terça-feira, 9 de agosto de 2011

Bad Girl





Bad Girl





















PRÒLOGO


Minha cabeça doía! Doía MUITO! Será que ela não percebia que eu não estava bem? Porque não parava de gritar comigo? Tentei piscar para que meus olhos a focalizassem, mas a claridade fez a dor aumentar. E o zumbido na minha cabeça não deixava eu entender o que ela dizia. A única coisa que eu compreendia era que estava enrascada. Muito enrascada!


– Você entendeu ? – ela perguntou mais uma vez.


– Sim, mãe! – respondi sem ter idéia do que ela falava. Eu só queria que ela calasse a boca e me deixasse quieta no escuro do meu quarto!


– Isso acabou HOJE! – ela gritou mais uma vez, me fazendo encolher de dor.


–Ok, mãe, entendi! – falei me enfiando embaixo das cobertas.


– Então SAIA DESSA CAMA AGORA!- ela berrou puxando minhas cobertas.


– Eu preciso dormir!- choraminguei.


– VOCÊ PASSOU 24hs FORA DE CASA! – ela continuou berrando, ignorando meus gemidos. – EM DIA DE SEMANA! – berrou mais uma vez. – TE ENCONTREI CAIDA NA SARJETA! BEBADA!


–Ah então foi assim que eu voltei pra casa? – perguntei rindo.


– AHHHHHHHHHHH! – ela berrou saindo do meu quarto.


Puxei as cobertas até cobrir a cabeça. Afinal ela tinha esquecido de apagar a luz.


Ouvi a porta se abrir em um baque, depois de algumas horas de quietude. Droga, não seria hoje que minha mãe me deixaria dormir.


– O que é agora?- perguntei mal humorada.


Minha mãe largo uma bandeja com um sanduíche e um copo de suco, em cima da mesa de cabeceira.


–Coma! – ela disse simplesmente. Eu não sabia se ela estava mais calma, ou simplesmente havia desistido. O olhar que ela me lançou da porta dizia tudo. Decepção! Mais uma vez eu havia a decepcionado.


Sorri. Prove de seu próprio veneno! Pensei.


Olhei para comida e engoli o bolo de vomito que subiu até minha garganta. Meu estomago estava um lixo, e o gosto amargo da minha boca, não ajudava em nada.


Joguei as cobertas longe e caminhei até o banheiro. Abri o chuveiro e enfiei a cabeça em baixo.


Ouvi a porta do quarto se abrindo novamente.


– Está tudo certo, Sue! – minha mãe falava a telefone. – Ela deve chegar ai amanhã as 8 AM. Muito obrigada! – ela falava aliviada.


Sue? Tia Sue?


Desliguei o chuveiro.
- Mãe?- chamei.


– Que foi?- ela perguntou abrindo a porta do banheiro com raiva.


– Com quem você estava falando?- perguntei cautelosa.


– Com sua tia Sue! Ela vai estar esperando por você!


– Como assim?- perguntei me enrolando em uma toalha.


– Você está indo para Forks! – ela disse fechando a porta e saindo.


A ficha demorou um segundo a mais para cair.


Não! Ela não iria me mandar pra lá! Nem que eu fizesse uma guerra! Pensei saindo atrás dela.




Capítulo 1


Bem vindo a La Push, dizia a placa.


Quando minhas botas tocaram o chão molhado daquele fim de mundo, eu ainda não conseguia acreditar que minha mãe tinha feito aquilo comigo. Ou era passar 6 meses com minha tia ou rua. Como Assim, rua? Eu tinha 17 anos. Ela era responsável por mim, não era?


Pois bem meu plano era infernizar minha tia, assim como fazia com minha mãe. Se elas achavam que iriam me dobrar estavam enganadas. Porque não bastava ser Forks, minha tia ainda se escondia em uma reserva indígena, que mais parecia um ovo, de onde minha mãe também tinha saído.


– Você é Clearwater?


Baixei o capuz de meu casaco e me virei para o garoto sorridente que falava comigo.






–Quem quer saber?- perguntei estreitando os olhos.


– Sou Seth! Seth Clearwater, seu primo. – ele disse e estendeu a mão.


O olhei de cima a baixo e sorri. Até que era bem gatinho esse meu priminho! Não iria me importar de incluí-lo no meu plano.


Peguei a mão dele e me aproximei o mais perto que podia.


– Prazer... primo!- falei com meu sorriso mais cativante.


– Vamos que minha mãe está esperando por nós no carro.- ele disse.


– Ok! São aquelas quatros malas amarelas. – apontei para a minha bagagem que descansava na calçada. Seth arregalou os olhos.


– Como vai, minha sobrinha?- Tia Sue disse, parada ao lado do Comodoro azul desbotado. Ela não demonstrava nenhuma felicidade em me ver ali. Claro que minha mãe devia ter feito mil queixas de mim. Que bom, assim ela sabia com quem estava se metendo.


– Vou bem, minha tia! – respondi no mesmo tom. Se ela não estava feliz de me ver ali eu também não estava feliz em estar ali.


Entrei no carro me acomodando no banco trazeiro. Seth penava para colocar as quatros malas no porta–malas. Enquanto isso minha tia resmungava algo sobre a inutilidade humana. Ela deu dois empurrões fortes e o porta–malas se fechou. Eu só esperava, pelo bem dela, que nada tivesse se quebrado.


oOo


A casa era como todas as outras daquele lugar, pequena, rústica e velha. Passei pela varanda entrando na pequena sala.


– E o Tio Herry? – perguntei assim que me atirei no sofá. Ele era meu tio de verdade, irmão de minha mãe.


– Ele morreu no inverno passado. Sua mãe não lhe falou! – Sue disse, dando um tapa nos meus pés que estavam em cima da mesa de centro.


Aquilo foi como um choque. Olhei para Seth que mirava seus próprios pés, entristecido.


– Não! Ou se disse eu não me lembro!- respondi.


– Ela chegou a vir no enterro. Como você não sabe? – ela perguntou rispidamente.


– Como você pode ver! Eu e minha mãe não conversávamos muito. Cada uma cuidava de sua própria vida! – respondi no mesmo tom.


– E olha o que aconteceu!- ela disse apontando para mim. – Pois que fique claro, , isso aqui não é colônia de férias. Cada um tem suas próprias responsabilidades. Você vai dividir o quarto com sua prima Leah. – ela apontou para a primeira porta. – Carregue suas coisas para lá e arrume na parte do armário que ela separou para você! – ordenou.


Ótimo! Estou em um quartel! Pensei irônica cruzando os braços e bufando.


– AGORA! – ela berrou.


Me levantei e arrastei minha bagagem para o pequeno quarto.


oOo


– Onde você vai?- perguntei quando vi Seth passar pela minha janela.


– Vou à praia!- ele disse mordendo um enorme sanduíche. – Mas antes eu ia deixar isso na sua janela! – ele me mostrou outro sanduíche igual que trazia nas mãos. Como minha tia não tinha me chamado eu passei dia fechada no meu quarto dividido, tentando fazer a maior bagunça que conseguia.


– Praia! – exclamei saltando a janela.


– Você já terminou de arrumar suas coisas?- Seth perguntou desconfiado, olhando para dentro do quarto e vendo as roupas espalhadas.


– Já! – respondi pegando o sanduíche de suas mãos e dando uma mordida.


– Minha mãe não vai gostar nada disso!- ele disse. – E Leah muito menos.


Dei de ombros.


– Você vai fazer o que na praia?- perguntei olhando o céu cinza, não parecia um dia bom para pegar sol.


– Tá na hora de puxar a rede! – ele respondeu.- Sou pescador, como meu pai era!- disse orgulhosos estufando o peito.


– Posso ir com você?- perguntei.


Ele pensou um pouco depois deu de ombros.


– Esse tipo de pesca não é proibido?- perguntei enquanto caminhávamos pela trilha.


– Aqui, não! – ele respondeu terminando seu sanduíche, o meu ainda estava pela metade. – Nós puxamos a rede pela manhã antes da aula, e agora no final da tarde.


– É assim que se divertem por aqui? – zombei.


Seth riu.


– Depois nós acendemos uma fogueira e contamos histórias! – falou orgulhoso.


– Uau! – disse desanimada. – E bebem alguma coisa nesse tipo de festa?


– Sim, refrigerantes! Também fazemos cachorros–quentes. – ele disse e eu fiz uma careta. Credo! É mesmo o fim do mundo! pensei.


Quando chegamos à praia, Seth foi de encontro a outros garotos que se reuniam perto da água. Mesmo com o vento frio, que me fez me encolher dentro do meu casaco, eles usavam bermudas e camisetas, alguns nem isso, somente um short surrado. Vi que eles me olhavam admirados, cochichavam e zombavam de Seth Fazendo com que ele bufasse e reclamasse.


Sentei na areia e assenti satisfeita. Todos eles eram lindos! Suas peles morenas e seus músculos bem desenvolvidos. Todos sorriam e conversavam, enquanto eu ficava observando de certa distancia. Até que as coisas estavam um pouquinho melhor, no fim do mundo!


Todos se viraram para o mar ao mesmo tempo, e eu também olhei para ver o que eles viam. Tentei não deixar meu queixo cair quando meus olhos pousaram no garoto que saia do barco que acabara de chegar. Ele era muito lindo! Mais forte que os outros garotos. Seu semblante era sério e triste, mas mesmo assim me prendia a atenção. Junto dele outro rapaz mais velho, começava a colocar algumas bóias da rede para dentro do barco.


– Oi Jake! Oi Sam!- Seth os cumprimentou, levando um tapa na cabeça de quem ele chamou de Jake.


Jake! Esse era o nome do pescador gostoso!


Me endireitei quando ele me olhou por alguns segundos, mas sem mostrar nenhuma reação quando me viu. Logo Jake baixou a cabeça e começou a puxar a rede. Gritando ordens para os outros, junto com o tal de Sam.


Fiz careta.


Então você é difícil, gostosão? Não perde por esperar!









Capítulo 2


A tal reuniãozinha estava um tédio! Eu tinha passado o final da tarde e o inicio da noite vendo aqueles pescadores puxando a tal da rede, e agora mofava perto de uma fogueira tentando me aquecer daquele vento gelado. Os garotos se divertiam entre eles se exibindo para mim, a não ser os que estavam agarrados as suas namoradas, como o tal de Jared com a Kim e Sam e Emily. Outras meninas riam e se mostravam para os outros, mas quem chamava a atenção dos solteiros essa noite era eu. A garota tatuada da cidade grande!


Eu até que atirava charme, para um ou outro, mas quem eu queria mesmo estava quieto, imerso em seus pensamentos. Poucas vezes tinha ouvido sua voz e nenhuma vez ele tinha me dirigido o olhar. Jake! Jacob Black, como me fora apresentado.


Bem, eu nunca tinha levado um Não! de algum cara, não seria um pescador gostoso, de uma cidadezinha chuvosa do fim do mundo, que seria o primeiro. Dei a ultima tragada no meu cigarro, jogando o restante dentro da minha latinha de refrigerante e a atirando na areia. Sam fez A cara feia para mim. Todos haviam sido avisados que o lixo deveria ser colocado na lixeira. E que deveríamos manter a praia limpa! Blá blá blá. Danem–se!


Sorri para ele e me levantei, passando a mão para tirar a areia que estava grudada em minha bunda.


– Olá! – disse para Jacob me sentando ao seu lado.


– Olá! – ele respondeu sorrindo de leve.


– Porque você está aqui afastado dos outros?- perguntei o olhando. Não conseguia parar de babar no cara. Como podia ser tão lindo? Mas ele mal olhava para a minha cara.


– Só estou pensando na vida! – ele disse dando mais um gole no seu refrigerante.


– Então, onde se encontra bebida de adulto por aqui?- perguntei tentando puxar assunto.


Jacob me olhou com as sobrancelhas juntas.


– Você tem idade para beber?- ele me perguntou me fazendo rir.


– O que você acha? – respondi sarcástica.


– Como você a maioria daqui é menor de idade. Por isso não temos bebidas de adulto. – ele disse como se fosse meu professor, virando a lata de refrigerante e depois atirando dentro da lata de lixo. Cesta!


– Quantos anos você tem, Jacob?- perguntei.


– Dezessete!


– Achei que fosse 80! – resmunguei. Jacob riu. – Então o que você faz para se divertir aqui?- perguntei me apoiando nas mãos e esticando as pernas na areia.


Ele deu de ombros.


– Não sou muito de me divertir.


Era minha deixa.


– Posso te mostrar um pouco de diversão se você quiser?- perguntei com minha voz mais sexy. Jake me olhou, acho que pela primeira vez na noite. – Quer dar uma volta na praia comigo?


– Tentador!- ele voltou a olhar o mar. – Mas tenho que acordar cedo amanhã.


Idiota! Quem ele pensava que era?


– Ok! – respondi levantando do tronco onde estávamos sentados. Imbecil! Não precisava dele para me divertir!


Caminhei até onde estava a comida e os isopores com os refrigerantes – Eca! Pior que festa infantil! –Alguns garotos estavam parados ali em volta.


– Você é a prima do Seth, não é? – um garoto me perguntou. Como se ele não soubesse! Se ele não fosse gato teria levado uma pedalada.


– Sim! ! Mas pode me chamar de ! – disse sorrindo.


Ele abriu um sorriso cheio de dentes.


– Embry Call! – disse me estendendo a mão e me cumprimentando.


– Prazer Embry!- respondi toda derretida, fazendo com que ele inflasse o peito.


– Achei que fosse Clearwater?- ele me perguntou confuso.- Sabe, prima de Seth.


Olhei pra ele e percebi que pensar não era seu forte. Ainda bem que ele compensava nos músculos. – Clearwater é por parte de mãe. – respondi.


Ele assentiu pegando um refrigerante.


Jacob Black! Ele iria ver o que tinha perdido! – Quer dar uma volta, me mostrar a praia? – perguntei.


– Claro! – ele respondeu empolgado demais.


Garotos! Só pensam com a cabeça de baixo! Vai se dar bem hoje, garotão!


– Embry cara! Você não tinha que estar em casa às nove? – Seth empata disse.


– Putz! –Embry colocou a mão na testa– Nove e meia! Minha mãe vai me matar!


– Mas hoje é sábado! – falei sem acreditar naquilo.


– Eu sei! Mas mesmo assim ela não deixa! – ele disse cabisbaixo. – Vai ter que ficar para outro dia!


Puta que pariu! Eu não acreditava no que estava ouvindo!


– Nós também temos que ir , tá na hora! – Seth disse enquanto eu olhava Embry ir.


– O que? Vai você bebê! Eu vou mais tarde!


– Você que sabe! Mas te prepara! – ele disse se despedindo dos outros e saindo.


Olhei para os outros se levantando e recolhendo as coisas também. Seria cômico se não fosse trágico! A festa já havia acabado!


Ah não! Eu não iria me enfiar em casa, essa hora, em um sábado!


Olhei em volta, em busca de uma alternativa, e lá estava ela! Reluzindo embaixo de um poste de luz. Uma Harley Sprints preta e linda! Deus abençoe as cidades minúsculas! Onde mais alguém deixaria as chaves na ignição?


Atirei o capacete no chão, virando a chave e dando a partida na moto. As pessoas começaram a notar o barulho, então eu tinha que ser rápida!


– Ei você! – ouvi uma voz grave gritando, mas eu já estava acelerando e partindo.


Cheguei a achar que meu estômago tinha ficado na primeira curva quando acelerei mais na estrada. Meu cabelo ricocheteava com o vento. Para onde ir? Acabei tomando o rumo do centro de Forks que há essa hora estava totalmente vazio e escuro. Maldita cidade dos infernos!


Dei a volta em direção a La Push, minha pequena aventura não seria longa! A não ser... Peguei a estrada secundaria em direção aos rochedos, subindo no penhasco mais alto.


A moto derrapava nas pedras da trilha quando o caminho ficou mais íngreme. Tive que forçar o motor para que ela desse vencimento do final do caminho. La em cima o vento frio machucava meu rosto. A imensidão negra do mar era assustador. Fiquei ali olhando a escuridão, ouvindo as ondas batendo nas pedras lá embaixo e os raios cruzando o céu enquanto varias lagrimas caiam dos meus olhos.


Tão fácil seria acabar com tudo!


Peguei o caderninho que carregava no meu bolso e o pequeno lápis, abrindo na pagina marcada onde começava a lista de Coisas para fazer antes de morrer e risquei Roubar uma moto No final da lista acrescentei Pular de um penhasco.


Uma chuva fina começou a cair me fazendo tremer. Coloquei o bloco de volta no bolso da calça e montei na moto. Acelerei no momento em que a chuva apertou e comecei a descer a trilha que agora estava escorregadia. Tentei dar mais uma acelerada tentando fugir da chuva quando a moto derrapou e eu deslizei pelos cascalhos, ralando toda a lateral do meu corpo, até bater a cabeça em uma pedra.


– Caralho que merda! – berrei colocando a mão na cabeça. Tentei levantar mas a tontura me fez cair de novo. Fechei os olhos sentindo a dor no corpo e o frio que parecia chegar aos meus ossos. A chuva já se transformava em tempestade me deixando ensopada.


Ao longe consegui ouvir um motor se aproximando.




Capítulo 3


Eu não sabia quanto tempo tinha passado até ouvir passos perto de mim, só sabia que estava com frio, muito frio.


– Não se mexa! – a voz grave me fez saltar. – Sou eu, Jacob!


– Jacob? – tentei abrir os olhos, mas não consegui. – Como... você me achou? – perguntei.


– Segui o barulho da minha moto! – ele disse tirando sua jaqueta de couro e colocando em cima de mim. – Vou ter que te levantar , não tem outro jeito! – ele disse passando o braço pelas minhas pernas e costas.


– Eu estou bem! – protestei, mas ele fingiu não me ouvir. – E a sua moto? – perguntei.


– Peço para alguém vir buscar. – ele respondeu sério me carregando sem dificuldade pela trilha. O cheiro dele era maravilhoso e eu aspirei varias vezes, me derretendo no calor dos seus braços musculosos.


Ok! Agora era a hora de eu pedir desculpas?


Abri os olhos com dificuldade e respirei fundo tentando tomar coragem.


Jacob abriu a porta do pequeno carro vermelho e praticamente me jogou lá dentro.


–Outch! – reclamei.


– Cuidado! – ele disse seco antes de bater a porta.


– Grosso! – falei colocando a mão na cabeça.


Jacob não dizia nada dirigindo pela estrada com as sobrancelhas juntas. Tentei pensar em vários assuntos para quebrar o gelo, mas nada significativamente bom me vinha na cabeça.


Ele apertava a direção com força até os nós dos dedos ficarem brancos. Seu maxilar estava rígido o que fazia destacar a veia de seu pescoço.


Desculpas! Peça desculpas! Aquela vozinha pretensiosa e chata, chamada consciência, falava na minha cabeça.


– Chegamos! – Jacob disse parando o carro e puxando o freio de mão.


Olhei para fora vendo um prédio de tamanho médio e bem iluminado.


– Onde estamos!


Ele deu a volta e abriu a porta me levantando pelo braço e me tirando de dentro do carro.


– No hospital!- ele disse fechando a porta.


– Hospital? Não! Me leve pra casa! – choraminguei.


Jacob respirou fundo e depois me pegou no colo.


– Primeiro hospital! – ele rosnou.


Passou pelas portas duplas comigo nos braços parando em frente ao guichê.


– O que houve com ela? – ouvi a voz de um garoto e senti Jacob ficar tenso, dando um passo para trás.


– Aqui querido! – uma enfermeira idosa apontou para uma cadeira de rodas. Suspirei. Eu não precisava disso tudo. Jacob me colocou sentada na cadeira


– O que houve com ela?- o garoto perguntou novamente se agachando em minha frente.


Ele era lindo! Seus cabelos cor de bronze caiam revoltos na testa. Ele tinha lindos olhos verdes e a pele branca. Me olhou preocupado tirando uma mexa do meu cabelo do meu rosto e colocando atrás da orelha.


– Ela caiu de moto e bateu a cabeça! – Jacob respondeu sério. – Você é médico agora? – desdenhou.


O garoto se levantou olhando direto para Jake.


– Eu ajudo meu pai alguns dias da semana. – o garoto respondeu.


Eles se encaravam. Dava para cortar a tensão com uma faca!


– Ai! – gemi, fazendo com que os dois me encarassem.


– Preciso que você preencha essa ficha. – a enfermeira disse entregando um papel para Jacob. – Edward, leve a menina para dentro. Seu pai já vai examiná-la.


Edward assentiu, empurrando minha cadeira pelo corredor. Ainda dei mais uma olhada para Jake que me encarava emburrado em frente ao guichê.


Edward me ajudou a sentar na maca, tentando o máximo disfarçar os olhares que ele me lançava. Ri por dentro. Garotos eram todos iguais! Menos Jacob Black é claro!


– Qual o seu nome? – ele me perguntou.


!


- Edward Cullen! – ele se apresentou. – Achei que fosse Clearwater!- ele disse confuso.


– Esse é o sobrenome de minha mãe! é de meu pai!


– Esse sobrenome não é daqui, é?- ele perguntou curioso demais para meu gosto.


– Não! É brasileiro!


– Isso explica!- ele murmurou olhando meu corpo novamente. – Fique quietinha, ok? Meu pai já vem lhe examinar!


– Obrigado Edward!- respondi dando o meu melhor sorriso. Edward sorriu torto e seus olhos passearam pelo meu corpo mais uma vez.


– Olá ! – um homem loiro lindo, não aparentando ter mais de 30 anos entrou pela porta. – Sou Dr Carlisle Cullen! Me conte o que aconteceu com você!






O médico tocou minha cabeça devagar. Olhei para Edward por baixo de seu braço.


– Esse é seu pai? – perguntei incrédula.


Os dois sorriram.


– Sim. – Edward respondeu. – Carlisle é meu pai adotivo. Assenti.


– Eu cai de moto!- respondi fazendo uma careta de dor quando ele tocou a parte mais sensível da minha cabeça.


– Sem capacete? – ele perguntou examinando meu braço ralado.


– Não preciso, minha cabeça é dura!


Ele riu.


– Você sentiu sonolência, ânsia de vômito, visão turva?


– Só um pouco de tontura. – respondi.


– Você teve sorte! – me disse ternamente. – Mas vamos tirar um RX para descartar traumatismo! A enfermeira vai vir limpar seus machucados, ok?


Assenti sorrindo no momento que Jacob entrava na sala.


Ele estreitou os olhos para Edward antes de se dirigir para o médico.


– Como ela está?- perguntou.


– Ao primeiro exame me parece bem, mas vamos tirar um RX para ter certeza!


– A tia dela já está chegando!- Jacob disse.


– Ótimo! Diga que eu morri! – resmunguei. Edward e Carlisle saíram da sala e Jacob se aproximou.


– Ela está furiosa com você! Mas acho que vai pegar leve por causa do acidente! – ele disse.


Dei de ombros. Eu não estava nem ai para minha tia.


– Assim como você?- perguntei.


– Assim como eu, o que?


– Pegou leve comigo por causa do acidente?


Jacob não respondeu.


Clearwater! – minha tia disse entrando pela porta.


! – rosnei.


– O que você tem nessa cabeça? – ela perguntou.


– No momento? Um galo! – Jacob respondeu.


Sorri. Até que Jacob podia ser legal, quando queria.


Capítulo 4


– Estão vendo aqui? – Carlisle apontou para a chapa de RX. – Ileso! Como eu disse, você teve sorte senhorita! – ele sorriu e depois se virou para minha tia. – Ela vai ficar sonolenta por algum tempo por causa dos remédios, mas qualquer mudança traga ela de volta ok Sue? Pegue leve com ela! – ele sorriu.


– Obrigada Doutor! – minha tia disse secamente. Jacob se aproximou de mim para me pegar no colo e eu já ia passado a mão pelo seu pescoço quando minha tia o segurou pelo braço. – Acho que ela pode caminhar. – ela disse me fuzilando com os olhos.


– Tudo bem?- Jake me perguntou preocupado.


Assenti a contra gosto. Não que eu sentisse alguma coisa, mas eu estava muito afim de ser carregada por ele novamente.


– Bem, já que não precisam mais de mim, vou indo! – Jacob disse já do lado de fora do hospital.


– Jacob! – minha tia o chamou. – Você vai dar queixa do roubo? –ela perguntou.


Jacob me olhou por um instante.


– Não! Não houve maiores prejuízos, então fica assim.


– Obrigada querido! – Sue agradeceu passando a mão suavemente pelo braço dele. Os dois me olharam e eu ergui a sobrancelhas. O que? Eles queriam que eu agradecesse?


Minha tia suspirou.


– Bem, vou indo! – Jake disse se virando e saindo.


Entrei no carro batendo a porta com força.


– Você devia ter agradecido!- minha tia começou, sentando no banco do motorista e ligando o carro. – Ele tem um grande coração!


– Não preciso da compaixão dele! – dei de ombros. – Ele não deu queixa de mim, porque não quis! E não seria a primeira vez que eu seria fixada mesmo! – me virei devagar por causa da dor, para olhar a paisagem de beira de estrada, passando correndo pela janela do carro. Árvore, árvore, árvore.


– Estou fazendo força para não surtar com você! Então não me teste! – Sue rosnou. Dei de ombros novamente.


– Whatever!- peguei meu celular e conectei os fones os colocando no ouvido, aumentei a música ao máximo e puxando o capuz do meu casaco para não ouvir o restante da bronca.


Desci do carro assim que minha tia parou em frente à casa, nem esperei por ela e já fui entrando pela porta.


– Chegou Dona encrenca?- uma garota morena com longos cabelos negros parou em minha frente com as mãos na cintura. – Só escute uma coisa! Eu não admito que você faça aquela zona no meu quarto!


– Leah pega leve!- Seth disse. – Ela acabou de sair do hospital!


– Mãe não é justo! – Leah choramingou para minha tia que acabava de entrar. – Não é justo eu chegar depois de um dia de trabalho no hospital e dar de cara com aquela bagunça no meu quarto!


– Eu sei, minha filha! Eu sei! Ela vai arrumar tudo! – disse abraçando a filha. Minha prima era considerada a filha perfeita. O orgulho da família. Minha mãe vivia me comparando a ela.


– Mas está tarde e eu tenho que dormir, amanhã eu tenho plantão!


Eu cruzei os braços emburrada. Estava exausta, só queria dormir!


– Faz o seguinte Leah, dorme hoje no meu quarto! – Seth disse apaziguando.


Leah ponderou por alguns segundos.


– Mas você vai arrumar tudinho! Ouviu?


Só dei de ombros me virei e fui para o quarto. Eu estava exausta só queria dormir. Fechei a porta já sentindo as primeiras lágrimas caindo. Eu queria o meu quarto, a minha casa, os meus amigos! Será que minha mãe já não tinha me tirado coisa o suficiente? Vaca maldita! Agora ela estava livre para viver com o amante sem a filha encrenqueira por perto!


Me atirei na minha cama de abrir.


– Posso entrar ?- Seth perguntou da porta.


– Porque Seth? – perguntei chorando.


– Porque o que, ? – ele perguntou se sentando ao meu lado na cama.


– Porque meu pai teve que morrer?- perguntei deitando a cabeça no seu colo.


– Não sei! – ele respondeu tirando uma mexa de cabelo do meu rosto. – Não sei!


Acabei dormindo de conchinha com Seth, mas no meio da noite meu pescoço doía e ele parecia incomodado com a mesma posição do braço, então pedi que ele deitasse na cama do lado. Rezando para que ele não ficasse chateado comigo. Ele pareceu mal perceber, pois cambaleou como um zumbi sonolento até o outro lado e adormeceu assim que deitou. Mas quando acordei minha cabeça latejava e meu estômago doía, e Seth não estava mais lá.


Levantei devagar por causa da dor no corpo e olhei em volta. Minhas roupas estavam todas dobradas em cima da cama de Leah. Que estranho, não me lembrava de ter feito aquilo! Olhei pro outro lado e um prato com sanduíche e um copo de suco estavam em cima da cômoda. Seth!


Peguei meu prato e abri a porta olhando a casa vazia. Não havia ninguém em casa para minha felicidade. Fui até a cozinha e tirei o bilhete preso na geladeira.
























Fui no mercado. Não vou demorar.
Nós não temos empregada, se sujar LIMPE!
E lembre–se: Você está de castigo!
S.C.



Amassei o bilhete e joguei no chão, dando uma mordida no sanduíche deixando o maior número de migalhas possível. Terminei de comer levantando da mesa sem recolher a louça. Se ela achava que iria ser fácil assim, estava muito enganada! Forcei a fechadura, mas a porta estava trancada.


Ri alto. – Ai minha tia, você acha que vai me prender?


Fui pro banheiro tomar um banho deixando minha roupa suja largada no chão e a toalha molhada em cima da cama. Coloquei um biquíni minúsculo que tinha comprado quando fui visitar minha avó no Rio de Janeiro nas férias, um shorts e uma regata, calcei meu tênis e pulei a janela indo em direção a praia aproveitar o pouco de sol que tinha.


Já era passado das 4 hs da tarde logo os garotos se reuniriam para puxar a rede. Não que eu estava interessada em ver alguém, talvez apenas Seth, mas claro que Jake estaria lá.


Fiquei ali sentada na areia, no mesmo ponto do dia anterior. Os garotos iam chegando aos poucos, alguns me cumprimentavam de longe. Só Seth parecia mais animado em me ver ali. Jacob chegou logo em seguida de barco com Sam. Ele nem olhou para mim.


Claro que todos eles sabiam do que eu tinha feito na noite anterior. Eu tinha colocado uma placa escrita PERIGO! AFASTEM–SE! bem no meio da minha testa.


Então eles tinham medo de meninas más, hein? Sorri maliciosamente tragando uma última vez e apagando o cigarro na areia.


Enquanto eles se organizavam para começar a retirada da rede, me levantei e comecei a tirar vagarosamente minha camiseta, me alongando máximo possível, tirei o short sentindo minha pele arrepiar por causa da temperatura que não era lá grande coisa. Notei que os garotos pararam o que estavam fazendo, se virando para me ver e segurei o riso, não queria estragar meu plano. Sam e Jacob já gritavam ordens para que eles se concentrassem.


Corri até eles sorrindo.


– Oi meninos!- cumprimentei. Jacob cruzou os braços e me olhou com os olhos estreitos. – Posso ajudar?- perguntei.


– Claro !- Sam respondeu. – Quanto mais gente melhor.


Jacob se virou e começou a puxar as cordas das bóias. Me posicionei entre Seth e Embry e comecei a puxar também a corda áspera, sem me importar com os arranhões que ela causava nas mãos.


– Bela tatuagem!- Embry sussurrou no meu ouvido, se referindo ao dragão que eu tinha na bunda. Sorri para ele.






Capítulo 5






Caminhei de volta a casa em silêncio. Eu estava morrendo de ódio! Por mais que tivesse usado todo meu charme Jake não me dirigiu nenhuma palavra, somente o básico.






O que esse garoto tinha? Até parecia que era gay!






Arregalei os olhos. Será?






– Você está pronta pra bronca?- Seth disse parando no alpendre da varanda.






Olhei para ele de soslaio e entrei na casa.






– ONDE VOCÊ ESTAVA, CLEARWATER? – minha tia berrou.






! QUANTAS VEZES EU TENHO QUE REPETIR? – berrei de volta.






– Ela estava me ajudando na pesca, mãe! – Seth disse se atirando no sofá.






– Ah é?- ela disse me encarando. – Que ótimo! Porque amanhã depois da aula você começa a trabalhar na feira!






– O que?- perguntei indignada. – Eu não preciso trabalhar, minha vó me da mesada!






– Quem disse que você vai receber por trabalhar?- minha tia disse. – Todos aqui em casa trabalham e VOCÊ não vai ficar sozinha em casa. Billy foi gentil em te aceitar!






– Ah claro! Mão de obra escrava! Garanto que a minha mesada é maior que o salário de vocês juntos!- esbravejei. – E Billy? Quem é Billy?






– Billy Black! – Sue respondeu.






Para tudo! Black?






– Black? O pai de Jacob?






– Sim!- ela respondeu cruzando os braços.






Até que não seria uma má idéia!






– Ok! – respondi mais calma fazendo com que Sue me olhasse desconfiada.






– Tem roupa sua largada no banheiro! – ela falou. – E você!- apontou pra Seth. – Sai com essa roupa cheia de areia do sofá!- Seth levantou na mesma hora e eu fui para meu quarto.






– Posso entrar ?- Seth disse da porta.






– Claro Seth, entre!






– Olha, nós podemos ir juntos! Eu trabalho na feira também, na barraca de Sam.- ele disse fechando a porta atrás de si e se sentando na cama.






Sorri para ele.






– Desculpe se disse algo que te chateou Seth! – falei






– Não! Não me chateou não!






–Você é a única coisa boa que me aconteceu aqui!- falei sincera. Seth era moreno, mas mesmo assim suas bochechas coraram. Não consegui resistir e o abracei. – ainda não sei por que você me trata bem!






– Eu gosto de você!- ele disse tímido.






– E eu também gosto de você! – respondi sorrindo.






Seth foi se aproximando, seu hálito batendo no meu rosto. Mas que safadinho! pensei vendo ele se aproximar cada vez mais. Bem está na hora da primeira aula então!






Fechei os olhos deixando que os lábios dele se encostassem nos meus desajeitadamente. Seth movia os lábios desordenadamente. Sorri e segurei seu rosto com um pouco de força para que ele parasse de se mover. Ele tinha dois anos a menos que eu, mas eu tinha quilômetros de rodagem a mais que ele.






Agora era a vez da professora!






Suguei seus lábios devagar, primeiro o inferior, depois o superior, meus lábios dançavam sobre a sua boca e Seth aos poucos foi retribuindo os movimentos, ele repetia o que eu fazia como bom aluno que era. Quando senti sua língua hesitando, tocando no meu lábio inferior eu me afastei, ainda segurando seu rosto.






– Calma! Uma lição de cada vez! – falei. Dei mais um selinho e sorri vendo Seth ainda de olhos fechados fazendo biquinho. Soltei seu rosto e me afastei. Ele se atirou na cama com um sorriso bobo no rosto. – Mas não estrague tudo confundindo as coisas, Seth! Eu gosto de você, mas não quer dizer que quero ser sua namorada! – ele murchou. –Mas posso te ensinar muitas coisas, se você quiser.






Seth assentiu satisfeito. – Entendido! –respondeu batendo na cama ao seu lado me chamando. Me deitei em seu braço e acabei adormecendo ali.






oOo






Acordar cedo não ajudava em nada a diminuir meu mau humor. Quando um barulho irritante começou, tapei a cabeça com a coberta e comecei a estapear a mesinha de cabeceira, mas não achei nada que estivesse atordoando.






– Mas que PORRA! – gritei.






– Eu que diga, desliga isso!- a voz de Leah veio do meio de um amontoado de cobertas da cama ao lado. Nem tinha visto ela chegar de madrugada.






– Você não vai trabalhar?- perguntei sentando na cama.






–Não! Então desliga essa MERDA! – ela gritou.






– Já levantou, ? – Seth perguntou através da porta.






Levantei e fui até o radio relógio que marcavam 6 AM em verde fluorescente.






– Seth! São seis da manhã!- choraminguei.






– Eu sei, mas é que nós vamos de ônibus pra aula! – ele respondeu ainda do lado de fora.






– Ai, ninguém merece!- reclamei.






– CALEM A BOCA! – Leah gritou tapando a cabeça com a coberta.






Girei os olhos. Essa era a Santa Leah?






Peguei meu uniforme ridículo e fui para o banheiro. Minha roupa de ontem já estava dentro do cesto. Seth teria que parar com essa mania de tapar meus furos. Teria que falar sério com ele.






Olhei para o espelho e levei um susto. Meu cabelo parecia uma palha por causa do vento e do sal. Tirei a roupa indo direto para baixo do chuveiro deixando a água quente escorrer pelo meu corpo, relaxando cada músculo. Lavei os cabelos, que ainda bem eram lisos que nem o da minha mãe, não perderia muito tempo com o secador.






Uma batida forte na porta me fez bufar. – Que é?- perguntei.






, nós vamos perder o ônibus!- Seth disse do outro lado.






Inferno!






– TÔ INDO! – berrei desligando o chuveiro.






Me arrumei rapidamente, colocando o uniforme. Tive que puxar a saia cinza, pregada e brega e enrolar na cintura até que ela perdesse a aparência de roupa de crente e mostrasse mais as minhas coxas. Amarrei a blusa branca atrás para que ela ficasse mais justa e dei uma olhada no espelho. Por hoje teria que servir! Pensei colocando a jaqueta com o emblema da Forks High School.






N/A Nessa história todos estudam na mesma escola em Forks.






, o ônibus! – Seth disse pela milésima vez.






– Tô pronta! – falei parando em frente a ele.






Seth levantou as sobrancelhas.






– Nossa! – ele exclamou.






– Que foi?- perguntei divertida, jogando a mochila no ombro.






– Nunca vi esse uniforme ficar tão bem em alguém! – ele disse.






– Você é um fofo!- falei dando um beijo em seu rosto e vendo ele corar me fazendo rir.






– Você não vi tomar café?- ele me perguntou.






– Depois eu como alguma coisa! – falei indo até a porta.






oOo






Caminhamos algumas quadras até que chegamos ao ponto de ônibus. Embry, Jared, Kim e Quil que estava acompanhado por uma linda garota, de cabelos negros e olhos amendoados.






– Oi !- Embry me cumprimentou cheio de sorrisos.






– E aí Seth! – os outros cumprimentaram.






, conhece minha namorada? Essa é Clair! – Quil disse me apresentando a garota que estava com eles.






– Tudo bem?- cumprimentei de volta. – Não me lembro de você na festinha. – disse a ela.






– Ah! Eu não fico em La Push aos finais de semana. Meus pais são separados e sábados e domingos, vou para casa de meu pai em Port Angeles. – ela explicou. – Mas espero que o Sr aqui,– ela indicou Quil com o queixo, que sorriu em resposta. – tenha se comportado. – falou.






– Como um santo. – respondi rindo.






– Acho bom! – ela disse enquanto ele dizia “Eu falei” e se beijaram, me fazendo virar o rosto. Tanto amor assim, chegava a ser constrangedor.






Ela parecia muito simpática. Não me tratou com desprezo como as outras garotas costumavam fazer. Clair não desgrudava das mãos de Quil e pareciam que os dois estavam muito apaixonados.






N/A Meninas como essa fic é UA, não tem como Quil ser apaixonado por uma bebê, então Clair tem 16 anos nessa história.






– Quem mais pega o ônibus? – perguntei, mas o que eu queria mesmo perguntar era, Cadê Jacob?






Seth enrugou o cenho. – Só nós. Paul e Sam já se formaram e Jacob costuma ir de moto.






Assenti. Moto é? Teria que dar um jeito de conseguir uma carona. pensei.






Um velho ônibus escolar amarelo parou bem a nossa frente, abrindo a porta ruidosamente.






– Nossa carona chegou!– Embry exclamou se afastando para que eu subisse primeiro. Eu sabia bem o que ele queria, então tratei de dar aquela gingada que meu sangue paterno me deu de herança. Se ele queria brincar com fogo, não podia ter medo de se queimar.






Minha cabeça fervilhava e perguntas, enquanto o ônibus fazia seu trajeto, parando de vez enquando para pegar mais e mais estudantes. A maioria delas era sobre Jacob. Eu não poderia largar todas de uma vez, sem demonstrar o interesse que eu tinha nele. Olhei par a Seth ao meu lado e decidi ir perguntando aos poucos. Torcendo para que isso não causasse desconfiança.






– Seth?






– Hum?






– No hospital eu conheci Edward Cullen, você o conhece? – perguntei, decidindo por começar por uma obvia.






– Sim! Os Cullens se mudaram para a antiga mansão Crow há dois anos. – ele respondeu.






– Jake parecia não gostar muito dele! – falei. Achei que se afirmasse ao invés de perguntar, eu não pareceria tão metida e interessada.






– Ele tem bons motivos. – Seth disse virando para olhar pela janela.






Ah, ele não iria me deixar no vácuo, né? Pensei torcendo os lábios. Esperei alguns minutos, mas Seth não disse mais nada, teria mesmo que ser mais direta.






–Motivos?- perguntei.






– É uma história antiga. – Seth disse.






Porra, teria que insistir mesmo!
– Adoro histórias, Seth! – larguei.






Seth riu.






– Jacob teve uma namorada! – ele começou, tomando minha total atenção. – O nome dela é Bella Swan, filha do chefe de policia de Forks. Bem eles eram bem apaixonados. Pelo menos da parte de Jacob. Até que os Cullens chegaram...






– E ela deixou Jacob pelo Edward? – perguntei.






– Todos comentavam, mas ela dizia para Jacob que era mentira, até que...






– Ele pegou os dois juntos! – terminei novamente a frase de Seth, sentindo um gosto amargo na boca. Seth assentiu. Que garota vadia! Como podia ter feito isso com um cara como Jacob?






– Dizem que foi porque os Cullens têm dinheiro. – ele deu de ombros. —Mas eu acho que ela simplesmente se apaixonou por outro. – Seth era tão inocente! – Mas de qualquer forma, Jake ficou com fama de corno da cidade!






– Ele ficou com fama de corno?- indignei. – E ela ficou com fama de que? Porque ela deve ser uma vadia pra ter feito algo assim! – apertei o maxilar com raiva. Nem conhecia a garota, mas ela já se tornava a minha maior inimiga.






– O problema é que Jake ainda é apaixonado por ela! – Seth disse.






Meu estomago revirou! Eu não podia acreditar. Parecia que meu coração havia ido parar nas tripas. Que reação estranha! Mas tudo que eu podia pensar era que Jacob amava Bella Swan, e isso me aborrecia de uma maneira que eu não podia explicar!




Capítulo 6






A escola nada mais era do que três blocos quadrados de dois andares cada e um pequeno ginásio no fundo. Eu já estava com meu novo horário de aulas e esperava com os outros garotos de La Push o sinal tocar, fazendo charme para Embry que era o único ali com idade suficiente e solteiro, para ser trabalhado. Eu já havia notado que ele era bem bonitinho e muito gostoso, apesar de demonstrar, varias vezes, que inteligência não era o seu forte.






Os outros mantinham uma conversa paralela e eu não estava muito interessada no que Embry tinha pra me dizer, já que meus pensamentos e meus olhos estavam em outra direção, procurando alguém por meio os veículos do estacionamento. O que não demorou muito, já que meu coração acelerou junto com o barulho da moto, quando Jacob passou os portões da Forks High School.






Ele sorriu quando desceu da moto me fazendo sorrir de volta, mesmo que o sorriso dele não fosse totalmente feliz. Jake veio em minha direção. Lindo como sempre! Me fazendo trancar a respiração. Coloquei o meu melhor sorriso no rosto.






–Olá, Jake! – falei sorrindo.






Ele levantou o rosto, me olhou por alguns instantes, assentiu rapidamente. – Oi. – disse passando por mim direto e indo cumprimentar os garotos, sem nem me olhar mais.






Apertei os cadernos contra o peito tentando controlar a crise de raiva. Quem ele pensava que era para me esnobar desse jeito?






Trinquei o maxilar, jogando o cabelo para trás. Eu não iria desistir tão fácil, homens difíceis me excitavam.






Já ia abrindo a minha boca para responder a altura, quando a entrada de um Volvo prata no estacionamento. Estranhei aquele tipo de veiculo no meio de tantos carros velhos. Ainda mais que logo atrás entrou um jipe comander preto, estacionando lado a lado. A porta do Volvo abriu e Edward saiu de dentro dele. Só podia ser! pensei balançando a cabeça. Ele deu a volta e abriu a porta do passageiro, ajudando uma garota a sair de dentro do carro. Na mesma hora olhei para Jacob que estava com os olhos apertados e o maxilar flexionado, numa careta de dor. Era ela! A garota magricela de cabelos castanhos e pele cor de giz, era Bella Swan! Meus olhos se encheram de pontos vermelhos de raiva, enquanto ela ria para Edward, sem nem notar a dor que causava em Jacob! Vadia! E o idiota ainda babava pela lesma albina! Jacob imbecil!






Eu já sabia o que iria fazer, eu iria acabar com o reinado de Bella Swan!






Olhei em volta catando a primeira pessoa que estivesse mais perto, que era Clair.






– Quem são eles? – perguntei apontando o queixo para o outro grupo que saira do jipe e agora se juntava a Edward e Isabella.






– Os Cullens! – ela respondeu em tom de segredo. – O ruivo é Edward Cullen e a namorada Bella Swan – pelo tom ela também não simpatizava com a garota. – O grandão é irmão dele, Emmett Cullen e a namorada é Rosalie Hale, a baixinha é Alice Cullen e ao lado é Jasper Hale, eles ainda não são namorados, mas acredito que seja uma questão de tempo. – ela disse.






O namoro de Isabella Swan e Edward Cullen também era uma questão de tempo!






O sinal tocou, fazendo o grupo dispersar. Eu ainda levei algum tempo até a achar a sala 342 da minha primeira aula, Biologia II. Quando cheguei quase todos estavam na sala, menos o professor. Sorri quando vi que um dos poucos lugares disponíveis era em ao lado de um garoto loiro com cara de bebê, em frente a Edward que estava sentado ao lado de Isabella. Era a minha chance de colocar meu plano em prática.






– Olá, Edward! – falei sorrindo meigamente, enquanto largava minha mochila e meus cadernos na mesa.






– Oi !- ele respondeu também sorrindo.






Sentei de lado na cadeira, de costas para o garoto loiro.






– Eu queria te agradecer por sábado! Você foi muito gentil comigo! – falei docemente.






– Que isso, ! Não fiz mais nada que minha obrigação!- ele respondeu educadamente, mas seus olhos se moviam entre os meus e a minha boca. Umedeci os lábios.






– Você sabe que fez, Edward! E eu nunca vu esquecer!- falei enquanto nos olhávamos intensamente.






– Edward?- Isabella chamou. – Edward?- mas ele não desviava os olhos dos meus.






– Desculpe o atraso, classe! – o professor disse entrando na sala.






– Tenho que entregar isso para o professor!- falei mostrando a ficha que deveria entregar em cada aula, ainda mantendo nosso contato visual por mais um segundo antes de levantar.






– Edward, quem é?- ouvi Isabella perguntar assim que fui em direção ao professor.






– Olá! – olhei para a placa em cima da mesa. –Sr Banner ! – sorri.


– Aluna nova! – ele exclamou. – Turma! Temos uma aluna nova! – disse se virando para o resto da turma


Me virei e sorri.


– Sou ! – falei. Vi o burburinho e as risadinhas se espalharem pela sala.


- De onde você vem?- o professor perguntou.


– Vim de Seattle! – respondi sorrindo. Causar comoção não me abalava. – Estou passando uma temporada em La Push na casa da minha tia! – falei.


– Muito bem, seja BM vinda! Agora pode se sentar!- ele disse me indicando a classe. – Agora todos quietos!- ele falou.


Sorri para Edward e me sentei no meu lugar.


– Oi! – o loirinho disse sorrindo para mim. – Sou Mike Newton. – estendeu a mão para mim.


– Prazer Mike! – respondi o cumprimentando.


– Se você quiser posso te mostrar a escola! – ele falou.


– Seria ót...


– Mike!- Isabella nos interrompeu. – a sua namorada Jéssica pedi para você não se esquecer do compromisso de vocês dois!- ela falou. Chata! Irritante!


– Compromisso?- Mike estreitou as sobrancelhas.


– Sim! Compromisso! – Isabella disse me fulminando com os olhos. Ergui as sobrancelhas em desdém para ela. Cada vez mais essa garota me dava nojo!


A aula se passou lenta e torturante. A matéria eu já havia aprendido anteriormente. O que era uma das minhas qualidades, nunca precisei perder tempo estudando, tinha herdado a memória de meu pai, bastava ler uma vez e já gravava o conteúdo. Minhas notas eram uma das coisas que minha mãe nunca pode reclamar de mim. Uma das poucas coisas já que meu comportamento...


A segunda matéria já me parecia mais interessante. Não que eu já não soubesse ou gostasse de literatura, mas quando passei pela porta e meus olhos caíram na figura enorme de Jake, sentado em uma das classes, brincando distraidamente com uma caneta. Essa era minha chance!


Aproveitei que havia uma classe vazia ao seu lado e joguei minha mochila nela. Jacob levantou os olhos para mim levantando as sobrancelhas.


– Olá! – cumprimentei sorrindo e me sentando.


– Oi!- ele disse sem vontade, voltando a olhar a caneta.


Suspirei. Seria mais difícil que eu pensava!


– Jake! – chamei, fazendo com que ele olhasse para mim. – Você me emprestaria sua moto?- perguntei na maior cara de pau.


Jacob enrugou a testa.


– O que? Você quer a minha moto emprestada? A moto que você roubou anteontem?


– Sim! – respondi. Jake ainda piscou algumas vezes, como se não acreditasse no que estava ouvindo.


– Isso é brincadeira, não é?


– Não! Eu estou pedindo emprestada! Qual o problema?


Jacob me olhou como se eu fosse doida.


– Você roubou a minha moto e quase se matou com ela. Se lembra?- disse como se eu fosse debilmental.


– Pois agora estou pedindo, me empresta? – fiz minha melhor cara de anjo.


– Não! – ele respondeu. Fechei a cara estreitando os olhos.


– Eu pedi com educação!- apontei.


– Eu também estou respondendo com educação Não!


Respirei fundo olhando ara frente no exato momento que o professor baixinho, gordinho entrava pela sala.


– Bom dia classe! – ele disse jogando a sua pasta na mesa. Me levantei indo até ele e entregando a ficha. Ele me olhou de cima a baixo e sorriu, mas não me apresentou para a turma. – Clearwater, uh? – ele perguntou – Parente de Harry?


– Sobrinha! – respondi.


Ele me olhou mais uma vez. –Ok, pode se sentar!


Sorri para ele indo para o meu lugar.


Jacob ria enquanto anotava alguma coisa no caderno.


– Que foi?- perguntei curiosa.


– Nada! – ele respondeu.


– qual o seu problema?- perguntei.


– Qual o meu problema? – ele perguntou de volta. – Acho que não sou bem eu que tenho problemas!


– Sabe, Jacob, eu... – comecei.


– Algo que você queria compartilhar com a classe. Srta Clearwater?


Arg! Como eu odiava esse sobrenome!


– Não professor! – sorri docemente. – Jacob só estava me passando a matéria que eu havia perdido. – respondi.


– Ah! Ok! Podem continuar então! Mas procurem falar baixo para não atrapalhar o restante da turma.


– Pode deixar, professor! – respondi. Jake sacudia a cabeça desacreditado. – O que foi agora?- perguntei entredentes.


– O modo como você age. Fico impressionado como você usa a sedução para conseguir o que quer! – falou rabiscando novamente no caderno.


– Porque, isso te incomoda? – perguntei.


Ele deu de ombros. A mim, não! – respondeu.


–Porque você se acha imune ao meu poder de sedução?- provoquei.


Jacob me olhou. – Sim, você não faz meu tipo! – disse desinteressado.


Respirei fundo trincando o maxilar e cruzando os braços.


– Claro que não faço o seu tipo! O seu tipo e magrela, sem curvas, branquela e sem sal! – atirei. Peguei meu caderno e joguei dentro da mochila. – Pena que você também não é o tipo dela!- joguei me levantando.


– Algum problema, Srta Clearwater? – o professor me perguntou, se virando da lousa com um giz na mão.


– Sim!- respondi lhe estendendo um atestado. – Sofri um acidente sábado e o médico disse que qualquer sintoma que eu procurasse atendimento. Pois bem, estou me sentindo meio estranha, um pouco tonta!- falei fazendo minha melhor atuação de doente.


– Oh, claro! Você está dispensada, pode ir para a enfermaria! – ele disse.


– Professor!- falei jogando minha mochila no ombro. – Eu sou nova na escola, não sei onde fica a enfermaria, será eu Jacob não pode me acompanhar?- perguntei fazendo Jake arregalar os olhos. Ouvi alguns murmúrios como “Cara de sorte!” e fiz força para não rir.




–Claro! Black, acompanhe a colega!- o professor ordenou.


Jake jogou suas coisas dentro da pasta com raiva e se levantou passando por mim direto. O segui saindo pela porta.


– O que você pretende?- ele perguntou com raiva.


– Ué! Ir para enfermaria! – falei com cara de inocente.


Jacob segurou meu braço.


– Sério! O que você pretende? – ele perguntou novamente


– Te fazer mudar de idéia!- respondi o segurando fortemente pela nuca e o puxando para mim grudando nossas bocas. A boca de Jacob era quente, carnuda, na hora um frio revirou meu estômago. Puxei ele mais para mim, ficando na ponta dos pés e suguei seus lábios, mas Jake não retribuiu. Ele segurou meus braços me restringindo. – Qual o problema Jacob?- perguntei brava, magoada.


– Você é o problema! – ele respondeu. Duro, frio, inatingível.


Acho que um tapa dele doeria menos do que aquelas palavras. Não porque eu não tinha ouvido essa frase um milhão de vezes, mas talvez pelo fato de ter vindo dele, aquela vez doeu muito mais.


– É! Eu sou o problema. – respondi caminhando em direção ao estacionamento.


– Onde você vai?- Jake perguntou. – A enfermaria é para lá!- ele disse, mas eu não me virei para olhar a direção indicada. Eu queria era sair dali. – Hey espera!- ele falou correndo atrás de mim. – Desculpa! Eu não tinha o direito de falar assim com você!


Parei e virei para olhá-lo.


– Vá para sua aula, Jacob!


– Mas onde você vai?- ele perguntou.


– Eu preciso dar uma volta, ok? Me deixa! – respondi chateada.


Jacob colocou a mão no bolso tirando uma chave.


– Vem que eu te levo! – disse subindo na sua moto e me alcançando o capacete.




Capítulo 7


Me aproximei cautelosa da moto, olhando para ele desconfiada.


– Por quê?- perguntei pegando o capacete que ele me oferecia.


– Porque sinto que se você ficar sozinha, vai se meter em encrenca! – ele respondeu. – E já que você me convenceu a matar aula, acho bom a gente sair daqui logo!


Na verdade o real motivo dele, não me importava. Coloquei o capacete e sentei na moto, puxando a saia pra baixo até que ela ficasse presa. Porque pagar calcinha pela cidade eu realmente não queria.


– Ok, Sr Bom–samaritano, aonde vai me levar?- perguntei já pronta na garupa dele.


– Você vai ver!- ele respondeu, dando a partida na moto e acelerando.


Aproveitei para passar os braços pela sua cintura, em um abraço forte. Seu cheiro amadeirado, me embriagando, aguçando todos os meus sentidos. Eu sentia todos seus músculos se contraindo enquanto ele manobrava a moto pela estrada de Forks, logo depois chegando a La Push


Jacob subiu pela estrada lateral, tomando o caminho do litoral, subindo as encostas cortando a floresta. As árvores eram cada vez mais escassas, e a paisagem que surgia entre elas era deslumbrante.


Ele parou a moto, descendo o apoio com o pé, e continuou sentado nela, enquanto eu saia de sua garupa, olhando embasbacada a vista do penhasco.






– Que lugar lindo! – exclamei tirando o capacete e deixando que ele caísse em qualquer lugar.


– La Push não é tão ruim quanto você pensou, huh?- Jake disse. Eu ainda olhava o mar cinza batendo nas rochas lá embaixo, a cor tão intensa que se misturava ao céu nublado.


– Tinha que ter algo. Afinal nada é tão ruim, não é? – falei ainda sem fôlego com a vista. Jake riu.


– Verdade!


Caminhei até mais perto da beirada sentindo o vento jogar meus cabelos com força para trás. Senti meu coração acelerar vendo o precipício mais perto dos meus pés. Tão lindo! Tão irresistível!


? – Jake perguntou tenso.


– Esse não é o mesmo penhasco daquela outra noite, não é?- perguntei chutando uma pedra e a vendo desaparecer antes de cair no mar.


– Não! – ele respondeu.


Olhei pra baixo vendo as ondas quebrando no paredão.


– Vocês saltam desse penhasco? – perguntei, ainda sem tirar os olhos do vai e vem das ondas.


– Sim!- ele respondeu. – Por quê? – perguntou desconfiado. Dei mais um passo. A sensação do vazio na queda deveria ser indescritível. – Calma ai!- ele disse, passando o braço pela minha cintura e grudando minhas costas em seu peito.


– Qual o problema, Jacob? Você disse que vocês saltam desse penhasco!- reclamei.


– Não com o mar nessa ressaca! – ele respondeu. Olhei novamente para baixo, minhas mãos segurando seu braço. – Com essas ondas, você seria jogada contra as pedras! Tá maluca?


– Eu não me importo!- falei tentando soltar as mãos dele que me prendiam com força.


Jake me girou, fazendo com que eu o olhasse. – Você não se importa?- ele perguntou me olhando como se eu fosse um ET


Pisquei os olhos, tentando sair do transe que a nossa proximidade me deixava. – Não!- respondi com o queixo erguido.


– É mais louca que eu pensava!- ele disse dando um passo para trás, quebrando nosso contato, fazendo com que meu corpo protestasse sem o calor do dele.


Aquilo fez minha raiva vir a tona. – E o que você tem com isso? – perguntei, erguendo o queixo, tentando mudar o foco da minha tensão.


– Você não liga para os outros mesmo!- ele afirmou.


Estreitei as sobrancelhas. Quem era ele para tirar conclusões de mim?


– Que outros, Jacob? O que você sabe da minha vida afinal? – perguntei, me virando para o mar novamente. Ninguém se importaria. Seria um alívio para muita gente, na verdade!


– Você não sabe o que está dizendo!- ele disse.


Eu tinha falado aquilo em voz alta? E o que ele está dizendo, que ele se importaria?


Me virei para olhá-lo. – Me diz quem se importaria, então? – meu coração aos pulos. Todo meu corpo ansiava pela resposta dele.


Jacob olhou para o chão pensativo.


– Sua mãe! – ele respondeu depois de algum tempo. Aquela resposta me partindo por dentro. – Ela se importaria!


Gargalhei. – Minha mãe? Logo quem! – Jake fez uma negativa com a cabeça como se não aprovasse o que eu tinha dito. – Você não conhece minha mãe, ok?


– Mãe é sempre mãe!- ele disse. Bufei girando os olhos. – E todos tem problemas, ! – ele se sentou em um tronco pegando uma pedra qualquer do chão e atirando penhasco abaixo. – Alguns até mais sérios que os seus!


– Ok, Sr perfeito! Me conta qual é o seu problema que eu conto o meu! Vamos ver quem ganha! – falei me sentando ao seu lado. Ele riu e negou com a cabeça. – Vamos lá Jake!- disse cutucando ele com o cotovelo. – Você mostra o seu e eu mostro o meu. – falei maliciosamente, piscando para ele. Depois eu ri da cara feia que ele me olhou.


– Não! – ele disse decidido.


– Ok! Vou tentar adivinhar! – olhei pra ele que continuava sério olhando o mar. – Uma garota te chutou para ficar com um mané riquinho que chegou na cidade! Acertei? – Jacob inflou o peito fazendo com que ficasse maior do que já era. – Acho que sim! – falei.


– Muito bem, Dona Clearwater! – Jacob disse me fazendo olhar de soslaio para ele. – Qual o seu grande problema?- perguntou abrindo com os braços, em um gesto de grandiosidade.


Minha cabeça fervilhava de duvidas:


O que eu estava fazendo? Era para esse cara que eu tava me abrindo? Porque era tão importante que Jake me entendesse?


– Deixa para lá! – resmunguei. – Você ganhou!


– Ah vai! Desculpa! – ele disse carinhosamente, olhei para ele sentindo meu coração derreter. – Eu realmente quero saber! – Jacob falou olhando em meus olhos me prendendo no negro do seu olhar.


Sim, eu tinha a necessidade que ele me conhecesse!


Me virei para olhar o mar, tentando recobrar a sanidade. As palavras borbulhando em minha mente, tentando ter coragem para coloca–las para fora. Será que ele me entenderia, ou me acharia uma bruxa? Dane–se! Eu queria que ele entendesse meus motivos, e se ele queria saber eu iria falar.


– Eu queria que minha mãe tivesse morrido no lugar do meu pai! – larguei em um fôlego só


Jacob me olhou com as sobrancelhas juntas.


– Mãe é sempre mãe, ! Eu perdi a minha quando tinha 5 anos, você não imagina a falta que ela me fez! – ele me disse fazendo com que eu respirasse fundo para controlar a raiva.


– Você não conhece minha mãe! – falei entredentes me levantando. Cruzei os braços andando de um lado para o outro. Jacob pareceu se assustar com minha reação porque arregalou os olhos.


FLASH BACK ON


Joguei minha mochila no chão me atirando na minha enorme cama, me achando a pessoa mais infeliz no mundo.


Que merda de mundo injusto! Coloquei as mãos no rosto. Ouvi os passos de minha mãe se aproximando pelo corredor.


– Mãe! – choraminguei mais uma vez. – Me deixa ir, por favor? – me virei para olhar a porta


Ela colocou a cabeça pelo vão da porta, me olhando com os olhos estreitos.


– Já disse que não, ! Você só tem doze anos, é muito nova para usar absorvente intimo!


– Mas mãe, todo mundo usa! – chorei.


– Já disse que não! – ela berrou do corredor. – Vou sair!- ela falou. – Vera também saiu, foi no mercado! Então você está sozinha em casa, se comporte! – ela disse. Como se eu não me comportasse sempre!


Coloquei o travesseiro na cara para abafar o grito de indignação. Justo hoje, que um olheiro iria assistir nosso treino de natação, eu tinha que ter ficado menstruada! Era a minha maior chance de entrar para a Liga Nacional de natação Juvenil! Mas era muito azar mesmo!


Liguei o radio, aumentando o volume, já que estava sozinha em casa. Eu tinha uma vida boa, era filha única e apesar de não ser muito amiga de minha mãe, nós té que nos dávamos bem, em compensação eu era muito mimada pelo meu pai e por minha avó paterna, que morava no Rio de Janeiro.


Meu pai era presidente de uma grande multinacional. Nós tínhamos uma vida boa, apesar das brigas constantes de meus pais. Minha mãe parecia nunca satisfeita com nada, sempre exigindo mais e mais dele, e ele super apaixonado por ela, fazia tudo que ela queria, no pouco tempo que ficava em casa por causa das viagens de trabalho.


Eu já estava quase dormindo, quando um estampido alto ecoou pela casa. Dei um pulo da cama levando uns segundos a mais para me situar e comecei a correr pelos cômodos, procurando de onde aquele som tinha vindo.


Era um tiro? Não, não podia ser!


Quando abri a porta do quarto dos meus pais, vi meu pai caído na cama. Havia uma enorme mancha vermelha, sujando a colcha clara, bem embaixo de sua cabeça. Um cheiro de carne queimada e sangue impregnavam o ar do quarto.


– PAI! – berrei correndo até ele. A arma estava caída ao seu lado direito. – Não, pai! Não! – falei aos soluços. Vários pedaços de massa cinzenta se espalhavam pela cama. Juntei alguns, tentando em vão, colocar para dentro do imenso ferimento que havia no topo de sua cabeça. Mas elas não se encaixavam mais, como peças de um quebra–cabeça que não faziam parte de um mesmo conjunto. – Não pai! – eu chorava olhando seus olhos opacos, arregalados, fitando o teto.


Ainda tentando segurar o cérebro de meu pai dentro da caixa craniana, me estiquei para pegar o telefone da mesa de cabeceira e ligar para o 911. Esperar aquela ambulância, foram os 15 minutos mais longos da minha vida. Olhar o corpo de meu pai, tendo cada vez mais a certeza de que nunca mais o veria.


Ele estava morto! Não, Não podia estar! Ainda tinha uma chance! Tinha que ter!


– Não pai, não me deixe!


Meus olhos nublados vagaram pela cama, procurando alguma coisa que eu pudesse fazer para ajudá-lo. Foi então que eu vi, a ponta de um papel claro saindo por debaixo do travesseiro. Segurei com só uma mão o ferimento, puxando com a outra o papel para mais perto. Era a caligrafia perfeita dele. Era um bilhete para minha mãe!


Nele ele dizia que a amava mais que tudo! E que ele sabia que não a fazia feliz, por isso que ela tinha um amante!


UM AMANTE! MINHA MÃE TINHA UM AMANTE!


Meu pai dizia que nunca conseguiria viver sem minha mãe, por isso deixava tudo para ela!


Não havia nenhuma palavra dirigida a mim. Nada! Como se eu não existisse!


Larguei o bilhete no chão!


FLASH BACK OFF


Quando voltei a mim, percebi que os braços de Jake me embalavam. Eu estava sentada em seu colo e ele tentava me acalmar. Sentir ele ali tão próximo, em uma posição tão intima, fez todo meu corpo estremecer. Meu coração batia contra as costelas, fazendo ecoar nos meus ouvidos. Levantei o rosto o encarando de perto. Nossas respirações ofegantes. Sua boca estava tão perto! Tão convidativa!


Seu olhar mudava entre meus olhos e minha boca. Até que eu não agüentei mais, minhas mãos foram para sua nuca e eu o puxei. Sua boca macia e quente tomou posse da minha, enquanto suas mãos desciam pelas minhas costas.


Minhas mãos desciam pelo seu pescoço, passeando pelos seus braços fortes, sentindo sua pele quente, descendo pelo seu peito e subindo novamente até alcançar seus ombros e depois suas costas. Jake era puro músculo! Pura masculinidade! Não era como os garotos que eu costumava a beijar! Era um homem!


Sua língua pressionou meu lábio inferior, fazendo com que eu entreabrisse os lábios, permitindo com que ela entrasse e se encontrasse com a minha. Um corrente forte de eletricidade, descia pelo meu corpo e um frio borbulhava no meu estomago.


Entre todas as bocas que beijei, eu nunca havia experimentado um beijo como aquele! Era como se eu estivesse procurando por ele a vida toda!


Capítulo 8


Jacob segurou meus ombros, me afastando gentilmente. Eu estava sem fôlego e ele também. Ficamos ainda nos encarando por algum tempo, esperando que nossas respirações acalmassem. Então ele se afastou desviando os olhos e coçando a nuca, envergonhado.


–Er...- ele me olhou de cabeça baixa. – Você está mais calma?- Jake me perguntou sem jeito.


– O que?- perguntei incrédula. Ele não ia fingir que o beijo não tinha acontecido, não é?


– Eu imagino como deve ter sido difícil para você! – ele disse sem jeito. – Mas você não pode se culpar!


Cruzei os braços, olhando para ele com as sobrancelhas erguidas.


– E quem disse que eu me sinto culpada?- perguntei. – Eu culpo a minha mãe!


- , eu sei que seu pai teve problemas, - ele disse cauteloso, me fazendo olhar desconfiada para ele. – , mas eu acho que ele não soube lhe dar bem com a situação.


–Como é? Você esta dizendo que meu pai era culpado? – falei sentindo meus cabelos da nuca se arrepiarem de raiva. – Claro! Você está comparando a sua história com a dele!- disse debochada.


Jacob desviou os olhos, olhando para o oceano.


Eu ainda estava furiosa! Como ele tinha coragem de dizer que meu pai foi fraco e não soube lidar com a traição da minha mãe? Eles tinham uma vida juntos! Não era somente um namoro de adolescente!


– Onde você vai?- Jacob perguntou quando me viu pegar minha mochila do chão e começar a descer a trilha.


– Vou pra casa! – respondi mal humorada. – Afinal tenho que trocar de roupa e ir trabalhar, não é? – disse sem me virar para olhá-lo.


– Eu te levo! – ele disse pegando o capacete.


– Pode deixar!- disse decidida. – Eu sei o caminho!


– Ah, para com isso ! – ele gritou, já que eu já estava há alguns metros de distância.


– Me deixa em paz, Jacob Black! – gritei de volta, saltando as primeiras pedras.


E seria fácil! Era só descer a encosta, costeando a praia. A casa da minha tia ficava perto dali. Queria evitar tomar a mesma trilha que Jake usaria com a moto. Então resolvi seguir uma trilha por dentro da mata. A trilha era estreita, e pelo jeito não era muito utilizada, mas estava ali.


Eu pulava as raízes das árvores e me abaixava evitando os galhos mais baixos. Só que os gravetos mais finos, arranhavam minhas pernas.


– Merda de lugar!- gritei quando um galho se prendeu no meu cabelo. Eu sentia as lágrimas de raiva descendo pelo meu rosto.


Eu estava machucada e irritada. E a lembrança de Jacob me faziam sentir pior.


Quem ele pensava que era para criticar meu pai? Quem ele pensava que era pra me beijar daquele jeito e depois fingir que nada tinha acontecido? Quem ele pensava que era... ?


A floresta ficava cada vez mais cerrada. E muitas vezes a trilha se dividia. Eu rezava para que tivesse escolhendo os caminhos certos. E não acabasse perdida pra sempre naquele fim do mundo.


E então aconteceu! A trilha acabou bem no meio do nada!


–Ahhhhh! – gritei frustrada. Era só o que faltava, agora eu estava perdida no meio da floresta Amazônica!!


Olhei em volta tentando me situar, mas só havia árvores lá! Um excesso de verde que dava enjôo! Verde vômito! Essa era a cor daquele lugar maldito!


Respirei fundo três vezes antes de decidir me embrenhar na mata a minha direita, empurrando os galhos para abrir passagem. Minhas pernas doíam por causa dos arranhões, meus braços estavam machucados, meu cabelo já estava todo desgrenhado por causa dos galhos. Eu já estava quase desistindo. Foi então que eu avistei um clarão em meio às árvores mais a frente, e o barulho do mar.


Eu tinha conseguido!


Caminhei mais alguns metros entre as arvores antes dos meus pés tocarem as pedrinhas claras que formavam a orla. E lá estava o mar cinza de La Push!


Respirei aliviada olhando em volta, foi quando eu percebi que algo estava diferente. Onde estava a pedra no meio ao oceano, bem em frente à praia?


Oh não! Mil vezes merda! Eu NÃO estava em First Beach!


Deixei meus joelhos dobrarem e cai sentindo as pedras machucarem minha pele. Eu precisava urgentemente não enlouquecer! Precisava urgentemente de um cigarro!


Sentei pegando minha mochila e revirando tentando sentir o formato da carteira de cigarros em minhas mãos, mas sem achar nada. Eu jurava que tinha um maço quase cheio! Virei a bolsa despejando meus cadernos na areia. Ele não estava lá! Isso só significava uma coisa: meus cigarros haviam sido confiscados. Bufei.


Nada mais me faltava!


Respirei fundo olhando em volta. Algumas pessoas se arriscavam entrando no mar gelado. A maioria surfistas. Havia dois rapazes sentados na areia, observando o mar. Eles não pareciam surfistas. Na verdade eles pareciam daquele tipo de garoto que adorava se meter em encrenca. Um deles era negro e usava o cabelo longo rastafári, o outro era loiro e prendia o cabelo liso em um rabo de cavalo na nuca. Eles riam e se cutucavam, enquanto observavam uma garota ruiva de cabelos cacheados na beira do mar, tomando coragem para entrar na água.


Me levantei, passando as mãos na bunda, para tirar a areia da saia. Abri mais um botão da camisa do uniforme, deixando amostra um generoso decote e me abaixei juntando meus cadernos colocando tudo rapidamente dentro da mochila e caminhei em direção a eles, usando meu melhor sorriso.


– Olá! – disse sorrindo.


Assisti o loiro me olhar de cima a baixo e um sorriso malicioso brotar em sua boca.


– E ai gata! Perdida?- ele me perguntou.


Bingo!


– Pois é!- respondi jogando todo meu charme. – Você pode me dizer como chego a Fisrt Beach? – perguntei com meu sorriso mais sensual.


– Claro!- ele disse se levantando em um pulo. – Faço melhor!- falou se aproximando mais. Seus olhos cravados dentro do V que a camisa formava em meu colo. – Eu te levo!- disse malicioso.


– Ok! Que bom!- disse empolgada, mas aproveitando para me afastar um pouco.


Ele jogou a camisa no ombro e se virou para o cara negro sentado na areia. – Segura as pontas, Laurent? – perguntou.


– Claro, cara! Vai lá! – vi que os dois trocaram olhares e sorrisos malicioso. Eu já tinha visto isso, não era idiota! Sabia que o tal loiro tava achando que ia se dar bem, só naquela hora, eu realmente queria só uma carona.


– Vamos, gata?- ele me perguntou e eu assenti, deixando que ele me conduzisse em direção ao carro, mas antes que a gente desse alguns primeiros passos uma voz esganiçada, fez o garoto parar.


– James! Onde você pensa que vai?- me virei a tempo para ver a cara indignada da garota ruiva.


James girou os olhos.


– Vou dar uma volta, Victória!- ele disse indiferente.


Ela me olhou de cima a baixo.


– Como assim! – depois seus olhos suplicantes foram para ele. – E eu?- perguntou tremendo o queixo.


Patética!


– Você fica aqui!- ele ordenou. – Me esperando! – ele sorriu pra ela e a garota pareceu se desmanchar.


– Não demora!- ela falou sorrindo.


James endureceu.


– Vou demorar o tempo que quiser! – falou entre dentes. Victória arregalou os olhos, parecendo assustada por tê–lo provocado.


– Claro amor! Claro! Vou ficar te esperando! – depois me olhou de cima a baixo e se virou jogando o cabelo cacheado, saindo rebolando e se sentando ao lado de Laurent.


Eu assistia toda a cena abismada. Como podia uma mulher se deixar tratar daquele jeito?


Fiz uma negativa com a cabeça.


– Vamos gata?- ele repetiu a pergunta. – A propósito. Meu nome é James! E o seu?


Ainda levei um tempo decidindo se diria a verdade ou não, mas levando em conta o tamanho daquela cidade, não levaria muito tempo para ele descobrir meu nome real.


! – falei.


oOo


O trajeto feito pelo jipe de James até que foi curto. Na verdade eu estava na praia ao lado de First Beach. Ele parou em frente à casa de Sue e desligou o commander, me fazendo erguer as sobrancelhas. Na verdade esse era um sinal de que James não pretendia ir embora de imediato.


– Está entregue!- ele disse.


– Muito obrigada, James! – disse sorrindo e saltando do jipe.


James também saltou me fazendo engolir em seco.


– Não tão depressa! – ele disse se aproximando demais.


– Olha, podemos marcar algo para mais tarde, mas agora minha tia deve estar me esperando. – falei.


James olhou para casa escura e fechada e sorriu divertido.


– Não acho que tenha alguém em casa! – falou deslizando o dedo pelo decote da minha camisa, me causando um incomodo.


– Eu tenho que ir trabalhar! – argumentei.


– Você não acha que vai flertar comigo e agora vai dar o fora, né?- falou sorrindo, mas seus olhos azuis faiscaram. Havia uma ameaça naquelas palavras.


Ele se aproximou mais e eu senti minhas costas sendo prensadas contra a porta do carro. Eu estava presa!


Seu corpo estava todo encostado no meu e eu sentia seu hálito no meu rosto. Seu cheiro de suor e sal, não era nada atrativo.


Um beijo! Um beijo só e eu estava livre! Mais do que isso ele levaria uma joelhada bem no meio das pernas!


James se aproximou encostando seus lábios nos meus, sua língua invadindo toda a minha boca de uma vez. Um beijo bruto, um gosto azedo, uma sensação que havia sentindo tantas vezes quando beijava caras bêbados nas baladas, e que agora me parecia tão errado, tão sujo!


Comecei a me afastar, empurrando James de perto!


Realmente, nada se comparava ao beijo de...


Abri os olhos e vi a cara de Jacob parado no alpendre de minha casa, me olhando enojado.


– JACOB! – gritei me desvencilhando de vez dos braços magros de James.


Capítulo 9


Jacob trocou o olhar de mim, olhando por cima de minha cabeça, para James. Sacudiu a cabeça com um sorriso amargo no rosto e desceu os degraus do alpendre.


– Jake! – chamei novamente, mas ele não parou a marcha em direção a sua moto. – Espera!


Ele subiu na moto me olhando seriamente.


– Só vim ver se você havia chegado em casa!- ele disse seco.


– Eu me perdi. – falei. – E James me trouxe!


Mas porque eu estava me justificando mesmo?


Levantei o queixo o encarando.


– Esqueci que você se vira muito bem sozinha, não é mesmo? – ele olhou para James rindo e sacudindo a cabeça em negativa. James estava parado, encostado displicentemente no capô do jipe. Parecia se divertir com a cena que assistia.


– Sim, eu não preciso de ninguém! Eu sei me virar!- respondi. Mas algo na atitude dele, me causava um bolo na garganta. Eu queria chorar! Mas porque?


– Não esquece que você tem que trabalhar hoje! – ele disse colocando a moto em movimento.


Eu estava magoada! Jake parecia colocar uma distância entre nós, como se ele fosse algo inalcançável, ou como se eu fosse baixa demais para ele.


O pior, eu estava me sentindo baixa!


Mas nós não tínhamos nada! Jake deixava isso bem claro cada vez que nos encontrávamos. Como se fosse uma placa que ele carregava no peito: “Sem chance!” dizia.


Cruzei os braços.


– Não preciso que ninguém me diga o que tenho que fazer! Muito menos você! – falei.


Ele assentiu colocando o capacete. Olhou mais uma vez para James e deu a partida na moto, saindo.


Fiquei ali parada olhando a moto se afastar, tentando engolir o bolo que aumentava na minha garganta.


– Seu namorado?- James perguntou atrás de mim.


Me virei para ele e sorri. – Não! Só um conhecido. – passei os braços pela sua cintura, mesmo que meus sentidos me avisassem que eu estava entrando em terreno perigoso. Eu iria ignorar Eu sempre ignorava.


Testar os limites! Isso era o que eu iria fazer.


– Hmm!- ele murmurou, deslizando suas mãos pelos meus ombros. Então ele me puxou, sua boca procurando a minha. O gosto amargo da rejeição de Jacob ainda estava lá. Então deixei que ele me beijasse novamente.


– Preciso ir! – falei me afastando, depois de um beijo rápido.


– Não parece ter ninguém em casa! – James disse apontando para a casa de Sue com o queixo.


Eu olhei a casa fechada e sabia o que ele queria, queria um convite para entrar. Mas isso ele não teria.


– Tenho mesmo que ir! Tenho que trabalhar! – falei fazendo um biquinho, como se deixá-lo fosse contra a minha vontade.


Ele sorriu.


– Te pego de noite, então! – falou. Putz, teria que me livrar dele! Ele viu minha relutância.


– Não posso sair em dia de aula! – respondi. Como se isso fosse algo que me impedisse antigamente.


Suas mãos apertaram mais minha cintura. – Você não parece uma garota que siga regras!- apontou. – Deixa eu te mostrar a parte divertida dessa cidade! – ele disse.


Eu já não tinha esperanças que essa cidade tivesse algo chamado diversão!


Olhei para ele. Sabe de uma coisa? Porque não?


– Ok! Te espero as nove e meia! – respondi.


James gargalhou!


– Você é A garota! – ele disse saltando para dentro do jipe.


– Você não viu nada, gato!- respondi. Ele riu mais.


– Até a noite, gata! – falou dando ré e pegando o caminho da rua.




Entrei na casa vazia.


Seth ainda deveria estar em aula, Sue e Leah trabalhando. Passei pela cozinha extremamente limpa, e meu estomago roncou no caminho. Eu havia saído da escola, antes da hora do almoço. Só que eu o ignorei. Remoer minha raiva era mais importante que minha fome.


Eu odiava Jacob Black! Odiava o modo como ele se achava superior! O modo como ele fingia me ignorar. Eu odiava sua arrogância!


Tirei meu uniforme sujo de areia, atirando no canto do quarto.


O que ele estava pensando?


Só porque era ... lindo! Gostoso! Quente! E beijava tão bem!


Me joguei na cama.


Droga, ele era muito bom!


Suspirei olhando para o teto.


E eu o queria! O queria muito!


Gemi frustrada.


Eu nunca quis tanto alguém, como queria Jacob Black!


Me virei na cama, meus olhos caindo nos números verdes do relógio. Estava quase na hora de ir trabalhar. E eu iria tê–lo!


Se Jake achava que era imune a mim, ele estava enganado!


Eu iria conquistá-lo, iria deixá–lo de quatro! E depois iria esnobá-lo!


Joguei minhas pernas para fora da cama. Se eu quisesse ação, teria que agir!


Coloquei uma das minhas calças jeans super–skinni de cintura baixa. Eu havia feito um estoque delas da ultima vez que fui ao Brasil visitar minha avó paterna. Coloquei uma baby look preta, minhas botas e uma maquiagem discreta no rosto. Pronto, estava bem demais para essa cidade!


Achar a feira não foi difícil, era só seguir o fedor de peixe que a denunciava! Incrível como aquelas pessoas não se importavam em trabalhar no meio daquela catinga. Caminhei por entre as bancas com a mão no nariz, tentando descobrir qual delas era a dos Black.


Vi Sam e alguns dos outros garotos, mas não via Jacob!


– Finalmente! – a voz dele trovejou nas minhas costas. – Seu namorado te trouxe?- ele perguntou assim que me virei para encará–lo.


Senti meu coração acelerar absurdamente na minha caixa torácica. Tentei manter a compostura. – Não!- respondi. – Eu te disse que eu sei me virar sozinha!


Ele ergueu as sobrancelhas dando de ombros.


– Venha! Temos muito trabalho! – disse sem nem me olhar direito. Jake se virou caminhando por meio as barracas, até parar em frente a uma bem no centro da feira. O lugar parecia impregnado pelo mau cheiro. Como alguém poderia trabalhar ali? Pior! Como eu vou conseguir trabalhar ali? - Tome! – Jacob me alcançou um grande avental branco, luvas, gorros e botas de borracha. Eu devia ter feito uma cara, porque ele logo foi se justificando. – Sério, você vai querer usar proteção! – ele disse.


Sim! E toda a minha produção foi por água abaixo! pensei colocando o gorro, e o resto da parafernália.


- O que eu faço?- perguntei olhando para aquele monte de peixe nojento em minha frente.


- Simples!- Jacob disse parando atrás de mim. Eu tinha toda a consciência do corpo dele se encostando em minhas costas. Senti minha respiração presa, enquanto minha pele se arrepiava, só imaginando a quentura da dele por baixo do grosso avental. Jacob pegou um cutelo grande colocando em minha mão, fechando meus dedos com os dele. – Segure assim!- ele sussurrou no meu ouvido, fechei os olhos sentindo um arrepio descer pela minha coluna. Ele subiu nossas mãos, descendo com força, separando a cabeça do peixe do resto do corpo. Jacob fez com que soltasse o cutelo, pegando uma faca menor e colocando em minha mão novamente. Ele guiou a faca abrindo a parte ventral do peixe, da cabeça ao rabo. – Agora... tire tudo que tem dentro! – ele soprou em meu ouvido. Mordi o lábio inferior com força. Incrível como aquele trabalho nojento, agora não tinha a menor importância, não quando tinha Jacob me encoxando por trás. Jacob deslizou os nossos dedos por dentro do peixe arrancando tudo que havia no interior. Minhas pernas já estavam bambas, e minha vontade era girar em seus braços e grudar minha boca na dele. Eu nem me importava mais com o cheiro, porque o perfume de Jacob me embriagava. Jacob se afastou. – Pronto! Agora é só lavar! – eu respirava com dificuldade, minha cabeça não funcionava direito. – Pode terminar com os outros!- ele disse saindo.


- O que?!? – perguntei, meio que gritando perplexa. Era muito peixe!


- Você ouviu! É o seu trabalho!- ele disse apontando para a montanha de peixes fedorentos.


- Mas é muita coisa!- choraminguei, e sem ele ali comigo aquele trabalho não tinha graça.


- É trabalho! E trabalhar faz bem! – ele se aproximou de mim. – Cria juízo! – disse sorrindo irônico.


Eu olhei o cutelo em minhas mãos. Jake não deveria me irritar desse jeito! Não quando eu estava armada!


Ele sorriu e saiu! Me deixando enojada com o serviço que me esperava!




oOo


- Então você é a ? – disse um senhor de cadeiras de rodas umas boas horas depois.


- Aham!- respondi o olhando por cima do ombro, enquanto fazia o serviço nojento. Eu achava que aquele cheiro iria ficar impregnado em mim pelo resto da minha vida.


- ? – ele disse sorrindo. Me virei para olha-lo. Só por acertar meu sobrenome ele já tinha ganho uns pontos comigo.


- O senhor é...? – perguntei, mas já sabia a resposta. Era o mesmo sorriso.


Ele sorriu mais, destacando as muitas rugas.


- Billy! Billy Black!- ele respondeu estendendo a mão para mim. Eu não sabia o porque, mas Billy me lembrava meu pai. O que me fez simpatizar com ele de imediato. Estendi também a mão, me dando de conta da luva que usava. Sorri com ele. – Você não parece tão terrível como me contaram!- ele disse ainda sorrindo.


- As aparências enganam!- respondi tentando manter um nível de brincadeira na voz, mas era a mais pura verdade.

Estiquei minhas costas, tentando alongar os músculos e girei o braço para tentar aliviar a dor da articulação. Eu já estava naquela a horas e meu corpo começava a protestar. Jacob havia sumido há muito tempo me deixando sozinha com todo aquele serviço.

- Vá descansar um pouco, filha! – Billy disse. – Você já fez muito!

Suspirei sorrindo agradecida. Realmente eu precisava de uma pausa.

Tirei o avental e as luvas indo em direção ao píer. Minha barriga começou a protestar assim que me afastei do cheiro forte e enjoativo de peixe. Eu praticamente não havia comido nada durante todo o dia. Eu m,e sentia meia fraca, meia tonta. Talvez fosse pelo cheiro ruim.

Puxei um cigarro do bolso traseiro da calça, acendendo e dando uma tragada. As vezes o cigarro lubridiava a fome. Puxei meu celular deixando o cigarro na boca. Nem minha mãe, muito menos minhas amigas, haviam me ligado uma única vez desde que eu cheguei nesse maldito lugar. Será que todos haviam se esquecido que eu existia?

Fui tirar o cigarro da boca, mas acabei me atrapalhando e o derrubando meu celular, ele quicou na madeira do píer, e deslizou caindo dentro d´água.

- Merdaaaaaa! – gritei furiosa. Me abaixei tentando ver pela água do mar. Sem esperanças nenhuma em ter recuperar o aparelho. Foi então que o chão pareceu se mover em baixo dos meus pés. Tudo pareceu girar, e o horizonte, já não se mantinha estável. Senti meus joelhos dobrarem pela tontura e cai rolando para dentro da água fria.

Meus ouvidos zumbiam enquanto eu sentia as pontadas pelo corpo devido a água gelada. Eu estava afundando, mas meu corpo não parecia querer obedecer. Eu queria me debater, nadar até a superfície, mas meus braços não se moviam. Pontos negros se formaram em minhas vistas, até que eu apaguei.


Capítulo 10

Eu flutuava.

Meus pulmões ardiam, por causa da falta de oxigênio.


Tudo em mim doia.

Mas por mais que a sensação fosse horrível, eu realmente não me importava.

, respire!

A sensação de vazio era reconfortadora.

Só uma coisa me passava pela cabeça:

Acabou!

Senti uma pressão em meus lábios e ar sendo forçado para dentro da minha garganta, mas não havia mais espaço. Estava tudo tomado pela água salgada. E eu realmente queria que continuasse assim.

Ela não está respirando!

Já chamei o 911, Jake

Uma pancada forte em meu peito fez com que a água escapasse.

Não! Me deixem em paz!

Eu queria gritar, mas somente água saia da minha boca. Eu queria bater nele!

- Respire! – Jake ordenou.

Cai fora!

Eu queria empurra-lo, mas não achava meus braços. Há muito eles já estavam dormentes.

- , respire! – ele ordenou novamente e mais pressão na minha boca me fazendo tossir.

- Ela ficou muito tempo dentro d’água? – alguém perguntou.

- Não! Eu vi quando ela caiu e pulei atrás! – a voz de Jacob ainda estava longe. - , você está me ouvindo? Abra os olhos! – ele falou.

Mas eu ainda não estava bem! Eu me sentia flutuando!

- Jacob, deixe os paramédicos trabalharem!

- Não! Ela não reage!

(...)

(...)

(...)

O cheiro forte de álcool e produto de limpeza ardiam meu nariz. Tentei abrir os olhos, mas tive que piscar várias vezes por causa da luminosidade, antes que meus olhos se acostumassem.

Olhei ao redor vendo as paredes brancas da sala onde eu me encontrava. Um tubo ligava um soro ao meu braço. Eu estava no hospital. De novo!

Minha garganta queimava arranhada pela água salgada. Joguei minhas pernas para fora da cama, vendo o avental verde que eu usava. Eu não podia sair dali com esse tipo de roupa que deixava toda a minha bunda de fora.

Dei uma olhada ao redor tentando achar minhas roupas, mas elas não pareciam estar ali.

- Onde você pensa que vai, menina? – a enfermeira com o crachá escrito Beth perguntou.

- Preciso das minhas roupas! – falei.

- Elas não estão aqui, minha flor! – ela disse me conduzindo até minha cama novamente.

- Como, não estão? – perguntei me sentando.

- Você caiu no mar, você se lembra? – ela me perguntou com uma simpatia forçada.

Forcei minha cabeça. – Sim, me lembro! – respondi.

- E como você se sente?- ela perguntou me olhando por cima dos óculos.

- Muito bem! Pode me dizer onde estão minhas roupas?- perguntei mal humorada.

- Acredito que um dos seus familiares as levou. – ela respondeu calmamente.

Familiares? Bem poderia ter sido Seth! Ou quem sabe Jacob! Ele estava lá, não estava?

-Eles estão ai?- perguntei me deitando novamente.

- Não minha querida, mas acredito que daqui a pouco alguém chegue! – ela me respondeu. – Seu médico já deve vir vê-la! Vou trazer algo para você comer! – ela disse antes de sair.

- Com licença? – Edward disse da porta.

Me acomodei me sentando melhor na cama. – Entre Edward!- respondi.

Ele sorriu ao se aproximar, mas seus olhos me examinavam com cuidado.

- Como se sente ? – ele perguntou.

- Estou bem! Você sabe o que eu tive? – perguntei.

- Uma crise hiperglicêmica!- ele respondeu. – Você não anda se alimentando direito, não é?

- Culpada!- respondi. Edward fez uma cara de desaprovação. – Mas agora estou bem! Posso ir embora?

- Assim que meu pai te liberar! – ele respondeu. – E tiver alguém para te buscar.

- Minha prima?- perguntei.

- Ela já foi! Levou suas roupas também!

- Sim! E me deixou sem nada!- exasperei. Os olhos de Edward passearam pelos lençóis. Girei os olhos.- Você poderia me conseguir alguma roupa?- perguntei.

- Posso te conseguir uma roupa dos médicos. – ele respondeu.

- Eu agradeceria, por favor!- disse já sem paciência.



Suspirei deitando a cabeça e olhando pro teto. Certamente alguém chegaria logo, me trazendo uma muda de roupa. Eles não iriam me abandonar ali, iriam?

Horas se passaram e ninguém havia aparecido. O dia já tinha se tornado noite por há muito tempo e Carlise já havia me liberado. Minha frustração já havia se tornado raiva e agora tinha se tornado tristeza. Eu me sentia cada vez mais sozinha.

- , eu já vou indo!- Edward falou da porta.

- Alguém da minha família apareceu?- perguntei. Jacob, apareceu? completei em pensamento.

- Não! – ele respondeu. – Mas vim te oferecer uma carona para casa!- ele disse sorrindo.

Suspirei aliviada. – Obrigada Edward! – agradeci.


Edward parou o Volvo em frente à casa de Sue, olhei para casa iluminada.

- Está entregue!- ele disse sorrindo.

Edward realmente era lindo. Seus olhos verdes brilhavam, mesmo no escuro que fazia dentro do carro, seus cabelos cor de bronze, naturalmente bagunçados, deixando cair alguns fios em sua testa.

Enquanto eu o analisava, Edward umedeceu os lábios chamando a atenção para sua boca. Eu sabia o que ele queria, então projetei meu corpo para frente, ficando a centímetros dele.

- Obrigada mais uma vez!- sussurrei ficando a centímetros de sua boca. Sua respiração se acelerou e ele engoliu em seco algumas vezes antes de se aproximar. Então me afastei. – Nos vemos amanhã?- perguntei abrindo a porta e já colocando uma perna para fora.

- Huh? – ele piscou, suas bochechas coraram e ele pareceu não entender nada. – Sim! – respondeu confuso.

- Você é uma graça, Edward! Mesmo!- falei piscando saindo.

Edward sorriu antes de ligar o carro e sair. Ainda dei um tchauzinho enquanto ele se afastava.


Minha tia estava na cozinha, quando entrei em casa. Nem Seth, nem Leah pareciam estar com ela.

Ela arregalou os olhos quando me viu entrar.

- Como você está?- ela perguntou como se realmente se importasse.

- Muito bem!- respondi seca. Eu sabia o que ela achava de mim! Ela sempre fez questão de deixar bem claro que me aturava por favos a minha mãe.

Ela olhou para porta. – Veio sozinha? – perguntou.

- Não! Vim com um amigo!- respondi.

Sue se virou em direção ao fogão, mexendo em uma panela fumegante.

- Você quer jantar? A comida está pronta!- ela disse de costas para mim.

- Eu já comi no hospital! – respondi. Na verdade eu estava muito chateada com ela. Se bem que eu nunca esperei nada diferente vindo deles. A não ser... Seth! – Onde está Seth?- perguntei.

- Com Jacob! – ela me respondeu ainda sem se virar. Fui em direção ao banheiro. – E Leah ainda não chegou no hospital! – ela disse antes que eu entrasse.

Leah ainda não havia chegado? pensei. Ela saiu muito antes que eu! O que será que a Santa Leah estava aprontando?

Meu cabelo estava grosso da água salgada, então decidi tirar aquela roupa verde do hospital e tomar um banho demorado. Eram passado das nove da noite quando sai do banho e fui me deitar. Ouvi Seth chegando e a primeira coisa que ele perguntou foi por mim, mas eu ainda estava muito chateada para falar com ele.

- Ela veio sozinha?- essa não era a voz de Seth, era... Jacob! Me sentei rapidamente na cama, sentindo meu coração quase sair pela boca. Pois eu não iria perdoa-lo tão rápido.

Ficou preocupado, huh?

Uma buzinada rápida me tirou a atenção da conversa da sala.

James!


Capítulo 11

Catei o primeiro vestido que achei enfiando pela cabeça. Tinha que ser rápido! Não queria que James ficasse buzinando e chamando a atenção de todos, frustrando nossos planos. Saltei pela janela segurando os sapatos de salto alto nas mãos e corri pelo gramado até o carro preto.

– Vai! – falei pra James assim que entrei no jipe. Eu ria enquanto a minha respiração ofegante e a adrenalina da fuga diminuíam em meus pulmões e minhas veias. James acelerou e eu ainda pude ver a cara de Jacob, Seth e Sue na varanda quando passamos por eles. – Ahaaaa! – gritei feliz.

– Cara, você é muito foda!- James disse sorrindo.

– Você ainda não viu nada!- disse maliciosa. James sorriu mais, enquanto corria pelas ruas mal iluminadas de La Push. – Para onde vamos?- perguntei calçando minhas sandálias.

– Tem um lugar, na verdade acho que é o único nesse estilo, eu costumo ir lá de vez enquando. Acho que você vai curtir! É uma balada forte!- James sorriu de lado. – É quase fora da cidade!

Eu na verdade na me importava muito onde era. Eu só queria saber se tinha bebida. Precisava muito encher a cara!

– Ok! – falei simplesmente.

Foi então que me dei conta, eu não tinha passado nenhuma maquiagem.

Merda!

Me remexi procurando minha bolsa, só que na pressa eu também não tinha trazido a bolsa!

Merda dupla!

Respirei fundo.

Azar! Agora não tinha mais volta.

– É aqui!- James informou entrando em uma rua escura.

Nós tínhamos passado o centro de Forks e as construções dessa área eram velhas e acabadas. Não parecia um lugar bom para uma casa noturna. O lugar era completamente deserto.

– Tem certeza?- perguntei desconfiada.

– Com medo?- ele perguntou desligando o motor. Os dentes reluzindo mesmo no escuro.

– Me poupe! – respondi saltando do jipe.

James desceu também, dando a volta e parando ao meu lado. – É ali em baixo!- ele indicou com o queixo um prédio velho de aparência abandonada. Havia um luminoso com as letras THE DEEP piscando.

– Que pitoresco! – Falei fazendo James rir.

– Não se preocupe! Você vai gostar! – ele disse colocando a mão nas minhas costas e me conduzindo até o outro lado da rua.

– Desde que tenha vodka, pra mim está ótimo! – falei descendo as escadas até o subsolo do prédio.

– Tem de tudo! – ele disse abrindo a porta velha e me empurrando pra dentro.

Fomos engolidos por uma nevoa com cheiro de fumaça de cigarro e bebidas.

O barulho lá dentro era ensurdecedor. E a batida da musica retumbava em meus ouvidos. No meio de um aglomerado de gente, algumas pessoas dançavam. Os corpos praticamente colados uns nos outros, formavam uma massa de gente.

– Onde é o bar?- perguntei aos gritos, a centímetros do ouvido de James.

– Por aquele lado! – ele gritou de volta, me empurrando no meio da multidão.

A vodka desceu queimando! Trazendo uma sensação de alivio! Ela parecia preencher cada buraco que existia dentro de mim! Era uma sensação tão boa! Eu sentia a cabeça leve! Eu me sentia completa!

Pena que era algo muito passageiro, algo que só mais uma dose resolvia!

Eu podia tudo! E eu queria me acabar dançando!

Vários flashes se passavam pela minha frente.:

Muitos corpos balançando ao som da musica.

Mãos deslizando pelo meu corpo.

Uma boca pressionando a minha.

Quando me dei conta estava dando uns amassos em James perto dos banheiros. O cheiro de urina impregnava o lugar e eu não sabia que horas eram, eu só queria sair dali.

– Pára!- falei.

– Qual é gata? A gente só tá curtindo! – ele disse, suas mãos subindo pelas minhas coxas. Sua boca deixando um rastro de saliva pelo meu pescoço.

– NÃO! – eu falei.

Empurrei-o para o lado e sai, tropeçando entre as pessoas. Eu não sabia onde James estava, não sabia se ele estava me seguindo, só sabia que queria sair dali. Empurrei algumas pessoas sem me importar com as reclamações.

Foi então que começou.

Eu não sabia dizer o por que. Só vi garrafas voando e gritos ao meu redor. Me abaixei procurando por James. Eu não tinha como sair dali sem ele. Como eu iria pra casa sem dinheiro? Nem meu celular eu tinha, já que ele havia caído dentro da água!

Um barulho alto de tiro me fez paralisar e um homem negro caiu em minha frente. O rosto dele estava desfigurado, ele parecia morto! Enquanto as pessoas gritavam e corriam em minha volta, meus pés pareciam pregados no chão.

A imagem de meu pai morto veio em minha mente!

Enquanto o caos tomava conta ao meu redor, eu não estava mais ali, estava em casa, no quarto dos meus pais, vendo meu pai morto em cima da cama.

Mãos fortes me tiraram do meu transe, me trazendo de volta para o meio do tumulto. Em segundos eu estava atrás de uma muralha de músculos. Jake havia me posto atrás dele, me mantendo segura, protegida da confusão.

Jacob foi abrindo caminho, empurrando, esmurrando um e outro, em poucos segundos estávamos fora.

Minha cabeça girava e eu precisava urgente me sentar.

– Vamos logo! – Jacob disse me segurando firmemente pelo braço.

– Espera! – sussurrei. – Eu vou vomitar!

Jacob parou me segurando pelos dois braços. – Você está drogada?- ele me perguntou me analisando.

– Não! – respondi indignada. Tentei me afastar mas ele me segurava fortemente.

– Tente manter o foco, ok? Precisamos sair daqui, a policia está chegando e você é menor de idade. – ele me disse.

– Você também é! – falei, enquanto ele recomeçava a me arrastar até o carro dele.

– Bem observado! Mais um motivo para cairmos fora! – ele disse abrindo a porta do habbit para que eu entrasse.

A sirene estava cada vez mais perto e varias pessoas passavam correndo por nós. Jacob fechou a porta depois que eu me sentei e deu a volta e entrando dentro do carro e acelerando logo em seguida.

– Como você me achou? – perguntei ainda tentando manter meus pensamentos coerentes.

– Não tinha muitos lugares para procurar! – ele respondeu simplesmente sem desviar os olhos da estrada.

– Obrigada! – sussurrei fechando os olhos e deitando a cabeça no banco.

Jake parou o carro me fazendo abrir os olhos, ele se debruçou sobre mim e abriu o vidro do meu lado.

– Está se sentindo melhor? – ele me perguntou preocupado. Não havia nenhum tipo de acusação em seu tom de voz.

– Sim! – respondi admirada. Aquele tipo de atitude não era nada o que eu esperava. – Onde estamos? – perguntei.

– Vem!- ele disse abrindo a porta e saindo para a escuridão. O imitei.

O vento frio me fez estremecer. O barulho das ondas me mostrou a onde nós estávamos. Jake se aproximou de mim colocando seu casaco de couro em meus ombros.

– Porque você me trouxe aqui?- perguntei a ele.

– Não acho que você esteja pronta para encontrar sua tia! – ele respondeu. – Talvez a maresia lhe faça bem! – disse se afastando.

Caminhei ao seu lado sentindo meus pés descalços tocarem a areia. Onde tinha ido parar meus sapatos?

– Foi ela que te pediu pra ir atrás de mim? – perguntei.

– Não! – ele respondeu.

– Então porque Jake? Porque você se preocupa comigo?- perguntei o segurando pelo braço, fazendo com que ele parasse para me olhar.

Seus olhos passearam pelo meu rosto por um instante. – Eu não sei!- ele respondeu. – Mas eu me preocupo com você!

– Se preocupa comigo? Se preocupa tanto e não foi nem me buscar no hospital?- perguntei magoada.

– Quem disse que eu não fui? Só que você não estava mais lá! – ele respondeu.

– Mas eu esperei e...

– Eu tinha coisas pra fazer, ! Eu havia largado tudo para te acompanhar ao hospital! Meu pai não consegue fazer tudo sozinho, não sei se você percebeu, mas Billy...

– Tudo bem! Eu entendi! – falei o interrompendo.

Sorri aliviada, aquela sensação de abandono se dissipando do meu peito, junto com o efeito do álcool do meu cérebro.

– Pronta pra ir?- ele me perguntou tirando uma mexa do meu cabelo do meu rosto e colocando atrás da minha orelha.

Respirei fundo. – Sim!- respondi.

Jake me levou até a casa de Sue. Estava tudo escuro, parecia que todos estavam dormindo, mas eu tinha certeza que era só aparência, algo me dizia que minha tia estava esperando para me tirar o couro.

– Quer que eu entre com você?- Jacob perguntou como se lesse meus pensamentos.

– Não! – falei. Mas minha relutância não era por causa da bronca da minha tia e sim por deixar Jacob. Eu queria tanto seu beijo! Precisava tanto disso!

! – ele me chamou, fazendo com que eu criasse esperanças. Me virei para ele devagar. – Eu preciso te devolver isso!- ele me mostrou meu caderninho.

– O que isso está fazendo com você?- perguntei indignada.

– Ele estava no meio das suas roupas!- Jake respondeu.

– Você leu? Perguntei tirando de suas mãos. Praticamente arrancando. Ele não respondeu. Seu rosto parecia culpado. – Como você teve coragem?- praticamente gritei, as lágrimas correndo pelo meu rosto. – Eu Nunca, Nunca vou te perdoar! – falei saindo correndo do carro.

72 comentários:

Tuane Tagava disse...

amando a fic *-*

Grasi disse...

- Nossa que passado mais trágico, chorei, sério! =(
- Pensando em suicídio como ASSIM? o.O e deixar o Jake para trás? rs..
- Uuuui que beijoO fiquei até com calor.. Sou nada boba néh,rs ele me consolando sendo um amigo e eu me aproveitando da situação ADOROOO! rs
- Adorando a fic mais e mais! =D
Kiss kiss bye bye! sz

Kelly disse...

Amei
Continua Logo

Clau disse...

Eu sabia que era uma questão de tempo para que o Jake caisse na sedução da PP... Posta mais pq adoro suas Fics, acompanho todas desde Sol e Chuva e só me surpreendo com o desenrolar das histórias.

Karol disse...

EU ADOREI, essa fic e um MAXIMO. Esse capítulo ficou mara parabéns. Ansiosa para o próximo.

Bjos.

jully disse...

OMG mas q bj foi esse q me deu ate calor

BabySuh disse...

OMG! Esse cap foi demais. Lindo e emocionate. Chorei com a minha história, mas de quebra recebi um brinde de consolação. rararara! XD
Kisses da Baby

Layra Cristina disse...

Eu amei muito a fic. Comecei a ler hoje, mas já me encontou totalmente.
Eu sou muito doida mesmo nesse fic, mas o Jake vai me amar certo? Porque, pelo que eu já vi, eu to completamente apaixonada por ele.( quem não se apaixona? )
Nosso, que voltade de dar um soco na Bella. E menininha irritante. Não se enxerga mesmo. Eu até já imagino o que vai acontecer.
O ed vai querer ficar comigo. E eu, claro, vou ficar com o jake. Ai a Bella vem dizendo que ama o Jake.
Ahhh, fala serio. Essa menina é muit ******

Amei Ane. Está demais.
Parabéns por mais uma fic perfeita

viviblackcullen disse...

pqp!
que historia!"
tem razão da menina ser revoltada com a mãe!
e pútz!
Amante é foda!
e kk..
ese final foi perfeito!
bj

viviblackcullen disse...

pqp!
que historia!"
tem razão da menina ser revoltada com a mãe!
e pútz!
Amante é foda!
e kk..
ese final foi perfeito!
bj

Vick disse...

Essa fic tá maravilhosa! E o final, então? Deus, foi lindo *-* Eu quero o meu Jacob! :(

Continua, por favor. Beijos!

Cy disse...

Como vc tem coragem de acabar o cap. assim hein dona Ane??Quer me matar?? só pode!

Anônimo disse...

Aiiiiiiiii e agora??? O bixo vai pegar!!!!
Amo BG Ane. Capítulo mara, como sempre. beijuuuuuuuuu

Clau disse...

Depois de um beijo daqueles o Jacob faz de conta que nada aconteceu? Ele mereceu a "chifrada". Mas, por outro lado... sempre que a PP tenta fazer algo certo ela ferra. Ela nem queria beijar o James o fez para se livrar do mala sem alça, comparou o beijo com o maravilhoso beijo do Jacob e ele a pega no flagra. Coitadinha dá um tempo pra PP.

Anônimo disse...

a fIC TÁ ÓTIMAAA!!!
bEIJOO!!

Binhablack disse...

Adorei o capítulo!!!
Bjssss!!!!

Nannah Andrade disse...

Agora me fala... porque eu não optei pela joelhada ao inves do beijo? Ia ser mais fácil.... Jake ia ver e ficar feliz.... Porque eu não sou assim né? Até parece que minha rebeldia vai ser curada com um beijo do Jake.... será que vai?.... Hummmm acho que precisa de mais que só um beijinho, né.... Uhhhhhh perva eu não? Adorei o capitulo Ane... manda mais.... Bjo.

Arícia Aguiar disse...

Aleluiaaaaaa!
Att de BG IUPY!

Dinha ;* disse...

Ameeeeeeeeeeeeei o capitulo pefeito, que beijo foi esse?! chega fiquei hiperventilando aqui...! Ane posta logo please, necessito de mais bad girl!

Adriana MB. disse...

Amei, aha vá a PP num fez nada de mais, pior foi o Jake que alem de fingir que o beijo não aconteceu deixou ela na mata só, se ele tivese agarrado ela e jogado ela nos ombros dele e carregado ela pracasa nada disso tinha acontecido! >< Eu amo o Jake mas a culpa é dele, em parte é sim a outra é da PP , que é meio viradinha das ideias! Amando a fic posta mais flor!

Luh Dias disse...

ANEEEE.
Ok,eu caramba.
Não sei o que falar haha.
Tipo assim.O jake ia mesmo fazer como se nada tivesse acontecido?Ah que feio Black.
E meu deus.James URGH nojinhoooo haha.
Ai deus,ele viu o beijo.FUDEU.
Ane diva poste logo ok.
XOXO

Anônimo disse...

caramba nao demora mais não amo essa fic maravilhosaaaaa bju

Gabhy disse...

ahhhhhhhhhhhhh
que capitulo foi esse
afinal que fora foi esse q o Jake deu?
e que fim com gosto de quero mais foi esse?
cada vez vc se super ansiosa por mais

bjs

Jess disse...

ameeeeeei o cap. e o suspense no final. Bad girl é umas das fics que eu mais gosto de acompanhar. A PP é mt mt louca *.* kkkkkkkkk

BabySuh disse...

I'm a really really bad girl. Bad bad girl. rsrsrs
Amei. Flertei com o James e fui apanhada no flagra pelo Jake. mimimi
Acho que rpeferia ter perdido na mata. Seria mais fantasioso ser salva pelo Jake. rsrsrsrs
#sonhalato
Não demora a postar.
Kisses da Baby

Binhablack disse...

Adoreeeei o capítulo!!
Bjssss!!!!

Deh! disse...

Caraca! E agora? Eu morri? óh céus quem irá me salvar?
Quemmmmmmmmmmmmm???????? KKKK... mais mais mais...

Clau disse...

Morrer afogada não faz muito o estilo da PP... bem que o Jake podia aparecer para me salvar, não é?

julia disse...

nossaaa cada vez melhor por favor nao pare de postar e se possivel rapido kkk boa demais essa fic perfeita vc é a melhor !!! bju

Grasi disse...

Capítulo 8
- Ahhhhh, é impressão minha ou o Jake ficou com ciumes do idiota do James?
- Porque eu tenho a leve impressão que vou me meter em um problema "daqueles" por conta do James?
Capítulo 9
- Sim sim siiiim, o Jake não gostou nada nada de ver a PP com aquele tapado..
- E meu G-zuuuis que qui foi aquilo na barraca de peixe?? J.B não me provoca desse jeito menino, as consequências de suas ações podem ser maiores do que você imagina!
- Sacanagem da parte dele em me deixar ali sozinha.. Só eu que trabalho?? e elle? (apesar que é ele que pega os peixes, mais isso não vem ao caso)
- Huum, pelo jeito a PP e o Chefe Billy vão se dar muito bem néah?
- A pressão caiu, ela desmaiou e vai morrer afogada? O.O Cuma assim? agora que o totoso do Black começou a provoca-lá?
Tipo assim, eu ACHO que será ele quem vai me salvar, será que vai ter respiração boca-a-boca? *-* [/suahsuh..
- Adorei os capitulos e desculpa a demooora! C;
Kiss kiss bye bye! sz

viviblackcullen disse...

PQP! Adoro essa fic!
Desmaiarfora do mar ja é ruim..mas dentro... PQP!
Amei o cap...bjs

Luh Dias disse...

PQP
Ane,linda do meu s2.
Tu é muito diva,e muito do mal hein.
Jake um idiota que não me pega de jeito.
E ainda por cima trabalhar em um lugar desses?
Me mata.CREDOO
Desmaiar é ruim.Agora desmaiar e cair no mar é bem pior.
Quem será que vai me resgatar hein?
To louquinha pra saber
XOXO

Adriana MB. disse...

Meninas como vc termina um capitulo assim!
Que capitulo perfeito, Jake com crise de ciumes do JAMES!
E essa cena toda na barraca de peixe, toda essa provocação!
E como assim a PP, cai na agua e vc termina o capitulo, espero que o JAKE TUDO DE BOM BLACK , que me salve! Muito bom flor, posta, posta , posta!

Nannah Andrade disse...

OMG como eu queria uma encoxada dessa..... aiaiaiaiaiaiaiaiaiai.....

Ta vendo,.... é por isso que eu não gosto de água.... viu e agora, quem vai vir me salvar! Acho que nem Chapolin Colorado sabe que eu cai ali.... Alguém ai pode chamar o JAke?

Demora a postar não Ane... Amei esse capitulo. Bjo

Unknown disse...

Super anciosa pela continuação ^^

Jess disse...

Adoro essa fic :)

BabySuh disse...

Como eu adoro essa fic. Karaka!
Jake é quase impenetrável. Cara, pq resistir tanto? Sei que eu mereço aprender, mas magoa! mimimi
OMG! Eu desmaei. Quem mandou não comer? doida!
Jake, me salva seu tesudo! rsrsrs
Kisses da Baby

Karla Victoria disse...

E é nessa hora que o Jake vem me ajudar *-*

Continua, por favor! AMO sua fic!!!

Binhablack disse...

Ain Jake me salvou e parecia estar tão preocupado.
Mas ninguém se quer apareceu para me buscar no hospital, se não fosse por Edward ainda estaria lá.
Depois não querem que me revolte. Eles nem se preocuparam depois de ter quase batido as botas. Isso foi sinistro e muito triste.
Amandooooo, bjsss!!!

Clau disse...

Nossa, fiquei deprê... ninguém foi me buscar no hospital?! Tô tristinha, tá certo que sou mal educada, mas depois desse abandono tá mais que explicado o meu mal humor.
Espero que tenham uma boa explicação pra isso.
E esse súbito interesse do Ed... isso pode dar pano pra manga e deixar o Jake mais ciumento.
Quem sabe agora com o James chegando a familia Cleawater se dá conta que eu preciso de atenção e carinho.

Luh Dias disse...

WOOOOOW
JAKE ME SALVOU *--*
Até ai tudo bem.
Mas ninguém ir me buscar no hospital?
Caramba, magoou lá no fundo viu.
É,Edward tá no papo haha.
Bom,acho que seria muito bom fazer um charminho pro Jake sabe,e ficar um pouco sem falar com ele.
Começando pelo James *--*
Então,vou ou não sair com o James?
Louca pra saber
Poste logo diva
XOXO

Nannah Andrade disse...

Ai gente Jake me salvando hein?... Alguém ai além de mim percebeu um certo desespero dele? E o Ed?.... eu dei uma mexida nele.... coisa boa pra Bella sem sal....

Gente fiquei magoada... como assim me abandonam no hospital? Tudo bem, eu sou problemática de vez em sempre, mas que foi maldade ninguém me buscar isso foi! Ah e tia Sue também é mto má comigo.... :(

Adorei o capitulo!

Karla Victoria disse...

Deve ter acontecido algo sério para não terem ido me buscar...

Continua logo, por favor! Sua fic é tão bom e esperada =)

viviblackcullwn disse...

Ow!
Vou começar a ser disputada?
e serio que o sem noção do James cumpriu mesmo com a palavra dele!
to vendo uma pessoa com ciumes ai!
kkk
e putz!ser salva pelo jake é bom! mas ser deixada no hospital é foda!
bj

BabySuh disse...

Isso está esquentando. Edward na parada. nham nham! rsrsrs
Jake todo preocupadinho...onde isso irá levar?
OMG! James me esperando. Tensooo? Isso vai dar m**da.
Amando a fic.
Kisses da Baby

Anônimo disse...

nossa adorei essa fic. muito boa adoro 3 treis homens lindo querendo minha atenção adorei vou ficar esperando por mais. Beijos vanu

Kelly disse...

Amando a Fic,muito emocionante.
Continua logo.
Bjs!

Karla Victoria disse...

Continua, por favor, tô ansiosa *_*

Anônimo disse...

ANE CADE VC ??????????????

Vick disse...

Ah, não vai continuar, não? Poxa, a fic tá tão boa! Continua, por favor *-*

Bjs.

Vick disse...

Continua, por favor *--*

Clau disse...

Nossa... tive que voltar 3 capítulos para lembrar o que tava acontecendo, mas valeu a pena.
O Jacob vai deixar a PP doidinha até que ele resolva se envolver. Talvez ele esteja esperando que ela fique um pouco centrada, mais agradável e menos encrenqueira pra se envolver com ela.
Aguardando mais capítulos.

Jessica F. disse...

Poxa, senti tanta saudade da fic çç Só consigo pensar que ela fica cada vez mehor. Eu amo o jeito de ser do jake em Bad girl, apesar de que me maaaata por dentro tanta indiferença da parte dele. kkkkkkkkkk Att sempre, pleeease:*

Adriana MB. disse...

Ane você vai me matar esses dias duas ATT, S&C2 e agora Bad girl, amei! Tava com tanta saudade das fics. Caramba que PP mais maluquinha, mal sai de um hospital já vai pra uma balada, tudo pra querer maltratar o Jake, mas como sempre Jake vem ao seu socorroe semprer faz a PP ficar cheia de esperanças e pra depois jogar um balde de água fria, e esse caderninho ein?! Só quero ver o quye vai acontecer, amei tudo Ane!

Binhablack disse...

Uau, sabia que a PP iria se revoltar com o abandono e cair na noite, mas se não fosse pelo Jake acho que essa balada não teria um final feliz. Tsc, tsc...não mesmo!!
Agora o Jacob todo preocupado foi tão lindo, é uma pena que ele estragou tudo com a leitura do caderninho, né?!
Vai começar tudo de novo.
Adorandooooooo, bjsssss!!!!

Unknown disse...

AAAAAAAAAAAAAAAHHHHH! Que saudades da suas fics, Ane, e dessa tb!!!!
Adorei saber q o Jake se preocupa comigo...que tensaa a saida com o James, apesar de ele parecer perigoso eu curto ele. Acho que ele ainda vai se mostrar...de alguma forma..boa ou má...
O que tinha naquele caderninho? aposto que meus pensamentos mais profundos! ADoooorooo
Quero mais.
Kisses da Baby

Luh Dias disse...

OMG...

Pirei com esse capítulo man.
Boate, dança, bebida e pessoas sendo mortas.
Jake aparecendo e salvando.
Ain...foi meio louco, mas bem a cara da PP em certo momento hehe.

Oh gosh...Agora a coisa ficou séria.
Jake está em mal lençóis hein.Mas quem mandou ser tão curioso?

Bom, é isso.
Amando a fic...e poste mais please.
XOXO

Nannah Andrade disse...

Que capitulo fodástico hein??? Sabia que James era sinônimo de cofusão... mas Jake herói estava lá mais uma vez... aiaiaiaiaiai

Mas hein, eu aqui bem achando que ele ia dar uma bitoquinha... mas tb que merda ele tinha que fazer lendo o bendito caderninho... affff... toamra que ele use o que leu lá pra se aproximar, né??? Tipo pra pedir perdão porque a coisa ta feia pro lado dele....

Amei o capitulo, eu estava MORRENDO de saudades de Bad Girl.... e Ane, please coloca um rastreador nesse pen drive pra ele não sumir de novo, ok?? kkkkkk... Bjos flor.

Nannah Andrade disse...

Que capitulo fodástico hein??? Sabia que James era sinônimo de cofusão... mas Jake herói estava lá mais uma vez... aiaiaiaiaiai

Mas hein, eu aqui bem achando que ele ia dar uma bitoquinha... mas tb que merda ele tinha que fazer lendo o bendito caderninho... affff... toamra que ele use o que leu lá pra se aproximar, né??? Tipo pra pedir perdão porque a coisa ta feia pro lado dele....

Amei o capitulo, eu estava MORRENDO de saudades de Bad Girl.... e Ane, please coloca um rastreador nesse pen drive pra ele não sumir de novo, ok?? kkkkkk... Bjos flor.

Nat disse...

Apesar da personagem não ter porcaria nenhuma a ver comigo, a afanfic esta excelente, muito louca... Não costumo ler fanfics de Crepusculo, pois as historias nunca são boas, mas este blog esta arrebentando, nunca li historias tão boas :D
Continuem aiii, quero ver a continuação ^^

Kelly disse...

Graças a Deus, que vc continuou pensei que tinha esquecido.
Amei o Capítulo, não demora pra postar, por favor.
Beijos!

Vick disse...

Obaaaaaaaaa! Vc continuou *-*

Posta mais, por favor!

Bjs.

Vick disse...

Obaaaaaaaaa! Vc continuou *-*

Posta mais, por favor!

Bjs.

bia batista disse...

caraca fui muito burra de naum ter continuado a ler sua fic agora ainda mais por naum poder ler fic nem uma por naum ter mandado convite no twilight fanfics interativas alguem pode me ajudar??????? :(

Thay disse...

caraca mew..oh continua a fic tá d++

Vivi Blackcullen disse...

AHHHHHHHHH! Num acredito que ele foi buscar a pp na festa! e putz! o que sera que tem no caderninho pra deixa-la tão zangada! louca pelo proximo!
bj

Paulinha disse...

To adorando a fic!!!! Que vida em! essa eu não desejo nem pros meus inimigos (não que eu tenha algum mas...)!!! O Jake é o Jake né! Cara foda!!! Eu amo de mais!!!
Posta mais! E não demora muito please!!!!

Hellen Jaqueline disse...

NÃO ABANDONA A FANFIC PLEASE O.O

Mari disse...

serio, eu gostei da fic é Legal, mas ñ me imaginei sendo essa personagem pq ela muito RBD E SAFADINHA né? as vezes até BIPOLAR acho que ela tem que se tratar kkkkkkk........apesar de me divertir com quando ela ficava irritada misturando piadas com linguajar improprio mas tá bom eu quero + capitulos. GENTE< MUDE o JEITO DESSA GIRL PARA ELA Ñ FAZER O NOSSO JAKE SOFRER TANTO ELE Ñ merece TADINHO... bJOS

Mari disse...

cara, essa garota é sem noção mesmo! se brincar ELA PEGARIA ATÉ O SR. MADRUGA rsrsrs....ei! um recadinho: SE toca me filha o jake te ama mas tu já tá abusando ok? qual é? sai pegando geral, entra em roubadas e acha que ele sempre vai ter peninha e bancar o sup.heroi? ah! quando se cansar vai te dar um chute na b....queridinha kkkkkkk ai ai

Mari disse...

GENTE! pela ultima postagem confirmo que essa Girl é peturbada mesmo, vei kkkkkk onde já se viu ficar com raiva do jake depois de tudo que ele fez por ela, anem... ta pensando o quê? pirou de vez..

Unknown disse...

Então flor,eu comecei a ler essa fic hoje,como não poderia deixar de ser me encantei por ela,acho que a única coisa que a PP precisa é de muito amor,carinho e compreensão!!!Jacob é um lindo sempre disposto a salvá-la!!To super curiosa pra saber o que tanto tem escrito nesse caderninho!!Beijinhos flor e espero sinceramente que a fic saia do hiatus,necessitamos de boas fics para sonharmos!!!