A situação estava tranquila. Os Cullens com a ajuda dos lobos estavam conseguindo combater os recém–criados sem que eu tivesse que intervir com meu poder.
Mas mesmo não utilizando minha energia, todo meu corpo vibrava. Era uma reação instintiva de defesa. Eu não precisava nem pensar em me energizar, assim que meu cérebro detectava uma situação de risco, imediatamente acionava meu poder.
Depois que tive certeza que Diego conseguira tirar Bree em segurança do meio da confusão, decidi que era hora de ir atrás de Victória. Essa era uma luta pessoal, eu não queria ninguém no meio disso. Aproveitei que os outros estavam distraídos na luta e corri.
– ! Onde você vai?- perguntou Diego.
– Eu preciso achar Victória! – respondi.
– Eu sei onde ela está! – Bree respondeu.
– Nós vamos com você! – Diego falou, nós três disparando pela floresta, subindo a montanha.
Assim que o cheiro de Victoria ficou perceptível, nós paramos.
– Ora, vejam só! – Victória disse com sua voz inconfundível. – Não é que você fez um bom trabalho, Bree! – ela e seu comparsa Riley, apareceram em nosso campo de visão.
Meus olhos foram para Bree. Será que aquilo tudo realmente era uma armadilha, eu não podia ter me deixado enganar tanto assim. E os outros Cullens! E Edward, ele saberia se eles tivessem mentindo, não saberia?
– Não! – ela sacudia a cabeça nervosa. – Eu não estou do lado deles! – Bree falou chorosa para Diego.
– De que lado você está não me importa!- Victoria disse com desdém. – O importante é que você serviu ao seu propósito.
– E de quebra trouxe o desertor junto! – Riley completou, apontando para Diego.
– Parabéns Bree! – Victória disse sorrindo. – Prometo uma morte rápida para você!
Bree estremeceu. Eu tinha que tirar os dois de lá, porque eu não conseguiria protegê-los. Eu só conseguiria me defender.
– Saiam daqui! – Ordenei aos dois. Diego e Bree não se mexeram. – Agora, Diego! – gritei. – Mantenha Bree a salvo!
Diego me olhou por alguns instantes. E depois assentiu, correndo com Bree. Riley fez menção de segui–los.
– Não! – disse Victória – Deixe–os!
Eu entendi na hora o que Victória queria. Riley também era uma isca. Fazia tudo parte de um grande plano.
– Muito bem Victória! Riley também é uma distração! – falei. Riley me olhou. – Claro Riley! Você me distrai enquanto ela tenta me atacar. Assim quando eu tiver te matando, ela pode agir.
– Não ligue para ela amor! – Victoria falou. – Você sabe que eu me preocupo com você em primeiro lugar.
A duvida de Riley desapareceu do seu rosto, e ele se colocou em posição de ataque novamente.
Merda!
O restante se passou em segundos. Riley saltou em minha direção, me obrigando a utilizar a energia que estava sendo acumulada em meu corpo. Como eu tentava não utilizar muita carga de energia, com isso o máximo que conseguia era afastá-lo por alguns instantes.
Eu tinha que acabar com isso de uma vez!
Respirei fundo, tentando juntar o maior nível de energia possível. Senti meu corpo vibrar dos pés a cabeça, se concentrando em minhas mãos.
Era hora! Hora de acabar com Riley! E depois... bem, eu esperava que Diego fosse rápido o bastante para buscar ajuda.
Os olhos de Riley se arregalaram quando seu corpo começou a queimar de dentro para fora. Eu não agüentava a visão, então fechei meus olhos enquanto sentia a força saindo do meu corpo. Quando o cheiro de incenso se tornou forte o bastante e os gritos cessaram, eu parei. Minhas pernas cederam e meus joelhos afundaram na neve molhada. Eu estava totalmente sem forças.
Olhei para Victoria que observava tudo de uma árvore e ela sorriu pra mim, descendo do galho devagar. Deixei meu corpo cair na neve e fechei os olhos. Agora seria a minha hora!
Victória saltou em cima de mim, segurando com força meus cabelos. Eu ainda não tinha forças para reagir. Mas estranhamente seu peso sumiu. Ouvi o barulho de algo se chocando contra uma rocha, então abri os olhos devagar.
– Você está bem, ?
Senti suas mãos passando pelas minhas costas me ajudando a levantar.
– Sim!- respondi à Damon ficando em pé com um pouco de dificuldade me segurando forte em sua jaqueta de couro..
– Isso acaba aqui, Victória! – ele disse baixo. Sua voz cortante e ameaçadora. Eu nunca havia visto Damon daquele jeito antes, raivoso, quase feral.
– Damon!- Victoria choramingou. – Eu só estou fazendo isso porque te amo!- ela disse.
– Não! – ele rosnou. – Você está fazendo isso porque eu amo !
Victória pareceu inflar. Absorveu uma grande quantidade de ar que explodiu em um grito agudo de raiva. Minhas mãos já começavam a formigar quando ela partiu para cima novamente.
Eu me posicionei esperando pelo segundo ataque, quando Damon a agarrou pelos cabelos a jogando no chão e em poucos segundos ele a transformou em vários pedaços que se contorciam no chão.
– Eu disse que isso acabava aqui! – Damon trovejou. Juntou rapidamente os pedaços de Victória e atirando na fogueira que antes era Riley. Ele se aproximou de mim, suas feições completamente mudadas. Ele não era mais o Damon raivoso, muito menos o Damon debochado e irônico. Ele tinha uma feição preocupada, quase dolorida. – Você está realmente bem?- ele me perguntou, suas mãos alisando meus braços.
Foi então que observei seus olhos, eles não tinham o vermelho vívido. Agora eles eram de um laranja escuro, algumas nuances douradas brilhavam ao redor das pupilas. Damon estava se alimentando de sangue animal, e não fazia pouco tempo.
– Sim, eu estou bem! – respondi. Damon fechou os olhos respirando aliviado. – Você estava do meu lado! – constatei admirada.
– , eu sempre estive do seu lado! Todo esse tempo e muito antes. Desde a primeira vez que te vi! – ele respondeu e sorriu. Um sorriso diferente. Sofrido.
– E porque você nunca me mostrou realmente isso?- perguntei.
– Eu fico melhor no papel de vilão! – ele respondeu.