domingo, 4 de março de 2012

Consequencias Capítulo 33






Capítulo 33



Não tive muito tempo pra analisar aquela informação, eu ainda estava tentando recuperar as forças para poder voltar quando Stefan, Jasper e Carlisle chegaram.

Os olhos de Stefan foram de mim para Damon.

– Você está bem, filha?- ele me perguntou preocupado.

–Sim!- respondi, saindo do lado de Damon e indo para seu lado.

– Nós estávamos preocupados com você! – Carlisle disse. – Diego disse que você estava com Victória. – Seu olhos foram para a fogueira. Eu não pude deixar de notar que Edward não estava com eles, mesmo sabendo que eu poderia estar em perigo ele não tinha vindo ao meu encontro.

– Viemos assim que soubemos. – Stefan completou. – Fiquei preocupado. É Victória? – ele perguntou apontando para a fogueira.

– Sim! –respondi. – E o comparsa dela. Damon me ajudou. – falei.

Stefan estreitou as sobrancelhas, mas estendeu a mão para Damon.

– Obrigada! – ele agradeceu.

Damon ainda analisou a mão de Stefan por alguns segundos depois a segurou.

– Ok!- ele respondeu. – Mas não fiz por você! Fiz por ela!

– Dá no mesmo. – Stefan respondeu. – Agradeço mesmo assim. –disse recolhendo a mão.

Damon deu de ombros.

– Como foi a luta? – perguntei tentando quebrar o clima estranho que se instalava ali.

– Acabou! Todos estão bem! – Carlisle respondeu fazendo um alívio percorrer o meu corpo.

– Mas nós temos que ir agora, filha! – Stefan me disse,

– Por quê?- perguntei a ele.

– Seus amiguinhos estão chegando! – Damon respondeu irônico.

Pelo jeito que Damon falou e pelas caras dos outros, só podia ser...

– Os Volturi? – perguntei.

–Nós temos que voltar para a clareira,– Carlisle disse – Nós sabíamos que havia uma boa probabilidade disso acontecer. Mais cedo essa manhã, Alice viu. Os Volturi decidiram que era hora de interceder.

– Claro! Isso é típico. É o tipo de trabalho da guarda limpar essa bagunça. – falei. – Só que nós sabemos que eles estavam metidos nessa até o ultimo fio de cabelo.

– O que me leva a acreditar que ninguém na Itália teria sentido muito se um desses recém-nascidos tivessem reduzido o tamanho da nossa família – Jasper falou entre dentes.

– Vamos logo!– falei. E então notei que Damon não havia se mexido. – Você não vem co a gente?- perguntei a ele.

– Não acho que seja uma boa idéia! – Damon respondeu dando um passo a trás.

– Damon, será mais seguro se nós apresentarmos uma frente unida a esse ponto. – Stefan disse tentando convencê-lo. Um sentimento contraditório de alívio percorreu o meu corpo. Seria essa um aviso inicial de trégua entre os dois?

Eu não podia deixar essa oportunidade escapar, então me aproximei dele.

– Damon, – falei olhando diretamente para seus olhos alaranjados. – Nos ajude, por favor! – pedi sinceramente.

Ele segurou meu olhar por um bom tempo, antes de soltar o ar em uma lufada rápida.

- Vamos logo!- ele disse saindo correndo em nossa frente.

Quando chegamos os Cullens estavam dispersos, todos conversavam nervosamente.

, você está bem?- Diego perguntou vindo com os outros em minha direção. – Alice viu que tudo daria certo, mas...

– Estou bem! – respondi. – Damon... – eu não consegui terminar a frase, Edward passou por nós rapidamente, indo diretamente para Damon, seus olhos arregalados em fúria. Me posicionei entre os dois, só para evitar o confronto. Sem dizer nada em voz alta, Carlisle só colocou a mão em seu ombro e Edward parou. Ele ainda estava com os olhos fixos em Damon, que parecia mais relaxado que nunca. – Edward! – chamei tentando tirar seu foco de Damon, sem sucesso. Então ele desviou os olhos diretamente para Carlisle em uma conversa muda e relaxou um pouco. Assentindo de leve. O que fora que Carlisle havia pensado, surtira efeito.

Fiquei ali parada vendo ele se afastar, pensando que em nenhum momento seus olhos foram para os meus. Eu o havia perdido definitivamente!

– É...! – Damon disse atrás de mim, me trazendo de volta a realidade. – Vamos, lá! – ele passou por mim, me deixando ali, parada. Com aquela sensação de vazio imenso me corroendo o peito.

– Vai ficar tudo bem. – Alice disse se aproximando de mim. – Eu consigo ver! –e la sorriu, tentando me acalmar. Mas eu não conseguia saber ao quais das crises ela se referia. Os Volturis, ou Edward e eu.

Então estreitei as sobrancelhas. “Alice podia ver? Mas... então onde estavam os lobos?”

– E o bando?- perguntei a ela. Onde estava o bando?

–Eles tiveram que ir embora rapidamente. Os Volturi não honram tréguas com lobisomens. – Carlisle me respondeu.

Assenti. Pelo menos não teria que me preocupar com Jacob!

– Eles chegaram em 3 minutos!- Alice avisou.

Caminhei de cabeça baixa, até a onde os outros estavam posicionados.

– Você está bem, mesmo?- a voz doce dele, fez meus olhos se fecharem por um instante. Como se assim, pudesse prende–la dentro de mim.

– Sim! – respondi, encarando seus olhos dourados e tristes. Ele abriu a boca, como se fosse falar mais alguma coisa, então se virou e se posicionou ao lado de Carlisle, no centro. Diego e Bree ficaram atrás e eu fiquei mais à frente de todos.

Eles surgiram do outro lado da clareira, ondulando em meio a fumaça.

–Hmm– a voz monótona de Jane me trouxe antigas lembranças.

–Bem-vinda, Jane! – Edward disse em tom frio.

Eles pararam em nossa frente. Jane na frente - o manto mais escuro, quase preto, e a menor figura por quase meio metro.

As quatro figuras vestidas de cinza que vieram atrás dela também eram mais do que familiares para mim. Alec me olhou e sorriu.

– Bem– vindos! – cumprimentei também.

– Ora, ora! – nosso mestre vai gostar de receber noticias suas, .

– Sim, diga a ele que estou bem!

Jane sorriu, um sorriso que mais parecia um rosnado.

– Muito bem, pelo que me parece! – ela passou os olhos por todos nós. – Na verdade, todos vocês parecem uma grande e unida família! – seus olhos pararam em mim novamente.

Edward sibilou.

– Na verdade, nós somos duas famílias, os Cullens e os Salvatore, unidas pela amizade e pelo mesmo estilo de vida! – Stefan tentou explicar.

Jane deu de ombros, desinteressada. Seus olhos passearam pelos rostos de todos até pararem em Bree e Diego. –Eu não compreendo –, a voz de Jane estava sem tom, mas não tão desinteressada quanto antes.

– Ela mudaram de lado. – Edward explicou, respondendo à confusão na cabeça dela.

Os olhos escuros de Jane passaram para o rosto dele. – Mudaram de lado?

Felix e Demitri trocaram olhares.

Edward levantou os ombros. – os salvou e deu essa opção à eles!

–Não existem opções para aqueles que quebram as regras. – Jane disse inexpressivamente.

– Nós ficamos responsáveis por eles! – Carlisle falou aí, a voz dele moderada.

– Isso é irrelevante! –Jane insistiu. Ela olhou pra Carlisle consternada. Então balançou a cabeça minimamente, e aí recompôs suas feições. –Aro esperava que fôssemos chegar o suficiente a oeste pra vermos você, Carlisle. Ele manda suas saudações!

Carlisle balançou a cabeça. – Eu apreciaria se você mandasse as minhas pra ele!

–É claro! – Jane sorriu. O rosto dela era quase adorável demais quando ela estava animada. Mas eu a conhecia muito bem para saber que aquilo não passava de fachada. Ela voltou em direção à fumaça. –Parece que vocês fizeram o nosso trabalho por nos hoje... em grande parte. – Os olhos dela passaram para Diego e Bree novamente, senti minhas mãos formigarem. Eu não deixaria que nada de mal acontecesse com os dois. Tinha dado minha palavra. – Só por curiosidade profissional, quantos eles eram? Eles deixaram um despertar de destruição em Seattle.

–Vinte! – Carlisle respondeu.

Os olhos de Jane se arregalaram, e ela olhou para o fogo de novo, parecendo medir novamente o tamanho dele. Felix e Demitri trocaram um olhar mais demorado.

– Vinte? – ela repetiu. – Vocês acabaram com todos, incluindo o criador?

– Sim!- dessa vez eu respondi. Minha vontade era acabar com todo aquele teatro e colocar toda as cartas na mesa. Vi que Edward me olhou e desviei os olhos para ele que sacudiu a cabeça para mim de leve. A mensagem era clara. “Espere!”

Jane me olhou então seus olhos se estreitaram e ela se virou para Diego.

– Você aí! – ela disse, sua voz morta estava mais áspera do que antes. – Seus nomes?
.
Diego correu os olhos assustados para mim, suas mãos seguravam Bree com força, à protegendo, eu assenti.

– Eu sou Diego e essa é Bree!- ele respondeu.


Jane sorriu de volta angelicalmente.

– Não! – gritei. Jane me olhou. – Eles estão sob minha proteção, Jane! – repeti. Os olhos dela foram para as minhas mãos.

– Eu só estou fazendo perguntas. – ela disse.

– Ele te dirá tudo o que você quiser saber, sem precisar de artifícios!- falei.

– Diego! – Jane disse, sua voz fria de novo. – Essa história é verdade? Haviam vinte dos seus?

Diego estufou o peito, empurrando Bree para suas costas. – Dezenove ou vinte, não sei ao certo!

– E o seu criador? – Jane perguntou.

– Eu não sei o nome dela direito, parece que era Victória! me salvou e salvou também Bree. Ela disse que nos ensinaria. – Diego disse.

–Ah, mas esse não era um presente a se oferecer, meu jovem! – Jane murmurou, a voz dela estranhamente gentil agora. – Regras quebradas pedem por uma conseqüência! E sabe muito bem disso. – Jane me olhou.

Diego me olhou. Seus olhos mais assustados ainda. Eu sabia que isso podia acontecer, Jane seguia as regras, ainda mais quando elas me afetavam.

Jane também olhou pra mim. – Eu não posso negar que estou impressionada. – Alec sorriu atrás dela. – Claro que não estou depreciando suas qualidades ! – ela disse irônica. – Mas nós sabemos que seu dom não é perfeito! – Claro que não era! Eu não tinha como defender todos, essa era a minha maior fraqueza. E Jane conhecia bem! Jane se virou pra olhar para Diego e Bree de novo, o rosto dela estava completamente enfadado. – Felix? – ela chamou.

Arregalei os olhos, começando a me mover em direção a eles.

– Espere! – Edward interviu me fazendo frear. Eu achei que era comigo, mas ele olhava para Jane. – Nós ficaremos, mesmo, responsáveis por eles! Eles não causaram mais problemas para vocês!

– Nós não fazemos exceções – ela disse friamente. – Nosso mestre não permitiria.

– Jane!- a chamei, ela estava nitidamente perdendo a paciência, mas eu não tinha medo dela. – Eu me comprometo a falar pessoalmente com ... meu pai. – eu sabia que Jane sentiria a provocação. Aro nunca permitiu que ela o chamasse de pai, somente de Mestre, enquanto a mim, ele fazia questão que o chamasse assim. – Além do mais, ele vai ficar tão feliz que você está reunindo a família novamente, que nem vai se importar com dois vampiros recém–criados!- falei.

Eu sentia os olhos de todos queimando minhas costas. Mas eu estava certa do que estava fazendo. Era a única chance de Diego e Bree.

– Não sei se... – Jane começou.

– Eu vou ter que insistir!- falei. Os olhos dela foram direto para minhas mãos em garras, que formigavam totalmente energizadas.

– Ok!- ela respondeu depois de um tempo analisando a proposta. – Devemos esperar por você?- perguntou.

– Não! – respondi. – Preciso de um tempo para arrumar tudo aqui, mas pego o primeiro vôo amanhã.

– Tudo bem!- seus olhos foram para Carlisle. – Bom conhecê-lo, Carlisle - eu pensei que Aro estava exagerando. Bem, até nos vermos novamente... – Carlisle somente balançou a cabeça, a expressão dele estava doída. – E foi bom te ver também, Damon!

Olhei para Damon de canto de olho. Ele que se manteve quieto a conversa toda. Eu não fazia idéia que eles se conheciam. Parecia que os “amigos” não eram só meus.

– Bom te ver também, Jane!- ele respondeu e sorriu para mim. Revirei os olhos. Quase pude ver Jane suspirar.

– Venham! – Jane disse, os outros quatro se viraram atrás dela e todos sumiram na nevoa branca.

oOo


Eu olhava para o forro de gesso branco, do meu quarto. Deitada na minha cama, passava toda a minha curta estada em Forks, em minha cabeça. Minha mala estava aberta, mas quase pronta ao meu lado. Eu não iria levar muita coisa, só as poucas que havia trazido. Talvez a minha maior esperança, era poder voltar um dia.

Alice havia dito que tudo acabaria bem, isso antes de eu tomar a decisão de ir com os Volturis. Será que eu e Edward ...

Ouvi a aproximação de Stefan. – Filha! – ele bateu levemente na porta.

– Pode entrar pai!- respondi, me sentando na cama.

, você não precisa fazer isso! Stefan disse pela centésima vez.

– Pai, não é como se eu não fosse nunca mais voltar!- falei.

– Não é o que me parece!- Stefan disse cabisbaixo.

– Eu te prometo, eu volto! Só cuide de Diego e Bree por mim!

– Claro! – ele disse tristemente. – Você vai se despedir dos Cullens?

Eu sabia que era o mais certo. Carlisle, Esme, Emmet sempre foram legais comigo. E Alice... ah Alice!

– É melhor não! Eles vão entender! – eu não iria conseguir encarar Edward.

O celular vibrou na cômoda na mesma hora que eu tomei a decisão de não ver os Cullens antes de partir. Ri de leve e atendi sem nem olhar o visor.

– Fala, Alice! – disse ainda rindo. Não havia nada que escapasse daquela baixinha.

?

A voz doce de Edward atravessou a linha me causando um arrepio pelo corpo.

– Edward?- ofeguei. O barulho do outro lado da linha cessou. Olhei para o celular em minha mão sem entender. – Ele desligou! – choraminguei para Stefan.

– Sinto muito, minha filha! – Stefan disse passando as mãos em meus cabelos.

– Tudo bem, pai! Eu vou ficar bem! – respondi.

Stefan parou por um instante, a expressão atenta.

– Vou deixá-la sozinha! – ele disse.

Olhei para ele séria. Eu não queria ficar sozinha, não agora! Mas Stefan se foi assim mesmo.

Me atirei na cama novamente. O avião iria sair só na noite seguinte, e com o dia ainda mal amanhecendo, eu tinha muito tempo pra arrumar a minha mala.

O barulho da aproximação dele veio um pouco antes do seu cheiro, maravilhosamente adocicado, chegar ao meu quarto.

!- ele chamou ao passar pela minha janela. – Você não pode ir.

Parei em sua frente. – Porque Edward? Porque eu não posso ir?

Ele me olhou com seus olhos dourados e fundos.

– Você não pensa em Stefan?- ele me perguntou.

Stefan! Stefan vai ficar bem, ele tem Diego e Bree! Me virei de costas para ele.

– Você acha que ele pode simplesmente te substituir? – ele me perguntou duramente.

– Eu não estou pedindo isso à ele! Mas ele vai ficar bem!

– Você não pode ir!- ele me disse novamente.

Me virei para ele, o encarando. Então me faça mudar de idéia! Me diga a única coisa que vai me fazer ficar! Diga que tudo voltará a ser como antes, e que você ainda me ama! Por favor, Edward! Me diga!