Jake e o restante do bando dele de olhos arregalados.