Consequências Capítulo 25

Por: Ane Halfen | Beta: Raphinha Cullen

Capítulo 25


Me virei para a janela, olhando as árvores que costeavam o terreno molhado pela chuva que caia torrencialmente. Eu sentia os guardas que cercavam a casa, mesmo sem poder vê–los. Eu poderia não ter chance, mas e os Cullens? Afinal eles tinham...  Alice!

– Eles vão saber no momento em que você decidir dar a ordem! – falei me virando para encara–lo com os olhos estreitos.

Alec estava totalmente relaxado sentado no sofá claro, suas roupas negras contrastando com a brancura do tecido.

Ele riu.

– Eu sei. – respondeu calmamente, os espessos cílios projetando uma sombra pelo seu rosto. Alec poderia ser a imagem real de um anjo, se não fosse por sua alma negra. – Por isso que nada está decidido ainda! – disse calmamente. Em um piscar de olhos e ele estava em minha frente. – Porque na verdade, quem decide é você, !- ele afirmou com sua mão deslizando pelo meu rosto, me causando um arrepio de asco. – Mas mesmo assim, você acha que eles tem chance a um ataque em massa? – um sorriso maligno brotou em sua boca. – E então, o que vai ser?- ele sussurrou, seu hálito doce batendo direto na minha pele.

Pensei em Alice, Rose, Carlisle e Esme na mansão, Emmett, Jasper e Edward ainda não deviam ter voltado! Ai. Meu. Deus! A doce Esme! Que chance eles tinham? Mesmo com a volta dos três garotos, não acreditava que eles tivessem muitas chances, mesmo que conseguissem chegar a tempo!

Afundei o rosto nas mãos, tentando colocar ordem no caos dos meus pensamentos! Não! Eu não podia permitir! Não podia nem pensar no que podia acontecer com eles!

Levantei os olhos para aquele olhar carmim que me fitava cheio de expectativas e desejo.

– Tudo bem! – me obriguei a colocar para fora. Afinal não seria a primeira vez que eu me entregava por necessidade. Claro que isso fazia parte de outra vida, uma vida que eu mal me lembrava vista pelos olhos defeituosos. Olhos humanos demais para captar todas as nuances de detalhes que agora meus sentidos captavam. O que deixava toda aquela situação pior do que seria antigamente.

Os dentes, extremamente brancos e afiados, de Alec brilharam na sala já escura pelo crepúsculo. Ele segurou meu cotovelo fortemente, sua boca a centímetros da minha me obrigando a virar o rosto para o lado assim escapando do beijo.

Sua boca encostou o meu rosto, deixando um rastro de saliva até a base da minha orelha. “Você não vai se arrepender!” ele sussurrou. E então me puxou até o corredor. Suas unhas cravando fortemente na minha pele.

– Só não tente nada de seus truquezinhos, ok? Se não você já sabe! – Alec disse sorrindo antes de abrir a porta do meu quarto.

Ele era muito mais forte do que eu, com seu organismo lotado de sangue humano!

Deixei que ele me atirasse com força na cama, enquanto se despia afoitamente. Fechei os olhos tentando forçar minha mente a se deslocar dali. Comprimi os lábios quando senti minhas roupas sendo rasgadas, em segundos eu estava nua com Alec por cima de mim, pressionando meu corpo.

– Agora... – ele disse sem fôlego. Vampiros não precisavam de ar para viver, mas precisavam para falar, e o que parecia era que Alec estava trancando a respiração por um longo tempo. – ... você vai ver o que é um homem de verdade!

Senti o membro rijo de Alec penetrar em mim com força e imediatamente minha mente voou dali. Me perdoe Edward! pensei de olhos fechados, enquanto minha mente viajava até seus braços. Eu sentia seu cheiro, suas mãos nas minhas costas, me segurando, me confortando. Eu amava Edward com todo o coração e naquele momento se eu pudesse, estaria chorando.

Meus olhos queimavam pela falta de lágrimas e um bolo se formava em minha garganta. Tinha que me concentrar em não deixar escapar a energia que se acumulava dentro de mim, pedindo, gritando para ser liberada. Era meu mecanismo de defesa, mas eu não poderia usa–lo nessa hora. E isso chegava a ser dolorido! Porra, como doía! Toda aquela bola crescente sendo contida dentro das minhas entranhas, parecia me queimar por dentro.

Alec usava toda a sua força, empurrando, bufando e gemendo, enquanto meu corpo flácido, inerte, permanecia parado, morto, mas ele não parecia se importar com isso. Ele queria me atravessar, me rasgar por dentro. Só que eu também não me importava, só queria que aquilo acabasse logo!

E então acabou!

Sem Anjo salvador como na última vez! Alec despejou seu líquido morto dentro de mim urrando em meu ouvido e depois se levantou. Parecia que ele somente queria provar que podia, que desejava uma mulher, que não fosse a própria irmã. Totalmente louco! Doente!

– Agora você teve um homem de verdade! – ele disse. Talvez tentando convencer a si próprio. Se tivesse condições teria gargalhado, mas eu ainda lutava para domar a enorme bola de energia pura que agora tomava proporções gigantescas dentro de mim. Se eu liberasse toda aquela bomba de Poder, duvido que alguma criatura na Península Olympic sobrevivesse.

Me curvei segurando minhas pernas, repetindo mentalmente que tudo já havia terminado. Tentando dissipar todo aquele acumulo de energia, mas a força que eu fazia era imensa. Era como tentar segurar o próprio Vesúvio em plena erupção.

– Uma tal de Victoria está atrás da criação da exercito de recem–criados. E como vocês já sabem eles estão atrás de vocês. – ele disse enquanto afivelava o cinto. – Ela ainda não se decidiu de quando nem como, assim ela se esconde das visões da fêmea vidente Cullen. – Alec terminou de abotoar a camisa. – Uma ideia interessante, mas não acredito que dará certo. – ele calçou um sapato. – Nós estamos monitorando, mas não vamos nos envolver até que...

– Até que tenha acabado. – completei.

Alec sorriu assentindo. Virei o rosto. Ele ainda murmurou alguma coisa antes de partir. Algo como “Nos veremos em breve!”, mas eu não queria prestar atenção, queria que ele se fosse logo.

Agora eu estava sozinha. Deitada nua na minha cama, agradecendo por Stefan não ter chegado de New York. E que Alice tenha conseguido esconder os acontecimentos de Edward!

Alice deve saber de tudo!

Gemi!

A bola de energia já tinha se dissipado e agora eu precisava pensar. Tinha que evitar Edward e também tinha que achar Victória. Mas como?

Pensa ! Pensa!

Só uma pessoa podia me ajudar!

Saltei até o banheiro entrando em baixo do chuveiro. Eu precisava urgentemente, retirar o cheiro nojento de Alec de mim. Perdi algum tempo ali até que todo resquício de Alec tivesse sumido e só o cheiro de rosas do meu sabonete estivesse presente.

A noite já havia caído há algum tempo e meu celular vibrou novamente no bolso das minhas calças.

Havia umas 20 ligações perdidas, a maioria de Edward, somente uma era de Stefan.

Eu me perguntava o que poderia ter segurado Edward para ele não ter aparecido ainda, e agradeci Alice mais uma vez.

Acessei a caixa postal, procurando pela mensagem de Stefan

Filha, estou preso em New York por causa de uma tempestade. Só voltarei amanhã! Ele disse simplesmente antes de desligar. Agradeci também por isso. Me vesti rapidamente sabendo que o que quer que Alice estivesse fazendo para segurar Edward, não iria funcionar por muito tempo.

oOo

Os pneus de Porsche, protestaram com assim que freei na frente da antiga lavanderia. Tudo estava escuro, inclusive o apartamento superior. Subi as escadas laterais, torcendo para que Damon estivesse em casa. Nenhum som vinha do prédio, mas o cheiro de Damon estava lá.

- Damon! – chamei. Preciso de você! pensei sabendo que ele conseguia pegar nuances dos meus pensamentos. Damon não lia a mente dos outros como Edward, mas pescava alguma coisa. Para isso ele só precisava estar bem alimentado! Torci a boca, quando lembrei de que Damon se alimentava! Como ele não respondeu, apoiei a cabeça na porta e tentei novamente. - Por favor, Damon! Eu preciso mesmo de você!

Algo lá dentro se mexeu.

- Entre, ! – ele disse com a voz baixa.

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