terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sol e Chuva PARTE I

Sol E Chuva 2















Jacob era apenas uma pessoa eternamente feliz e carregava essa felicidade como uma aura, dividindo-a com quem quer que estivesse por perto. Como um sol na Terra, Jacob sempre aquecia quem estava em seu campo gravitacional. Era natural, fazia parte de sua personalidade.
(Lua Nova, pág. 125)





Capítulo 1 - Doença



Eu morava com minha mãe Lilian no Brasil, apesar de ter nascido em Forks, cidade de Washington, EUA. Vivi em La Push, uma reserva indígena, com meus pais até os 8 anos, quando eles se separaram. Meu pai, John ficou, já que ele é uma das autoridades, e eu e minha mãe viemos morar com a família dela no Brasil, em Porto Alegre. Então, sou praticamente uma gaúcha já que moro aqui há nove anos.

Apesar que meu sonho era voltar a morar com meu pai. Não porque eu não ame minha mãe, amo demais e esse é o motivo de eu nunca ter verbalizado os meus desejos. Na verdade, o motivo maior de eu ter essa grande vontade não tem o mesmo sobrenome que eu, Raindrop, e sim Black. Eu sou apaixonada pelo garoto Black desde que nasci. Jacob Black... Jake.

Minha mãe diz que a primeira palavra que falei foi Jake. Então imagine a vergonha, já que meus pais insistiam em relembrar essa história sempre que nossas famílias se reuniam, sempre me deixando corada. Não sei por que os pais acham bonitinho relembrar as histórias constrangedoras das nossas vidas. Jacob sempre ria nessas horas e segurava minha mão me confortando. Mesmo sendo tão criança eu me derretia toda. E mais risadas os adultos soltavam, me deixando mais vermelha ainda.

Fazem nove anos que eu não via Jacob, a última lembrança dele que tenho foi ele correndo atrás do carro, em que eu estava sendo levada embora a força pela minha mãe. Eu chorava desesperada por deixar o amor da minha vida pra trás. Mas nada disso fez minha mãe mudar de ideia. Qual adulto dá bola para uma paixonite de criança? “Vai passar. Você vai esquecer logo.” Ela me dizia enquanto eu me desmanchava em lágrimas. 

Nove anos se passaram e eu não esqueci.


Nunca mais voltei para os EUA, apesar de falar com meu pai toda a semana pelo telefone. Passagens aéreas são caras, e nenhum dos dois tem dinheiro suficiente para isso.

Nunca mais vi Jacob.

Às vezes tenho noticias dele pelo meu pai, mas são poucas, já que não tenho coragem de perguntar por ele. Tenho que esperar que meu pai fale por vontade própria. Ele quase nunca fala. Inferno!

Talvez eu nunca mais tenha uma chance... Trinquei os dentes!


Coloquei os fones nos ouvidos e me atirei em cima das cobertas amarrotadas da minha cama, passando os olhos pelas marcas de antigas infiltrações do teto.

Estou morrendo...

Tá posso estar exagerando, mas fazem 30 dias que tenho febre de 40 graus que não baixa, desde o dia do meu aniversário de 17 anos. Já fiz todos os exames, aproveitando que meu novo padrasto é médico, mas não descobriram qual é meu problema.

Eu não sinto nada, a não ser meu humor que não anda lá muito bom, estou um pouco estourada, mas fora isso estou me sentindo bem. 

Bem demais inclusive.

! !- os berros de minha mãe me tiraram dos meus devaneios.

– Que é?- berrei de volta, já sentindo a minha irritação diária tomar conta. Pra que toda essa gritaria. – Que é, mãe?

, arrume já as suas malas! - minha mãe entrou como um furacão pelo meu quarto, fazendo com que me levantasse em um salto.

–Por quê? – perguntei espantada pelo jeito nervoso que ela abria as portas do meu armário e tirava minhas roupas de dentro. –Pra onde eu vou?

Ela parou e segurando meus ombros com o rosto todo molhado de lágrimas, seus olhos estavam vermelhos e injetados, assim como seu nariz que fungava. Nunca tinha visto minha mãe daquele jeito!


– Você vai morar com seu pai! - falou soluçando.

– O que?- não sabia se ria ou se chorava. Na minha cabeça confusos pensamentos iam de Jacob para meu pai, Brasil, minha mãe, Jacob, doença, meus amigos, Jacob...- Porque agora?- perguntei confusa. 


"Jacob"...

"Doença"...

Meus olhos se arregalaram. Era isso...

Mas que bosta! 

Só podia! Eu estava morrendo de alguma doença tropical e ela queria que eu passasse meus últimos dias com meu pai.

- É por causa da minha doença?- perguntei num fio de voz.

Encolhi os ombros esperando a resposta.

– Você não está doente!- ela afirmou relaxando o corpo. Um tom seco na voz. – Acabei de falar com seu pai, ele disse que isso é... normal para uma criança Quileute.


"O que? Que porra é essa?"

O jeito que ela disse normal me deixando desconfiada.


 – Mas eu nem sou uma Quileute!- disse relutante. "Sou?" -Meu pai é, mas eu não. Eu puxei a senhora a Sra. - disse.

Eu não tinha nenhuma característica do meu pai. Eu era a cópia exata da minha mãe. Olhos azuis, pele branca demais pro meu gosto e cabelos castanhos.

– Você tem sangue do seu pai, mais do que imaginávamos, inclusive.

Eu não estava entendendo nada. Ela estava agindo tão estranha. Parecida com o dia que deixamos La Push as pressas.

–Mas mãe...

–Vamos, , não temos tempo a perder. Seu pai te explica melhor quando você chegar lá. Seus documentos estão prontos, e seu avião sai em duas horas.


Como assim! A mulher enlouqueceu de vez!

– O que? Mas mãe e o colégio?

– Seu pai já está tratando de sua transferência. Vamos , vá tomar um banho e trocar de roupa.

Ok, era tudo uma loucura, mas... não conseguia acreditar, eu ia ver Jacob! 



oOo

Meu coração parecia que ia explodir dentro do peito. Eu praticamente quicava na poltrona do avião e voava pelos aeroportos em cada escala que tinha que fazer.


Porto Alegre– Guarulhos

Guarulhos– Chicago

Chicago– Seattle 

Seattle – Port Angeles. 

Na última escala, eu estava exausta foram mais de 24 horas entre aviões e aeroportos.

Quando cheguei ao pequeno aeroporto de Port Angeles, meu sorriso parecia que não iria caber no meu rosto. Peguei minhas malas que estranhamente  não estavam tão pesadas assim, 
apesar de serem grandes, e coloquei em um carrinho de bagagens. 

Na saída do portão de desembarque avistei meu pai, ele estava mais envelhecido do que me lembrava, mas continuava charmoso como sempre. Quando me viu sorriu mais, mostrando as rugas que já marcavam seu rosto.

– Little ! (Pequena !) - ele gritou e eu não pude deixar de sorrir. Apesar de não ver meu pai há tanto tempo, o amor que sentia por ele era enorme. Nós sempre trocávamos fotos e cartas. Tentei por um tempo incentivá-lo a trocarmos e–mails, mas sua aversão a informática não acabou com meus planos.

–Do not call me that, daddy! only, please! (Não me chame assim, pai! Somente , por favor!)– exclamei sem conter o enorme sorriso que se abriu em meu rosto. E o abracei.

(A partir de agora imaginem todos os diálogos em inglês.)

John soltou uma gargalhada e girou me colocando de frente a um homem alto, ainda jovem. – Você se lembra de Sam? – ele perguntou apontando ao rapaz. Eu estreitei os olhos, me concentrando pra tentar me lembrar daquele nome.

–Sam?- repeti, forçando meu cérebro a trabalhar.

–Ela não deve se lembrar, John, já faz muito tempo e ela era muito pequena. Tudo bem, ? Como foi a viagem?- ele disse me estendendo a mão.

– Tranquila! - respondi sorrindo. Ele era bem simpático, apesar de aparentar ser sério e dar um pouquinho de medo. Sua mão bronzeada cobria toda a minha, mas, estranhamente, não sentia sua pele fria, como as das outras pessoas me pareciam por causa da minha alta temperatura.

– Talvez você se lembre de alguns dos garotos de sua idade!- Sam disse se virando e me fazendo notar pela primeira vez um garoto também muito alto e muito sorridente atrás dele. Por um instante minhas pernas tremeram, e meu coração acelerou. Mas quando eu vi o sorriso do garoto percebi que não era Jacob, mas mesmo assim ele era muito bonito. – Esse é Embry! Recorda dele?

– Embry Call! – o garoto me disse pegando a minha mão e dando um beijo. – Ao seu dispor!

Sam rolou os olhos e eu não pude deixar de rir.

– Obrigado, Embry!- eu respondi educadamente e ele piscou pra mim.

– Vamos?”- John perguntou lançando um olhar gelado para Embry e me puxando para seus braços.

“–Se comporte!”- ouvi Sam falar rispidamente para Embry enquanto nos encaminhávamos para o estacionamento.

Eu olhava a paisagem que passava correndo pela janela do carro, tentando me concentrar em não demonstrar a ansiedade que crescia dentro de mim.

“– Muito cansada, minha filha?”- meu pai perguntou desviando os olhos da estrada. Sam e Embry estavam sentados na caçamba da velha caminhonete de John.

“–Não muito, pai!”- menti. Eu estava exausta. Mas sabia que a ansiedade não me deixaria dormir tão cedo.

“–Bom, dá tempo pra você descansar um pouco antes da festa!”

“–Festa!”- exclamei. Claro que meu pai não sabia que eu não gostava de ser o centro das atenções.

“–Sim, muitas pessoas querem rever você. Matar a saudade, coisas assim!”

Minha respiração entrecortou, será que Jacob seria uma dessas pessoas que estavam com saudades minha?

“– Eu não me lembro de muita gente, pai.” – disse voltando a admirar a paisagem. As primeiras casas de Forks já apareciam.

“–De quem você se lembra?”

Rá, ele chegou onde eu queria. Mas eu não podia falar de Jacob assim de cara tinha que enrolar um pouquinho. – “Me lembro das gêmeas Black.”- falei o mais distraidamente possível, não era exatamente delas que me lembrava mais.

“– Ah! Rachel e Rebecca! Mas elas não moram mais em La Push.”

“– Não moram mais?”- não consegui disfarçar o interesse a tempo. Será que Jacob também não morava mais lá?

“– Não, Rebecca se casou e mora no Havaí e Rachel está na faculdade e quase não vem pra casa de Billy! Mas estranho você se lembrar delas, já que elas eram mais velhas que você. Achei que você se lembrava mais de Jacob!”- John disse me encarando com um olhar estranho.

“– É também me lembro.”- falei voltando a olhar para fora. Como se não desse importância, mas por dentro estava morrendo de curiosidade.

“– Era mais natural você se lembrar de Jake, já que vocês não se desgrudavam quando pequenos.”

“– Eu me lembro dele, sim! Como ele está?”- perguntei sem encará–lo tentando o máximo manter minha máscara de indiferença. Mas só o nome de Jacob, já fazia meu coração se acelerar.

“–Ele está bem. Acho que ele vem na festa.” - fechei meus olhos para conter a emoção que eu sentia. Agora que eu não conseguiria descansar mesmo.

Fizemos o retorno e entramos na estrada que levava a La Push, logo pude ouvir o barulho das ondas e olhei para o outro lado vendo as árvores que costeavam a floresta.

“– Continua tão lindo como eu me lembrava.” – suspirei. Meu pai sorriu.

“– Que bom que você está de volta.”- ele disse passando a mão no meu cabelo.

Mais alguns poucos minutos e meu pai parou em frente a uma das pequenas casas de La Push. Mas ele tinha encostado a caminhonete barulhenta e Embry e Sam já haviam saltado de caçamba.

“– Chegamos!”- gritou Embry parando ao meu lado, com seu sorriso cheio de dentes. Tentei parecer simpática e sorri também, descendo com um salto e passando pela porta do carro que ele segurava pra mim.. Olhei em volta e respirei fundo. Os cheiros da maresia misturados com o da floresta me trouxeram as lembranças de minha infância feliz de volta.

“– Toma Embry, tente ser útil.”- disse Sam com a cara fechada entregando algumas das minhas malas pra ele.

“– Deixe as malas pesadas para os homens fortes, !”- Embry disse piscando pra mim, quando me viu pegando uma das mochilas.

“– Por isso que é sempre bom ter homens fortes por perto.” – respondi tentando entrar na brincadeira.

"– Se você quiser, eu posso sempre ficar por perto."- ele falou baixo perto do meu ouvido, Isso me surpreendeu.

Não acredito que esse cara lindo está dando em cima de mim.- Pensei.

“– Vamos logo, Don Juan!”-John disse emburrado segurando a porta para que nós entrássemos.- “, você se lembra do seu quarto?”- ele me perguntou sorrindo.

“– Sim, pai!”- respondi já correndo escada acima.

A casa de John, que agora seria a minha casa, era uma das poucas que tinha dois pisos. Era simples, pintada de branco. Sala cozinha e área no andar de baixo. Dois quartos e banheiro no andar de cima. Meu quarto continuava como eu me lembrava. Uma cama de solteiro, um armário pequeno, uma escrivaninha e uma estante que antes guardava meus brinquedos e agora serviria para colocar meus livros.

Embry subiu atrás de mim com a minha bagagem, e largou as malas no chão ao lado da porta enquanto eu admirava meu antigo quarto.

“– Cansada?”- ele perguntou perto demais.

“– Um pouco.”- respondi, dando um passo pra frente, para aumentar o espaço entre nós.

“– Você ainda tem um tempo para descansar antes da festa!”- ele disse sorrindo.

Virei-me para encarar os seus lindos olhos castanhos. “– Não sei se vou conseguir dormir.”

“– Quer que eu fique com você?”- ele disse sedutoramente.

Tentei segurar o riso, quando vi meu pai na porta com cara de bravo.

“– Não, Embry. Ela tem que descansar!”- meu pai disse num tom ríspido.

“– Ok, Sr Raindrop.” – Embry disse ao girar nos calcanhares e se dirigir para porta, mas antes de sair completou olhando pra mim.-“Nos vemos mais tarde, !”- e piscou um olho.

Meu pai ainda me encarou serio, mas não conseguiu segurar o riso.

“– Vê se descansa, baixinha!”- ele disse antes de fechar a porta.

Atirei-me na cama, não podia me deixar levar pelo súbito interesse de Embry. Meu coração já tinha dono, e ainda mais agora que ele estava tão perto.



Capítulo 2



Eu estava há mais de meia hora parada, enrolada em uma toalha olhando para minhas malas abertas. O que eu vou vestir? Eu não poderia colocar nada muito chique, afinal era só uma reunião com o pessoal da aldeia na casa de John. Olhei novamente para as roupas jogadas pela cama. Mas ele estaria nela e eu queria que ele me notasse. Mas e se ele não gostasse de mim? Afinal a última vez que ele me viu eu ainda era uma criança! Toda a minha insegurança veio a tona novamente. Me virei para olhar no espelho. Eu não era feia, mas deveria ter muitas garotas mais bonitas que eu em La Push,até me Forks.

Uma batida na porta me tirou dos meus devaneios.

filha, tá todo mundo esperando!- meu pai disse do outro lado da porta.

Todo mundo! - Gelei!- Já estou quase pronta!- menti.

–Ok! – John respondeu e eu pude ouvi–lo descer as escadas.

Bom, eu não tinha mais tempo, e eu tinha que apostar todas as fichas. Peguei um corselet preto com botões na frente, que ajudavam a dar uma melhorada no corpo e coloquei uma calça jeans justa, uma bota sem salto. Passei lápis e rímel. Já o cabelo não tinha o que fazer. Escova, adeus você, pensei olhando pra fora e constatando que a chuva tinha parado, mas a umidade era visível em La Push. Teria que assumir os cachos de vez.

Respirei fundo e abri aporta do quarto.

–Olá!- uma senhora de traços duros, mas muito sorridente veio me cumprimentar no final da escada.- Não sei se você se lembra de mim, , sou Sue Clearwater .- ela me disse estendendo a mão e segurando a minha.

Cerrei os olhos tentando fazer força pra me lembrar, o nome não me era estranho, mas nada mais vinha na minha cabeça.- Talvez você se lembre mais dos meus filhos.- ela completou quando viu que eu não me recordava.- Seth é uns dois anos mais novo que você, e Leah é um pouco mais velha.

– Acho que deles em me lembro um pouco. –menti tentando ser educada. Ela sorriu em resposta.

– Eles estão por ai.- Sue falou fazendo um movimento circular com a mão.

– Oi!- uma moça risonha se aproximou. Ela seria linda se não tivesse a metade do rosto marcado por três cicatrizes que desciam até seu braço.

essa é Emily, minha noiva.- Sam, que estava atrás dela falou.

– Olá, Emily!- respondi.

–Mas olha só que menina linda, você tornou!- um homem risonho em uma cadeira de rodas se aproximou de nós. Esse eu não tinha como não reconhecer, o mesmo sorriso.

– Tio Billy!- respondi, não controlando o impulso de abraçá-lo.

– Mas não é que a garotinha se lembra de mim!- ele disse rindo. Eu ria também, ter Billy tão perto queria dizer que Jacob também estaria, fazia meu sonho se tornar mais real.

– Finalmente! Achei que teria que mandar um dos garotos te arrancarem daquele quarto a força! – meu pai, pouco exagerado, me fazendo ficar com vergonha.

–Não demorei tanto assim, pai!

– Sim, mas Embry não parava de perguntar por você de cinco em cinco minutos!

Vi Embry, atrás de John, sorrir envergonhado. Ainda bem que não era só eu que estava encabulada. Na verdade toda aquela atenção me deixava sem jeito.

– Valeu, John!- Embry disse irônico.

– Ué! Não é verdade?- E se virando pra Billy, John completou. - Viu como minha filha está linda, Black?

– Pai! – reclamei, eu já não estava vermelha o suficiente? Tá certo que pais sempre acham os filhos bonitos, mas não precisam ficar falando.

– Muito bonita!Ainda bem que ela puxou a mãe, John!- Billy respondeu fazendo todos rirem.

Depois de mais algumas apresentações, ou reapresentações, eu já não agüentava mais de ansiedade.

– Bom,agora vou te deixar com os meninos.- meu pai me disse praticamente me empurrando pra cima de Embry, e girando nos calcanhares foi ao encontro da mesa onde os anciões estavam.

– Oi!- Embry disse sorrindo.

– Oi! – respondi, ainda tentando não dar na vista que estava procurando por ele.

–Você está muito bonita!

– Obrigada Embry!

– Vem,vou te apresentar os garotos!- ele disse pegando minha mão e começando a me puxar na direção oposta da casa.

Meu coração acelerou, minhas pernas travaram. Garotos!

Ele deve ter percebido minha relutância, porque parou de tentar me mover e se aproximou mais, falando no meu ouvido.

– Calma, eu não vou deixar nenhum deles ser mal com você. - ele sussurrou no meu ouvido, passando a mão pela minha cintura, e depois rindo.

Se eu estivesse com plenas capacidades mentais eu acharia que esse Embry estava meio saidinho. Não porque ele não fosse bonito, nem... como direi... bem apessoado de corpo (leia–se gostoso), e nem o fato dele andar praticamente semi– nu, com todo aquele peitoral definido a mostra, mas em dias normais eu teria tentado uma saída estratégica pela esquerda. Mas naquele instante, era melhor ter alguém por perto quando eu visse Jacob depois de tanto tempo. Ou era capaz de eu fazer algo constrangedor, como desmaiar por exemplo. Embry me trazia pra realidade.

– Vamos. –ele repetiu e eu apenas assenti.

Praticamente deixei que ele me carregasse até onde os garotos estavam reunidos em volta da fogueira, perto da mesa onde Emily e Sue não paravam de colocar mais e mais comida.

Eles eram quatro e mais Sam que já havia se juntado com eles. Passei os olhos pelos seus rostos, varias e varias vezes, mas nenhum deles era ele.

, esses são Quil, Paul, Jared e Seth. – Sam apresentou.

– Pessoal, essa é a .

– Olá!- falei timidamente ainda me apoiando na enorme mão de Embry.

– Olá, !- eles disseram em coro. O que me fez rir, já que eles eram tão iguais. O que havia de errado com esses garotos Quileutes? Eles eram enormes, todos eles usavam o mesmo corte de cabelo curto. E todos eles andavam sem camisa, exibindo seus músculos. Não que isso me incomodasse.

– Mas como a brasileirinha ficou hot. – o que me parecia ser Paul, disse.

Senti Embry enrijecer ao meu lado me puxando pra trás dele, como se me protegesse.

Eu apenas ri, tentando ser simpática, mas não tinha gostado muito do tom dele.

– Obrigada!- respondi meio seca.

– Se comporte!- Sam praticamente rosnou as palavras para Paul, que acabou dando um passo pra trás. – Desculpe por isso, ! Prometo que eles vão se comportar!

– Tudo bem Sam! Não tem problema!- disse sorrindo para quebrar o clima.

Embry se sentou em um tronco e fez sinal pra que eu sentasse ao seu lado, ficando entre ele e Jared que nem tinha percebido a nossa aproximação, já que estava todo derretido conversando com uma garota.

–Caham!- Embry limpou a garganta tentando acabar com a melação dos dois, o que me fez rir.

– Ah! essa é Kim, minha namorada!- Jared apresentou a garota ao seu lado, se derretendo na palavra namorada.

– Olá, Kim!- tentei ser mais simpática possível, era bom ter amizade com uma garota no meio de tanta testosterona.

– Olá! – ela respondeu também simpática, mas logo voltando suas atenções para Jared novamente.

– Então, ...- Seth chamou minha atenção se sentando no chão à nossa frente. – Como é o Brasil?- Seth era visivelmente mais novo que o restante do grupo.

– Bom, – comecei e os outros se viraram me dando atenção.- é bem diferente daqui. Eu morava no sul do Brasil. As pessoas que moram lá são conhecidas como gaúchas.

– Você fala bem inglês, achei que você só falaria em espanhol!

– É português seu burro. – Quil ralhou com Seth, lhe dando um tapa na cabeça.- Não é ?

– Sim, é. – falei rindo.- Como eu nasci aqui, minha mãe sempre fez questão de falar inglês comigo. Assim não perderia o costume.

– E lá tem muita floresta?- Paul perguntou.

– Na verdade o Brasil tem bastante florestas, mas onde eu morava, apesar de ser uma cidade bem arborizada, não tinha florestas, era bem urbano. Não tão urbano como no sudeste dos Brasil, mas é uma cidade bem grande.

– Tipo Port Angeles?- Embry perguntou.

– Mais pra Seatlle, acredito.- um Own! de surpresa generalizado dos garotos me fez rir. – O que, vocês achavam que nós vivíamos feito Tarzan?- todos eles riram, inclusive Sam que até aquele momento só observava.

– E o que vocês comem por lá?- Seth parecia o mais interessado sobre a cultura gaúcha.

– Bom, a comida mais consumida pelo gaucho é churrasco.

– Churrasco?- ele pareceu não aprovar.

– Não é o churrasco americano, com hambúrguers e salsichas, lá churrasco vai praticamente uma vaca inteira, ou uma ovelha, a carne é assada em espetos grandes que ficam acima do fogo. Normalmente em churrasqueiras de tijolos ou mesmo em fogueiras no chão.

Então eles começaram a discutir sobre quem comeria uma vaca inteira em menor tempo, o que me fazia rir,cada vez que eles se gabavam de quanta comida cabia mais dentro de quem. Era incrível como aqueles garotos apesar de enormes, não passavam disso, de garotos. E eu me sentia bem perto deles. Mas de vez em quando meus olhos vagavam em volta, e eu tentava engolir o bolo que se formava na minha garganta. Ele não veio.

– Acho que Jacob não vem hoje. – Embry disse baixinho ao meu ouvido.

– O que?- disse espantada. Como ele sabia que eu procurava Jacob?

– Sabe, ele está com alguns problemas. – ele fez uma careta quando disse a palavra problema.

– Problemas?- não conseguia mais disfarçar minha curiosidade. Afinal eu tinha conseguido disfarçar alguma coisa hoje? Embry me mostrava que não.

– É, sabe ele é meio que apaixonado por uma garota.

Uma pontada de dor no peito me fez fechar os olhos. Reuni todo o restante da força que eu tinha para manter a minha mascara e esconder minha dor. – Ele tem namorada, é?

– Não. – ele fez outra careta.- Ela já tem namorado, só que ele não entende. É um pouco complicado de explicar. Outro dia eu te explico melhor.

– Ok!- eu já não sabia mais o que pensar, eu precisava ficar um pouco sozinha.- Embry vamos dar uma volta?

– Claro! – ele respondeu empolgado levantando do tronco, me estendeu a mão para que eu levantasse também, mas não fez menção de solta–la.

Eu não estava em condições de reclamar, na verdade que estava no piloto automático. Toda a minha inútil vida passava pela minha cabeça. Mas o que eu estava pensando esse tempo todo? Que ele ficaria me esperando,lindo e casto. Como eu podia ser tão imbecil? Eu já tinha feito algumas burradas na vida, mas dessa vez eu me superei.

?- a voz de Embry me trouxe de volta pra realidade.

–Hein?

– Perguntei se você queria beber alguma coisa?

– Ah, sim. Eu quero uma coca.

–Ok, já volto!

Eu nem vi Embry se afastando, e comecei a caminhar, imersa nos meus pensamentos.

Na verdade, Jacob não me devia nada. Ele nunca tinha feito nenhuma promessa, e mesmo que tivesse feito, do que valeria uma promessa de uma criança de oito anos? Mas nem para aparecer pra me ver, ele devia ter se esquecido totalmente de mim. Mas eu também havia me esquecido de muita gente, talvez eu só não tivesse tanta importância na vida dele como ele tinha na minha. Mas eu não o culpava. A única idiota da história era eu.

Parei de andar quando senti meus pés afundando na areia, já era tarde e o vento estava forte. Não que ele me incomodasse. Mas como eu tinha vindo parar na praia mesmo?

Caminhei mais um pouco e me sentei em um tronco esbranquiçado pela maresia. Fiquei observando a escuridão. Na verdade não estava tão escuro, eu consegui distinguir os contornos dos penhascos e das árvores, até mesmo as que estavam bem afastadas. Senti uma lágrima correndo pelo meu rosto e logo várias fizeram o mesmo caminho. Quanto tempo desperdiçado por uma ilusão romântica.

!- a voz aliviada de Embry me alcançou.- Ainda bem que eu te achei!

– E como você me achou?- perguntei sem desviar os olhos do mar.

– Eu tenho um bom faro!- ele disse divertido.

Eu ri sem humor. Mas então ele se aproximou mais.

– Você estava chorando?- perguntou preocupado.

– É que esse lugar me trás boas lembranças.- menti. Na verdade não era uma mentira, aquele lugar me trazia boas lembranças, mas não era por isso que eu chorava.

– E eu não estou em nenhuma dessas lembranças?

– Não sei! Quem sabe você me conta alguma lembrança que você tenha de mim e eu te digo se me lembro ou não.

– Ok. – ele pensou por um instante. – Uma vez eu colei chiclete no teu cabelo.

Eu arregalei os olhos. – Foi você?

– Foi.- ele respondeu divertido.

– Você sabe que eu tenho pavor de chiclete por causa disso? Minha mãe teve que cortar meu cabelo!- falei com uma falsa indignação.

– Você não olhava pra mim, eu tinha que tomar atitudes drásticas.

– Eu não brincava com você? Mas que menina antipática que eu era.

– É, espero que isso não se repita.

– Bom, se isso se repetir, espero que você me fale antes e não cole chiclete no meu cabelo.

– Vou tentar me lembrar disso. – ele disse rindo, me fazendo dar um tapa em seu ombro.

– Me conta outra.- pedi. Embry conseguia fazer minha tristeza se afastar por em quanto. Mas eu sabia que era só eu ficar sozinha que ela voltaria com tudo.

– Não.

–São tão ruins assim? Eu fui muito má com você?

– Má não, indiferente só.

– Indiferente?

– É, você só tinha olhos pro Jake. – ele disse e depois sorriu.

Eu não tinha palavras, não tinha como retrucar aquilo. Estava certo. Eu nunca olhei pra nenhum garoto, minha vida toda eu só via Jacob na minha frente.

– Me desculpe por isso!- falei abaixando os olhos e olhando para os meus pés.

– Só se você me prometer não me ignorar mais.

– Prometo.

– Então tá desculpada. Vamos? Seu pai deve estar preocupado.

– Vamos. - nos levantamos e Embry passou seu braço pelos meus ombros. Era bom estar ali perto dele. Ele me fazia sentir bem.


Capítulo 3


A festa foi até tarde e eu acabei capotando na cama assim que tirei a roupa e coloquei uma boxer preta e uma baby look branca. Não tinha vontade de procurar um pijama. Até que foi bom, eu praticamente ter desmaiado, assim não pude sentir os efeitos que a minha desilusão me traria.

Acordei com um cheiro forte de queimado invadindo o meu quarto. Me levantei em um pulo e desci as escadas correndo.

– Outch! Droga! - cheguei a tempo de ver John colocando uma frigideira com alguma coisa carbonizada dentro que em outra época deveria ter sido comestível, em baixo da água da torneira da pia.

– Pai?

– Ah! Bom dia, filha!

– Bom dia! O que o Sr está fazendo? Além de tentar colocar fogo na casa, lógico. – falei divertida.

– Omeletes. Quer?

– Pode deixar que eu faço, pai. A partir de hoje deixa isso comigo.

– Ótimo! – ele disse sorrindo e me dando um beijo na testa.

– O que você está pensando em fazer hoje?- John me perguntou enquanto tomávamos o nosso café da manhã.

– Não sei pai. Mas primeiro vou ligar pra mamãe, antes que ela surte.

– Vai ligar agora?

– Não sei. Que horas são?

– São 7:30 am.

– Credo! Não me lembro de ter acordado tão cedo em um domingo. Bom, lá deve ser 1:30pm, então... sim, vou ligar agora.- não entendi o porque meu pai queria que eu ligasse agora, mas..

Alô

– Mãe?

Filha!! Porque não me ligou ontem?

- Mãe, as ligações são caras, lembra? Mas estou ligando agora. Como vocês estão?

Nós estamos bem. E você? Como foi a viagem? Como você está se sentindo? Seu pai está cuidando bem de você?

– Calma, mãe! Quanta pergunta! Mas eu estou bem. A viagem foi cansativa mas tranquila. E meu pai está sendo maravilhoso comigo.

Como está La Push?

– Igual. Acho.

E Jacob?- sabia que minha mãe ia perguntar.

– Não sei mãe. Ainda não tive o prazer de revê–lo.

Ué. Mas ele não sabia que você chegaria ontem?

–Mãe eu tenho que desligar, ok

Ok filha, só quero te dizer mais uma coisa. Carlos já mandou suas coisas pela transportadora, deve chegar em uns cinco dias.

-Minhas coisas! Minha bebê também?

Sim, por mais que eu ache uma estupidez, mas foi presente dele, né?

– Manda um beijo pro Carlos por mim!- Carlos era o novo marido da minha mãe, e ele que tinha me dado minha bebê.

Ok filha! Filha, só quero que você saiba que te amo muito, não importa o que acontecer.

–Não entendi essa, mãe? Acontecer o que?

Qualquer coisa, filha. Te amo viu?

–Ok mãe, também te amo.- que estranho– Tchau.

Tchau

Fiquei olhando para o telefone. Que papo estranho. Mas minha bebê estava chegando!

Toda a conversa meu pai estava sentado na cadeira da mesa da cozinha, distraidamente lendo seu jornal, mas eu tinha certeza que a intenção era ouvir o que minha mãe iria me dizer.

– Pronto pai, já telefonei, agora o Sr pode ir pescar.

– Mas eu só estava lendo meu jornal!

– Aham! Acredito!

– Ok você me pegou! Como está sua mãe?

– Bem! Meio estranha, mas bem. E ela já enviou as minhas coisas e a minha bebê também!- Festejei

– Bebê?- ele perguntou confuso.

–É pai, é minha bebê, espero que o Sr não implique com ela. Bom vou me arrumar. Boa pescaria pai!

– Obrigada, filha.

Subi as escadas de dois em dois.

Já fazia horas que meu pai havia saído para pescar. Meu pai era aposentado e tinha uma pequena loja de equipamentos de pesca no enorme centro comercial de La Push. Eu iria trabalhar lá. Já que nós estávamos em maio, e o ano letivo terminaria em junho. Como no Brasil eu já tinha começado o terceiro ano em fevereiro, eu teria que começar de novo em setembro, no início do ano letivo americano.

Eu estava olhando desanimada pela janela do meu quarto. Minha intenção era ir à praia, mas estava, adivinhem? Chovendo. Novidade, né? E então eu estava pensando em quem? Jacob é claro. Será que eu teria a sorte de viver em la Push e nunca ver Jacob? Era impossível, eu sei. Se Forks já era minúscula, imagine La Push. Como era estranha minha vida, passei nove anos morando em outro país, rezando por um dia poder ver Jacob, e agora que nós morávamos na mesma reserva, eu queria poder não vê–lo nunca. Pois eu não sabia como iria conseguir falar com ele, sorrir pra ele, com meu coração despedaçado do jeito que estava.

Peguei meu violão e comecei a dedilhar as cordas. Uma musica veio na minha cabeça e eu comecei a tocá-la.

Eu já estava no fim da musica quando senti meu celular vibrando em cima da cômoda. Ué, eu não tive tempo de dar esse número pra ninguém, só John sabe. Olhei o visor e não reconheci o número. – Hello Quem fala?- Não reconheci a voz do garoto do outro lado da linha e detestava essas pessoas que ligam e não se identificam. – Quem é? ? – Pode ser. Quem é?- perguntei impaciente. O garoto do outro lado riu. Você está em casa? – Olha cara, se você não se identificar eu vou desligar. Não faça isso. – Então se identifique. Vai dizer que não reconhece minha voz? – olhei de novo o numero do visor, era de Forks. – Embry?- perguntei desconfiada, mas não me parecia a voz de Embry. Não, não é o Embry. - O garoto pareceu aborrecido. - Quer dizer que o Embry já andou colocando as garras pra fora. -Quem te deu esse número?- agora eu estava curiosa. Alguém que te ama muito. – Não tem mais nada pra fazer, não? Vai te fu.. Hey, A Lilian não te deu educação não? –como ele sabia o nome da minha mãe? – Olha, é a última chance que te dou. Vai dizer quem é ou não? Poxa, depois de tanto tempo é assim que eu sou tratado. - o garoto se queixou do outro lado. Não podia ser, mas e se fosse? Meu coração acelerou e eu sentei na minha cama, só que errei o espaço e acabei caindo no chão. ? Que barulho foi esse? – Na–nada.- respirei fundo me levantando e sentando na cama com cuidado.- Jacob? Rá finalmente! Achei que não se lembrava mais de mim – eu não pude evitar o sorriso enorme que surgiu no meu rosto. – Você continua um bobo, Jacob! E você se tornou uma boca–suja, . A onde se viu tratar assim uma pessoa por telefone? –Eu não sabia que era você, se não tinha tratado pior. - eu ri. É, acho que mereço isso – de repente o meu sorriso morreu. Não ele não merecia. – Não Jacob, eu estava brincando. Então porque não para de me chamar de Jacob? Daqui a pouco tá me chamando de Black. - eu ri. – Ok Jake! Mas você não me respondeu. Você está em casa, ? - ouvir meu nome na voz dele era tão bom. – Sim estou em casa. Então estou indo ai. Quero me desculpar pessoalmente por ontem. – Aqui?- falei surpresa. Eu ainda não estava pronta pra ver Jacob. Por quê? Vai dizer que já tá acompanhada?- ele parecia irritado – Não porque eu sei que teu pai foi pescar, ele passou aqui em casa pra pegar o velho. - Ah, então foi assim que ele conseguiu meu número? John seu traidor, você me paga. – Não Jake, eu estou sozinha, mas não acho que seja uma boa. Por quê? –Porque eu acabei de acordar e não me arrumei ainda e... Ah , para de frescura, estou passando ai em dois minutos e tchau! – O QUE?- berrei, mas ele já havia desligado. Fiquei encarando o celular na minha mão. Ele era louco ou o que? Eu ainda estava com a mesma pouca roupa, meus cabelos estavam amarrados em um rabo–de–cavalo mal feito. MEU DEUS, DOIS MINUTOS! Estava com a mesma boxer e baby look branca, quando ouvi um barulho no meu quarto. Prendi meu cabelo como estava mesmo. –What the fuck?– abri a porta do quarto e dei de cara com um garoto moreno enorme, pendurado na minha janela. Ele sorriu e isso fez com que meu coração falhasse uma batida. – Jake?- ele sorriu mais ainda e parecia que o sol estava entrando pela minha janela, mesmo com toda aquela chuva do lado de fora.
Seus cabelos negros ainda pingavam. Ele estava só com uma bermuda e tênis, sem camisa. SEM CAMISA! Era muito mais forte que os outros garotos, seu abdômen totalmente definido, naquela pele morena e os músculos dos braços ainda estavam mais marcados pelo esforço de se segurar na janela. Ele ainda estava meio pendurado e eu devia estar demorando muito na babação porque ele começou a ficar impaciente. – Vai me convidar pra entrar ou eu vou ficar aqui pendurado?- ele me perguntou divertido. Eu ainda levei um segundo a mais para me lembrar de como falar. Vai , responde! Mas o que ele disse mesmo? – Entra! – entra? Fala alguma coisa sua imbecil. Jacob está praticamente semi–nu na sua frente!- Mas você praticamente já entrou não foi? – eu ri, mas por dentro ainda estava abalada. Ele deu um salto elegante, parando na minha frente sem fazer nenhum barulho. Com o mesmo sorriso que irradiava calor. Jacob passou as mãos pela minha cintura me puxando para um abraço de urso. – Que saudade baixinha!- Jacob me levantou do chão tão facilmente como se eu não pesasse nada. E eu me afundei em seu abraço quente, muito mais quente que meu corpo febril. Pude perceber em como eu parecia extremamente branca em contato com a sua pele. Contra minha vontade ele se afastou um pouco para olhar meu rosto. – Como você está grande, !- ele disse sorrindo. Grande? Será que ele estava me chamando de GORDA? – Olha quem fala!- respondi me afastando mais dele, fazendo bico. Visivelmente magoada. – Ótimo Jacob, depois de tanto tempo, a primeira coisa que você me diz é que estou gorda! Ele deu uma gargalhada alta que pareceu tremer a casa. – Você continua a mesma boba de sempre. – disse me puxando pra ele, mas eu ainda estava de braços cruzados.- Eu não disse que você estava gorda, eu disse que você cresceu. Afinal você era uma garotinha magricela.- ele deu uma risada.- E agora... – ele me olhou dos pés a cabeça e foi só ai que eu me lembrei que estava com uma roupa curta demais, me deixando corada no mesmo instante. – E agora o que Jacob? – perguntei sem conseguir olhar pra ele, tamanha a minha vergonha. – Você não tem espelho em casa não?- ele disse levantando meu rosto. – Mas e ai me conta do Brasil. Como é o cara que você me trocou?- Jacob deu um passo pra trás e se sentou na minha cama pegando a minha mão. Eu ainda estava tentando me controlar. Estar tão perto de Jake, depois desses anos todos, tinha que exigir um esforço extra da minha parte. E agora que ele estava sentado eu pude analisar melhor seu rosto. Na verdade Jacob só havia crescido de tamanho, o rosto de menino continuava ali, e o sorriso também. Mas seus olhos não eram tão felizes como eu me lembrava. Ele parecia cansado.
– O Brasil era legal. – falei sem me aprofundar muito no assunto, o que fez ele torcer o lábio em desaprovação. Mas eu estava preocupada demais com ele, para falar de mim. - Você está bem, Jake? Jacob soltou um grande suspiro e fechou os olhos. Me puxou mais pra perto encostando sua cabeça no meu peito. Sem nem pensar minhas mãos foram para os seus cabelos negros. – Estou.- ele respondeu desanimado. – Você sabe que pode me contar tudo, não é Jake? – ele assentiu.- Fala! Quem é a garota? – Isso , te machuca mais. Desde quando você virou masoquista? – Deixa pra lá!- ele respondeu. – Jake!- reclamei indo pra trás para ver seus olhos – Eu voltei e vou sempre estar ao seu lado. – Que bom! Senti falta da minha melhor amiga! – Melhor amiga!!! Fechei os olhos com força quando a dor me atingiu com tudo. – Você a ama muito não é? – Que tipo de pergunta é essa, idiota? Pra que se machucar desse jeito? Mas eu tinha que ter certeza de que não tinha chances. – Sim, muito!- Cerrei os dentes para evitar o grito e engoli as lágrimas. A dor era tanta que parecia que uma faca estava sendo cravada em meu peito. - Mas não quero te chatear com meus problemas agora, . – Jacob se moveu na cama até se deitar por completo. - Vem! – ele me disse abrindo os braços. Mas eu não sabia se era capaz de me controlar deitada com Jacob na minha cama. - Que foi?- ele perguntou quando viu minha relutância. - Não é a primeira vez que nós deitamos juntos.- disse com um sorriso malicioso no rosto. Rolei os olhos. - Nós éramos crianças, Jake! E você não era tão... e – Tão o que? – ele perguntou divertido. Tão lindo e gostoso, amor da minha vida. –Tão grande! Você ocupa quase toda a minha cama!- disfarcei. – Para de besteira e vem logo. - ele me puxou e eu me sentei apoiando as costas na cabeceira. Jacob se aproximou mais e deitou a cabeça na minha barriga. Meus dedos foram novamente para o seus cabelos, eles eram curtos, mas não tanto como o dos outros garotos. – Carente Jake? – Aham!- ele se ajeitou mais. Eu estava totalmente embriagada com o cheiro dele, a quentura da sua pele na minha. Senti Jacob relaxar e adormecer, enquanto eu alisava seus cabelos com as pontas dos meus dedos. Como eu amo esse garoto! As lágrimas agora vinham sem freio, eu não tinha mais força para pará-las. Comecei a analisar Jacob, seu rosto ainda infantil apesar de já ter as linhas mais duras, seus cílios cheios, sua boca bem desenhada. Desci os olhos pelo seu pescoço, alinha das suas costas largas com os músculos bem desenvolvidos. Resolvi parar quando meus olhos chegaram ao cós de sua bermuda, seria demais para o meu autocontrole. Voltei meus olhos para o seu braço que envolvia minha barriga. Jacob tinha uma tatuagem no ombro igual à de Embry e dos outros garotos. Seria moda em La Push? Aquele símbolo me era conhecido mas não me recordava de onde. Um som conhecido ecoou do lado de fora da casa. Era o chamado que as crianças Quileutes usam para anunciar sua chegada. Sequei as lagrimas.
Capítulo 4
– Jake!- sacudi seu ombro. Por mais que minha vontade é de deixá–lo dormir. Ele parecia tão cansado. Como Jake não se mexeu decidi sair debaixo dele devagar, colocando um travesseiro para apoiar a sua cabeça. Levantei e fui até a janela ver quem havia chegado. Eram Embry e Paul. – Só um pouquinho. – tentei não falar muito alto, mas quando me virei Jake já estava sentado na minha cama com a expressão confusa. – Merda, acho que dormi. – ele disse confuso. – Acha? Pelo ronco você capotou. – brinquei. Um travesseiro voou na minha cara, mas eu peguei no ar antes dele me atingir e joguei de volta, tão rápido que até eu me surpreendi. Jacob me olhou desconfiado. – É o Embry?- ele perguntou pegando o travesseiro e colocando na cama. – E o Paul. – tentei não fazer uma careta. – Vai trocar essa roupa indecente enquanto eu falo com eles. – ele mandou. – Você não manda em mim não! – a adolescente teimosa se pronunciou. Eu tinha pavor que mandassem em mim, o que me dava vontade de fazer exatamente o contrário. – Vai logo!- ele ordenou novamente. - Eles não vão entrar enquanto você tiver com essa roupa. – Ah! Que eu saiba, eu queria trocar de roupa muito antes de você chegar e foi VOCÊ que não deixou.- cruzei os braços, teimosa. – Eu sei, mas eu ver as tuas pernas não tem problema. - mais hein? – Vai te fuder Jacob! – Eita, boca–suja! – Vai dizer que a sua namorada não fala palavrão nem usa roupas curtas? – Ela não é minha namorada!- ele respondeu emburrado. - E realmente ela não faz esse tipo de coisa. Perdi a pose. Claro que ela não faria. Como Jacob poderia amá-la se ela não fosse perfeita. A garota perfeita para o garoto perfeito. Ela deveria ser linda também. Engoli o choro e me sentei na cama, eu era muito idiota mesmo. Na tinha nenhuma chance. Burra, imbecil, idiota, boca–suja. Como que eu poderia ter sonhado que ele podia me amar? A dor deu lugar para a raiva. Eu estava com muita raiva de mim. Eu poderia socar a parede de tanta raiva. Vários pontos vermelhos começaram a aparecer nas minhas vistas. Foi quando eu notei que a cama tremia. O que é isso? Olhei pra baixo e vi que quem tremia não era a cama, e sim eu. Minhas mãos tremiam mais ainda. Eu as olhava espantada. Que tipo de reação é essa? Sem nem saber como, Jacob já estava sentado ao meu lado me abraçando, me levantou da cama e me colocou sentada em seu colo. –Shhhh, . Calma! Você tem que se acalmar!- ele passava uma das mãos nas minhas costas. – Shhhhh!- ele sussurrava em meu ouvido. Me acalmar? Mas como eu iria me acalmar com a boca dele tão perto? Seu hálito quente queimando meu rosto, suas mãos segurando meu corpo. Minha pele se arrepiando com o toque da sua pele quente. Eu já não raciocinava mais, já não tinha mais controle. Então eu virei o rosto devagar com medo que ele se afastasse. Mas ele não o fez. Seu hálito doce acertou meu rosto. Ele me encarava surpreso. Sua respiração acelerada, assim como a minha. Jacob baixou os olhos e fitou minha boca, meu coração acelerou mais e eu senti seus lábios encostarem-se aos meus. Sem pensar minhas mãos foram para sua nuca, puxando Jacob mais pra mim. Ele intensificou o beijo forçando minha boca para que sua língua a invadisse. Ele me beijava com força, me deixando completamente sem ar. Uma das suas mãos subiu pela minha perna parando na minha bunda. A outra apoiava minhas costas. Então ele me virou me deitando na cama e se debruçando sobre mim. Sem quebrar o beijo eu subi minha perna enlaçando sua cintura. Ele me apertou mais contra o corpo dele, se isso era possível. Mas nós precisávamos de ar, então a boca de Jake desceu pelo meu queixo, deixando um rastro de fogo por onde passava. Ele mordia e lambia meu pescoço. E eu arranhava suas costas. Mas então ele parou, o que me fez congelar. Meus olhos estavam fechados e eu só sentia as nossas respirações ofegantes. Eu tinha medo de abrir os olhos, medo de ser rejeitada. Ah isso iria doer! Jacob foi me soltando devagar, o que me obrigou a encará-lo. Abri os olhos devagar e pude ver pela sua expressão que meus medos estavam certos. Ele me encarava confuso. Me desvencilhei dos braços dele e sentei na cama, abraçando minhas pernas. – !- Não, não, não diga que sente muito! Isso vai doer demais. - Eu sinto muito! Não devia ter feito isso. - Outch! – Jacob. Sai.- falei com os olhos fechados tentando parar as lágrimas. – Me perdoa? – Sai.- serrei os dentes para evitar o grito de dor que se formava na minha garganta. – Eu sou um idiota. Só queria que você se acalmasse!- What? Olhei em volta procurando algo que pudesse quebrar na cabeça dele, mas o único objeto mais perto era meu violão. Isso eu não poderia fazer. – Sai. Agora. SAI. –minhas mãos já começavam a tremer novamente. – Estou indo. - ele disse se levantando e indo em direção a janela. – Qual é o problema com a merda da porta?- gritei, mas ele já havia pulado. Aproveitei que ele havia saído e corri para o banheiro. Me encostei na porta fechada e deslizei até o chão, pegando uma toalha pelo caminho para colocar na boca e abafar o grito de dor.Só uma coisa passava pela minha cabeça, brilhando como uma placa em neon: REJEIÇÃO. O que me causava mais dor. Coloquei mais uma vez a toalha na boca. Não queria que ninguém escutasse o meu desespero, mas naquela hora não havia mais ninguém pra escutar. Eu estava sozinha. Sozinha como sempre. Me levantei com dificuldade e abri a torneira, deixando a água encher a banheira. Ele tinha razão eu tinha que me acalmar, minhas mãos ainda tremiam. Respirei fundo algumas vezes e tirei a roupa, entrando na água em seguida. As lágrimas ainda não haviam parado. Me afundei dentro da banheira ficando só com o rosto pra fora. Mesmo dentro d’água eu pude ouvir a porta da entrada se abrindo. Três pessoas entraram. Estranhei em como minha audição havia melhorado, talvez a acústica da casa fosse boa. – Mais o que você fez?- a voz abafada de Embry chegou até meus ouvidos. Levantei um pouco para tentar ouvir melhor. – Fiz burrada!- Jacob respondeu. Me arrependi na hora da minha curiosidade. Ele descreveu nosso beijo como burrada. – Eu não consigo entender o porquê de tanta frescura, deixa acontecer e pronto. – Cala boca, Paul!- Jacob parecia irritado. Mas acontecer o que? – Mas o que você fez Jake?- Embry insistiu. – Eu a beijei. - Jacob respondeu. – Ah não, cara! Você não vai começar a beijar cada vez que um de nós ameaçarmos a perder o controle. – Paul provocou rindo. – CALA BOCA PAUL!- Embry e Jake disseram juntos. Eu não estava entendendo nada. – Faz alguma coisa de útil, vai avisar Sam. -disse Jake. Sam? Mas o que Sam tem haver com isso? Ouvi a porta batendo e ao passos de Paul se afastando da casa. – Como ela reagiu?- Embry perguntou. – Acho que ela não gostou. Ela me correu do quarto não foi?- Credo, como homem é bicho burro! Sacudi a cabeça inconformada. – Tem certeza?- Embry perguntou incrédulo. – Não sei! Não sei o que me deu! – Tem certeza que beijar a já não estava passando na sua cabeça antes?- Embry perguntou. Tentei prestar mais atenção, mas a resposta não veio em palavras. Mas que diabos! Será que ele não podia pelo menos falar o que sentia em voz alta? Logo essa que eu queria tanto saber! – Que droga, Jake! – disse Embry. – Nem me fale! – Acho que vai ser logo! – Embry disse desanimado. Jacob não respondeu. Terminei meu banho e levantei da banheira. Eu realmente não sabia se estava pronta pra desistir de Jacob. Ele realmente não tinha idéia do que eu sentia por ele. Isso me deu um pouquinho de esperança. E aquele beijo! OMG! O que foi aquilo? Ri por dentro. Alguma coisa existia entre nós. E não era uma simples amizade. Mas primeiro eu queria saber o que estava acontecendo, nem que eu tivesse que tirar isso deles sob tortura. Coloquei o primeiro vestido que achei no meio da bagunça que estava meu quarto e penteei os cabelos. Desci bem devagar as escadas e respirei fundo antes de entrar na sala. – Oi! – Embry se levantou e veio ao meu encontro. – Oi!- respondi tentando sorrir um pouco. Jacob me olhava angustiado. – Vão almoçar comigo? – perguntei olhando para Embry e depois para Jacob. Eles se olharam por um instante e Jacob balançou a cabeça concordando. – Sim. – Embry respondeu. – Como você está?- ele emendou. – Bem. – respondi sem encará-lo, eu sabia que nunca iria conseguir enganar Embry. Ele entrou na cozinha atrás de mim abrindo um armário e pegando um pacote de Doritos de dentro dele. Incrível como ele sabia do lugar das coisas daquela casa melhor que eu. Comecei os preparativos para o almoço, decidindo fazer uma macarronada. Jacob e Embry ficaram assistindo televisão em silêncio e aquilo já estava começando a me incomodar. Parei encostada na porta e já estava pronta pra começar o interrogatório quando meu pai chegou. – Opa! Tudo bom garotos?- John cumprimentou. – Hey John.- eles responderam em coro. – Tudo bom baixinha? – ele me perguntou me dando um beijo na testa e depois indo colocar os peixes no freezer. – Pai, nós precisamos conversar! – eu disse. John me olhou desconfiado e depois encarou os garotos. – Mas primeiro vamos almoçar.- falei despejando o macarrão em uma enorme travessa. John parecia tenso e os garotos também. Depois que eu terminei de almoçar cruzei meus braços esperando pacientemente que os três terminassem. O que era algo que parecia que iria demorar horas pelo jeito que comiam. – Bem, qual dos três vai ser o primeiro a me explicar o que está acontecendo aqui?- falei o mais calmamente que consegui, depois que terminei de lavar a louça. Eles se encaravam sem saber o que dizer. – Vamos, estou esperando! – cruzei os braços no peito. - Filha, acho melhor esperar o Sam! – Esperar Sam pra que? O que Sam tem haver com isso?- comecei a sentir minhas mãos tremendo novamente e respirei fundo para me acalmar.. – Só ele pode te dizer. – Jacob falou. Nesse momento ouvimos o chamado de Sam vindo do quintal. – Então vou perguntar diretamente a ele!- falei saindo porta a fora com os três no meu encalço. Eu tentava a todo custo controlar minha raiva e os meus tremores, mas não estava tendo resultados. – Sam? – falei parando em sua frente o encarando e cruzando os braços para confrontá-lo. Embry e Paul estavam atrás dele e me encaravam surpresos. – Oi !- ele respondeu calmamente. – Pode me explicar o que está acontecendo aqui?- fechei os olhos. Agora não só minhas mãos tremiam, mas praticamente todo o corpo. – Isso é uma coisa que você tem que descobrir sozinha, porque ninguém vai te falar nada. – ele me respondeu calmamente, mas mesmo assim com um tom de provocação. Parecia que ele queria me deixar mais furiosa. – O que?- eu nunca havia sentindo tanta raiva na minha vida. Sam e os outros se afastavam de mim me dando espaço, mas que queria arrancar a cabeça de alguém. Dei um passo em direção a eles, mas nesse momento todo meu corpo pareceu se projetar pra frente em um espasmo. Vi Sam e os outros se afastando mais ainda, sem tirar os olhos de mim e depois não vi mais nada. Uma onda de calor queimou minha espinha e eu não já conseguia respirar direito. Puxei o ar assustada, foi quando eu senti meu corpo expandir. Quando eu aspirei novamente, tentando recuperar o fôlego percebi que meus pulmões estavam muito maiores que antes porque uma quantidade de ar absurda entrou pelo meu nariz. Eu deveria estar caída, já que havia sido projetada pra frente, mas eu estava muito mais alta que antes. Sacudi a cabeça confusa, tentando clarear meus pensamentos. Foi quando percebi que eu estava completamente diferente. Eu tinha pêlos. Olhei minhas mãos, onde elas deveriam estar apoiadas no chão, já que eu havia caído, mas elas não estavam mais lá. Eram patas enormes e peludas com um tom cinza prata, que estavam no lugar. MAS QUE MERDA TODA É ESSA? , calma! Olhei em volta pra ver de onde a voz de Sam vinha, mas ele não estava mais lá. No lugar de Sam estava um imenso lobo negro. O que me fez dar um pulo pra trás. Calma, está tudo bem. A voz de Sam novamente, mas eu notei que não vinha dele e sim de dentro da minha cabeça. Ótimo, enlouqueci Não , você não enlouqueceu Jacob? Sim Você não é a única maluca aqui Paul? Aos poucos mais quatro lobos apareceram ao mau redor. Mas alguém pode me dizer que merda toda é essa? Você tem razão, Jake. Ela é boca suja Cala boca Paul Embry? Fiquem todos quietos. A voz de Sam ecoou o que me fez calar a boca instantaneamente junto com os outros. Sam continuou Você se lembra das lendas do nosso povo? Forcei a minha memória do tempo de criança. Foi então que a ficha caiu. Não me diz que é tudo verdade Não preciso dizer nada, está tudo na sua frente. Eu não acredito nisso. Sacudi a minha enorme cabeça. Mas porque comigo? Bom, isso nós não sabemos com certeza. Depende da genética que você recebe de seus antepassados, no seu caso do seu pai. Meu pai! Passei os olhos em volta a procura da figura do meu pai. John estava um pouco distante, me olhando com uma expressão orgulhosa no olhar. Orgulhoso? Sim , ser um do bando é um orgulho pra nós Você lê todos os meus pensamentos? Sim, compartilhar os pensamentos é uma das nossas características Que ótimo! Exclamei irônica o que fez os outros garotos rirem. Que mais? Primeiro você tem que voltar a sua forma original, não se preocupe que você aprende rápido. É só se concentrar e deixar acontecer. Mas primeiro nós vamos lhe dar privacidade. As roupas se rasgam na transformação. Mas que maravilha, eu amava aquele vestido Pois é, por isso você tem que aprender a se controlar Ok olhei em volta procurando algum bom lugar e caminhei pra trás da casa. Assim poderia entrar pela cozinha e subir correndo para o meu quarto. Que humilhante Ouvi os garotos rirem. E assim eu fiz. Deixei o fogo descer por minha coluna e em um instante eu estava de novo na minha forma original. Só que nua. Entrei em casa correndo e troquei de roupa, colocando um short jeans e uma camiseta branca. Não queria perder mais nenhuma roupa que eu gostasse. Calcei meus tênis e desci. Sam e os meninos conversavam em suas formas humanas novamente. Junto a eles estavam mais Quil, Seth e Leah. Leah? –Você esta bem? –Meu pai veio em minha direção, chamando a atenção dos garotos pra mim. – Um pouco confusa, mas estou bem. - respondi. – Nós vamos lhe explicar tudo. - Sam respondeu. –Vamos entrar?- convidou John.
Capítulo 5
(N/A as palavras em itálico são pensamentos) Esperei todos entrarem, os garotos foram direto para a cozinha e começaram a abrir os armários e a pegarem pacotes de biscoitos e salgadinhos e se servindo de suco da geladeira. Só eu, John, Sam e Embry ficamos na sala, Jacob se encostou na parede. Então me sentei ao lado de Embry no chão. Meu pai e Sam estavam no sofá a minha frente. Eu evitava olhar diretamente para Jacob parado na porta, mas tinha pleno conhecimento que seus olhos estavam em mim. Eu fixei meus olhos em meu pai e em seu sorriso bobo. Só meu pai pra ficar feliz com toda essa loucura. - , o que você se lembra das lendas do nosso povo? -meu pai me perguntou. - Me lembro das historias que o Sr me contava. De o nosso povo ser descendente direto dos lobos. - Mais alguma coisa ? – perguntou Sam. - Que os guerreiros lobos defendiam nossas terras dos Frios. - Sam e meu pai balançavam a cabeça afirmativamente. – Espera um pouquinho, os Frios são vampiros!!! - Sim!- meu pai concordou. - Então existem vampiros em Forks? – aquele minha pergunta parecia absurda. - Não só em Forks. – Sam respondeu. Olhei em volta, pro rosto, de cada um esperando a hora que um deles dissesse: “Brincadeirinha!” Mas todos continuavam sérios. Inclusive Jacob que agora fitava os próprios pés. - Vampiros em Forks. - falei em voz alta tentando digerir a informação. - Existe uma família deles que mora em Forks. – Embry falou. - Mora? O que, tem algum castelo em Forks? – alguns garotos riram da minha pergunta idiota. - Isso é coisa de cinema.- Embry respondeu sorrindo enquanto pegava minha mão e entrelaçava nossos dedos. Eu tinha muita coisa na cabeça pra me opor a isso. - Essa família é diferente dos demais, eles não se alimentam de sangue humano e sim de animal. – meu pai falou. - Espera um pouco, então aquela historia do grupo de Frios que fizeram um tratado... - Isso filha! Você prestou atenção quando eu te contei.- John disse orgulhoso. - Sim pai, você repetiu essa história umas mil vezes, não tinha como não gravar. Mas então existe outra família como aquela? - Eles são os mesmos. – disse Sam. – Voltaram pra cá a uns dois anos. - Interessante, vampiros com consciência social!- falei irônica. - Esse é o nosso trabalho, defender nosso povo dos vampiros. Mas tem os bônus também. – Sam continuou. Sam falava aos poucos me observando, como se esperasse a hora que eu fosse surtar. Na verdade até eu estava estranhando o fato de aceitar toda essa historia tão bem. - E quais são eles? – perguntei interessada, porque até agora pra mim só havia coisas ruins, como virar um monstro peludo, ter que lutar com vampiros até a morte e o pior, ter que dividir meus mais secretos pensamentos com um monte de garotos adolescentes, incluindo Jacob. - Tem a velocidade, a resistência, a cicatrização rápida... – Embry começou a enumerar. Tudo isso me parecia muito bom. - ... e o fato de você não envelhecer mais. - O quê?- perguntei maravilhada. - Sim, no momento em que nos transformamos nosso corpo para de envelhecer.- Sam respondeu. - Me parece um preço justo.- falei. -Tem mais uma coisa importante, ! Estamos no meio de uma perseguição. Uma fêmea vampiro anda rondando Forks. Ela não é como os Cullens, e a intenção dela e matar Bella Swan. - Jacob se contorceu quando Sam falou o nome de Bella. - Swan? Filha do Charlie, amigo de papai?- Perguntei para o Sam. -Mas ela é só uma garota!- Eu me lembrava que Charlie tinha uma filha da minha idade ou um pouco mais velha. Acho até que nos apresentaram uma vez mais não tinha certeza. - Sim. Bella... namora um Cullen.- Ela namora um vampiro?!? Pensei assustada. - E ele matou o parceiro dessa vampira que a está perseguindo. Agora ela quer vingança. - Qual era o problema dessa garota, se envolvendo com um vampiro? Então subi os olhos para Jacob e ele estava com os olhos fechados e uma expressão dolorida. Então era ela. Era por Bella que Jacob estava apaixonado. Tive que reprimir a forte vontade de abraçá-lo e confortá-lo. – é o nosso trabalho defende-la. - Sim. - concordei sem tirar os olhos de Jacob. Daí que vem toda a sua dor meu amor. - Acho que por enquanto, você já tem informações suficientes pra processar. O restante nós te passamos depois. - Ok Chefe!- fiz um sinal de escoteiro. Sam juntou as sobrancelhas, mas depois riu. - Só Sam, . Mas sério como você está se sentindo? Eu pensei por um instante e conclui que tirando o fato da dor de Jacob, aquilo não me incomodava mesmo. – Estou bem. La Push sempre foi a minha casa, eu me sentia deslocada fora daqui. Agora parece que estou completa. - Todos me olhavam como se eu fosse um ET parado no meio da sala. - Sério, eu não acho ruim. Então como por encanto o clima pesado que fazia com que os garotos ficassem estranhamente quietos se desfez e eles voltaram a conversar e brincar entre si. - Então ta vamos dividir os grupos de patrulha. – ordenou Sam. - Paul, Embry e Seth, vocês ficam de vigia até as 22 hs. Jacob, Embry e Quil, vocês fazem das dez às seis da manhã, então é bom vocês dormirem agora. Você não tem aula de manhã, não é ? – Sam perguntou se virando para mim. - Não eu começo só em setembro. - respondi. - Então você faz o turno das seis ao meio dia comigo e Leah, ok? -Ok. - respondi enquanto me despedia dos três garotos que iriam sair em patrulha. Os acompanhei até a porta ficando a centímetros de Jacob. Levantei os olhos para encará-lo e ele fez um movimento com a cabeça para que eu o seguisse. Ele caminhou até quase o inicio da trilha comigo o seguindo a alguns passos de distância, então ele parou e se virou para me olhar. Ele me encarava sério e eu já sabia o que ele queria falar. - , eu queria... - Para com isso, Jake! Chega de pedir desculpas. Eu também estava lá e caso não tenha reparado, eu participei também. Você não fez nada que eu não quisesse. – Muito! Acrescentei em pensamento. – Então se você me pedir desculpas eu tenho que te pedir também. E eu não acho que foi ruim para ter que te pedir desculpas. – falei em um fio de voz. - Não disse que achei ruim. – ele disse levantando meu rosto com a mão para que eu o encarasse. – Muito pelo contrario! – Meu coração acelerou se enchendo de esperanças. – Mas... – Mas, tinha que ter um mas. Torci os lábios em descontentamento, esperando novamente pela rejeição. – não é certo, . Eu não... - Jake, Jake! Ok, eu entendi! – o interrompi antes que ele dissesse que não me amava que amava a Bella, e blábláblá. Saber era uma coisa, agora ouvir da boca dele seria mil vezes pior. - Como você está com relação a ser uma loba? – ele me perguntou mudando de assunto de repente. - Eu estou bem! Pra quem chegou a pensar que estava com alguma doença tropical sem cura, até que foi ótimo. – respondi dando de ombros, mas ele fechou a cara. – Você não gostou que eu fosse uma loba? - Não. – ele respondeu seco. Outch! – Olha Jake, você não precisa se incomodar com isso eu não vou ficar no seu pé nem nada.– me defendi. - Não é isso! É perigoso! É muito arriscado, você pode se machucar! - Eu sou forte! Sou uma loba! – sorri tentando animá-lo. - É eu sei! – ele disse desanimado. - Só me confirma uma coisa! É a Bella, não é?- agora era minha vez de mudar de assunto. - Você percebeu. – ele falou cabisbaixo. - É, de vez enquando até eu me surpreendo com a minha inteligência. – brinquei tentando deixar o clima mais leve. Ele riu mais parecia cansado. – Você tem que dormir! – mudei de assunto novamente. - Me acompanha até em casa? – ele perguntou pegando minha mão. Entrelacei nosso dedos. - Claro!- eu ainda estava curiosa, tinha que arrancar o máximo de informação possível para saber quais eram minhas chances. – Vocês se vêem muito?- perguntei enquanto caminhávamos pela trilha que dava na casa de Billy. Jacob uniu as sobrancelhas, antes de me responder. - Agora não mais. – ele respondeu voltando o olhar para o chão. Ponto pra mim! Pensei. Nós andávamos a passos lentos, como se para prolongar o tempo juntos. – Ela ainda me telefona, mas eu não estou atendendo as suas ligações. - Cadela! Ponto pra ela! Ela ainda se faz presente. - E você pretende voltar a falar com ela?- perguntei com medo da resposta. - Eu acho que ainda não estou pronto pra desistir dela, ! – Merda! Dez pontos pra ela! Fechei os olhos para reprimir a dor. – Chegamos! – ele me disse apontando para uma casinha vermelha. - Então tá! Durma bem!- falei dando meia volta, mas como Jacob não havia largado minha mão, fez com que eu voltasse num tranco e me chocasse com ele. No mesmo momento ele passou a outra mão pela minha cintura. As minhas estavam no seu peito. - Não vai nem falar com Billy? Ele vai ficar chateado! – ele me disse a centímetros do meu rosto. Eu pisquei várias vezes tentando me concentrar novamente. - Ok. – respondi baixinho, ainda deslumbrada com a nossa proximidade. Ele sorriu e me puxou varanda acima ainda segurando minha mão. - Olá crianças! – Billy saudou assim que passamos pela porta. Ele baixou os olhos para nossas mãos juntas e abriu um sorriso que parecia que ia rasgar suas bochechas. Jacob percebeu, porque largou a minha mão no mesmo instante. - Olá tio Billy!- Lhe dei um abraço.- Só vim dar um oi, porque esse menino precisa dormir. – apontei para Jacob. Billy sorria. - Então aconteceu, ?- ele perguntou se referindo a minha transformação.Eu assenti. – Mas que maravilha! – ele parecia orgulhoso que nem meu pai. Jacob bufou. - Ok! Agora eu vou. – falei indo para porta. - Mas prometa que volta logo!- Billy disse. - Claro, pode deixar!- respondi já saindo. - Espere! – Jacob me alcançou na varanda.- Eu posso te buscar na loja do seu pai, no final do seu turno de trabalho, amanhã a tarde? É para te levar para fazer a tatuagem. – ele apontou seu ombro direito. Ahn! Então era isso que a tatoo significava! - Outra tatuagem? Ok. - Como assim outra? Você já tem uma tatuagem? – ele perguntou curioso. Só que agora eu iria aproveitar para provocá-lo. - Sim tenho. Só que é em um lugar que não pega sol. – falei em um tom inocente, tentando segurar o riso da cara que ele fez. – Estou brincando, é quase em um lugar que não pega sol. Ele baixou os olhos parando em lugares estratégicos.
- Hey! – reclamei cruzando as mãos no peito, rezando para que ele não notasse as minhas bochechas coradas. - Desculpe! – ele disse. – Só estava imaginando onde... Se ele pensa que sairia ganhando estava enganado, esse era um jogo que dois poderiam jogar. - Se você merecer, um dia te mostro. – provoquei já me afastando para ir pra casa. - Vai sair sem me dar um beijo? – ele me perguntou com um sorriso sacana. Claro que ele não iria me deixar ganhar. Me aproximei devagar e me esticando na ponta dos pés, ficando a centímetros do rosto dele. Seu hálito quente batendo no meu rosto. Sorri e beijei o canto dos seus lábios, girei nos calcanhares e corri para casa. Mas o que eu queria era que Jacob me segurasse ou me seguisse, mas ele não fez nenhum dos dois, o que me deixou profundamente irritada e frustrada.
Capítulo 6
Eu corri o curto caminho da casa de Jacob até a minha. Parando só quando a trilha se abriu para o gramado do meu quintal. Realmente eu estava muito mais rápida. Não via a hora de me transformar e poder testar tudo o que eu podia fazer. Levantei os olhos e avistei Embry sentado nos degraus da varanda. Ele sorria.
- Olá! Esperando alguém? – perguntei já sabendo a resposta.
- Sim. Me disseram que tem uma loba linda que mora. Decidi verificar. – ele disse se aproximando mais. Isso iria ser difícil.
- Acho que te enganaram. A loba que mora aqui é até bem esquisitinha. – falei fazendo charme. Não vou mentir dizendo que Embry não mexia comigo, mas só porque fazia bem pra minha auto-estima alguém me elogiando de vez enquando, mesmo não sendo a pessoa que meu coração pedia.
- Acho que você está muito enganada. – Embry se aproximou mais e colocou as mãos na lateral da minha cintura.
Ok, agora está indo longe demais. Sorri e me desvencilhei dele o mais sutilmente que consegui. – Embry você não tem que descansar? – perguntei dando um passo para trás.
- Não, eu estou bem.
- Tudo bem, mas eu tenho uma coisa muito importante pra fazer agora. – falei e subi os degraus já colocando a mão na maçaneta da porta.
- Coisa muito importante? Não vai precisar de ajuda?- ele perguntou.
- Até que não é uma má idéia ter ajuda de um homem forte. Vem? – puxei ele pela mão e fui entrando em casa. – Olá pai! – cumprimentei meu pai, que estava sentado em uma das poltronas da sala, ao passar por ele rebocando Embry.
-Olá Sr. Raindrop!- Embry o cumprimentou já subindo as escadas atrás de mim. Meu pai só baixou o jornal nos olhando confuso, mas eu sabia que não iria demorar para ele ir atrás de nós.
Abri a porta do meu quarto e me encostei nela para deixar que Embry tivesse uma visão geral do estado lastimável da peça. Havia roupas espalhadas, as malas abertas jogadas pelo chão. – Ainda bem que você se prontificou a me ajudar com essa bagunça, Em! – falei para ele com a voz manhosa.
Embry coçou a nuca e eu tive a certeza que se ele soubesse pra que tinha sido convocado daria uma desculpa para fugir do serviço. O que me fez rir.
Um tempo depois, Embry já estava jogado na minha cama, enquanto eu guardava a última pilha de roupas no armário. Na verdade eu já havia o dispensado do serviço, pois umas três vezes ele pegou uma das minhas calcinhas e ficou olhando pra elas sem saber o que fazer com a peça, me matando de vergonha por ter Embry com uma roupa intima minha nas mãos. Mesmo eu dizendo que as roupas intimas eu guardava. A última gota foi ele pegar meu sutiã preto preferido e colocar na cabeça. Depois dessa, ele perdeu o posto de vez e agora só observava.
- Você reagiu muito bem ao fato de ser uma lobisomem. - ele disse pegando meu violão e dedilhando, coisa que me fez olhar feio pra ele, já que eu morria de ciúmes do Kurt (nome do meu violão ^^).
- Eu sempre fui esquisita, agora tenho uma desculpa plausível. – falei e ele riu. – Sério, eu realmente gostei de saber que tenho tanto do meu pai.
- Mas me conta o que você fazia no Brasil... como era mesmo o nome da cidade?
- Porto Alegre. – respondi me sentando na cama ao lado dele.
- Isso, Porto Alegre.
Quase cai da cama, rindo do jeito que ele falou o nome da cidade, cheguei a ficar com falta de ar. O que me fez ganhar várias travesseiradas de Embry. – Desculpe Em, mas ficou muito bonitinho o jeito que você disse Porto Alegre.
- Bonitinho? Sei! – ele disse fazendo bico.
- Ok, vou responder sua pergunta. Eu fazia coisas normais, ia a aula, a festas, jogava futebol...
-FOOTBALL!
- Não football americano, futebol, Soccer.
- Ah! Interessante. – ele sorriu.
- Tenho um presente pra você. – me levantei e peguei uma caixa dentro do armário e tirei uma camiseta da seleção de dentro e atirei pra ele. (N/A homenagem ao fracasso na copa. =[). Ele vestiu na hora, o que me fez fazer uma careta já que não era essa minha intenção. – Gostou?- perguntei.
- Muito! – ele disse sorrindo. – Mas eu quero ver você jogando!
- Sem problemas, é só marcar. – eu adorava jogar e sabia que não ia fazer feio.
- Já esta tarde. – ele disse olhando para fora, onde a escuridão já estava tomando conta.
- Você já vai? – perguntei.
- Você quer que eu vá? – eu tinha certeza, pelo tom de voz dele, que essa pergunta era ambígua.
- Embry, eu...
- , eu sei que você ama o Jake! Eu sempre soube. Eu também sei que um dia ele pode deixar de ser cego e realmente olhar para esses olhos azuis e ver que garota linda e maravilhosa está deixando para trás. Mas isso também pode não acontecer. - Engoli em seco. Aquilo realmente era verdade. Jacob poderia nunca me amar. Uma lágrima desceu pelo meu olho. – Não chore! – Embry disse secando a lágrima com a mão. – Não falei isso pra te magoar, eu só queria que você soubesse que, enquanto você me quiser, eu estarei por perto.
- Embry, não é certo! Você merece coisa melhor! – E lá estava eu repetindo as palavras de Jacob, que me machucaram tanto.
- Não se preocupe comigo, . Eu sei me cuidar. Mas agora eu tenho que ir. – ele disse se levantando.
Me levantei também e o acompanhei até a porta. Meu pai dormia no sofá. – Então até ,,,
- Amanhã? – ele perguntou.
- Não, Em. Amanhã Jacob vai me levar para fazer tatuagem e terça vou a Port Angeles tentar colocar internet no meu note. Sabe, telefonemas para o Brasil estão muito caros.
- Eu não vou te deixar ir a Port Angeles sozinha. Eu vou com você.
- Em, não precisa. Eu acho que eu tenho a capacidade de achar o caminho fácil.
- Claro que sim, mas vai ser mais fácil se eu estiver junto. – ele sorriu e depois me deu um beijo na testa.
Eu teria que dar um jeito de não trans formar aquilo em um encontro, quem sabe convidando algum dos garotos para ir junto. - Boa noite!
- Boa noite, !
-Pai! – perguntei enquanto jantávamos. – Então foi por isso minha mãe me mandou pra cá daquele jeito?- Ele assentiu somente sacudindo a cabeça, enquanto mastigava- E por isso ela foi embora?
Meu pai soltou o garfo e me olhou seriamente. - Tem pessoas que não conseguem lidar bem com isso. Sua mãe é uma delas. – meu pai disse com tristeza.
- Own, pai! – ergui meu braço para colocar minha mão o seu braço tentando confortá-lo. Ele retribuiu o carinho colocando a sua mão em cima da minha.
- Já faz muito tempo, filha.
Agora eu conseguia entender alguns fatos da minha vida. Como o motivo de minha mãe ter ido embora e me levado com ela. E porque ela sempre tinha uma desculpa para não me deixar voltar.
Capítulo 7
Uma musica irritante zunia no meu ouvido! Merda! Olhei as horas no celular. 4:30 AM. My Gosh! Por isso que o Jacob anda praticamente dormindo em pé. Joguei minhas cobertas no chão e fui até o banheiro. Decidi tomar um banho para ver se tirava a cara amassada. A água fria me despertou. Olhei para fora pela janela do meu quarto, a chuva fria caia forte fazendo com que a manhã ficasse mais escura ainda. Ainda enrolada na toalha, abri a porta do meu armário. O que vestir para o primeiro dia de patrulha? Não que eu fosse ficar vestida muito tempo. Escolhi uma saia justa de jeans claro e uma blusinha preta de alça, nos pés tênis. Mesmo com a chuva eu não sentia frio mesmo. Mas peguei um casaco de moletom com capuz, pra proteger um pouco o rosto. Desci as escadas e fui preparar o café da manhã. Já era quase cinco e meia quando meu pai levantou. - Mas já? – ele perguntou bagunçando meus cabelos. - Bom dia, pai! Começo as seis hoje, esqueceu? - É mesmo. Te prepara para o Sam te tirar o couro. – John disse enquanto se servia de uma xícara de café. Conversamos mais um pouco até cinco e meia. - Pai vou indo! Sam pediu para que eu chegasse mais cedo. - Ok! Bom trabalho! – Trabalho? Gostaria de saber em como isso fica anotado na carteira profissional! - Vou direto para loja. – falei ao pegar a minha mochila e sair pela porta. - Te espero lá! Olhei para o céu cinza, a chuva caia em gotas finas. Puxei meu capuz e coloquei as mãos nos bolsos. Sam vinha pelo caminho da trilha em direção a minha casa. Ele usava somente uma bermuda jeans surrada. - Bom dia, ! - Bom dia Sam! - Pronta? - Sim, Sam!- começamos a caminhar fora da trilha, entrando pela floresta. - Pedi para você vir mais cedo para podermos conversar.- assenti. – Como você está, ? - Estou realmente bem, Sam. - Eu quero que você se sinta confortável para falar qualquer coisa comigo, ok? Desviei os olhos de Sam e encarei as árvores a nossa frente. – Ok. - Algum problema ? Como Embry ou ... Jacob? – encarei Sam surpresa. Será que eu era tão óbvia assim? E eu com medo que eles lessem meus pensamentos. – Desculpa, eu não quero me intrometer, mas se quiser conversar. Eu falando com Sam sobre meus problemas amorosos? Não obrigada! -Obrigada Sam. - Sabe , tem mais uma coisa que você precisa saber. – olhei para ele curiosa. – Não é regra, mas as vezes os lobisomens Quileutes, podem ter um Imprinting. - Um o que? - Imprinting é quando você descobre sua alma gêmea. É muito mais forte que amor, não tem o que separe você dessa pessoa, do seu Imprinting. Ela passa a ser o centro do seu universo. – engoli em seco. - Quem já teve um Imprinting? – mas o que eu queria saber, ou não queria, era se Jacob havia tido um Imprinting por Bella. - Eu com Emily e Jared com Kim. – no mesmo instante me lembrei de Jared e Kim e em como eles transpiravam amor. Era uma coisa forte mesmo. Se Jacob tivesse tido um Imprinting com Bella eu não teria chance. - Não é obrigatório, mas pode acontecer. - Mais alguém? – minha voz saiu esganiçada. -Mais ninguém por enquanto. Não é obrigatório, mas pode acontecer. – respirei aliviada. - Bom estamos perto da clareira. Você pode entrar mais na floresta para ter privacidade para se transformar, eu vou esperar aqui caso você tenha alguma dificuldade. Mas se não conseguir de imediato, é só pensar em algo que te deixe ansiosa ou brava e deixar acontecer. - Acho que eu posso pensar em algo. – me afastei em direção as árvores e tirei minhas roupas, quando estava certa que ninguém me via. Coloquei-as dentro da minha mochila e a dependurei em uma árvore. Não precisei nem pensar em nada. Só deixei o fogo das minhas mãos se espalharem pelo meu corpo, e descer pela minha coluna. Já era uma loba. Fácil. - Mas já? – Sam se surpreendeu quando me viu voltando em minha forma de loba. Apenas dei de ombros. - Fique aqui, que eu já volto. Ele se afastou para se transformar. Logo minha cabeça se encheu com pensamentos de outras pessoas. Bom dia! ! Bom dia, Quil! Embry! Bom dia ! Meu coração acelerou. Agora seria difícil disfarçar, mas eu tinha um plano. Bom dia Jake! (N/A a partir de agora, quando tiver em itálico e negrito, serão pensamentos de vocês em português – que mais ninguém entende- somente em itálico, são pensamentos em inglês para que todos ouvissem.) Se controle, se controle. Ninguém precisa saber mais o que você está sentindo. Disfarce. Qual o problema, ? O enorme lobo negro parou em minha frente. Nada Sam, por quê? Eu não entendi o que você estava pensando Desculpe, Sam. Às vezes acontece de eu pensar em português. Foram muitos anos, sabe? Sei ele disse desconfiado. Rá, estava funcionando Bom dia Sam Bom dia garotos! - Sam disse me conduzindo por uma trilha que dava em uma enorme clareira. – Jake, pode me passar os acontecimentos da noite? No mesmo instante um lobo vermelho surgiu por meio as árvores, seguido por mais dois lobos, o da direita tinha o pêlo cinzento com uma lista negra nas costas, era Embry, o da esquerda o lobo cor de chocolate. O lobo cinzento veio direto em minha direção, enquanto Jacob o lobo vermelho e Quil se sentaram em frente a Sam, para repassar os acontecimentos da noite. Nada de especial, somente umas áreas diferentes de patrulha. Oi Oi Embry Tudo certo para amanhã? Senti a atenção de Jacob se dirigir para nós. Sim, Embry tudo certo! Tenho que resolver esse negócio de internet logo. Ainda bem que você vai me ajudar com isso Tentei deixar bem claro quais eram os planos Bom dia! Bom dia Leah! Respondemos em coro. Sam explicava para os outros como deveríamos rastrear mais os limites de Forks e a costa, já que era onde a tal vampira aparecia mais. Muito bem, vocês já estão dispensados garotos Jacob caminhou até onde eu e Embry estávamos, e parou em nossa frente. Tudo certo pra mais tarde, ? Certo, eles só podiam estar de brincadeira. Me senti a própria Dona Flôr. Sim Jake Você vai levá-la pra fazer a tatuagem no Hank, Jake? Onde mais seria, Embry. Mas então você já sabia? Ela me conta tudo Jake Mais hein? Não estava gostando daquela conversa deles como se eu não estivesse presente Os dois me olharam confusos com meus pensamentos em outra língua. Claro, nós somos amigos, porque ele não poderia saber Tentei deixar clara as minhas intenções com Embry, para os dois Então Sam me chamou e eu me afastei deles. Desde quando você entende de internet? Ouvi Jacob perguntar para Embry enquanto eles se afastavam, mas não pude ouvir mais porque Sam, já se dirigia a mim. , você vai correr comigo, ok? Enquanto isso Leah, você faz o perímetro interno. Ok Sam respondemos juntas. Muito bem , vamos ver o que você consegue fazer Sam disse disparando em minha frente. Forcei minhas patas, cravando minhas unhas na terra. Eu voava. Logo estava bem atrás dele. Tinha consciência que poderia correr mais, mas não é legal humilhar o chefe. Não seja por isso, me mostre do que é capaz Eu logo o ultrapassei. Duvido que seja mais rápida que eu a voz de Leah me alcançou. Talvez não Leah, eu não estou aqui pra competir Competir pelo que?Pela atenção dos garotos? Ou você acha que não dá pra perceber o seu joguinho? Leah se comporte, atenção a trilha. Sam ordenou Não ligue Eu não queria comprar briga com a Leah, então resolvi a ignorar. O que foi isso? Sam perguntou, diminuindo a velocidade. O que me fez diminuir também. O que? Perguntei. Isso! O último pensamento de Leah. Ele ecoou. Você não ouviu? Não, não ouvi o que ela pensou Não? faz de novo! Ele ordenou Como? Não sei! Como você fez Mas eu não sei o que eu fiz Faz comigo, me ignore! Ele ordenou novamente. E eu o ignorei. Confesso que não foi ruim, porque minha cabeça se tornou somente minha novamente. Mas será que ele me ouvia? Sam balançou a cabeça afirmativamente. Ótimo, que belo truque! Eu não podia ouvi-los, mas eles ainda podiam me ouvir. Maravilha. Pensei irônica. Sam fez um movimento impaciente com a cabeça. Ok, ele queria que eu desfizesse o que eu fiz. E agora? Decidi que queria ouvi-lo novamente e no mesmo instante minha cabeça se encheu de pensamentos de Sam. Interessante Sim, mas pra que serve? Perguntei. Não sei Ótimo, bem coisa minha. Ter um poder que não serve pra nada! Corremos mais algumas horas fazendo e refazendo o perímetro. Sam passava e repassava as possibilidades de uso do meu dom, mas nem ele tinha idéia pra que serviria. Sam, como vou saber quando encontrar um rastro de um vampiro? Nós reconhecemos pelo cheiro. Eles tem um cheiro forte e ardido Sam correu mudando um pouco a trilha e seguindo o curso do rio. Logo um cheiro parecido com amônia queimou meu nariz. Viu? Esse é o cheiro deles. Depois do rio começa o território dos Cullens. Concordei Às duas da tarde, Jared, Paul e Seth vieram nos substituir.

Capítulo 8
trechos da música Stereo Love Corri até os arbustos onde havia escondido minha mochila com minhas roupas. Me vesti rapidamente. Comecei a passar as mãos atrás da minha saia que havia ficado cheia de folhas grudadas, quando me sentei para colocar os tênis. Já estava me preparando para pegar a trilha para o Centro Comercial, começar minha segunda jornada de trabalho de hoje, quando ouvi o barulho de passos se aproximando devagar. Olhei em volta e vi Jacob, com um sorriso que irradiava calor. O sorriso que eu tanto amava. O meu sorriso de sol.
– Posso te acompanhar até a loja?- ele falou chutando um galho no chão – Pode – afirmei e Jacob subiu o olhar até cruzar com o meu, se aproximando mais e pegando minha mão.- Achei que só te veria mais tarde! - Eu tinha umas coisas pra falar com Sam! - ele falou enquanto caminhávamos pela floresta. Falar com Sam? Parei de andar imediatamente. O que fez ele me encarar surpreso. – Se você correr ainda o alcança, ele estava falando com os garotos. – falei apontando para direção da clareira. - Não, deixa pra depois. – Hummm estranho! Era tão importante falar com Sam e agora.. Para de fantasiar, (N/A Ela vai ter muitos desses diálogos internos, então se acostumem XD).-. Mas se você não quiser que eu te acompanhe... - Pare de ser bobo. Claro que quero! – recomeçamos a caminhar e então ele parou de novo, me olhando de cima a baixo. – Que foi? - Você não vai trabalhar com essa roupa, vai? - Que tem minha roupa, tá suja? – perguntei me examinando. - Não! Essa saia tá muito curta! - Não começa, Jacob! - Você não está mais no Brasil! - O que você quer dizer com isso? – perguntei soltando minha mão da dele e colocando as duas na cintura. - Quero dizer que você... Você sabe! - Não sei não! Fala, eu o que? – Dei um passo a frente e o encarei. – Diz! Fala tudo que você acha de mim! - Eu acho que você devia rever seus modos. Você chama muito atenção. -Atenção!? Que atenção? E mesmo assim, porque isso te incomoda tanto? Ele me encarou por alguns segundos. Então deu mais um passo unindo nossos corpos. Suas mãos quentes estavam se fechando em torno da minha cintura por dentro do meu casaco, senti sua respiração próxima ao meu ouvido. Meu coração acelerou mais uma vez com seu hálito quente batendo na curva do meu pescoço, sua voz saiu mais rouca ainda. – Eu não sei por que me incomoda, mas eu não gosto de outros te olhando! Aquilo me pegou desprevenida, eu já não conseguia sustentar meus argumentos, só afirmei com a cabeça. Ele simplesmente levantou seu rosto do meu pescoço para me fitar e depois se inclinar de novo, só que dessa vez em direção aos meus lábios. Mas ai ele parou. O que? - O que está acontecendo com a gente, ? - Merda! E agora, seria a hora de falar tudo? De contar como eu o amava a tanto tempo? Mas ele ainda amava a Bella, não amava? Cabeça–dura demais, orgulhosa demais... covarde demais. - Eu não sei o que está acontecendo, Jake! Mas eu gosto de você! Muito! - Eu te amo ensandecidamente. Acrescentei mentalmente. Ele se inclinou pra mim devagar, como se para testar se eu realmente queria. Como ele ainda não tinha certeza disso? Eu ia começar a desenhar as coisas para o Jacob! Eu podia sentir suas mãos apertando cada vez mais minha cintura uma delas subiu pela lateral do meu corpo pousando em meu rosto, eu sentia seu hálito quente contra minha pele, ele roçava de leve seus lábios nos meus e então ele os tocou de uma forma delicada, sua mão fazia e refazia todo o caminho do meu rosto. Ele separou sua boca da minha pra deslizar com ela pelo meu pescoço, a mão que estava no meu rosto vagarosamente foi para minha nuca e a que permanecia em volta da minha cintura me puxou de uma forma no mínimo violenta para mais próxima do seu corpo. Subi uma das minhas mãos para puxar seu cabelo, para fazê-lo se inclinar mais pra mim. Ele voltava para minha boca lambendo meu pescoço, me fazendo tombar a cabeça para um dos lados lhe dando mais espaço, quando nossas bocas se juntaram de novo, não havia mais delicadeza apenas desejo. Ele forçou cada vez mais os lábios nos meus fazendo com que eu os partisse, minha boca foi invadida rápida e bruscamente. O beijo dele era forte, sua língua alcançava cada mínimo canto da minha boca, sua mão segurava minha nuca com selvageria, sua outra mão me apertava, me puxava, me alisava subindo cada vez mais por minhas costas por baixo da blusa. Senti minhas costas encostarem em uma árvore. Jacob me pressionava contra ela. Eu não pensava, eu apenas queria que não parasse. Ele deixou minha boca indo para meu pescoço, e eu aproveitei para respirar, já que estava ficando sem ar. Jake me pressionou mais ainda contra a árvore com força, que eu cheguei a achar que nós iríamos derrubá-la. A mão que ele ainda me segurava pela nuca deslizou para minha perna a levantando, fazendo com que eu a enroscasse na perna dele. Minha boca pedia pela dele, então eu a cacei até achá-la e a invadi com força. Ele rapidamente colocou sua coxa entre minhas pernas como que para me sustentar, a sua mão subiu pela minha perna levantando minha saia até a cintura. Senti meu celular vibrando no bolso da minha saia. Jacob parou. Peguei o celular sem jeito, com as mãos tremulas. - Alô?- falei ofegante. - Algum problema filha? - Pai!- me soltei de Jake e arrumei a saia como se meu pai pudesse me ver pelo celular. Jacob se afastou. – Não pai, eu estava... er... correndo. – fechei os olhos tentando me concentrar. - Você está vindo pra cá? - Sim, daqui um pouquinho estou ai. -Estou te esperando! – ele disse sério. - Ok, tchau! – Fiquei encarando meu celular e tive vontade de me chutar por ter trazido ele junto.- Desculpe por isso, Jake! – dei dois passos em sua direção mas ele se afastou de mim. -- Jake? – abri meus olhos devagar, ainda sem fôlego. Ele me soltou e se afastou. - Não.. – ele também estava com a respiração acelerada. Seu rosto estava sério. – Foi melhor assim. - Como assim?- perguntei incrédula. - Nós quase... Não é assim que amigos se comportam. - Você é um IDIOTA Jacob. – ele me olhou surpreso. Virei as costas para ele e corri. Corri por um tempo e quando estava longe o bastante parei e deixei meu corpo cair no chão. A adrenalina correndo ainda pelas minhas veias. Encostei a cabeça na árvore e deixei as lágrimas virem, não quis mais segurá-las. Porque Jacob fazia isso? Mais eu estava decidida. Eu não iria ficar ali sofrendo enquanto ele voltava feliz pra ir atrás daquela garota. Me levantei e enxuguei as lágrimas do meu rosto, deixando assim a raiva me consumir. Quem aquele idiota pensa que é?
Capítulo 9
- Achei que tinha se perdido! – meu pai disse ao me ver entrar na loja. - Quase! – respondi secamente. - Você me parece cansada! Eu disse que Sam iria te arrancar o couro. – ele disse baixinho antes de me dar um beijo na testa. Suspirei. Quem me dera que Sam fosse meu maior problema. – Filha, esse é Christian Bale, ele vai te explicar tudo que você precisa saber. – Sorri para o garoto loiro de olhos verdes, que aparentava uns vinte e pouco anos. - Prazer Christian. – apertei a mão do garoto. - Prazer . – ele respondeu sorrindo. - Agora que vocês estão apresentados, - meu pai disse. – vou dar uma saída. Não sei se volto cedo. - Pai, não se esqueça que tenho que sair um pouco mais cedo hoje. - Sem problema, . O Chris fecha a loja. Não é Chris? - Claro Sr. Raindrop. – o garoto respondeu. - Muito bem Christian, sou toda ouvidos! – falei para o garoto depois que meu pai saiu pela porta. - Pode me chamar de Chris, . – ele me disse piscando um olho. - Pode me chamar de , Chris. – o imitei. Passamos a tarde catalogando e revendo cada tipo de anzol e isca que se podia imaginar. Nem em cem anos eu conseguiria gravar tudo, nunca pensei que podia existir tanta variedade. Comecei a pensar se não seria melhor informatizar a loja. Teria que conversar com meu pai sobre isso. Observei Chris enquanto ele atendia a um cliente. Ele era muito simpático e até que era bonito. Se bem que não fazia meu tipo. Não era tão forte que nem os garotos, mas tinha alguns músculos. - Você não é de La Push, não é Chris? – perguntei quando ficamos sozinhos novamente. - Sou de Forks. – ele respondeu. Chris me contou que tinha 23 anos, tinha mais um irmão de 17, que seu pai faleceu quando era muito novo, e ele vivia com sua mãe. Mas como ela não tinha dinheiro para lhe pagar uma faculdade, ele estava tentando uma bolsa de estudos. Já era mais da metade do expediente quando Embry entrou na loja. - Oi! – o saudei sorrindo. Eu adorava Embry, ele sempre me fazia me sentir bem. - Oi! – ele respondeu largando uma caixa em cima do balcão. – Vim te trazer um presente. – Embry abriu a caixa que tinha vários donuts com cobertura de chocolate. Meus olhos brilharam. - Você quem fez? – perguntei pegando um. - Foi. – ele respondeu com um sorriso presunçoso. Dei uma mordida. Estava maravilhoso. - Sério? Está muito bom. - Na verdade foi a Emily. – ele admitiu. - Eu sabia. – disse rindo. - Eu tenho que ir, só dei uma fugida. A loja da minha mãe é a segunda a esquerda. Eu trabalho lá depois da escola. - Verdade? Então vamos nos ver bastante. – falei e depois tive vontade de morder minha língua. Não queria que Embry achasse que eu queria vê-lo bastante, já que não queria lhe dar esperanças. Ele sorria. - Amanhã está de pé? - Sim, tudo certo. – Embry me deu um beijo na testa e se despediu de Chris, antes de ir embora. - O Call é seu namorado? – Chris perguntou. - Não, só um amigo. – respondi. Nós já estávamos catalogando os tipos de iscas há umas duas horas. Chris me explicava para que servia cada uma e com que tipo de anzóis elas eram usadas. Enquanto anotava eu mordia um pedaço do donuts. Chris parou a explicação e sorriu. - Que foi?- perguntei confusa. Chris se aproximou ainda sorrindo e levantou a mão devagar em direção ao meu rosto. Me esquivei um pouco. - Calma, só quero limpar seu rosto que está sujo de chocolate. – ele falou com a mão ainda suspensa esperando minha aprovação. Assenti e ele passou a mão no meu rosto suavemente. No mesmo instante a campainha da porta soou, avisando que alguém havia entrado. Ainda sorrindo me virei para ver quem estava entrando e dei de cara com Jacob com a cara amarrada parado na entrada da loja. Ele usava apenas uma calça jeans e uma camiseta preta que marcavam seus músculos do peito e dos braços. Mesmo vestido tão simples ele era o garoto mais lindo que eu já havia visto. Meu coração acelerou. Por um segundo minha mascara caiu, mas logo recompus minha feição de indiferença. - O que você está fazendo aqui? – perguntei. Jacob fuzilava Chris com o olhar. Fazendo com que Chris se encolhesse já que ele era muito menor que Jacob. Me posicionei na frente de Chris como se ele precisasse de proteção do olhar de Jacob. – O que você está fazendo aqui? – perguntei novamente já que não tinha obtido resposta. - Vim te buscar para o nosso encontro. – ele respondeu sem desviar o olhar de Chris. - Não sei nada sobre esse encontro. – falei. Ele desviou os olhos de Chris e deu um sorriso debochado. – Já está esquecida? Não sabia que esclerose atacava tão cedo. Nós tínhamos um compromisso. - Eu sei bem que nós tínhamos marcado, mas não era um encontro. Então você não precisa se incomodar, é só me dar o endereço que eu posso ir muito bem sozinha! – peguei a caneta e o caderno que estava anotando e segurei com as mãos. - Eu disse que ia te levar e eu vou! – ele afirmou fechando a cara. - E eu disse que posso ir muito bem sozinha! – retruquei. - Estou seguindo ordens de Sam! – ele disse. Contra as ordens de Sam, eu não podia me opor. Não que eu quisesse me opor a sair com Jacob, mas meu modulo de defesa estava ativado. - Ok! Você me convenceu! – declarei vencida. – Chris, vou ter que sair agora, você fecha a loja? – perguntei me virando para falar com Chris e percebendo pela primeira vez que ele estava quase escondido no meio das varas- de- pesca. - Cla- claro! – ele gaguejou. - , acho melhor você trocar de roupa! – Jacob disse. - Nem vem! Que implicância é essa com a minha saia? – perguntei. - Acho que você não vai gostar de andar de moto de saia! – ele apontou. Moto!*.* Ele tinha razão. Se nós fomos de moto minha saia se transformaria em cinto. – Não tem problema, eu trouxe uma muda de roupa. – falei sorrindo. Minha paixão por motos era maior que minha teimosia. – Me troco em um instante. - Te espero lá fora. – Jacob disse ainda lançando mais um olhar mortal para Chris antes de sair. Fui no banheiro e coloquei a calça jeans que estava na minha mochila. Sam me alertou o fato de sempre andar com mudas já que poderia me descontrolar e me transformar. Mas até que eu estava me saindo bem com esse negocio de autocontrole. - Até amanhã, Chris! – me despedi antes de sair da loja. Quando me virei para procurar Jacob, meu coração disparou. Ele estava parado na frente da moto de braços cruzados. Não importa quanto tempo eu passe junto com Jake, meu corpo sempre reagiria como se fosse a primeira vez.
Tentei me controlar enquanto caminhava até onde ele estava. Jacob ainda mantinha a cara fechada. - Porque você fez isso?- perguntei. - Fiz o que? – ele perguntou se fazendo de desentendido. - Por um instante achei que o coitado do Chris iria pegar um molinete na mão e se fingir de vara de pesca! – falei. Jacob gargalhou alto. - Foi mesmo. Que mané! E você ainda dá corda pra ele. – ele fez um sinal negativo com a cabeça. - E além disso ele é um pouco velho demais pra você. – ele disse. Revirei os olhos. - Não sei do que você está falando. Eu não estava dando corda pra ninguém! Agora sai da frente! – o empurrei pro lado o que fez ele me olhar surpreso. – Uma Harley Sprint! – meus olhos brilharam. – Que linda! - Você entende de motos? – Jacob perguntou com as sobrancelhas juntas. - Meu padrasto me ensinou algumas coisas. Ele corre de moto e têm algumas em casa. – falei dando de ombros. Omiti o fato que eu corria também. - Você me surpreende sempre, sabia? – ele falou divertido. - Você ainda não viu nada! – sorri pra ele. - Mas ela está bem conservada. - Eu a reconstruí. – ele disse orgulhoso. - Verdade? Ficou perfeita. - É. – ele respondeu fazendo careta, como se estivesse com alguma lembrança ruim. – Vamos?- Jacob disse montando na moto e me dando o capacete. Peguei de sua mão e enrolei o cabelo antes de colocá-lo na cabeça. Jacob ficou me olhando. - Que foi? - Achei que teria que brigar pra você usá-lo. -Ele disse. - Sou eu que tenho que desembaraçar meu cabelo depois. – falei. – Vambora! Só que ao subir na moto, na garupa de Jake, que eu me dei conta da nossa proximidade. Ficar ali tão junto dele, sentindo todo o seu calor e o seu perfume, fez meu coração acelerar novamente. Passei as mãos pela sua cintura, encostando mais meu peito nas suas costas. Jake pareceu sentir algo também, porque sua respiração também ficou ofegante. Ao invés de se inclinar pra frente, Jacob ergueu as costas, juntando mais nosso corpos. Uma de suas mãos ele segurou as minhas. Mas então ele sacudiu a cabeça e voltou a posição normal, inclinado para frente. Ligou a moto e acelerou. Eu fechei os olhos e me abracei a ele, tentando sentir o máximo de Jacob que podia. Eu ficava completamente confusa com Jacob. Às vezes ele dava todos os sinais de que gostava de mim, pra logo em seguida me esnobar. Eu realmente não sabia mais o que pensar sobre isso. - Chegamos!- ele disse parando a moto depois de algum tempo. Eu nem tinha percebido o tempo que ficamos andando. Jacob segurou minha mão, me ajudando a descer. Eu tirei o capacete e sacudi os cabelos. Ele me observava. Esperei que ele descesse da moto. – Você está quieta. – ele afirmou. - Pensando na tatuagem. – menti. Ok, se ele podia fingir que nada tinha acontecido eu também podia. - Está com medo que doa? – ele perguntou. Fiz uma cara de desdém para ele. - Nós estamos em Port Angeles? – perguntei. - Sim. –ele respondeu. – Bem vinda a civilização. – ele sorriu e passou o braço pelos meus ombros, me puxando para junto dele. Começamos a caminhar pela rua até uma loja que dizia TATOO, em neon. – É aqui! – Jacob disse abrindo a porta. - Percebi! – falei sorrindo. - Jacob! – um rapaz careca, cumprimentou Jake. - Olá Hank! – eles fizeram um cumprimento com as mãos. – É sobre a tatuagem. O Sam já combinou com você, não foi? - Claro! É essa a gata que vai fazer?- ele perguntou me examinando. - Sim essa é a . – Jacob disse num tom seco. - .- corrigi, apertando a mão de Hank. - Pode entrar, ! Sam já havia me dito que vocês vinham, e eu deixei tudo separado. – Hank disse me encaminhando por uma porta. – Você vai esperar, Jake? - Vou ficar junto. – Jake respondeu. - Jacob não precisa, vai demorar um pouco. – falei já me posicionando de lado na cadeira em frente ao Hank que já colocava o transfer no meu braço. - Eu quero ficar aqui, caso doa eu estou junto com você. – Jacob pegou uma cadeira e sentou na minha frente, segurando minha outra mão. Por isso eu me confundia com as atitudes de Jacob, em uma hora ele me irritava até não poder mais, na outra ele era perfeito. Tirando o fato de ter me beijado duas vezes e depois ter fingido que nada tinha acontecido. Eu estava totalmente perdida. Depois que nos despedimos de Hank, nós caminhamos de mãos dadas em silencio, até a moto. Eu não queria ir pra casa, mas Jake tinha ronda pra fazer. Quando subi na moto, meu corpo já ansiava pelo contato. Jacob acelerou e eu me preparei para absorver máximo de Jake que podia. Já no contorno de Forks que levava ao litoral, Jacob diminuiu a velocidade. - , - ele disse virando o rosto pra mim. – você tem que ir direto pra casa? - Não. – disse com meu coração acelerando em expectativa. - Eu preciso conversar com você. -Ok. – respondi. Mesmo não indo para casa, Jacob foi em direção a La Push. Ele pegou o caminho diferente costeando a praia, então parou. Eu desci da moto e tirei o capacete o segurando nas mãos. O vento da praia jogava meus cabelos pra trás. - Nós estamos perto da sua casa. – ele disse. - Eu percebi. – respondi. - Caso você se irrite comigo e queira ir andando. – ele disse e riu de lado. Me irrite? Então a conversa não iria ser boa. – Mas o que você queria falar? – perguntei já com medo de ouvir a reposta. - Eu queria saber o que tem entre você e Embry? – ele perguntou olhando para a escuridão do mar adiante. - Porque isso agora? Ele desviou os olhos do mar e me encarou sorrindo. - Você não respondeu. – disse. - Não respondi por que não tem nada pra responder. - Você sabe que ele gosta de você, não sabe? – ele perguntou agora sério. - Ele é bem sincero. – falei. Diferente de mim. Desviei os olhos para o mar. - Seu pai sabe disso? – Jake perguntou. Olhei pra ele surpresa. - Meu pai? O que meu pai tem haver com isso? - Ele sabe do seu envolvimento com Embry? - Não tem envolvimento, Jake. Nós somos só amigos. Ele me segurou pelos braços angustiado. Isso me assustou. – , seu pai sabe que o Embry está apaixonado por você?- eu ainda fiquei encarando por alguns instantes. – Responde. - Acho que sim. Já disse que o Embry é bem sincero, ele não esconde. - Bom, então acho que não tem problema. – Jacob disse aliviado me soltando. O que? Agora ele estava me jogando pra cima do Embry? Não pude evitar que meus olhos se enchessem de lágrimas. – Jacob, quer me dizer o que está acontecendo? - Só o Embry pode te dizer. – ele realmente estava me empurrando pra cima do Embry. Eu era uma estúpida mesmo. - Vamos? Coloquei o capacete e subi da moto. Senti as lágrimas quentes molharem meu rosto escondido dentro do capacete. Em poucos segundos Jake parou a moto em frente a minha casa. Desci da moto e entreguei o capacete, sem olhá-lo. - Obrigado Jake e boa noite! – me virei em direção a casa. - Hey, espere! O que houve? – Jake me alcançou e me puxou para os seus braços. - Não Jake! – eu não queria chorar. Demonstrar fraqueza era o que eu mais detestava fazer, ainda mais para o Jacob. – Me deixe ir. – pedi. - Primeiro me diga o que eu fiz. - Não fez nada Jacob, só me deixe ir embora. Por favor! – tentei me desvencilhar do seu abraço. - Por quê? O que aconteceu? – ele perguntava confuso. - Jacob o que você quer de mim? – ele me encarou por uns instantes e depois baixou os olhos. Ele não sabia a resposta. - O que VOCÊ quer de mim ? – ele retornou a pergunta. Não respondi, só me aproximei mais e deixei que meu corpo respondesse. Uma das minhas mãos foi para a nuca de Jacob o puxando para um beijo ardente. Não conseguia mais me segurar, meu corpo todo chamava por Jake. Ele retribuiu de imediato, logo nossas línguas dançavam juntas. Uma das mãos de Jacob que estavam em minha cintura subiu para minha nuca e se entrelaçou nos meus cabelos. Ele puxava de leve me fazendo inclinar mais. Mas nós tínhamos que respirar então ele separou nosso lábios, encostando sua testa na minha. Ficamos assim até que nossas respirações se acalmassem. - Eu tenho que ir. – ele disse por fim. Apertei os olhos. Realmente ele tinha que ir. Soltei minhas mãos de sua nuca, mas ele não me largou. – Até amanhã. – disse me dando um selinho. - Até amanhã. – respondi. Jacob me soltou e relutante eu caminhei até a varanda, mas eu queria mais Jacob. Ele acelerou a moto e se foi. E eu rezei para que meu pai não me fizesse perguntas.
Capítulo 10
Eu estava exausta, depois de me virar na cama a noite toda, sem conseguir dormir pensando em Jacob. Acabei chegando em cima da hora pra fazer a ronda. Os garotos já tinham ido embora. Corri com Sam o perímetro, ligando e desligando o “reflexo” da minha mente. Era assim que ele se referia a essa habilidade a mais que eu tinha. Ele ainda tentava achar um uso para isso, mas pra mim, não passava de uma grande inutilidade, já que meus pensamentos continuavam a ser ouvidos. Me transformei e me vesti me arrastando, ainda tinha que ir para a loja trabalhar no turno da tarde. Tudo o que eu queria era a minha cama. Ouvi passos se aproximando, o que fez meu coração acelerar com a expectativa. Mas não era quem eu esperava. - Olá! – ela disse com um sorriso sarcástico nos lábios. - Olá, Leah! – respondi desanimada. Tudo que eu não queria era discutir com Leah agora. - Então você não ouviu o que eu te falei ontem? – ela perguntou se recostando em uma arvore e cruzando os braços no peito. - Escuta Leah, eu não estou aqui para disputar nada. Pode ficar com o titulo miss lupina para você. - Desculpe se eu não sou polida para falar, mas eu também não quero discutir. Eu só quis te dar um aviso. Pro seu próprio bem. – ela apontou. - Um aviso? – estranhei. - , você conhece o pai do Embry? – ela perguntou. - Pai do Embry?- eu realmente não sabia quem era o pai do Embry. – Não. - Pois a mãe dele veio de outra aldeia, ela não é uma Quileute. E ninguém sabe quem é o pai do Embry. - E o que eu tenho haver com isso? – perguntei já incomodada com aquela fofoca toda. - Pense! – ela disse. – Se ele faz parte do bando, as opções para pai do Embry ficam restritas. – Leah soltou essa e virou as costas indo embora. Eu fiquei ali, paralisada remoendo aquela informação. Somente um descendente dos lobos Quileutes, traz o gene da transformação. Então as opções eram Billy Black, o Velho Samuel Ulley, o falecido Harry Clearwater, o Velho Quil Ateara ou... minhas pernas tremeram... meu pai. Respirei fundo. Por isso a conversa de Jacob na noite anterior. Havia a possibilidade de Embry ser meu irmão. Meu irmão. (N/A Meninas essa história sobre o pai do Embry está em Eclipse, não é invenção minha) Eu só me dei conta que estava chegando a loja quando meus pés tocaram o asfalto do estacionamento no final da trilha. Caminhei mais rápido, precisava tirar essa história a limpo com meu pai, porque além do fato de Embry poder ser meu irmão, meu pai era casado na época, então ele traiu a minha mãe! Abri a porta da loja. - Oi Chris! Onde está meu pai? - Oi , ele saiu na hora do almoço e não voltou ainda. - Respirei fundo, meu pai estava aproveitando as minhas tardes na loja para folgar. – O que você tem? – ele perguntou. - Problemas. – respondi largando minha mochila em cima do balcão e enterrando o rosto nas mãos. - Com o Black ou o Call? – Chris perguntou. Levantei o rosto para olhá-lo. Chris estava apoiado no balcão com uma revista de moda em sua frente. - Chris, posso te fazer uma pergunta? - Claro. – ele respondeu largando a revista e se virando para mim. - O que você acha do Jake? – perguntei o analisando. - Acho ele lindo e forte. Mas ele me dá medo. – falou com a mão no peito. Não pude deixar de sorrir. – Você viu como ele me olhou ontem? Achei que fosse me matar! - Posso te fazer outra pergunta, Chris? - Se for sobre o que eu acho do Call, eu já te digo que ele não é tão lindo que nem o Black, mas é um fofo. - Não é isso, não. Não me leve a mal, ok? – mas eu não tinha coragem ser tão enxerida. - Eu na verdade não tenho nada haver com isso. Melhor deixar pra lá. - Pergunte logo menina. – ele disse. - Você não vai ficar chateado? – perguntei receosa. - O que, vai me perguntar se eu sou gay? – ele disse inclinando a cabeça. – Eu acabei me denunciando, não foi? – eu assenti.- É que me senti bem a vontade com você.- ele pensou por um instante - Isso te incomoda? - Nem um pouco. – respondi sinceramente. – Eu sempre quis ter um amigo gay. - Eu sabia que você não tinha a cabeça fechada que nem as outras pessoas dessa cidade. - ele girou os olhos. - Só quero te pedir que você não comente. Sabe como é cidade pequena. - Claro Chris, não se preocupe com isso. – disse. - Agora, me conta tudo que aconteceu ontem. Estou morto de curiosidade. - parecia que eu tinha acionado o gayterruptor do Chris. Eu estava muito feliz, estava precisando muito de um amigo confidente. Respirei fundo e contei tudo desde o dia em que cheguei. Só omiti sobre a transformação e a história do pai do Embry. - Nossa! – ele disse – Você está realmente com problemas. - Eu sei. – choraminguei. Isso que ele não sabia de toda a história. - Tem dois gatos apaixonados por você. - Ele apontou. - O que? – olhei pra ele – Acho que você não ouviu! Jacob já está apaixonado por outra! - Amorzinho, eu ouvi muito bem. Ele está apaixonado pela filha do chefe Swan. -Isso mesmo. – falei. - Vai por mim, ele senti alguma coisa por você sim. Mas... – claro que teria um mas.- ... se um relacionamento fantasma é mais importante que você, cai fora gata. – suspirei alto. -Quer que eu te ajude nessa? – ele perguntou. - Claro! -Vou te contar um segredinho. – Chris disse se aproximando. - Quando o cara está a fim de uma garota ele demonstra isso. Ele telefona, aparece, quer conhecer seus amigos, não consegue manter os olhos e as mãos longe dela. Ele vai atrás. Então... deixa ele correr atrás de você. (N/A Esse conselho tirei do livro Ele simplesmente não está afim da você. É bem esclarecedor.) - Mas desde que eu cheguei, eu não fui atrás dele nenhuma vez. – me defendi. -Ótimo! Continue assim.- revirei os olhos. Grande conselho! A campainha da porta soou, indicando que alguém havia entrado. Um Sr de bigodes parou no balcão em frente ao Chris. - Boa tarde, Chefe Swan! – Chris o cumprimentou. Então esse era Charlie! Fixei os olhos na tela do note em minha frente. - Olá Chris! John me disse que chegaram umas iscas novas. - Ah sim. Ele deixou uma caixa separada para o Sr. Só um momento que eu vou buscá-las. – Chris me deu um olhar cheio de significados antes de sair. - Mas olha só, se não é a ! – Charlie me disse sorrindo. - Chefe Swan! – o cumprimentei o mais simpática que consegui. - Você se lembra de mim? - Um pouco. – menti. - Talvez você se lembre da minha filha, Bella. Você brincavam de vez enquando, antes de... você sabe. - Antes da separação dos meus pais? É, acho que me lembro da Bella. – menti novamente. O porque da mentira eu não sei. - Aqui está, Chefe Swan. – Chris voltou com uma sacola nas mãos. -Obrigado Chris. – Charlie disse pegando a sacola. – Sabe, talvez seja bom vocês duas voltarem a ser amigas. Engoli em seco e sorri amarelo. – É acho que sim. – tentei ser evasiva. - Bella está precisando de novas amizades. – Charlie disse. Ah claro! Ela deve estar querendo ampliar o circulo de amizades dela. Além de vampiros, lobisomens também. - Podemos marcar alguma coisa, quem sabe? - É quem sabe. – respondi sem jeito. Acho que vou vomitar! Ele pareceu não notar o quanto incomodada eu estava porque sorriu. – Vou combinar com seu pai. – somente assenti. – Depois eu acerto. – ele falou se dirigindo a Chris e depois saiu. Soltei o ar em um jato. - Menina, que sufoco!- Chris falou depois de algum tempo. - Nem fala! A tarde passou sem nenhum telefonema de Jacob. Eu olhava o visor do celular de cinco em cinco minutos. - Ficar encarando o celular não vai fazê-lo tocar. – Chris disse o que me fez mostrar a língua pra ele. Só que ele estava certo. Se Jacob quisesse falar comigo, já tinha dado um jeito de me ligar. O telefone da loja tocou me fazendo ter esperanças de novo. -Alô, Raindrop artigos de pesca. – Chris atendeu.-...- Sr. Black! – o nome me fez prestar atenção a conversa e meu coração disparar.-...- Sim, chegaram as novas iscas. – era Billy.=[ -...- Claro que podemos entregar. – Chris continuou a falar no aparelho mas me encarando e fazendo caras e bocas.- ... – Pode ser daqui a uma hora?-...- Ah o Sr não vai estar em casa, mas é pra entregar para o Jacob! – eu tinha que me segurar para não rir das caretas que o Chris fazia. Como eu não pude ter percebido antes que ele era gay?-... – Sim, eu entrego sim.-...-Ah o Sr prefere que a entregue! Claro! – Chris piscou os olhos para mim. – Ok, Obrigado!- Chris desligou. Meu queixo caiu no chão. – Menina, o sogrinho está do seu lado. – ele pulava e batia palmas daquele jeito mona de ser. - Menos Chris. – pedi sorrindo. - Só que você não vai! – ele apontou pra mim ajeitando a franja do cabelo emo com a outra mão. - O quê? Como assim não vou, Chris? – perguntei. - Você não vai, quem vai sou eu. Pode ser que eu não sobreviva essa missão, mas que eu vou te ajudar vou. Confie em mim. - ele disse por fim. - Ok, espero que você saiba o que está fazendo. -Olá! – Embry disse entrando na loja algum tempo depois. - Olá Call- Chris cumprimentou. Embry caminhou até o balcão e parou em minha frente. – Oi. – ele disse sorrindo. - Oi. – respondi tentando sorrir também. Eu tinha que tomar coragem e falar com ele, mas não sabia como. Embry ficou sério. - Que houve? – ele perguntou. - Você fica um pouco com a , Call? Eu tenho que fazer uma entrega. – Chris perguntou, pegando a sacola da encomenda de Billy. - Claro! – Embry respondeu sem desviar os olhos de mim. - Já volto! – Chris disse fechando a porta atrás dele. - O que houve? – Embry repetiu a pergunta. Respirei fundo, eu tinha que falar. – Embry, a Leah me falou... sobre o seu pai. – Embry ficou tenso. – Desculpe tocar nesse assunto. Eu sei que deve te incomodar, mas e se... - E se John for meu pai? – ele falou me interrompendo. - Embry, nós podemos ser irmãos! – respondi, mas ele só fez uma negativa com a cabeça. – Como você pode ter tanta certeza? - Eu sei! – ele respondeu. Embry! – olhei séria pra ele. – Como? - Só sei! – ele respondeu. - Acho melhor eu falar com o John. – falei. Ele deu de ombros. – Ainda está de pé a nossa saída? - Claro! – eu iria dizer como eu iria adorar que ele fosse meu irmão, mas achei que ele poderia se chatear com o comentário, então fiquei calada. Ficamos conversando por algum tempo, até o Chris retornar. - As seis? – Embry perguntou antes de sair. - Eu tenho que passar em casa antes pra pegar a caminhonete do John. Eu te pego na sua casa, pode ser? - Claro.- ele respondeu e saiu. - Você sabe que eu torço pelo Call, não sabe? – Chris falou depois que Embry saiu. Olhei para ele de soslaio. (¬¬) – Ok, agora me conta o que aconteceu. - Cheguei lá e ele atendeu a porta sem camisa. – Chris se abanou. – Primeiro me lançou um olhar mortal que me deu um frio na espinha e depois perguntou por você é claro, e eu disse que você estava com problemas e não pode ir. - Problemas? – estranhei. - Vai por mim, ele me pareceu bem preocupado. E por falar nisso, ele ainda não te ligou? – ele perguntou. - Não. – mas ai me lembrei que eu havia deixado meu celular no silencioso. Peguei o celular e olhei o visor. 3 CHAMADAS PERDIDAS Jake. Mostrei para o Chris, o que o fez abrir um enorme sorriso. – Ligo pra ele de volta? – Perguntei. - Espere uns 10 minutos primeiro. - Obrigada Chris. – agradeci sincera. - Que isso flor, eu sempre quis ser fada madrinha. - ele disse e depois riu. Eu ia fazer um comentário quando o telefone começou a vibrar na minha mão, me fazendo sorrir. Era Jake. - Alô! – atendi. ! - Oi Jake! – suspirei ao ouvir sua voz. Billy disse que você vinha aqui! – ele reclamou. - É que ... O... seu colega, teve aqui, ele disse que você estava com problemas. - Esta tudo bem Jake. É que eu estava falando com Embry sobre aquilo que conversamos ontem. O que conversamos ontem? - Leah me falou algumas coisas hoje de manhã. Quer vir aqui conversar comigo sobre isso? Ou eu posso ir na sua casa, se você quiser. - Ir na minha casa? – Chris fez que não com a cabeça. E eu também não podia desmarcar com Embry. – Hoje não vai dar, Jake. Ok. – ele disse desanimado. -Quem sabe amanhã? – tentei manter a conversa. Chris fez uma cara de desaprovação que eu ignorei. Então até amanhã. – ele disse, mas eu já tinha ouvido essa antes. - Até amanhã. – desliguei com o coração apertado. A vontade de sair correndo e bater na porta dele era imensa. - Você não vai! – Chris falou adivinhando meus pensamentos me fazendo bufar. oOo A ida a Port Angeles com Embry foi rápida e tranqüila. Ele me contou de como a mãe dele estava brava pelo fato dele não dormir em casa, já que ela não sabia que o filho era um lobisomem. Isso me fez pensar de como seria difícil se meu pai não soubesse do segredo. Mas Embry não parecia se importar com isso. Ser parte do bando era muito mais importante pra ele, do que os castigos e sermões que a sua mãe pregava todos os dias. O problema da internet estava resolvido, agora eu podia me comunicar com minha mãe e as minhas amigas que havia deixado no Brasil. Mas um problema maior estava me esperando em casa: como falar com John sobre a paternidade de Embry. - Pai! – falei após o jantar enquanto recolhia os pratos e levava para pia. – Preciso conversar com o Sr. - Fale! – ele disse se esparramando mais na cadeira. Isso vai ser difícil. Eu estava de costas para ele, começando a lavar a louça. Decidi que iria soltar tudo de uma vez, antes que eu perdesse a coragem. Respirei fundo. – Tem possibilidade do Embry ser meu irmão? – ouvi um barulho na cadeira, como se meu pai se segurasse pra não cair. - Que raios de pergunta é essa? – John disse num tom ríspido. Agora que eu havia começado iria até o fim. – Eu sei que o Sr. sabe quem é o pai do Embry. Na verdade só podem ser cinco pessoas, e você é uma delas. Mas eu só quero saber se é o Sr. ou não. - Claro que não! Você acha que eu trairia sua mãe? E você acha que eu deixaria esse namorico de vocês dois se houvesse alguma possibilidade? - É eu realmente achei que não. – respondi. - E porque perguntou então? - Só pra ter certeza. – respondi enxugando o último prato. - Vocês andam fofocando sobre isso? -Nós dividimos pensamentos, pai. Se esqueceu. – ele estreitou os olhos com a minha observação. – Bom, vou mandar uns e-mails pra mamãe e vou dormir. Boa noite! - Boa noite! – ele disse ainda abalado com a conversa.
Capítulo 11
A tarde estava monótona e o movimento da loja fraco. Não que normalmente tivesse movimento, mas aquela tarde parecia mais maçante. Eu me sentia sufocada. A falta que eu sentia de Jacob me consumia. Parecia que Jake era meu ar e sem ele era impossível respirar. Eu sabia que ele devia estar estudando para as provas finais já que Embry também estava desaparecido por esse motivo. Sam era muito rígido quanto as notas escolares, quem não se saísse bem tinha algumas punições e os meninos odiavam ser afastados do bando para ficarem mais horas estudando. Então eles se mantinham na linha. Eu estava quase surtando. E para piorar ficava remoendo a conversa de Chris de que se um homem quer falar com uma garota, não há nada que o impeça. Isso só me dizia que Jacob NÃO queria falar comigo, já que ele só tinha me ligado por causa da influência de Chris. Senti meu celular vibrando. - Alô? Por favor a Srta Raindrop? - É ela. – falei desanimada. Estamos com uma entrega para fazer para a Srta, podemos entregar agora? - Claro! Meu pai está em casa e eu daqui a alguns minutos estou também. – desliguei o celular e comecei a pular. Minha bebê estava chegando em casa! - Boas noticias? – Chris perguntou. - Ótimas! Chris você segura as pontas para mim? Tenho que receber uma encomenda. - perguntei. -Claro! Vai lá! Não esperei nem Chris terminar a frase e sai correndo pela porta. Já estava quase no final do estacionamento quando ouvi uma voz conhecida. - Vejam só quem está matando serviço! Brequei na hora, tentando controlar a minha reação antes de me virar em direção a Jacob. Coloquei um sorriso normal no rosto, e não um bobo e apaixonado. Rezei para que ele não ouvisse meu coração acelerado. Me virei devagar. Jared e Paul estavam com ele. - Brasileirinha! – Jared me cumprimentou. -Brasileirinha não, gaúchinha! – Paul disse “gaúchinha” com bastante sotaque, enrolando a língua. Jacob pareceu não gostar porque olhou de soslaio para ele. -Hey guys! – respondi. Jacob se aproximou mais, parando em minha frente entre eu e os garotos. Cruzou os braços no peito e com um sorriso debochado na cara. – Seu pai sabe que você está matando o serviço? – ele perguntou ignorando as boas maneiras. - Ainda não!- falei imitando sua postura. – Porque, você vai me dedurar?- o provoquei. Nós ignorávamos totalmente a presença dos garotos ao nosso lado. Ele sorriu de lado quase me fazendo hiperventilar. Quase. Eu não ia dar esse gostinho a ele, o deixar saber o quanto ele me afetava. – Depende. Aonde você vai com toda essa pressa?- Jacob perguntou. Nesse momento me lembrei que realmente estava com pressa. – Tem alguém me esperando. – falei simplesmente. - Alguém? – ele perguntou sério de repente. Eu poderia explicar direitinho o que estava acontecendo, mas o prazer de provocar Jacob era maior. – Com licença garotos, mas eu tenho que ir. – falei me virando. - Espere! – Jacob me segurou meu braço enviando uma corrente elétrica pelo meu corpo. Não pude evitar que minha respiração acelerasse. Ele me encarava como se pensasse em algo para dizer – Você vai voltar pra loja? Hein? Algo me dizia que não era isso que ele queria dizer. – Acredito que não. Mas eu tenho que ir. – falei em um fio de voz, mas sem fazer menção de me mexer, e nem Jacob de me soltar. - Caham! – Paul limpou a garganta, acabando com o nosso momento. - Nós também temos que ir. –falou. - Só estou indo pra casa. – falei baixinho, ainda sem tirar os olhos de Jake. Mas sabia que os garotos tinham escutado. Ele sorriu novamente soltando meu braço devagar. – Vou passar por lá depois. - Que bom, porque eu queria muito te mostrar uma coisa. – falei sem pensar que isso poderia ser interpretado de várias maneiras. Só os “Hmmmm” dos garotos me fizeram perceber isso e corar imediatamente. Senti meu rosto queimando, provavelmente eu estava muito vermelha. Idiotas! Mas claro que eu não iria deixar por isso mesmo. Me virei parando bem a frente de Paul. – Vocês também podem vir se quiserem. - Você também vai nos mostrar essa coisa, ? – Paul falou debochado. Em menos de um segundo, antes de mesmo de eu conseguir dar uma resposta, Jacob já tinha me puxado pra trás dele. - Você não consegue parar de falar besteiras Paul? – Jacob falou com o peito estufado o encarando. - Que foi Jacob? Tá com ciúmes da ? – Paul revidou. - Ei! Ei! Ei! – Jared tentou interferir, mas não teve existo. -Se você presa seus dentes, Paul, mantenha essa boca fechada! – Jacob cuspiu. Pelo jeito eu teria que me meter, porque o pateta do Jared não estava fazendo nada que preste. E mais um pouco os dois poderiam explodir em lobos – Ei crianças, vamos parar? – me coloquei no meio dos dois. – São só algumas coisas que chegaram do Brasil que eu quero mostrar. Não precisam brigar por causa disso. - Vai com a , Jake. A gente se encontra na casa da Emily mais tarde. – Embry falou carregando Paul. - Vem Jake. – tentei puxá-lo pelo braço, mas ele não se movia. – Jake não vale a pena brigar por isso! Depois de um tempo Jacob se moveu ainda encarando Paul que se afastava. Ele deu mais uns passos para trás, então se virou e começou a caminhar em direção a minha casa. - Desculpe por isso , é que às vezes o Paul me tira do sério. - Você não devia brigar por besteiras Jake. – eu disse enquanto caminhávamos lado a lado. - Não é só isso! É essa coisa que o Paul tem que não pode ver uma garota que... – ele me olhou sério por uns instantes. – Deixa pra lá. - Quem devia deixar pra lá, era você. – apontei. – Não vale a pena. - Claro! Claro! – ele disse finalmente relaxando. - Mas o que vocês iam fazer na casa da Emily? – perguntei tentando o distrair com outro assunto. -Antes de te responder essa, me responde uma coisa?- ele perguntou. - Uma coisa? – perguntei desconfiada. - Sam me disse que você tem uma espécie de super-poder. -Super – poder! Pufff! – falei com desdém girando os olhos. -Ah é legal! – ele disse. - Se você descobrir para que serve me avisa, ok? Mas agora me diz, o que vocês vão fazer na Emily? - Íamos falar com Sam. Você está sabendo que está acontecendo ataques em Seattle? - Sim, meu pai me falou algo sobre isso. – respondi. - Nós estamos achando que vampiros podem estar por trás disso. - Vampiros?- O.O - Vamos ver o que Sam acha sobre isso. Mas antes, o que você queria me mostrar? Nós já estávamos no final da rua, em frente ao meu gramado. Parada na entrada da garagem estava minha bebê. - Eu queria te mostrar isso!- apontei para ela. Jacob diminuiu o passo e abriu meu sorriso de sol. – É sua? – seus olhos escuros brilhavam. - Sim. – cheguei perto para examiná-la. Queria ver se nada tinha acontecido com minha filha. Mas ela estava perfeita, nenhum arranhão na sua pintura vermelha. Minha Aprilia RS 125. – Eu sabia que você ia gostar. – falei observando a cara dele. Parecia criança em manhã de Natal.
-Ela veio do Brasil? – ele perguntou sorridente. - Se lembra que eu disse que meu padrasto corria? – perguntei e ele assentiu. – Pois então, eu vivia pedindo essa pra mim, porque ele tem algumas dessas motos em casa. Daí ele me disse que no dia em que eu conseguisse a levantar do chão ela era minha. Todos os dias eu tentava, mas não tinha forças. Mas ai no dia do meu aniversario de 17 anos eu tentei e ela me pareceu mais leve que pluma. Você deve saber por que, não é? – perguntei piscando um olho. Jacob só sorriu em resposta. – Vamos dar uma volta ou não? - ele perguntou. - Claro! Vou buscar as chaves dela e já venho. - Abri a porta pra dar de cara com um John emburrado. – Oi pai! - Que história é essa de moto? – ele perguntou sério. - Boa tarde pro Sr. também. – respondi e meu pai rosnou. – Ok ok. Pai ela é minha tá? E não é como eu fosse me machucar. Ele relaxou. – Eu sei, mas ela só me faz lembrar de que você não é mais criança. - Own pai, mas pensa assim. Você vai ter uma filha de 17 anos por muuuiiiitttooo tempo. John riu. – Ok você está certa. - Vou dar uma voltinha com ela pra checar se está tudo ok. Jacob vai junto. - E a loja? Girei os olhos. Como se e o Chris não desse conta do enoooorrrme movimento da loja.- Chris me liga se precisar. Eu não vou longe. Prometo. - Tá bom! A chave está no aparador, junto com a do carro. Olhei na direção e só então eu vi, mais três caixas enormes. Com certeza meus livros e objetos pessoais. – Depois eu subo com isso! - Eu não pretendia subir com isso mesmo. – meu pai disse abrindo o jornal. O que me fez rir. Me despedi com um beijo em sua testa. – Tchau pai! - Se cuida. – ele disse simplesmente. Sai fechando a porta atrás de mim. - O que você está fazendo, Jake?- perguntei. Jake estava sentado em cima da moto com a mão estendida esperando a chave. – Você não vai pilotar a minha moto, pode sair. - Qual é ? Você já deve ter andado nela várias vezes. – ele falou fazendo biquinho. - Pode sair Jake! Minha moto eu dirijo. Ele se arredou para que eu pudesse subir. Todas as células do meu corpo já ansiavam pelo toque do dele. Jacob passou as mãos pela minha cintura, e como eu usava uma babylook curta, suas mãos quentes foram direto para minha barriga me fazendo arrepiar com o toque quente. Ele afundou o rosto na curva do meu pescoço. Seu hálito quente batendo diretamente na minha pele. - Você tem um cheiro tão bom! – ele disse com a sua voz rouca. – Senti tanta falta de você ontem. - Jake, assim nós não vamos sair do lugar. – falei com o pingo de lucidez que me restava. - Então me deixe dirigir. Eu consegui daquela vez, mesmo com você me provocando. - Provocando? Eu não te provoquei. - menti. – Você que está fazendo de propósito! Ele riu abafado no meu pescoço, criando mais uma corrente elétrica no meu corpo. – Não estou te ouvindo com esse capacete, . - Idiota! – grunhi. O que fez ele rir mais. É provocação que ele quer? Ele vai ter. Levantei o corpo para dar força no pedal, fazendo questão que meu corpo roçasse em Jake no trajeto. Ele me segurou com as duas mãos ao lado do meu quadril me forçando pra baixo, impedindo que eu fizesse o movimento novamente, já que a moto não pegou de primeira. - , a sua moto tem partida elétrica, não precisa dar partida no pedal! – ele disse com a voz entrecortada. Ri alto. – Desculpe, eu esqueci! Consegui ouvir o estalido dos dentes de Jacob se batendo, antes de acelerar a moto e partir, com ele tentando me tocar o mínimo possível.
Capítulo 12
Paramos em frente a casa de Emily. Jacob desceu rápido, parando ao meu lado sem me olhar. - Então o que você achou dela? – perguntei sorrindo. - Boa maquina. – ele disse secamente, fazendo meu sorriso morrer no rosto. Jacob se virou e entrou na pequena casa. - Oi ! Finalmente você veio me fazer uma visita! – Emily se aproximou me dando um abraço. Sam vinha logo atrás. Coloquei um sorriso forçado no rosto. – Olá Emily, mil desculpas, mas eu ainda não me organizei. - Eu sei disso, estou brincando. - Olá ! – Sam cumprimentou. - Olá Sam. - Bonita moto! É sua? – ele perguntou. - Chegou hoje do Brasil. – respondi. - Os garotos vão adorar! - UAU! – Seth disse ao sair pela porta. – Você vai ter que me deixar pilotá-la algum dia. - Algum dia! – respondi. – Mas olá pra você também. - Desculpe ! – Seth me cumprimentou com um abraço. Jared e Paul apareceram na porta. Cada um com um pedaço de bolo nas mãos, mas pareceram nem me notar, foram direto para a moto. - Vamos entrar! – Emily convidou. Os garotos ficaram ao redor da moto, só Jacob estava sentado na poltrona da pequena sala de Emily, alheio a tudo. Quando entramos ele me olhou por alguns segundos, sua expressão era indecifrável, mas logo desviou o olhar levantando e indo falar com Sam. Será que ele havia ficado bravo comigo? Acompanhei Emily até a pequena cozinha perfeitamente branca. A casa de Emily só fazia me lembrar de como eu era relapsa com a casa de John. - Precisa de ajuda, Emily? – perguntei tentando tirar a sensação ruim, que o comportamento de Jacob me causara. - Só me passa aquela forma. – Emily apontou para a enorme fornada de muffins que estavam em cima da bancada. - Claro! – disse a ajudando a tirar a forma do forno e colocando a próxima. Na mesma hora a cozinha foi invadida por um bando de garotos gigantes semi-nús. - Lá pra mesa! – Emily ordenou, - Não quero vocês bagunçando minha cozinha. – os garotos saíram ainda assim conseguindo roubar alguns muffins antes. Quil, Leah e Embry chegaram logo em seguida. Embry levantou os olhos e sorriu quando nossos olhares se cruzaram. Ele atravessou a sala e veio se sentar ao meu lado no balcão da cozinha. Jacob e Sam continuavam conversando no lado oposto da sala. - Passei na loja pra te buscar pra vir para cá e o Chris me disse que você havia saído cedo. – Embry disse me fazendo desviar os olhos de Jacob e olhar para ele. - Minha moto chegou hoje do Brasil. – falei tentando colocar um pequeno sorriso no rosto. O jeito frio de Jacob ainda povoava os meus pensamentos. - Aquela moto é sua? – ele perguntou empolgado. Afirmei com a cabeça sorrindo. – Você vai ter que me prometer que vai me deixar dar uma volta. Senão... - Senão o que? – perguntei rindo. – Vai colar chiclete no meu cabelo de novo? Ele gargalhou alto. Notei que Jacob se virou para nos olhar, sua expressão ainda era séria. – Não, mas não é uma má idéia.- Embry disse. - Claro que eu vou te deixar dar uma volta, Em. - A também disse que vai me deixar dar algumas voltas. – Seth se intrometeu na conversa. - Você não tem amor a aquela moto ? – Quil perguntou levando logo em seguida uma almofadada de Seth.. Eu somente ria de toda aquela bagunça. -Ok garotada, isso aqui é serio. – Sam começou chamando nossa atenção. Todos se viraram para ele e Jake que estava sério ao seu lado. – O negocio em Seattle está ficando feio. Estamos quase certo que tem vampiro por trás disso. Então vamos reforçar a vigilância. Além do fato que aquela fêmea ainda anda rondando por Forks. Não sabemos até quanto os Cullens estão de vigília, por isso temos que ficar de olho. Tem mais uma coisa. – ele continuou depois de uma pausa. – Tem mais dois garotos que estão com os sintomas que está perto da transformação. – arregalei os olhos. Mais dois! – São o Collin e o Brady. Provavelmente na próxima reunião eles já estejam com o grupo. Era isso!- ele disse por fim. – Alguma dúvida? – perguntou olhando em volta. – Muito bem então vamos refazer os grupos de patrulha. você vai para o grupo de patrulha da noite. – vi com a minha visão periférica Embry ficar tenso. Jacob interrompeu – Sam acho que... - Ela já está pronta Jake. – Sam disse simplesmente fazendo Jacob ficar mais sisudo ainda. Eu não sabia o que pensar sobre isso. Talvez pudesse ser somente por precaução, mas a porção insegura da minha razão insistia em dizer que Jacob podia também não ter gostado da idéia de eu fazer parte do seu grupo, somente porque não me queria por perto tanto tempo. Depois das distribuições dos turnos, me esparramei no sofá ao lado de Quil. Paul e Jacob estavam sentados no chão da sala vendo um jogo na TV e Seth estava esparramado na poltrona com uma enorme tigela de batatas-fritas no colo. Sam e Emily namoravam na cozinha enquanto ela tirava outra forma de muffins do forno. Jared falava ao celular melosamente, provavelmente com Kim. Embry foi até a cozinha voltando com duas latas de refrigerantes nas mãos e me alcançou uma, se sentando na outra poltrona. - Bom, já vou indo! – falei depois de beber mais um refrigerante - Prometa que vai voltar logo. – Emily me disse. - Claro, Emily prometo sim. Os garotos se despediram com “Tchau !” “Até mais!” Passei os olhos por Jacob que só fez um aceno com a cabeça e sorriu fraco para mim. Aquilo me deixou mais confusa ainda. Saí para a escuridão com um nó preso na garganta. Já estava colocando o capacete na cabeça, quando Embry me alcançou. ' - , espera! - Oi Embry! – tirei o capacete novamente. - eu queria te perguntar uma coisa. - Pergunte. – olhei por sobre seu ombro e vi que Jacob havia dado uma olhada pela janela. - No outro sábado vai haver a festa no colégio. Não é grande coisa. – ele começou a se enrolar. – Mas vai ser legal. - Você está me convidando, Embry? -Estou! – ele disse com um sorriso tímido. Uns instantes depois ele ficou sério. – Você iria comigo?- ele perguntou inseguro. - Claro! – falei mordendo o lábio, não sabia como aquilo poderia ser interpretado pelo Embry. Ele abriu um sorriso de orelha a orelha. – Quem mais vai? – Tentei disfarçar meu interesse, mas sabia que com Embry era inútil. - Ah você sabe, Quil e Jacob vão sozinhos. Jared vai com a Kim e Paul convidou uma garota da turma dele. - Vai ser legal. – falei por fim. – Então nos vemos amanhã? - Claro! – ele respondeu. – Você vai direto para casa? - Acho que sim! – respondi evasiva. Ele pareceu não gostar muito da minha resposta porque torceu a boca. – Até amanhã, Em! – me despedi colocando o capacete e acelerando a moto. Acelerei mais com o punho quando cheguei à auto-estrada. Sentia o vento forte batendo no meu corpo. Em poucos minutos eu estava em Forks, passei pelas poucas lojas que havia no centro, que já estavam fechadas deixando a cidade mais deserta. Continuei andando pelas ruas pouco iluminadas. Queria correr para limpar meus pensamentos, mas correr como? Se de trezentos em trezentos metros havia uma sinaleira fechada por nada, já que não havia quase nenhum movimento nas ruas. Parei em uma delas ao lado de um jipe. Desviei os olhos para o lado e vi que dois garotos estavam dentro dele. O que dirigia era moreno e forte o outro loiro e mais magro. Os dois me olharam espantados, foi quando o vento mudou de direção me trazendo o cheiro forte e adocicado que queimou meu nariz. Vampiros! Esses deveriam ser uns dos Cullens. Mas como eles eram bonitos! Acelerei deixando os dois garotos para trás, certamente eles sabiam o que eu era. Fiz o retorno para La Push antes que eu me metesse em confusão. Logo senti o cheiro amadeirado característico, me fazendo diminuir a velocidade. O meu celular vibrou no mesmo instante. Parei a moto e olhei o visor JAKE. Atendi o celular. - Que é? – ainda estava chateada com o jeito que ele havia me tratado na casa da Emily. Parecia que Jacob só era gentil comigo quando não havia ninguém por perto. Onde você anda? – ele berrou do outro lado da linha. - Por ai. Por quê? John me ligou perguntando por você, ele está preocupado! - Mas porque John não ligou para o meu celular? – perguntei estranhando tudo aquilo. Olhei para o visor do celular que marcavam 9:45 PM. – Não são nem 10 PM. Você não ouviu nada que Sam disse? Onde você está? – ele perguntou novamente. - Estou indo para casa, Jacob. Quanto stress! Ok – ele disse por fim batendo o telefone na minha cara. - Ah!- ainda exclamei indignada, olhando o visor que marcava que a ligação tinha sido encerrada. Juro que se John não estivesse preocupado e que Jake não estivesse indo fazer ronda, eu iria na casa dele lhe dar um chute naquele trazeiro peludo! Baixei o capacete que eu havia levantado para falar no celular e acelerei para casa. Entrei em casa correndo. – Pai? - Estou aqui! – ele disse da cozinha, fechando a torneira da pia onde lavava os pratos. - Pai, desculpa pela hora. – comecei a me explicar. - Tudo bem! – John respondeu tranqüilo. - Teve reunião lá na casa da Emily e depois eu... peraí! Tudo bem? Eu achei que o Sr. estaria surtando! - Porque achou isso?- ele perguntou confuso. - O Sr. não ligou pro Jake, atrás de mim? - Não foi assim, eu liguei para falar com o Billy, e foi o Jake que atendeu, daí eu perguntei sobre você, já que tinham saído juntos. Ele me falou da reunião e ... acho que ele entendeu errado, mas eu não estava preocupado. - Que estranho. – disse confusa, pelo jeito do Jacob achei que o John estava tendo uma sincope.- Achou a lasanha?- perguntei deixando o assunto de lado para posterior analise. - Sim, deixei um pedaço pra você no forno. – John respondeu já se recolhendo para o quarto. - Um pedaço? Que generoso de sua parte. – falei ironicamente, mais para mim do que para ele. Ainda bem que tinha comido bastante na Emily. - Boa noite pai! – falei também indo para o meu quarto.
Capítulo 13
Sábado finalmente! Pensei ao olhar pela janela. Desde quinta-feira eu e Jacob não trocávamos mais de meia dúzia de palavras, somente o suficiente. Mesmo estando juntos no grupo de patrulha. Isso estava me matando, era como se um buraco estivesse aberto no meu peito. Olhei pela janela e um sol tímido aparecia entre as nuvens. –É o suficiente para uma praia, não sinto frio mesmo. - Corri escada acima e troquei de roupa em tempo recorde. Coloquei meu biquíni preto, um shorts jeans e uma regata branca, mais meu tênis branco. Parei quando ouvi as gotas de chuva na janela. - Merda! Cadê o sol? Sai de casa desanimada, mas as gotas de chuva escorrendo pelo meu rosto aliviaram a minha tensão. Deitei no gramado deixando minhas roupas ficarem encharcadas. A chuva começou a apertar, mas eu estava adorando, era melhor que a água do mar. Quem sabe eu conseguiria parar de pensar em Jacob, de lembrar dos nossos beijos, das suas mãos em mim. Para já com isso, , ele ama a Bella! Coloquei as mãos no rosto pra espantar a frustração. Foi quando eu ouvi seus passos ao longe. Baixei os braços e me concentrei. Eu podia dizer exatamente a qual distância ele estava. Ele vinha devagar, hesitando. Puxa vida! Eu estava ficando boa nisso. Mordi meu lábio para tentar evitar o sorriso bobo que teimava em se formar no meu rosto, não queria atrapalhar minha máscara de indiferença. Afinal foi ele parou de falar comigo por nada. Eu ainda estava chateada com ele não estava? Eu continuei com os olhos fechados, até que ele parou a alguns metros de mim. – Sim, Jacob? – falei sem olhá-lo, ainda com os olhos fechados. Ele deu mais alguns passos e parou ao meu lado. Abri os olhos e deixei o sorriso escapar. Droga! Vi que Jacob me olhava estranho, mas não para o meu rosto. Baixei o meu olhar e vi que minha camiseta branca estava transparente por causa da chuva, mesmo de biquíni, aquilo me deixou constrangida. Me sentei rápido abraçando minhas pernas. Senti meu rosto esquentar, certamente eu tinha ficado muito vermelha. –Desculpe.- ele disse e se sentou ao meu lado. – Quer alguma coisa?- perguntei tentando não ser muito rude. Ele olhou novamente pro meu rosto e então soltou um longo suspiro frustrado. – É que... eu não... – Quer me dizer alguma coisa, Jacob? – falei em um tom mais alto. Aquela indecisão toda me angustiava. Tinha medo do que ele poderia dizer. Que nosso envolvimento foi um erro e que deveríamos esquecer. Fechei os olhos tentando não chorar. – .- eu abri os olhos e o encarei. Tinha que ser forte.- eu só queria falar com você. –Fala!- disse desanimada. –Não... eu não... não é nada especial. Eu só queria falar com você. Arregalei os olhos. O que ele queria dizer? Que ele só queria ouvir minha voz? Não fantasia ele não disse isso. -–Ok.- Ele me encarou novamente, mas não disse nada. - Você estava só passando e decidiu vir aqui?- sim essa era a única alternativa plausível, ele não tinha nada pra fazer e decidiu vir me fazer sofrer mais um pouquinho. – Não... quer dizer... é! –Jacob! – aquela atrapalhação toda tava me dando nos nervos. Mas pelo jeito eu que teria que tirar informações dele, sozinho ele não iria colocar pra fora. Respirei fundo.- O que você estava fazendo antes de vir pra cá?- falei tentando transparecer a calma que eu não sentia. – Eu estava em casa, no meu quarto!- ele estava no quarto e decidiu vir pra cá, então ele estava pensando em mim. Não pude deixar de sorrir.- Daí, decidi que queria ouvir a tua voz! – ele disse dando de ombros olhando para a linha das árvores, onde a floresta começava. Hein? Eu ouvi o que eu ouvi? O silêncio que se instalou depois era angustiante. –Que bom que você veio!- eu disse baixinho e ele desviou o olhar das árvores olhando direto para os meus olhos. Depois de alguns segundos ele baixou os olhos olhando fixamente pra minha boca. Involuntariamente eu abri um pouco os lábios e minha respiração acelerou. Ele fechou os olhos e virou o rosto em direção as árvores novamente. Idiota! Soltei um gemido frustrado. E mordi os lábios com raiva. Raiva de mim, por me deixar iludir desse jeito. Uma pontada de dor no meu peito. –Você é estranha, !- ele disse ainda olhando as árvores. O.O –Como é?- a raiva começou a crescer e fechei os punhos me preparando para lhe dar um soco. Por mais que não fosse fazer nenhum efeito. –Uma garota que fica na chuva sem se importar com o cabelo e a maquiagem.- ele sorriu. Eu virei o rosto para esconder as lágrimas que escapavam e se misturavam aos pingos de chuva.- Eu gosto disso!- ele disse alargando mais o sorriso. Então ele se virou pra mim e seu sorriso morreu.- Você está chorando? Eu não agüentava mais, queria gritar. Uma hora ele me puxava pra depois me empurrar de novo. – Não! – menti. As últimas gotas de chuva caiam sobre nós. Sequei meu rosto com as mãos. –Você está chorando!- ele afirmou e veio com a mão em direção ao meu rosto. Eu me desvencilhei dele e me coloquei de pé em um pulo ágil. – Não estou, Jacob!- falei tentando não demonstrar a dor e raiva que eu sentia e comecei a caminhar em direção a praia. – Aonde você vai?- ele disse surpreso. –Vou pra praia!- disse sem me virar para olhá-lo – Você quer vir? – perguntei já sem saber se queria que ele viesse ou não. Mas ele aceitou o convite então corri. Jacob poderia me alcançar facilmente, mas ele não fez. Só me seguiu correndo mantendo alguns metros de distância. Eu só queria esquecê-lo, será que era impossível? Será que ele não via o quanto essa indecisão me fazia mal? Perto da praia pude ouvir os gritos divertidos dos garotos, e desviei o caminho correndo em direção a eles. Subi rápido ao topo do penhasco e vi que Embry tinha acabado de saltar. –Você vai saltar? – Paul perguntou ao me ver chegando e eu só assenti, tentando sorrir um pouco. Sem parar a corrida tirei os tênis e saltei no ar sem me importar a vez de quem era. Abri meus braços e por um momento me senti voando. Então juntei as mãos acima da cabeça e mergulhei na água gelada! A adrenalina fazia uma corrente elétrica se espalhar pelo meu corpo. Me deixei afundar por um momento, esquecendo a dor. Mas eu precisava de ar, então nadei em direção a superfície. Cheguei a tempo de ouvir os “Uhus!” dos garotos lá em cima. Embry sorria balançando em meio às ondas. Ele levantou a mão e eu bati nela em um comprimento. –Boa, garota!- Embry disse aprovando. Mas ele fez um sinal com os olhos me mostrando a onda enorme que vinha, então segurou minha mão e nós mergulhamos por debaixo da crista, evitando assim que ela arrebentasse em nós. Ainda de mãos dadas nós emergimos. Foi quando eu vi que Jacob já havia pulado. Eu soltei a mão de Embry rapidamente. Jake me olhou desconfiado, acho que esperando que eu brigasse com ele por algum motivo. Mas eu não estava brava com Jacob e sim comigo. Eu sabia que ele era apaixonado pela Bella desde o primeiro dia. Então sorri e ele sorriu também, parecendo aliviado. Ele deve me achar bipolar. Pensei enquanto nadava até a margem. Mas era assim que eu me sentia. Que esse maldito amor defeituoso me fazia sentir perto dele. Eu não era capaz de ficar com raiva de Jacob Black, por mais que ele me machucasse. Sai da água e me deitei na areia, esperando que o resto de adrenalina que corria em minhas veias se espalhasse e minha respiração voltasse ao normal. – E ai, mais uma?- Embry falou. –Vai indo que eu já vou!- falei pra ele ainda deitada na areia. Jacob se aproximou e sacudiu os cabelos molhados fazendo com que a água caísse em cima de mim. Eu me sentei e não pude evitar de soltar um gritinho histérico. –PÁRA! – gritei rindo e jogando areia nele. Ele riu e se sentou ao meu lado, encostando sua perna na minha. PQP será que ele achava que eu era de ferro? Tá certo que eu era uma lobisomem, mas essa tortura já era demais. Puxei minha perna me afastando dele, o que fez ele me olhar de canto e depois soltou um suspiro alto, olhando de novo para o mar. –Você não sente falta de uma amiga, ?- ele disse ainda fitando o mar. –Eu tenho vários amigos, Jacob!- respondi sem entender onde ele queria chegar. – Ami– GOS. Eu estou falando de ami–GAS! Olhei pra ele desconfiada. Vai dizer que ele quer que eu seja ami–GA da Bella. Ai é forçar demais. – As minhas últimas experiências com ami–GAS, não deram muito certo!- respondi voltando a olhar pro mar também. – O que houve?- ele me perguntou me encarando curioso. Suspirei.- Ela me traiu com meu último namorado.- menti. Nunca tinha tido um namorado. Eu nunca tinha olhado para os garotos o bastante para me deixar atrair por algum deles, então eu os transformava em amigos e fugia das investidas deles. Afinal meu coração já tinha dono. Um dono relapso que nem sabia como me maltratava. Jacob ainda me encarava.- Sinto por isso!- eu o encarei e ele parecia sincero e então continuou - Ter uma amiga é muito bom. Você pode falar coisas que não falaria com um amigo. Virei o rosto pro lado e fechei os olhos com força para evitar que as lágrimas caíssem. Então era isso que nós éramos, amigos? Amigos que se beijavam de vez em quando, mas só amigos. –O que você quer me contar, Jacob?- isso , se maltrata. É claro que ele quer falar da Bella. Porque eu não fico com Embry mesmo? Ah porque eu amo esse idiota que tá sentado ao meu lado. Bufei. –Você ainda gosta dele?- ele me perguntou baixinho. –Gosto de quem?- perguntei enrugando a testa sem entender nada. – Do seu ex? Meus olhos quase saltaram pra fora, como alguém inteligente como Jacob poderia ser tão imbecil ao mesmo tempo? –De onde você tirou essa? –É que você ficou triste quando falou dele. - ele me respondeu sério. Eu até cheguei a achar que ele estava brincando, mas não, ele estava falando sério! – Jacob eu vou começar a desenhar as coisas pra você. – eu falei me levantando e tentando tirar a areia das minhas pernas. – Eu só quero que você se abra comigo, - ele disse com tom fechado, como se tivesse se controlando para não demonstrar a irritação. –Ah! Porque mesmo? Ah sim!- falei num tom calmo e irônico – Porque nós somos uma merda de amigos! – berrei, já sentindo meus braços tremerem de raiva. Comecei a me afastar para dentro da floresta, eu sabia que não iria agüentar muito mais tempo antes de explodir em loba. As ondulações já se estendiam pelo meu corpo. Jacob já era muito mais controlado do que eu, ele não tremia tanto. Ele deu um salto se pondo de pé e virando em minha direção. –E O QUE NÓS SOMOS ENTÃO, ?- ele perguntou também gritando, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas novamente. – O que você quer de mim?- ele perguntou em um tom sofrido. – Eu só quero que você pare de me machucar.- eu respondi no mesmo tom triste. Me afastando mais dele em direção as árvores. Jacob arregalou os olhos- Eu faço isso? Você nunca... eu nunca vi! Mordi a língua para não gritar e despejar tudo o que eu estava sentindo, até sentir o gosto de sangue na boca.– Eu escondo os meus sentimentos desde o dia em que coloquei meus pés aqui! Ele paralisou. Mas eu não agüentava mais eu tinha que ir embora dali. Não me transformei porque as chances de Leah estar em patrulha eram grandes, e eu não estava disposta a dividir meus pensamentos com ela. Corri mais rápido que pude.
Capítulo 14
Abri os olhos e foquei fitando as manchas do forro do meu quarto escuro. Minha visão era muito melhor agora. Me concentrei e pude ouvir o som do jogo na televisão da sala, o coração de John acelerando quando algum dos jogadores do seu time acertavam a bola. A goteira da pia da cozinha. As ondas quebrando na praia. Os carros passando na auto estrada. É!Impressionante!, pensei desanimada. Grande coisa que me serviam super-poderes agora, se o único super-poder que eu queria era o da invisibilidade. Virei para o lado jogando meus braços no travesseiro e olhei para a janela. Nem a luz da lua iluminava lá fora, escondida pelas nuvens de chuva como estava. Busquei meu celular que estava atirado no chão ao lado da cama para ver as horas. Eu tinha o desligado quando voltei pra casa a tarde. Ele ligou o visor ruidosamente. 14 CHAMADAS PERDIDAS. Jake. 8:45 PM. Suspirei e desliguei de novo. Só me dá um tempo, Jake! Joguei os pés pra fora da cama, já estava quase na hora, eu teria que enfrentá-lo. Coloquei uma camiseta e uma calça jeans, meus tênis. Fui no banheiro escovar os dentes e tentar domar os cachos e desci as escadas. Me despedi rapidamente de meu pai. Peguei minha bolsa e sai. Ainda faltava algum tempo para o meu turno, mas eu precisava pensar. Me transformei e tratei de construir um enorme “espelho”, seja lá como se chamava essa estranha proteção eu minha mente criava, em torno do meu cérebro. Concentrei toda a minha raiva e tristeza nele, em poucos segundos eu não ”ouvia” nada, só meus pensamentos. Sabia que o grupo do Paul ainda estava em patrulha, então fui até a clareira e me deitei lá, deixando a chuva fina encharcar meu pêlo. Tinha que me concentrar em "pensar" somente em português, mas já estava difícil, comecei a repassar musicas e acordes, para tentar me distrair. Senti as ondulações no ar. Sinal que havia alguém se transformando, mas não me dei ao trabalho de tentar descobrir quem era. Continuei com meu teste mental, passando e repassando os acordes das músicas que eu gostava, quando meus ouvidos captaram a aproximação a aproximação lenta de um grupo de lobos. Um. Dois. Três lobos. Levantei a cabeça e olhei em direção de onde o som vinha. Alguns minutos depois os três lobos entraram na clareira. Jacob, Embry e Quil pararam de imediato quando me viram. Levantei de onde eu estava, dando uma rápida sacudida, para tirar o excesso de água dos meus pêlos e sentei sobre as patas traseiras, esperando que eles se aproximassem para dividirmos a rota. “Qualé”? Vão ficar parados ai a noite toda? perguntei impaciente. Eles não reagiram a minha pergunta, então retirei o escudo para ouvir o que estava acontecendo. Eles se olhavam desconfiados. Qual é o problema de vocês? perguntei novamente. Eles se aproximaram devagar. A gente não tinha te ouvido aqui. Embry disse. Como não? Eu estava cantando. O que você fez, ? Jacob perguntou. Eu não fiz nada, só estava cantando. Por quê? Porque nós não podíamos te ouvir. Quil repetiu as palavras de Embry. Talvez o meu truque seja mais do que nós pensávamos. falei sem um pingo de empolgação na “voz”. Apesar que aquilo me fazia sentir melhor, agora que descobrir que poderia bloquear os meus pensamentos também. Eles assentiram. Vamos logo? pedi. O tempo todo da conversa eu evitava olhar para Jacob. Quil e Embry perímetro interno. Eu e a perímetro externo. Jacob disse rapidamente. Revirei os olhos. Merda! os outros lobos me encararam surpresos, mas eu não liguei e comecei a correr, fazendo o perímetro. nós temos que conversar. Jake disse enquanto corríamos. Não agora, Jacob. E eu não sei se... Antes que eu pudesse terminar o pensamento um cheiro forte queimou meu nariz. Você sentiu isso? É ela, a vampira ruiva! Jacob disse. No mesmo instante os outros dois lobos estavam ao nosso lado. Quil dê o sinal! Jacob ordenou e um uivo alto e agudo saiu da garganta de Quil. Logo estávamos correndo atrás do cheiro insuportável. Jacob, nós já estamos quase aí! Espera a gente chegar! a voz de Sam invadiu nossas mentes. Não dá Sam! A imagem de uma garota de longos cabelos castanhos passou pelo meus “olhos” vindo dos pensamentos de Jacob. E junto a áurea de proteção sobre ela, como se fosse uma jóia rara a ser preservada. Era Bella, eu tinha certeza. Aquilo fez com que eu reconstruísse o “espelho” em minha mente. Não queria que ninguém visse a dor rasgante que eu sentia. Cravei as unhas no chão, buscando por mais impulso e me lancei pra frente. O cheiro nauseante mais forte, mostrando que estávamos no limite entre as nossas terras e as dos Cullens. Ela havia atravessado a fronteira. Sam e os outros nos alcançaram e nós corremos para o sul esperando que ela voltasse. Os Cullens corriam atrás dela até a linha. Quando ela saltou de volta. Recomeçamos a perseguição pelas nossas terras, agora em direção ao Norte. Os Cullens corriam do lado deles da fronteira. Ela dançava pela fronteira, passando de um lado para o outro. A intenção dela estava clara. Ela queria jogar um grupo contra o outro. E foi aí que o que ela queria aconteceu. O vampiro grande saltou tentando alcançá-la e acabou ultrapassando a linha, mas a vampira foi muito mais rápida fazendo com que ele quase se chocasse com Paul. Paul perdeu o foco e partiu pra cima do vampiro. Mas ele voltou a tempo para o seu lado. A fêmea loira dos Cullens se posicionou na forma de ataque ao lado do grandão, fazendo com que Jacob e Sam parassem a perseguição e se posicionassem ao lado de Paul. Todo o bando parou, me fazendo quase gritar de frustração, já que a vampira estava escapando. Voltei contrariada para junto deles, deixando a vampira fugir. - O nosso problema não é com vocês. – disse o vampiro loiro, líder dos Cullens. – Nós estamos atrás é da Victória! – ele afirmou. Como se nós nos importássemos! Paul praticamente cuspiu os pensamentos, mostrando os dentes. Não precisava de tradutor, para os Cullens perceberem qual era a resposta. Foco Paul Sam ordenou. Uma onda estranha de paz abraçou o bando fazendo que todos nós relaxássemos. Todos se olhavam estranhando aquilo. É o vampiro loiro. Ele tem esse poder. Jacob falou. - Victória é a prioridade de nós todos. Sugiro que deixemos nossas diferenças de lado por um instante, para podermos ir em sua perseguição. – o vampiro líder falou novamente. Sam assentiu. Começamos novamente a perseguição correndo em direção a costa. Os Cullens de um lado da fronteira e nós de outro. Mas a vampira era rápida e chegou aos penhascos ao norte da costa. E saltou no mar, escapando pela água. O vampiro grandão e o loiro calmante pediram para poder ultrapassar a fronteira e continuar a perseguição, mas Sam não permitiu. A frustração era geral do grupo. oOo Acabei meu turno exausta, frustrada e mais irritada ainda com a imbecilidade masculina. Sim por que se não fosse pela disputa estúpida entre Paul e o Drácula grandão, nós tínhamos acabado com aquela parasita fedorenta. Me vesti rapidamente, louca pra me atirar em minha cama. Já estava quase no estacionamento vazio do centro comercial. - ! – uma voz rouca me alcançou. Ai. Meu. Deus! Me virei devagar. – Que é agora, Jacob? -Nós temos que conversar. – ele vinha devagar, com as mãos nos bolsos da bermuda. Sem camisa. PQP! Jacob era demais para minha sanidade mental! - Agora? Eu estou exausta. - Agora! – ele disse.- Eu te acompanho até em casa. Era a hora! Me virei e comecei a caminhar pelo estacionamento cortando caminho para minha casa,com Jacob ao meu lado. Foi então que uma caixa de papelão me chamou a atenção, largada em uma das vagas de carro do estacionamento vazio. O que era normal em uma manhã de domingo. Apertei os olhos tentando decifrar o que poderia ter dentro e me aproximei mais. - O que será aquilo? – mas não esperei a resposta e cheguei mais perto. Dentro da caixa tinha uma bolinha cinza de pêlos, que me olhou com seus grandes olhos castanhos. – Own! *.* -O que tem ai? – Jacob perguntou. Me agachei e peguei o cachorrinho no colo. – Um bebê! – respondi sorrindo.
Jacob juntou as sobrancelhas e se aproximou mais para ver de perto, então sorriu. – Vai ficar com ele? - Claro! – respondi aproximando mais o cachorrinho do rosto. Jacob me observou por alguns instantes – Que foi? - Embry tem tanta sorte! - O que? – perguntei estranhando a afirmação dele. Ele respirou fundo. - eu queria que você desse uma chance para o Embry! Eu não acreditava no que estava ouvindo. Segurei o filhote mais forte em minhas mãos, como se eu pudesse me apoiar nele para me manter em pé. Realmente era a hora! -Por que... – engoli para que minha voz perdesse o tom choroso. – Porque, você está me dizendo isso agora? - Ele é um cara muito legal! E ele te ama! - O amor é uma grande merda, Jacob! Ele riu sem humor. – Você tem razão. – ele disse entristecido. - Tudo bem! Eu entendi o recado! – falei. - Não, você não entendeu! Mas é melhor assim. – Ele me puxou para um abraço. Apertei meus braços em torno do filhote, para impedir que me abraçasse a Jacob e implorasse para que ele não me deixasse. - Jacob eu preciso ir. – eu precisava sair de lá, antes que desmoronasse na frente dele. Coloquei um sorriso forçado nos lábios. - Ainda amigos? – ele me perguntou antes de me soltar. - Sim! – respondi apertando os olhos para não chorar. Jacob me deu um beijo demorado na testa e com um suspiro me deixou ir. Me virei e comecei a caminhar para casa. O choro preso na garganta. – Se você quiser pode por o nome dele de Jacob! – Jake disse ao longe, parado ainda no mesmo lugar. - Tadinho, ele não merece isso! – falei sem me virar. Jacob riu, mas eu não conseguia rir com a faca que ele cravou ainda fincada no meu peito.
Capítulo 15
Senti seus lábios nos meus, abri os olhos assustada. Jacob sorria e seu sorriso irradiava calor. - Jake!- falei surpresa. Ele levantou a mão e tocou meu rosto de leve. Deslizando os dedos pela minha boca. – Jake eu te amo! – ele sorriu com a minha declaração. Lentamente se inclinou em direção a minha boca novamente e sussurrou: - Eu te amo ! Meu coração acelerou, as batidas soando nos meus ouvidos. Fechei os olhos esperando pelo beijo, mas ele não aconteceu. Abri os olhos novamente. Nós agora estávamos na clareira. Jacob estava a uns 5 metros de distância e me olhava com a expressão fechada. -Jake?- perguntei assustada com a mudança. Dei um passo em sua direção, mas ele se afastou mais. – Jake o que foi? – perguntei chorando Agora ele me olhava com desprezo. Estiquei a mão mesmo sabendo que, com aquela distância, era impossível alcançá-lo. Dei um passo a mais em sua direção, mas uma mão segurou meu braço me restringindo. Virei o rosto para olhar quem me segurava e vi Embry sorrindo. Voltei a olhar para onde Jacob estava e levei um choque, ele agora sorria para uma garota de longos cabelos castanhos. Meus olhos se encheram de lágrimas. Então a garota virou o rosto para me olhar e seus olhos eram em um tom de vermelho vivo. Ela sorria com longos dentes pontudos. Gritei para Jacob, mas ao invés de minha voz, saia somente um ganido baixo. Virei para procurar Embry e pedir ajuda, mas ele não estava mais lá. Quando olhei de volta a garota tinha sangue nas mãos e Jacob estava caído aos seus pés. Gritei mais uma vez, mas minha voz não saia, só um choro baixinho era ouvido. Acordei chorando. Me virei de lado na cama e vi que o filhote me encarava chorando baixinho. – Oi bebê! Você deve estar com fome. Peguei o celular para ver as horas 11:00 AM, eu não iria conseguir dormir mais. Passei as mãos no rosto e vi que ele ainda estava molhado pelo choro. Mas eu precisava reagir, não podia ficar atirada em uma cama chorando. Tomei um banho rápido e vesti o primeiro vestido que achei. Coloquei uma sandália baixa, penteei os cabelos molhados e desci com o filhote nos braços. John ainda não havia chegado da pescaria de domingo, mas felizmente ele havia saído com Charlie e deixado a caminhonete. Passei a mão na chave saindo e fechando a porta atrás de mim. Eu não queria pensar. Não queria lembrar. Mas as palavras de Jacob ainda zuniam em meus ouvidos aumentando a dor em meu peito. De repente eu não enxergava mais a estrada a minha frente. As lágrimas mais a chuva fina transformavam tudo em um borrão. Eu tinha que parar o carro. Joguei a caminhonete para o acostamento, minhas mãos tremiam e eu me controlava para não gritar. Eu tinha que me controlar eu já sabia que seria assim. Sabia que isso poderia acontecer. Levei um susto quando bateram na janela. A chuva agora já caia forte lá fora. Olhei para o lado e o sorriso reconfortante me acalmou. Baixei o vidro. - Oi estranha, está perdida? – Embry disse sorrindo, mas no momento que me olhou nos olhos, enrijeceu. Virou a cabeça de um lado para outro procurando por alguma ameaça. Sem esperar minha reação, abriu a porta e entrou no carro me fazendo pegar o filhote e mudar para o banco do passageiro, acelerou. - Embry, pára! - O que está acontecendo, ? - Embry pára o carro, por favor. Não tem perigo nenhum. - O que houve ? Foi o Jake? - Não! Não é o Jake! Sou eu! Não é nada! Desculpe te assustar! – imagino a cara que eu estava porque os olhos de Embry pareciam que iam saltar das órbitas. Embry parou. - Fale a verdade, ! - Sou eu, é um problema meu, Embry! Desde quando você ficou tão enxerido? - Desde sempre!- ele disse e eu ri- Sério, me desculpe! Remorso. - Não, Embry. Desculpe a mim. Eu não tinha o direito de descontar em você. - , você sabe que pode me confiar qualquer coisa, eu nunca iria deixar escapar para os outros, nem para o Jacob. -Eu sei!- falei com os olhos fechados, para segurar as lágrimas. - Foi o Jake que te deixou assim?- Quem conseguia esconder algo de Embry? Mordi o lábio inferior com força. - Sim!- as lagrimas escapando novamente. Embry olhou o filhotinho no meu colo, sorriu de leve e o pegou colocando ele no assoalho da caminhonete. Então me puxou para um abraço forte. Fiquei ali com a cabeça em seu peito quente deixando as comportas abrirem. Porque que não podia me permitir amar Embry? Porque eu era tão masoquista? Tão idiota? Eu chorava agarrada ao peito nu de Embry. Não sei quanto tempo fiquei ali. Embry não falou nada, só alisava meu cabelo. Mas eu tinha que me recompor. - Desculpe por isso, Embry! Eu não devia... - Ele terminou com você? – Embry me interrompeu. - Terminou o que? Não tinha o que terminar. Ele só foi sincero. -Embry me puxou para outro abraço, só que dessa vez ele afundou o rosto na curva do meu pescoço. As lágrimas vinham novamente. Ele beijou o meu pescoço. – Embry não! – reclamei baixinho. - Desculpe ! – ele sussurrou no meu ouvido.
Comparisons are easily done Once you've had a taste of perfection Like an apple hanging from a tree I picked the ripest one I still got the seed Comparações são facilmente feitas Uma vez que você prova a perfeição Como uma maçã pendurada em uma árvore Eu peguei a mais madura Eu ainda tenho a semente
Mas ai a razão começou a discutir com a emoção: Por que não? Porque eu não posso me deixar ser amada pelo menos uma vez? Embry é um cara maravilhoso. Será tão impossível amá-lo? eu queria que você desse uma chance para o Embry! A lembrança da frase de Jacob me causou dor física. Respirei fundo. Virei meu rosto só um pouco em direção a Embry. Ele entendeu o recado. Sua respiração ofegante no meu ouvido. Lentamente a boca dele fez o caminho pelo meu rosto até encontrar minha boca. Seus lábios provavam os meus como se fosse uma iguaria. Suas mãos seguravam os meus braços. Mas as minhas mãos estavam como mortas caídas nas laterais do meu corpo.
You said move on Where do I go? I guess second best Is all I will know Você disse "siga em frente" Mas pra onde vou? Acho que "segundo melhor" É tudo que eu vou conhecer
Não estava certo! Todas as células do meu corpo protestavam contra aquele toque. Não era o mesmo gosto, o mesmo cheiro. O gosto de Jacob! Foi só pensar em Jacob que meu corpo reagiu. Minhas mãos subiram para os cabelos de Embry, puxando ele mais para mim. Suas mãos me puxaram mais para perto. Minha boca se abriu dando passagem para a língua dele se encontrar com a minha. Agora ele devorava minha boca. Uma de suas mãos se entrelaçou em meus cabelos. Projetei o corpo pra frente fazendo com que ele me levantasse para que eu pudesse sentar no seu colo. Meus joelhos apoiados em cada lado do seu quadril. Ele subiu uma das mãos pela minha perna, por baixo do meu vestido, parando na lateral da minha calcinha. Embry largou minha boca descendo em direção ao meu pescoço. Desci minha boca pelo seu queixo, beijando, sugando fazendo o caminho até a sua orelha onde mordi de leve o lóbulo. Embry gemeu baixo. – Eu te amo! – ele disse com a voz entrecortada. Mas não era em Embry que eu estava pensando e isso não era certo.
Cause when I'm with him I am thinking of you Thinking of you What you would do if You were the one Who was spending the night Oh I wish that I Was looking into your eyes Porque quando eu estou com ele Eu estou pensando em você Pensando em você O que eu faria se Você fosse você Que estivesse passando a noite comigo Eu queria estar olhando nos seus olhos
Eu tinha que parar com aquilo antes que fosse longe demais, mas não queria magoar mais o Embry. Me afastei dele para poder olhá-lo nos olhos e encostei minha testa na dele. – Acho que nos empolgamos. – falei com um sorriso leve nos lábios. Embry ao contrário tinha um sorriso largo e vitorioso na boca. - Parece que sim. – ele concordou me dando mais um selinho. - Além do mais eu tenho que comprar ração para esse moço. – falei me desvencilhando de Embry e apontando com a cabeça para o filhote que agora dormia alheio a tudo. Puxei meu vestido para cobrir um pouco minhas coxas expostas e sentei no banco, ainda um pouco ofegante. - É seu? – Embry perguntou. - Eu achei ele abandonado. – respondi. - Já tem nome? Se você quiser pode por o nome dele de Jacob! A lembrança da última frase de Jacob preencheu minha memória. - Ainda não! – respondi simplesmente deixando outra lagrima cair.
You're like an Indian summer In the middle of winter Like a hard candy With a surprise center How do I get better Once I've had the best You said there's Tons of fish in the water So the waters I will test Você é como um verão indiano No meio do inverno Como um doce Com uma surpresa no meio Como eu fico melhor Uma vez que já tive do melhor? Você disse que há Toneladas de peixes na água Então são águas que eu vou provar
Eu estava com nojo de mim. Asco! Eu era nojenta! Meu estômago revirava! Todo meu corpo gritava que aquele não era o cara certo! Mas quem era o cara certo? Se o cara que o meu corpo pedia não me queria? Virei meu rosto para a janela fitando a paisagem, enquanto Embry manobrava a caminhonete e dirigia em direção a Forks. O gosto dele ainda em minha boca. Deixei uma lágrima solitária descer pelo meu rosto.
He kissed my lips I taste your mouth He pulled me in I was disgusted with myself Ele beijou os meus lábios Eu senti sua boca Ele me puxou pra perto Eu fiquei com nojo de mim mesma
Embry buscou minha mão no banco, me puxando pra junto dele. Eu não me opus, mas ainda não conseguia olhá-lo nos olhos. Liguei o rádio para quebrar aquele silêncio acusador e Out Here On My Own preencheu a cabine. Música perfeita! pensei irônica. - Vou te deixar no mercado e vou voltar pra casa, ok? – ele disse algum tempo depois. - Uhum! – respondi simplesmente. Embry estacionou na frente do mercado. – Posso passar em sua casa mais tarde? – ele perguntou antes de descer da caminhonete. - Claro! – respondi tentando sorrir o melhor que podia. Embry me puxou para mais um beijo rápido antes de sair correndo em direção a floresta. Joguei minha cabeça para trás com os olhos fechados. Eu tenho que tentar me acostumar com isso.
You're the best And yes I do regret How I could let myself Let you go Now the lesson's learned I touched it I was burned Oh I think you should know Você é o melhor E sim, eu me arrependo Como eu pude me permitir Deixar você ir Agora a lição foi aprendida Eu toquei isso e eu fui queimada Oh! Eu acho que você deveria saber
Capítulo 16
Bati a cabeça no volante, como se assim eu pudesse me punir pelo que eu estava fazendo. Eu estava me odiando. Eu queria muito ficar com Embry, mas só poderia fazer isso depois que eu o meu coração não estivesse mais ocupado. Teria que terminar qualquer coisa que eu tivesse começado com Jake, para poder seguir em frente. Para poder ficar com ele como ele merecia. 
Um ganido chamou minha atenção – Já entendi, já entendi. – resmunguei abrindo a porta e descendo da caminhonete, tentando o máximo não descontar a minha frustração na porta, caso eu quisesse que ela continuasse no lugar. Levantei a cabeça deixando a chuva molhar meu rosto e atravessei rápido a calçada até chegar à porta do mercado, mas foi só abri-la que o cheiro insuportavelmente doce me queimou o nariz. Hesitei. Sabia que o mais certo era sair dali, mas a curiosidade falou mais alto. Que raios poderia um vampiro estar fazendo dentro de um mercado? Por acaso, eles vendiam sangue congelado ali? Me arrepiei com o pensamento. Entrei devagar olhando para os lados. O espaço não era grande, apenas havia duas caixas e alguns poucos corredores. Peguei um carrinho de compras e comecei a prestar atenção nos poucos clientes que estavam na loja. Quando virei o terceiro corredor quase trombei com outro carrinho. 
- Desculpe! – mas então eu percebi os olhos dourados da moça me fitando assustada. Era uma Cullen eu tinha certeza. Logo o vampiro líder se posicionou na frente dela, ainda me olhando com curiosidade. E agora, o que faço? Fiquei alguns segundos a mais estudando a situação, por fim decidi ser simpática. – Olá! – cumprimentei com meu melhor sorriso que podia.
Eles pareceram descongelar aos poucos. Claro que sabiam quem eu era. – Olá! – me respondeu o vampiro loiro. A moça só acenou com a cabeça. Os dois também sorrindo cautelosos.
Desviei o carrinho e tratei de ir comprar o que eu queria. Quando cheguei ao caixa que me dei conta do que estava comprando: um saco de ração para filhotes e algumas latas de ração úmida. Com certeza os Cullens pensariam que eram os ingredientes para o jantar. Ri sozinha do meu pensamento idiota. Entreguei o dinheiro para a caixa e peguei minhas sacolas. Caminhei rápido pra a caminhonete, acomodando as compras na caçamba. A chuva já havia parado.
- Com licença? – uma voz me chamou a atenção bem atrás de mim. Me virei rápido pra o vampiro líder que sorria um pouco mais distante do que uma pessoa normal estaria caso quisesse conversar. – Meu nome é Carlisle Cullen, eu sou o médico da cidade. – ele se apresentou. – Essa é minha esposa Esme Cullen. – ele disse colocando a mão no ombro da moça que estava um pouco atrás.
- Sou Raindrop. – me apresentei, mas depois fiquei na duvida se Sam aprovaria aquilo ou não.
- Nós percebemos que você pertence ao grupo do Sam. – ele apontou.
Bom, não é como se eu tivesse dando uma informação preciosa. Afinal isso era evidente.Pensei. – Sim, sou.
Eles sorriram um pouco mais, talvez por eu estar sendo receptiva. Na verdade eu não conseguia vê-los como meus inimigos. Eles não faziam nada de errado, não era mesmo?
- Nós queríamos muito, , que você passasse nossos agradecimentos a Sam, pela ajuda na noite passada.
- Ah sim. Pode deixar. – respondi mesmo não tendo certeza se faria ou não.– Nós só estávamos fazendo nosso trabalho. – falei já subindo na caminhonete. – Mas pode deixar que eu passo o recado.
- Obrigada . – ele disse e depois sorriu e então os dois se afastaram. 
Olhei para o filhote que estava escondido em baixo do banco. 
- Não precisa ter medo bebê! Acho! – o filhote deu um latido em resposta. – Jacob vai surtar quando souber disso. – falei manobrando a caminhonete e começando a andar pela rua ainda com o asfalto molhado. Mas então me lembrei que Jacob não iria surtar, simplesmente porque ele agora não fazia mais parte da minha vida. Imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas e fiz força para engolir o bolo que se formou na minha garganta.
Meu pai já estava em casa quando cheguei do mercado. Ele, a princípio tinha feito uma cara feia para o filhote, mas agora já dava pedaços de pão para ele, enquanto achava que eu não estava olhando. Eu estava preparando o jantar quando Embry chegou.
- Janta com a gente, Embry?- John perguntou ao vê-lo passar pela porta.
- Claro Sr. Raindrop! – coloquei mais um prato na mesa, me preparando mentalmente para a conversa que teria com Embry.
O tempo todo que ficamos a mesa, eu só acompanhei quieta a conversa dos dois sobre beisebol. Primeiro porque não era um esporte que me chamava atenção, já que no Brasil ele não é um esporte comum, e segundo porque minha cabeça fervilhava com a proximidade da conversa que teria que ter com Embry. De tempos em tempos ele me olhava mais seriamente, talvez estranhando minha quietude.
Peguei o sabão liquido e comece a passar a escova na louça, enquanto meu pai se postava em frente à televisão. – Eu te ajudo com isso. – Embry disse nas minhas costas. - Você lava e eu enxugo. – ele falou pegando o pano de prato nas mãos.
Dei uma espiada para sala confirmando se meu pai estava distraído. – Embry nós temos que conversar. – falei baixo.
- Eu meio que desconfiei disso. – ele disse secando um prato e colocando no armário.
- Sobre hoje mais cedo! – falei ainda fitando o copo em minhas mãos.
.
. - Só me responde uma coisa, você ainda tem esperanças com o Jake?- ele perguntou agora se virando de frente e me encarando.
- Eu não tenho esperanças nenhuma, mas isso não muda o fato de não ser certo. Eu ainda não posso me envolver com ninguém. – tentei ser o mais sincera possível.
- Não pode ou não quer, ?- perguntou guardando o último prato.
- Tudo o que eu quero é ficar livre desse sentimento de vez. – levantei os olhos para encará-lo.
Ele me puxou para um abraço apertado. – Eu já te falei que sou paciente, não falei?
Passei os braços pela sua cintura quente. - Eu nunca vou te pedir isso, Em. – mas egoísta como eu era, por dentro eu berrava pra que ele não me deixasse e que fizesse de tudo pra que essa dor terminasse de vez.
Nós despedimos de John e fomos em direção a clareira começar a nossa ronda.
- Embry, eu me encontrei com um Cullen hoje. – falei enquanto caminhávamos pela trilha, antes de nos transformar.
Embry parou no mesmo instante e me encarou surpreso – Onde? 
- No mercado. Sabe eu não acho que eles sejam perigosos. Eles me pareceram até bem simpáticos. Pelo menos os dois que eu conheci. – Então percebi que só tagarelava. Embry continuava parado me olhando incrédulo. – Que foi?
- Você falou com eles sozinha?
- Sim. Carlisle e Esme Cullen, foram como se apresentaram.
- Eu não acredito nisso!
- O que você queria que eu fizesse, me transformasse em loba no meio do mercado? – perguntei irônica.
- Não. Sair de lá era o mais lógico a fazer. Você não entendeu que eles são nossos inimigos?
- Eu entendi que a gente protege as pessoas. Eu não acho que eles são perigosos, por isso eu não os considero nossos inimigos. – respondi. Embry sacudia a cabeça negativamente. – O que eles fazem de errado?
- Não interessa o que eles fazem e sim o que são. Eles não estão nem vivos. Espero que Sam nunca ouça você falando isso.
Rolei os olhos. Me afastei de Embry e, quando tinha certeza que estava escondida, tirei minhas roupas e coloquei na mochila. Com um salto me transformei. Agora já era fácil deixar o fogo correr pelo meu corpo. Já fazia parte do que eu era. Joguei meu corpo prateado para frente, correndo até a clareira.
Boa noite !
Jared? perguntei confusa.
Sam fez umas mudanças nas escalas ele explicou.
Entendi tudo na hora, Jake havia pedido para trocar de turno com Jared. Por mais que aquilo tivesse me chateado eu compreendi que seria melhor assim mesmo. Por mais que a saudade no meu peito fosse imensa. 
Capítulo 17
Peguei uma carona com meu pai para meu turno na loja. Claro que ele só me deixou lá e se mandou, dando desculpas que precisava ir até a marina ver um motor novo para o barco dele. Chris ainda não havia chegado da hora do almoço. Entrei na loja virando a plaquinha de OPEN e indo para trás do balcão me debruçando sobre ele.
-Credo, que cara de ressaca que você está! – Chris disse entrando pela porta. Só levantei os olhos para ele. – Que aconteceu darling? - Chris deu a volta no balcão e parando ao meu lado com um olhar preocupado.
- Acabou! – foi a única coisa que consegui falar sem que as lágrimas teimosas voltassem a escapar. 
- O que acabou?
- Tudo! – respirei fundo - Jake disse... disse... – eu não sabia se conseguiria falar, ouvir aquela história em voz alta me fazia reviver tudo aquilo.
- O Black disse o que, criatura?
Mordi o lábio inferior tentando criar forças para repetir as palavras de Jacob. – Ele disse que era para que eu ficasse com o Embry. – resumi.
-Mas você não disse o que sente por ele?- Chris perguntou colocando as mãos na cintura.
- Não disse com todas as palavras, mas... – larguei os ombros e suspirei.- ele entendeu.
- Tem alguma coisa estranha ai! – Chris resmungou apertando os olhos até que eles ficassem em só um rico.
A sineta da porta tocou anunciando a chegada de alguém. Dois turistas entraram na loja indo direto para o lado das varas de pesca. Chris foi atendê-los, me deixando com uma interrogação no meio da testa.
Após a saída dos clientes, Chris me pediu para contar o restante dos acontecimentos. – Primeiro me diz o que você achou estranho. – instiguei.
- Tá muito estranho . O cara dá todos os sinais que tá afim de você, e de uma hora pra outra muda de idéia? Tem alguma coisa ai. -(N/A meninas prestem atenção no que Chris diz. Ele entende das coisas. ;))- O quanto os dois são amigos?
- Eles são muito amigos Chris. – falei, mas já não me permitindo criar esperanças com as conjecturas dele. – Mas não creio que isso tem alguma coisa haver.
- Porque não?
- Porque senão ele teria feito isso desde o inicio. – apontei.
- Só que ele não sabia o quanto você estava se envolvendo.
- Errado! Jacob não sabia que eu estava envolvida, e isso fez ele se tocar que o negócio estava sério demais. E fez ele pular fora, já que ele não queria se envolver. Afinal Jacob ama a Bella. – tentei resumir a situação da melhor maneira para que Chris entendesse o que se passava.
- Não acredito nisso , !
- Chega Chris! Acabou ok? Eu não quero mais ficar sofrendo com isso.
Chris levantou os braços em redenção. – E o Call? Já pensou o que vai fazer com ele?
- Não posso fazer nada enquanto não deixar de amar o Jacob.
- Só presta atenção no que eu vou dizer e não vou mais falar nisso até que você me autorize. – Chris falou com o dedo em riste. – Jacob não é idiota, ele só tem um coração enorme.
Um coração enorme que não tem lugar pra mim. - Chris eu já disse que não quero mais falar sobre isso. – falei indo pegar as caixas que haviam chegado com mercadoria. 
- Tudo bem! – ele respondeu.
- Outra coisa Chris!
- Hmmmm?
- Onde compro um vestido para o baile do colégio?
- Port Angeles meu anjo! 
Agora eu tinha algo que ocupar minha mente, planejar minha ida a Port Angeles comprar o bendito vestido para a festa. Meu celular vibrou no bolso da minha calça. Atendi sem nem olhar o visor.
- Alô?
A voz rouca atravessou o aparelho, aumentando minha freqüência cardíaca. - , é o Jake! - Falou como se meu coração não reconhecesse a voz dele.
- Oi Jake! – tentei controlar minha voz sem muito sucesso. Chris levantou os olhos me observando.
- Sam pediu pra te avisar que tem reunião hoje na minha casa.
Era só assuntos profissionais. – Ah sim! – tentei não parecer decepcionada.
- As 6 PM, ok?
- Eu estarei lá! Obrigada por avisar, Jake! - Só amigos, só amigos. eu repetia mentalmente com os olhos fechados sabendo que logo ele iria desligar. Queria puxar algum assunto para prolongar a conversa, mas nada me vinha na mente.
Esperei uns segundos, mas ele não continuou. – Sim, Jake?
- Eu ... – ele soltou um suspiro resignado no outro lado da linha.- ... te espero aqui em casa, então. Tchau! 
- Tchau! – e ele desligou. Ainda fiquei encarando o aparelho em minhas mãos por mais alguns segundos. Aquela última parte havia sido estranha.
Eu estava parada no final da trilha há algum tempo. De onde eu estava via a casa de Billy muito bem. Bato ou espero alguém chegar para entrar junto? Me perguntava mentalmente. Desde quando fiquei tão medrosa?Respirei fundo e caminhei o resto do caminho até a porta e bati. 
- Oi ! - Billy atendeu a porta sorridente.
- Oi Tio Billy!
- Entre e sente-se, Jake está tomando banho! – ele informou.
- Ninguém chegou ainda? – perguntei enquanto me sentava no pequeno sofá e observava que só Billy estava na sala.
- Não, acho que você chegou cedo! – ele disse sorrindo, o que marcava mais as rugas de seu rosto. Cedo? Olhei o relógio da parede que marcavam 6:15 PM.o.O – Sente-se aqui comigo, . – disse se aproximando da mesa da cozinha. Me levantei e sentei a sua frente. Billy me analisava profundamente, parecia que estava vendo a minha alma. – Como você está? – ele perguntou depois de alguns segundos. 
- Bem tio. – respondi tentando sorrir o melhor que podia.
- Você está sentindo falta do Brasil?
- Um pouco. Sinto muita falta da minha mãe.
Billy estendeu a mão e tocou na minha. – Tudo vai dar certo ! - assenti sem saber direito do que ele falava, mas torcendo que as palavras fossem verdadeiras. – Jake me disse que você tem uma belíssima moto.
- Sim, mas acho que vou ter que vende-la. – falei cabisbaixa.
- Porque querida?
- A garagem de John é pequena, e acaba eu tendo que deixá-la no lado de fora e isso... – mas então Jacob saiu do banheiro parecendo um monumento a um deus pagão, usando somente uma bermuda e me deixando completamente atordoada. Gotas corriam pelo seu peito caindo de seu cabelo ainda molhado.
- Você está ai? – ele perguntou com seu sorriso de sol me deixando mais deslumbrada ainda. Eu tentava raciocinar, sabia que tinha que responder alguma coisa, mas meu cérebro parecia que tinha ido dar uma volta e deixado um lugar vazio no lugar.
- Filho, a estava me dizendo que vai ter que vender a moto. – Billy veio ao meu socorro.
- Por quê? – Jake perguntou se sentando na cadeira ao meu lado. Seu perfume me acertando em cheio. Tenha misericórdia! 
- Porque a garagem de John é pequena demais.- Billy veio ao meu socorro novamente, agora sorrindo. Decerto estava se divertindo da minha idiotice. – Jake ,porque você não oferece um lugar na nossa garagem? Afinal lá tem bastante espaço.
- Claro, você pode trazê-la amanhã. – Jacob me disse.
- Não precisa, eu sei que darei outro jeito. – falei apavorada com a idéia. Já era difícil sem ter algo que me unisse a Jake. – mas muito obrigada por oferecerem.
- Para de besteiras, . Se você não trouxer amanhã, eu passo na sua casa e busco ela, huh?
- Tá certo! – disse rendida no momento em que Sam, seguido pelos garotos, entraram pela porta.
- Olá Billy! – Embry se sentou a mesa conosco.
- Olá garoto!
- passei na loja pra gente vir junto e Chris disse que você já tinha vindo. – Embry me disse.
- O recado que recebi era que a reunião era as 6 PM.
- Na verdade era as 6:30. – Embry me disse.
- Devo ter entendido errado. – falei dando de ombros.
A reunião se seguiu com a apresentação dos dois novos garotos do bando, Collin e Brad. O que me deixou muito surpresa já que eles não passavam de crianças, sendo mais jovens até do que o Seth. Até Sam e Billy pareciam apreensivos com uma transformação tão cedo. Alguns garotos atacavam a cozinha enquanto eu continuava sentada a mesa com Billy.
- Tio Billy, porque será que essas transformações estão ocorrendo tão cedo?
Ele me olhou seriamente. – Alguma coisa muito grande está para acontecer. – disse com a expressão fechada, me causando um frio na espinha.
Os garotos se despediram algum tempo depois, saindo uma a um. Juntei alguns copos e pratos que ficaram espalhados pela pequena sala levando até a pia da cozinha.
- Pode deixar isso ai, .- Jacob disse parando atrás de mim.
- Não me custa nada ajudar Jake.- falei sem me virar para encará-lo. Só saber que ele estava ali, a poucos centímetros já me causava palpitações.
- vamos? – Embry chamou da sala.
Larguei o pano de prato me virando rápido, mas tive que me segurar na pia. Jacob estava mais perto do que eu imaginava, seus olhos fechados com força, o maxilar tenso. Ele parecia concentrado. – Boa... Boa noite, Jake! – consegui colocar para fora. Me afastei dele saindo da cozinha e indo em direção a porta rua onde Embry me esperava.
- espere! – Billy me chamou. Respirei fundo antes de me virar tentando disfarçar o quanto estava afetada. – Queria muito te mostrar uma coisa, você poderia ficar um pouco mais?
- Claro! – respondi, mas por dentro tudo que eu queria era sair dali e manter uma distância segura, mas parecia que mais e mais eu era puxada para aquela casa, para Jacob. – A gente se vê mais tarde Embry. – falei me virando para ele que continuava parado na porta. Embry assentiu me deu as costas e saiu correndo para a floresta escura.
Entrei caminhando devagar até o meio da sala onde assisti Billy ir empurrando a cadeira de rodas pelo minúsculo corredor que levava aos quartos. Jacob estava encostado na batente da porta da cozinha e me olhava com a expressão indecifrável com os braços cruzados na altura do peito. Tentei manter meu olhar fixo na porta onde Billy havia entrado. 
Poucos segundos ele voltou com uma caixa no colo. – Não sei quando você vai voltar, então queria te mostrar o que nós temos guardado. – Billy disse colocando a caixa, um pouco maior que uma caixa de sapatos em cima da mesa. Me aproximei curiosa puxando uma cadeira e me sentando. Billy tirou de dentro algumas fotos me entregando. Eram fotos de Jacob e minhas quando crianças.
Jacob se sentou ao meu lado, também olhando as fotos da caixa. Ele sorria assim como eu, já que elas traziam as mesmas lembranças. Quase todas as fotos nós dois estávamos juntos. Engoli em seco quando a ficha caiu, eu baseei o meu amor naquelas lembranças. Lembranças de uma infância, já que éramos somente crianças, só isso. O bolo enorme se formando em minha garganta. As bordas da ferida no meu peito doendo. Ilusão, ilusão, ilusão. era só o que via em minha mente. - Obrigada Tio Billy, adorei ver essas fotos, eu realmente não me lembrava delas, mas tenho que ir. – disse me levantando tentando não aparentar o que estava sentindo. Minha máscara desmoronando. - Quer que eu te acompanhe? – Jacob perguntou também se levantando. - Não precisa, eu já sei o caminho. – tentei mascarar minha angústia com brincadeira. Sorri para eles quase correndo porta fora. – Tchau tio Billy! Obrigada por tudo! Tchau Jake!- mal ouvi a resposta, sabia que Jacob tinha dito mais alguma coisa mas eu já saia pra noite, respirando o mais fundo que podia, corri para a escuridão o mais rápido que meus pés humanos conseguiam.
Capítulo 18
FOTINHO DO CHRIS
Eu e Chris fechamos a loja, no final do expediente daquela terça-feira. Aos poucos o movimento estava aumentando com a proximidade das férias de verão. Me despedi dele com um beijo no seu rosto. Ele já estava mais acostumado com esse tipo de cumprimento tão brasileiro. Puxei o capuz do meu casaco para proteger meus cabelos da chuva fina e coloquei os fones de ouvido do meu iPod, indo em direção a onde havia estacionado a minha moto. Eu tinha planejado uma ida a Port Angeles comprar o tal vestido para o baile de sábado. Caminhei alguns passos, absorta em meus pensamentos, até perceber a figura enorme do garoto parado, encostado em um carro vermelho. Jake? Ele me observava sem se importar com a chuva que encharcava suas roupas. Levantei os olhos e sorri. – Oi Jake!- falei só diminuindo um pouco o passo, mas sem sair do meu caminho. Afinal ele estava ali parado, não queria dizer que estava me esperando.
Ele sorriu por um instante, mas depois ficou sério e se levantou do carro, me acompanhando até a moto. – Vai levar a moto até lá em casa agora ? – ele perguntou enquanto eu tirava a corrente e soltava o capacete. - Hoje não, vou ir a Port Angeles, preciso comprar um vestido para o baile de sábado. - Não quer ir comigo? Quer dizer... Com a gente? Estou esperando os garotos novos para levar no Hank. Sabe, fazer a tatuagem. - Não obrigada Jake, - respondi posicionando o capacete sem baixá-lo completamente, e montando na moto. – Não me leve mal, mas eu estou com pressa e você... –sorri pra ele. – você é muito lento Jake. – terminei a frase baixando o capacete e dando a partida. A moto roncou embaixo das minhas pernas, fazendo coro com a gargalhada alta de Jacob. - Claro, claro! Só que você vai ter que me provar. – ele disse com um sorriso debochado nos lábios, enquanto eu caminhava para trás, tirando a moto da vaga da vaga. - Quando você quiser, é só marcar. – respondi e acelerei a moto deixando Jacob para trás. Eu andava pelas ruas movimentadas de Port Angeles, procurando o endereço da loja que Chris havia me indicado. Subi a E 1st St, procurando o número da loja até chegar à esquina da Penn St. Chris havia dito que era perto do Mcdonalds, o que para mim seria perfeito, já que eu estava com muita fome. Olhei em volta, enquanto esperava o sinal abrir, e a direita nessa rua reconheci os grandes arcos dourados. Mais alguns metros e cheguei à loja indicada. Ainda bem que eu era rápida, com certeza se viesse com Jacob não pegaria a loja aberta. Sai de lá pouco tempo depois, com meu vestido e meu sapato recém comprados dentro de uma sacola e os acomodei atrás do painel da moto, pois não era muita coisa. Dei a partida indo até a lanchonete, sem nem me preocupar de colocar o capacete que levei dependurado no braço, já que ficava a meia quadra dali. Estacionei a moto perto da grande porta envidraçada. Prendi o capacete com a corrente e peguei minha bolsa e minha sacola, colocando os fones no ouvido. – Bonita moto! – um rapaz falou sorrindo, saindo de um Peugeot 308, conversível, prata, estacionado ao meu lado. - Obrigada! Bonito carro! – respondi, retribuindo o sorriso ao garoto, nós dois entramos juntos na lanchonete. Só que no momento em que as portas se abriram, o cheiro amadeirado tão característico me acertou. Os garotos estão aqui! Pensei. - Podemos sentar juntos?- o garoto me disse me fazendo olhar pra ele desconfiada - É que só tem uma mesa disponível. – apontou para a única mesa vazia. - Claro! Mas você não está acompanhado? – perguntei. - Não. - ele respondeu. – Que deprimente, não é? – ele perguntou me fazendo rir. – Enquanto você busca seu lanche eu poderia ficar segurando a mesa. - Ok! – respondi indo direto para fila. Parecia que toda a cidade havia decidido jantar lá àquela hora. Varri o lugar com os olhos, logo reconhecendo a figura gigantesca de Jacob sentado de costas para a porta. Brady estava sentado em sua frente. Collin não estava com eles. Brady me viu e abanou exageradamente, como se precisasse disso para me chamar a atenção. Jacob seguiu o olhar dele, parando os olhos em mim. Sorri e abanei de volta para eles. Collin fez um gesto com a mão me chamando e eu fiz um sinal com a cabeça, mostrando que estava esperando na fila. Peguei minha bandeja com meu lanche e fui até a mesa dos garotos. Eu não podia demorar, já que o coitado do rapaz estava me esperando, mas eu tinha que fazer uma presença. - Oi! Cadê o Collin? – perguntei. Jacob mudou de cadeira sinalizando que eu sentasse ao seu lado. Os dois tinham uma bandeja lotada de hambúrguer e batatas fritas na frente. – Ele está no Hank fazendo a tatuagem. – Brady respondeu puxando a manga da camiseta e mostrando a marca recém adquirida. – Que você achou? – ele perguntou orgulhoso. - Ficou muito boa. – respondi. Eu ainda estava de pé, segurando a bandeja nas mãos. - Não vai se sentar com a gente? – Jacob perguntou com as sobrancelhas juntas. - Não, já tenho mesa. – falei apontando com a cabeça. Jacob olhou na direção, mas ainda parecia não entender, já que não havia mais nenhuma mesa vazia. – Nos vemos depois. – falei indo em direção ao meu companheiro de mesa. - Achei que você tinha me deixado aqui. – o rapaz falou enquanto eu me sentava a sua frente. - Desculpa, muita gente na fila. – respondi já tomando um gole do meu refrigerante, enquanto ele ia até o caixa, fazer o seu pedido. Mudei de lugar ficando de frente para o salão, assim eu tinha uma visão dos garotos. Jacob ainda estava virado, praticamente torto na cadeira, e olhava em minha direção de vez enquando. Algum tempo depois o rapaz voltou. – Poxa, quanta gente! – ele exclamou. Eu já havia devorado metade do meu lanche. Jacob continuava sentado na sua mesa de costas para nós. Ainda esperavam por Collin. – Eu nem me apresentei direito. – o rapaz me disse chamando novamente minha atenção. – Sou David Connely. – falou estendendo a mão. - Oi David. Sou Raindrop. Prazer! – apertei sua mão. FOTO DAVID
- Você é daqui de Port Angeles, ? - Não, sou de La Push. - La Push? Vou passar uma semana em La Push daqui uns dias, surfando. Você surfa? – David me perguntou sorrindo. - Nunca tentei. – respondi sincera, antes de dar a última mordida no meu hambúrguer. - E não gostaria de aprender? Eu posso te dar umas aulas enquanto tiver lá. - Seria ótimo. Mas agora tenho que ir. – levantei juntando as embalagens para colocar no lixo. - E como eu posso te encontrar? - ele perguntou. - Meu pai é dono da única loja de pesca de La Push, eu trabalho lá as tardes. Muito obrigada pela companhia, David. – me despedi. Olhei de volta para a mesa dos garotos dando um tchauzinho para o Brady. Jacob não se virou, continuando de costas para mim. Me virei indo em direção a porta dando de cara com Collin. - ! -Tudo bem Collin? Como ficou a tatuagem? – perguntei. Collin na mesma hora flexionou o braço para mostrar os músculos e a tatuagem no ombro, recém adquiridos. – Ficou muito bom, parabéns!- falei o deixando mais orgulhoso. - Já está indo? – ele perguntou. - Sim, estou no turno da noite. Nos vemos mais tarde, meu querido. – me despedi dele e olhei mais uma vez para as costas de Jacob. Sai pela porta chateada, impossível ele não ter percebido que eu estava indo embora. Coloquei o capacete e subi na moto. Não resisti o forte impulso de olhar mais uma vez, mesmo não tendo mais esperanças, mas vi pela parede envidraçada que Jacob não estava mais sentado no seu lugar. Um grupo de pessoas estava saindo da lanchonete rindo, impedindo que eu pudesse procurar por ele. Virei pra frente dando a partida na moto e comecei a caminhar para retirá-la da vaga. Quando fui impulsionar e acelerar com o punho para colocá-la em movimento, Jacob parou bem na frente da moto, segurando o guidão e bloqueando a minha saída. - Não acredito que você vai sair sem se despedir direito! – a voz rouca de Jacob fez meu maldito coração delator se pronunciar. - Eu me despediria direito se você tivesse pelo menos a decência de me olhar! – respondi secamente. - Desculpe se eu não tenho o hábito de encarar garotas acompanhadas. – ele respondeu no mesmo tom, soltando as mãos da moto e cruzando os braços na altura do peito sem sair da minha frente. Ri sem humor. Tirei o capacete e desliguei a moto. – Jacob, eu não sei o que você pensa de mim, mas eu não fico dando em cima de todos os garotos que conheço. Eu não sou assim, Jake. – disse num tom de voz baixo. Jacob mudou de expressão, de irônico e seco para alarmado em segundos. - Eu nunca disse isso ! Eu nunca pensaria isso de você! - Ok! Olha, eu adoraria muito ficar conversando com você, Jake. Mas agora por favor, quer me deixar ir? Eu tenho que patrulhar a noite toda. Ele me puxou para os seus braços. Eu me senti uma criança perto dele, já que estava sentada na moto, encostando meu rosto na sua barriga. Aspirei seu cheiro maravilhoso passando os braços pela sua cintura – Dirige com cuidado, ok? – ele me deu um beijo nos cabelos me soltando em seguida. - Pode deixar chefe! - falei colocando o capacete novamente, ligando a moto e partindo em direção a La Push. Já era sábado pela manhã, e eu estava no meu quarto remoendo a idéia de levar a moto para casa de Billy. Passei um bom tempo tentando me convencer, que a idéia não tinha nada haver com o fato de que desde terça eu não via Jacob. Mas nem a mim eu estava conseguindo enganar. Parei a moto em frente à casa de Jacob, tirei o capacete e desci. Não chovia, mas parecia que não continuaria assim por muito tempo. Dei a volta para chegar à porta da casa dando de cara com uma caminhonete, muito parecida com a de John, só que vermelha, mas igualmente aparentando bastante desgaste. Paralisei. - ! - a voz de Billy me acordou das minhas distrações e comecei a caminhar em direção à casa novamente. Eu sorri para ele, acenando enquanto apertava o passo para chegar logo. Já estava com meu sentido de lobo sinalizando que algo muito errado estava acontecendo. Vesti minha máscara, mas Billy não desgrudava os olhos do meu rosto, acredito que não o enganei. - Oi Billy! Jake está?- Billy me olhou profundamente, analisando todas as minhas reações. - Não minha querida, ele saiu cedo!- dei uma olhada de canto de olho para a caminhonete estacionada. - Com Sam? –perguntei já sabendo a resposta. - Não!- Billy parou parecendo testar meu humor- Bella resolveu fazer uma visita surpresa! Paralisei o sorriso no meu rosto, trancando qualquer reação. Eu estava ficando boa nisso, afinal eu sabia que isso, mais cedo ou mais tarde, iria acontecer. - Ok!- consegui finalmente dizer- Você pediria para ele me ligar depois? - Claro, claro! Mas não quer ficar e esperá-lo aqui?- disse Billy sugestivamente. - Não Tio, eu realmente tenho coisas para fazer, só queria deixar a moto! - Mas porque você não vai levando a moto para garagem e espera um pouquinho? Logo ele deve estar de volta. - entendi a jogada de Billy, ele queria que eu fizesse presença, demarcasse território, mas eu não tinha forças suficientes para isso. Para uma guerra que eu sabia que estava perdida. Assenti indo em direção a moto. Comecei a empurrá-la rápido, toda a insegurança me dominando. Reuni minhas últimas forças, para dar um aceno e um sorriso forçado para Billy, que claramente ele não comprou. Mas foi só entrar na garagem escura que minha máscara escorregou. Respirei fundo tentando acalmar os tremores que já se espalhavam pelo meu corpo. Dessa vez eu não iria conseguir me controlar. Sai correndo da garagem torcendo para que Billy não me visse. Não esperei nem chegar a floresta para explodir em loba, mandando minhas roupas para o espaço. Peguei minha mochila com os dentes e depois comecei a correr. Cravei minhas unhas na terra para aumentar o impulso e aproveitei para construir meu espelho protetor em volta dos meus pensamentos, não queria ninguém xeretando neles. A chuva fina começou a cair molhando meu pêlo prateado. Subi até ao alto de uns dos penhascos que davam para costa e me deitei, olhando a linha de onde o oceano se fundia com o céu no horizonte. Fiquei lá por um bom tempo, até que a fome me forçou a voltar para casa.
Capítulo 19
Eu estava no um quarto, tentando não sentir pena de mim mesma. Passando o tempo para a hora de me arrumar para a festa. O vestido pendurado no encosto da cadeira e os sapatos atirados no chão. Mandei um e-mail para minha mãe que queria saber das novidades, contando que não tinha novidade nenhuma. E me joguei na cama me virando de lado, de costas para a janela. O filhote, que agora o meu nada original pai, tinha apelidado de Lobo, estava dormindo, enrolado no tapete no chão.O celular começou a tocar em algum lugar da cama. Levantei as cobertas e as almofadas sacudindo, até que ele caiu no chão com baque. Olhei o visor iluminado com JAKE escrito. Respirei fundo, ainda pensando se deveria atender ou não. Apertei SEND. - Oi Jake! – tentei parecer o mais natural possível. - Oi ! Você está em casa? Deitei na cama bagunçada. – Sim, por quê? - Porque eu cheguei hoje mais cedo, e o velho me disse que você estava me esperando na garagem, cheguei lá e adivinha? Você não estava! - Desculpe se eu não pude ficar esperando! Mas eu só queria deixar a minha moto mesmo! – menti. - Poxa! Assim você me magoa. – ele disse com falsa tristeza na voz que me fez rir. - Sério que você não estava sentindo nenhum pouco da minha falta? Engoli em seco. Amigos , ele é somente seu amigo! – Você estava ocupado, Jake. Eu não queria atrapalhar. -Bella fugiu do sanguessuga e veio me ver. – ele começou a falar de repente me fazendo fechar os olhos, esperando pelas palavras que me causariam dor. – Ela só queria saber sobre a perseguição a vampira ruiva. Parece que o parasita não está sendo muito sincero com ela. Foi só isso, nada demais. Por culpa de quem, que nada demais aconteceu? Perguntei mentalmente. – Não precisa se explicar Jake. – disse querendo terminar com aquele assunto que me machucava tanto. – Só queria que você soubesse da verdade . -Ok. E obrigada por oferecer a garagem – falei mudando de assunto. Me virando de lado na cama, pousando minha mão na cabeça do Lobo que me olhava atento, como se percebendo minha tenção. - Não precisa agradecer, tem muito espaço por aqui. – Eu vi que tinha uma moto vermelha ao lado da sua, era uma Lander? – puxei um assunto qualquer para mantê-lo falando, já que eu não queria que ele desligasse. - Aquela não é minha.- ele disse cauteloso de repente. - É da Bella. Por mais que eu fugisse, essa garota estava impregnada demais na vida dele para que fosse ignorada. – Ok Jake, tenho que me arrumar para festa. – falei por fim. Mudando de idéia sobre o término da conversa. -Então tá. Se divirta hoje à noite. - ele disse se despedindo. Aquilo me pegou de surpresa, acabei me levantando e sentando na cama. – Você não vai? - Não! Vou fazer ronda no lugar de vocês! - Vou sentir sua falta! – me vi falando antes que pudesse impedir. Mordi o lábio esperando a reação dele do outro lado da linha. Jacob ficou alguns segundos a mais em silêncio, o que fez minha insegurança aumentar. - Você só está deixando a minha vida mais difícil, . - Eu deixei sua vida pior Jake? – perguntei surpresa. - Em parte, sim.- ele me respondeu me deixando mais indignada ainda. -Ah sim Sr, eu imagino que bela vida você deveria ter aqui. – Mordi a língua para não jogar na cara a paixão platônica, não correspondida dele pela namorada do vampiro. – Se eu te faço tão mal, porque você não me deixa em paz?- falei respirando fundo para segurar a raiva. - Você fala como se eu não tivesse tentado . Mas você também não ajuda! - ele falou e eu ouvi a sua respiração ruidosa, como se ele estivesse se segurando para não alterar a voz. Eu pelo contrario, cuspia as palavras com raiva. – Adeus Jake! Eu tenho que me arrumar. E pode deixar que vou tentar não estragar mais a merda da sua vida! – desliguei o telefone, atirando o celular em qualquer lugar do quarto. Argh! Que ódio! Tomei um banho frio, bem demorado para tentar acalmar a raiva que eu sentia. Sequei meus cabelos até que eles estivessem perfeitamente lisos, fiz uma maquiagem básica, coloquei o vestido, que era cor de pêssego, a parte de cima era justa como um corselet e a parte de baixo rodada, e calcei as sandália. Fiquei me analisando no espelho. Aquela não parecia ser eu. Era eu, mas minhas feições já haviam perdido totalmente as características infantis, me transformei em mulher nesse curto período. Eu nunca tinha parado para analisar como todo o grupo havia amadurecido em pouco tempo. Era uma das conseqüências da transformação. Mas o que eu estava fazendo mesmo? Minha vontade é de atirar tudo pro alto, e me deitar em minha cama, tentar esquecer que Jacob existia. Comecei a tirar os sapatos. Eu daria qualquer desculpa para o Embry. Afinal eu não seria uma boa companhia hoje. Ouvi o celular tocando embaixo da cômoda. Se fosse Jacob, meu celular sairia voando pela janela. Mas era Chris que chamava. Atendi. - Alô. - Já está pronta bee? Queria tanto te ver montada! - ele disse choroso. Revirei os olhos. O Chris parecia mais mona que nunca, quando não tinha que fingir ser machinho. - Eu já estou pronta, mas acho que não vou! – falei emburrada me jogando na cama. - Ah não bee! Você vai nem que eu tenha que te carregar pelos seus lindos cabelos! - Jacob me ligou e a gente acabou discutindo! – falei, fechando os olhos quando as lembranças das palavras de Jake vieram com tudo na minha mente. - Mais um motivo para você mexer esse trazeiro sarado e ir rebolar naquele salão! Esquece o Black, pelo menos essa noite, e se divirta! - Você está certo! - Eu sempre estou! -Eu te amo tanto, Chris. Você foi a melhor coisa que me aconteceu desde que eu cheguei! -Ui! Sério? Que luxo! Ri alto. – Pena que você é tão gay Chris, senão eu te pedia em namoro! - Ra Ra Ra ! – ele riu do outro lado.- E eu ia acabar levando uma surra do Jacob Tudibom Black! Revirei os olhos. – Você tinha que estragar minha declaração de amor por você, falando no Jake! Tchau Chris que eu tenho que ir! – falei mal humorada novamente. - Me liga amanhã e me conta tudo! - Tá bom! Beijos! – e desliguei o celular. Ainda fiquei encarando o aparelho em minhas mãos, rindo do meu amigo gay, quando a campainha tocou no andar de baixo. Embry havia chegado na hora certa. Calcei as sandálias e desci. - ! O Embry chegou! – John disse em um tom normal, sabendo que eu ouviria de qualquer lugar da casa. - Já estou aqui! – respondi entrando na sala. - Você está muito linda mesmo, minha filha! – John me disse me abraçando. - Obrigada pai! – agradeci retribuindo o abraço. Bom, um já aprovou, agora falta o outro! Pensei me soltando de John e me virando para ver Embry que continuava parado na porta. Sua boca estava levemente aberta. - Fecha a boca que você está babando Call! – John disse em um tom severo – E você cuide da minha filha, ouviu? – ele disse com o dedo em riste apontando para Embry. Virei os olhos. - Claro Sr, Raindrop! – Embry respondeu sem desviar os olhos de mim. John se sentou na poltrona com o jornal nas mãos. Dei dois passos em direção a Embry que continuava parado no mesmo lugar. - Que foi? – perguntei a ele divertida. - Você está... – ele me olhou de cima a baixo. - ... maravilhosa! – disse me fazendo corar. -Hmpf! – ouvimos John bufar na sala. - Vamos? – Embry perguntou me estendendo a mão. - Só um momento! – corri para dar um beijo no rosto de John. – Tchau paizinho! - Divirta-se garota! E não volte tarde! - Pode deixar! – falei apanhando minha bolsa. – Agora sim, vamos? – Sorri e segurei a mão de Embry, fechando a porta atrás de mim.
Capítulo 20
N/A Meninas, só para titulo de esclarecimento, o Embry de Sol e Chuva (e o meu também) é, e sempre vai ser, o Krys Ivory. Nada contra o Kiowa, mas pra mim ele tá mais para o papel do Chris do que do Embry. Se é que vocês me entendem!;) FOTINHO DO EMBRY CALL
Ao fechar a porta, eu pude analisar melhor o Embry, ele estava mais lindo do que nunca em um terno cinza. – Nossa! Mas você também está muito lindo! Ele sorriu e passou a mão pelo cabelo curto, envergonhado. – Que bom que você gostou. – ele disse sem jeito. Demos a volta na casa, foi ai que eu vi estacionado na lateral o habbit vermelho. Diminui o passo quando reconheci o carro. – Jake nos emprestou para ir à festa – Embry começou a se explicar quando percebeu a minha reação. – Mas se você não quiser... -Não, tudo bem Em! – falei e sorri para deixar claro que eu realmente não me importava. Embry abriu a porta do carro para eu entrar, fechando logo em seguida e dando a volta para se sentar no banco do motorista. -Sabe , acho que esse ano vou conseguir comprar o meu próprio carro! Já juntei quase todo o dinheiro. – ele disse orgulhoso. - E você vai me levar pra dar uma volta nele? – perguntei. - Sempre que você quiser! – Embry respondeu em um tom galanteador. Só balancei a cabeça sorrindo virando o rosto para a janela. Percebi que eu estava sorrindo mais do que achava possível. Chris tem razão, eu tenho que tentar me divertir. Pensei depois de me lembrar dos conselhos do meu amigo. Embry ligou o carro e manobrou em direção a estrada. Em poucos minutos chegamos a Quileute Tribal School. Já havia muitos carros estacionados, apesar de ser apenas pouco mais de 8 PM. Isso obrigou Embry estacionar um pouco mais afastado do iluminado ginásio da escola. Abri a porta e sai sem esperar por Embry que fez uma careta com a minha pressa, mas não disse nada. O ginásio estava todo enfeitado, com algumas luzes coloridas que se movimentavam, iluminando as pessoas na pista de dança. Uma banda tocava em cima de um pequeno palco na extremidade oposta da entrada. Embry me carregou pela mão, cumprimentando varias pessoas no caminho, e me levou até a mesa onde Jared e Kim estavam sentados. - Olá. – cumprimentei os dois. - Oi . – o casal me cumprimentou em coro. - Onde está Paul? – Embry perguntou a Jared, já puxando uma cadeira para que eu pudesse me sentar ao lado de Kim. Ele se sentou ao meu lado. - Dançando!- Jared respondeu apontando a pista de dança com a cabeça. Volta e meia ele alisava o rosto de Kim, ou mexia no cabelo dela, parecia que não conseguia evitar ficar sem tocá-la. Suspirei e desviei os olhos deles, pois aquele amor todo era até desconcertante. -Quer que eu busque uma bebida para você? – Embry perguntou chamando a minha atenção para ele. - Pode ser uma coca-cola. - Respondi. Ele se levantou rapidamente e logo sumiu entre a multidão; - Quil não veio? – perguntei para Jared, mas realmente o que eu queria era saber de outra pessoa. - Ele está com o Jake. Talvez eles apareçam, não sei ao certo. - ele me respondeu. Somente assenti em resposta. - Aqui está ! Embry me alcançou o refrigerante, novamente se sentando ao meu lado. Tomei alguns goles, antes de perceber que Embry me encarava sorrindo. – Embry, pare de me olhar assim que você está me deixando sem jeito! – reclamei rindo e deixando meu cabelo cair um pouco na frente do rosto. Ele levantou a mão e colocou a mexa pra trás da minha orelha ainda sorrindo. Depois pegou minha mão entrelaçando os nossos dedos. - Você tem que desculpar o Embry , acho que é a primeira vez que ele sai com uma garota bonita. – Jared disse sorrindo, fazendo Embry responder com uma careta para ele. - Na verdade é a primeira vez que ele sai com uma garota! – Paul falou rindo e se sentando a nossa mesa, acompanhado de uma garota sorridente de cabelos lisos e curtos. - Não Paul, você se esqueceu que no ano passado ele trouxe a prima dele ao baile. – Embry disse gargalhando. - Aquela de aparelho nos dentes? – Paul perguntou. – Mas ela não tinha nem doze anos. – os dois agora, se curvavam de tanto rir. - Ra Ra Ra! – Embry riu sem humor. - Que engraçado vocês. – ele se virou pra mim. – Quer dançar ? - Claro! – respondi me levantando e ajeitando o vestido com as mãos. Mas então senti uma pequena mão fria para o meu corpo quente, tocando o meu braço. Olhei pro lado e Kim me olhava sorrindo. - você iria comigo ao toalete? – ela perguntou timidamente. - Claro Kim. – respondi a ela. – Já volto! – cochichei no ouvido de Embry, antes de seguir Kim até o banheiro. - Você e o Embry estão namorando? – Kim me perguntou enquanto eu dava uma checada do espelho. - Não. Somos só amigos. Porque Kim? - Desculpa , eu devo ter entendido mal! – ela disse sem jeito. - Tudo bem, Kim! Talvez a gente de essa impressão mesmo. – falei abrindo a porta do banheiro e voltando para o ginásio. Ela apenas sorriu timidamente. Quando chegamos à mesa, a primeira coisa que notei foi a expressão séria de Embry, ele encarava um ponto qualquer na mesa com uma enorme ruga na testa. Quando já ia abrir minha boca, para perguntar o que estava acontecendo, Quil veio em minha direção, com um enorme sorriso. Eu e Quil tínhamos ficado muito amigos por causa das rondas que fazíamos juntos. - E aí ! – ele me cumprimentou batendo o ombro dele no meu. Eu sorri, mas tudo que pensava era que se Quil estava na festa, Jacob também estava. Reprimi o impulso de procurar-lo com os olhos. - Oi Quil! Que bom que você veio! – falei me sentando no meu lugar. Tratei de fixar os olhos na latinha de coca, que a essa hora já deveria estar quente e sem gás. - Ainda quer dançar? – Embry sussurrou no meu ouvido. Fixei os olhos nos olhos dele e assenti. Embry se levantou segurando minha mão e me conduzindo até o meio da pista. A música era rápida e dançante, mas antes de começarmos a dançar, a banda trocou para uma de ritmo lento, uma musica romântica. Embry ainda ficou parado esperando minha reação, mas eu nem pensei, passei meus braços pelos seus ombros e afundei meu rosto em seu peito. Embry me puxou mais para ele, passando os braços pela minha cintura. A banda anunciou um intervalo e uma musica eletrônica começou a tocar. Soltei os braços de Embry e comecei a me mexer com ao ritmo da batida. Comecei a dançar com os olhos fechados, tentando me livrar de toda a tensão dos últimos dias. Deixei meu corpo ser levado pelo ritmo pop. Fazia tempo que não dançava, meu corpo estava com saudades dos movimentos que anos em academia de balé e dança moderna me ensinaram. Abri meus olhos e dei de cara com Embry me encarando parado. Foi ai que me dei conta de onde eu estava. - Desculpa, me esqueci que não estava no Brasil. – falei rindo envergonhada. – É que lá, as danças são um pouco mais liberais. Embry riu. – Por mim não tem problema, só que você está aumentando o número dos meus concorrentes. – ele disse se aproximando, pegando minhas mãos e entrelaçando nossos dedos. Fiz uma negativa com a cabeça, como que dizendo que aquilo era uma grande bobagem. – Como se eu já não tivesse concorrente suficiente – ele disse me virando, fazendo com que eu enxergasse Jacob, parado encostado em uma parede me encarando intensamente. Ele vestia uma camisa branca, com as mangas dobradas até o cotovelo, e tinha as mãos enfiadas nos bolsos das calças escuras. – Acho que ele quer falar com você? – Embry sussurrou no meu ouvido. - Mas eu não quero falar com ele. – falei desviando os olhos do olhar penetrante de Jacob. – Por favor, vamos sentar? - Claro! – Embry disse me conduzindo até a mesa. – Quer outro refrigerante? - Quero, por favor! – falei me sentando a mesa agora vazia. Nenhum dos outros garotos estava por perto. Eu tentava me controlar para não demonstrar que a presença de Jacob me afetava tanto. Embry voltou com as bebidas e os garotos começaram a voltar um por um. Logo todos estavam sentados a mesa novamente. Jacob apareceu logo depois se sentando na cadeira a minha frente. Me virei de lado na cadeira e comecei a conversar com Kim, tentando ignorar os olhares de Jacob. - Vamos indo? – Jared perguntou para Kim, depois de algumas horas de conversa e música. Ela concordou com um aceno de cabeça e os dois se levantaram. Poucas pessoas ainda continuavam na festa. O salão estava praticamente vazio. - Vamos também? –; perguntei para o Embry que logo se levantou me estendendo a mão para que eu a pegasse. Paul e a sua acompanhante ha muito já haviam sumido, Quil também se levantou, indicando que também estava indo embora. Só Jacob continuava sentado a mesa, quieto como ficou a noite toda - Só um momento, ! –Embry disse, me deixando parada no meio do caminho e voltando pra mesa. Ele se abaixou e cochichou algo no ouvido de Jacob. A primeira reação de Jake foi de espanto e logo após ele sorriu de leve concordando e depois seus olhos caíram em mim. - O que foi isso? – perguntei para o Embry assim que ele voltou para junto de mim. - Nada! Só uma coisa que eu tinha esquecido de falar com o Jake! – ele respondeu sorrindo. Embry colocou a mão nas minhas costas me levando até a saída. - Droga! Está chovendo forte! – exclamei assim que saímos pela porta do ginásio. - Espere aqui , que eu vou buscar o carro. – Embry falou, já se pondo a correr na chuva. Olhei o céu e fiz uma careta. Realmente eu não queria molhar o meu vestido. - será que a gente pode conversar? – Jacob perguntou parando ao meu lado.
Capítulo 21
- será que a gente pode conversar? – Jacob perguntou parando ao meu lado. - Não posso, eu estou esperando pelo Embry! – falei friamente, sem virar para olhá-lo. - Acho que o Embry vai demorar um pouco. – ele disse num tom baixo. Me virei para encará-lo. Então foi isso que eles cochichavam! Eu iria bater no Embry assim que eu pusesse as minhas mãos nele! - Então eu vou a pé! – falei raivosa, tirando os sapatos e me dirigindo para o estacionamento chuvoso. - Pare com essa bobagem ! – Jacob disse segurando o meu braço, restringindo o meu movimento. – Só estou pedindo que me escute. Será que é tão difícil? - Eu só estou facilitando sua vida, Jake!- falei sarcástica - Então me solte! – ordenei puxando o braço. Jacob me soltou. - Por favor, só estou pedindo que me ouça! – pediu novamente. Por mais que eu quisesse sentir raiva, por mais que eu o odiasse por todas as vezes que ele me machucou, o amor que eu sentia por aquele garoto era mil vezes maior que qualquer mágoa. Respirei fundo, cruzei os braços e encarei o chão do espaço entre nós. – Fale! - Desculpe por eu ter me comportado como um idiota. – ele começou a falar - Com isso eu já estou me acostumando. – falei. Jacob riu fraco. – Mas eu queria que você entendesse. – ele me olhou por um segundo e eu fiz um sinal com a cabeça para que prosseguisse. Jacob respirou fundo. E eu estava certa que seria machucada mais uma vez. Só que dessa vez seria o fim, eu não iria mais admitir que Jacob me ferisse. – Você sabe o quanto Embry gosta de você? - Você veio aqui pra falar do Embry? – perguntei incrédula. - Embry é o meu irmão, e eu não posso fazer isso com ele. - Fazer o que? – perguntei tentando confirmar o que eu achava que estava ouvindo. Eu tinha que ter certeza, não queria criar novas fantasias. - Eu acho que estou ficando louco!- sacudiu a cabeça com os olhos fechados por um segundo a mais. - Desde a primeira vez que te vi na praia eu ... Só que eu não posso! – ele disse agoniado. - Espera um pouco, Jake! Você disse... na praia? – perguntei sentindo as batidas do meu coração nas costelas. - Quando eu cheguei na festa você não estava, então fui te procurar e... você estava com o Embry. Eu já sabia de tudo o que ele sentia por você, então... - Você foi na minha festa? – perguntei o interrompendo. - Claro! Mas isso não importa!- fechei os olhos tentando evitar chorar na frente dele. Ele foi na minha festa! era só o que eu pensava. - o que eu quero que você entenda é que eu não posso fazer isso com o Embry. – ele disse agoniado. - Não interessa o que eu sinta por você! Levantei os olhos para encará-lo e ele sorriu de leve. Mas eu não tinha voz para responder. Ele disse que sentia alguma coisa por mim, não disse? As lágrimas agora saiam livremente. Ele levantou a mão em direção ao meu rosto, mas no meio do caminho desistiu, baixando o braço novamente. – Eu espero que você não me odeie muito! - Jacob virou de costas e saiu na chuva em direção ao estacionamento. Eu tinha que falar que entendia. Tinha que dizer alguma coisa. Mas demorei demais para me lembrar de como reagir, tamanho o estado de choque que eu estava. – Jake! – sussurrei. – JAKE! – gritei mais alto, mas ele já havia ido embora. Corri atrás dele sentindo a chuva forte encharcar os meus cabelos e o meu vestido. Ainda estava com os sapatos nas mãos. Então ouvia o barulho da moto dele se afastando. Vi os faróis do carro iluminar o estacionamento agora vazio. - ! – Embry me chamou fazendo sinal para que eu entrasse no carro. - Porque você fez isso, Embry? – perguntei assim que sentei no banco e fechei a porta. Embry me olhou com a expressão séria por alguns instantes. – Eu posso ter posto tudo a perder , mas você nunca vai seguir sua vida enquanto as coisas entre você e o Jake não forem esclarecidas. Ele estava certo. Mas mudava alguma coisa? Jacob gostava de mim. Eu não sabia o quanto, talvez só um pouco, mas já era alguma coisa. Mas isso não mudava o fato dele não querer nada comigo. Me afundei no banco virada para a janela, tentando resolver que rumo eu tomaria agora que as coisas estavam esclarecidas, como disse o Embry. Ele não falou nada no caminho até a minha casa. - Boa noite Embry. – falei abrindo a porta do carro. - Você ainda me quer por perto, ? – Embry perguntou. - Eu não sei. Eu preciso de um tempo, preciso pensar Embry. Ele desviou os olhos de mim, encarando a escuridão à frente. – Boa noite, então. – disse por fim. Desci do carro e ele arrancou. Ouvi os roncos de John, assim que abri a porta. Ele estava dormindo no sofá da sala com a TV ligada. Lobo veio correndo, pulando em mim e abanando o rabo. Peguei o controle e a desliguei a televisão. – Pai! – chamei o sacudindo. – Acorda, tá na hora de dormir. Ele gemeu e depois abriu os olhos devagar. – Eu não estava dormindo, só estava descansando! – falou sonolento. – E como foi a festa? – ele perguntou. - Interessante! – talvez não tivesse sido a palavra certa, mas foi a primeira que me ocorreu. John me olhou com as sobrancelhas juntas, mas depois deu de ombros e subiu as escadas se arrasando, com Lobo ao seu lado. Subi logo em seguida indo direto para o banheiro. Tirei o vestido molhado e sentei na borda da banheira, olhando para a água que batia no fundo. Mergulhei na banheira. Conseguia ouvir o barulho da água quando me movimentava. Era relaxante. E era hora de pensar. POR QUE isso está acontecendo comigo? Alguém me explica, por favor. Eu me sentia um poste, em que o primeiro que chegasse demarcava o território. Poxa, será que meus sentimentos não contavam? Se Jake gostava de mim, pelo menos um pouquinho, porque não poderíamos ficar juntos? Só se ele não gostasse o suficiente para lutar por mim. Se o amor dele pela Bella fosse maior. Aquele pensamento fez meu peito doer. Porque mesmo que Embry goste de mim, ele não teve um Imprinting, e a qualquer momento isso poderia acontecer, e acontecer com... Jake também! A dor dessa vez, foi tanta que me causou falta de ar. Mas no fundo eu sabia que Jacob tinha uma certa razão. Embry era como um irmão para ele, muito antes de eu voltar a La Push. A minha vontade era de me afastar de toda aquela loucura, mas eu não podia eu estava presa a aquilo. Eu estava cansada, queria que pelo menos uma vez eu pudesse decidir alguma coisa na minha vida. Pela primeira vez comecei a concordar com o Jacob, que ser lobisomem não era tão bom assim. A água começou a esfriar, mas eu ainda continuei lá mais um tempo, imersa em meus pensamentos aleatórios. Esfriou mais e eu levantei da banheira e me enrolei em uma toalha. Fui até o meu quarto sentindo a brisa da janela aberta chegar ao meu corpo. Junto com a brisa veio o cheiro conhecido de Jake. Forcei os vista e avistei dois olhos brilhando em meio as árvores que davam inicio a floresta. Era Jacob em forma de lobo. Por um instante me vi pulando a janela e me afundando em seu pêlo grosso, mas ele tinha feito a escolha dele e eu tinha que respeitar isso. Fechei a janela e coloquei uma camisola, me atirando na cama senti as lágrimas molharem o travesseiro, até acabar dormindo de exaustão.
Capítulo 22
Eu havia decidido que iria dar um tempo dos garotos, claro que não podia ignorá-los totalmente, pelo menos com Embry que fazia ronda comigo, mas eu tinha acionado o modulo “amigos” e ele havia entendido o recado. Já com Jake, desde aquela madrugada, nós havíamos nos visto muito pouco e mal trocado algumas palavras. - o Call quer falar com você! – Chris me chamou, colocando a cabeça pela porta. Eu estava no pequeno depósito da loja, tentando dar ordem ao caos que se instalava lá. - Estou indo! – respondi tirando as luvas de látex e o avental que eu estava usando, enquanto fazia a limpeza do local, e colocando em cima de uma prateleira qualquer. - Não quer que eu peça pra ele entrar? – Chris perguntou sugestivamente, claro que ele ainda tinha esperanças que eu ficasse com o Embry. Fiz uma careta de desdém enquanto o empurrava para a parte da frente da loja. - Oi ! – Embry me cumprimentou receoso, esperando minha reação. - Oi Em! – respondi sorrindo, e ele riu de volta aliviado, percebendo que meus planos de ser indiferente com ele já haviam sido esquecidos. Embry era meu amigo e eu o amava demais para conseguir ficar muito tempo afastada dele. -Hoje tem reunião na casa da Emily. – ele disse mexendo em uns folhetos que estavam em cima do balcão. - A que horas? – perguntei. - As 6 PM. Quer que eu passe aqui para a gente ir junto? – Embry perguntou apenas levantando os olhos e me encarando receoso. - Pode ser. – respondi e ele sorriu mais ainda. Eu realmente não conseguia me afastar do Embry. - Então até as seis! – ele disse antes de se despedir de Chris e sair. - Então vocês tem um encontro? - Chris perguntou, com um sorriso malicioso nos lábios. - Não é nada disso, é só uma reunião entre os jovens da tribo! – disse antes de me mandar para os fundos terminar a arrumação que eu tinha começado. Tudo que eu não queria era mais uma conversa com Chris, tentando o convencer do que nem eu mesma tinha certeza, que eu estava resolvida a esquecer qualquer assunto referente à Jacob e Embry. Assim que avistamos a casa de Emily, ela estava na varanda com uma linda criança no colo conversando com uma outra garota de aproximadamente 13 anos. - Olá ! Olá Embry! – ela nos cumprimentou. Quero que vocês conheçam minhas sobrinhas, Lisa – ela apontou para a garota- e Claire. – Emily disse sorrindo para a bebê em seu colo. – Elas vieram me fazer uma visita. - Como vai! – as cumprimentei, passando a mão pelo lindo cabelo negro de Claire. Logo ouvimos o barulho da algazarra dos outros garotos chegando, seguindo logo atrás de Sam. Foi então que algo aconteceu. Quil ultrapassou os outros, sem retirar os olhos da garotinha nos braços de Emily. Parecia que nada mais existia. Rapidamente ele cobriu a distância que separavam os dois. Seus fixos nos dela. Logo os garotos ficaram quietos, eles já sabiam o que estava acontecendo, eu por outro lado, nunca tinha visto um Imprinting se formando. A reunião se seguiu estranhamente quieta. Eu em especial, passei o tempo todo de costas para Jake, tentando engolir o bolo que estava preso em minha garganta. Mais cedo ou mais tarde isso também poderia acontecer com ele. E era algo que eu nunca poderia lutar contra. Observei Leah, sentada em um canto. Será que algum dia eu me tornaria amarga que nem ela? Vivendo de lembranças de um amor que nunca voltaria? Desviei os olhos para o chão impecavelmente limpo de Emily. Sam dividiu os grupos mais uma vez, ainda estendendo as patrulhas para a casa dos Swans. No final da reunião, meu celular vibrou no meu bolso da calça. Era meu pai pedindo para que eu passasse na casa de Billy para pegar um peixe frito que Sue havia deixado lá. Como se em casa já não houvesse peixe suficiente no congelador! Eu tinha certeza que isso só passava de mais uma tentativa de Billy, de me aproximar de Jacob. - espera! – Jacob chamou, depois que eu já havia me despedido dos outros garotos e já estava a caminho da casa dele. Ele deu uma corridinha e alcançou os poucos metros que eu já havia caminhado. – Você está indo pra minha casa? - Sim. – respondi sem olhá-lo nem diminuir o ritmo. Ainda estava abalada com a história de Imprinting. - Billy avisou. – ele disse me acompanhando e andando ao meu lado com as mãos no bolso da bermuda que usava. Eu assenti. – Você ficou abalada com a história do Imprinting. – não era uma pergunta, era uma afirmação. Não respondi, apenas continuei olhando para a linha das árvores que cercavam a trilha, agora escura. – Sabe, isso pode acontecer. Está nas nossas lendas. – Jacob disse desviando os olhos do chão e me encarando de lado enquanto caminhávamos. – Não é como se fosse uma coisa ruim, essa criança vai ser muito amada. Quil será o melhor irmão mais velho e o mais gentil que alguém já teve. Não existe um bebê que seja mais bem cuidado do que aquela garotinha será. E depois, quando ela for mais velha e precisar de um irmão, ele será mais compreensivo, confiável e presente do que qualquer pessoa que ela conheça. E depois, quando ela for adulta, eles serão tão felizes quanto Emily e Sam. – ele tentava me explicar. - Não é em Quil que eu estou pensando. – falei desviando para olhar para ele, meus olhos se enchendo de lágrimas. - É em que, então? - É em como isso parece ser inevitável, como se fosse o destino de todos vocês. – minha voz saiu mais baixa na ultima parte, como se eu não tivesse forças para colocá-las para fora. - Isso não é uma regra. E na verdade, pode acontecer com você também. - ele disse flexionando o maxilar e juntando as suas sobrancelhas.
-Não tem nada dizendo que isso pode acontecer com uma garota loba, Jake. - as lendas não diziam nada sobre garotas lobas, e olha só o que aconteceu. – ele me deu um encontrão com o ombro, me fazendo estremecer com o toque. – Mas eu também não queria ver isso acontecer com você. – ele disse tão baixinho, que eu cheguei a duvidar de que tinha ouvido. Mas meu coração acelerou. - Vocês chegaram!- Billy disse da varanda, assim que colocamos os pés no gramado do quintal da casa deles. - que bom que você veio! - Oi Tio Billy! – o cumprimentei com meu melhor sorriso. Não precisei fazer força, eu gostava muito de Billy.- Vim buscar o peixe! - Só assim para ela nos fazer uma visita, pai! Só por causa de comida!- Jake disse soltando uma alta risada logo sendo acompanhado por Billy. Eu fiz um “O” indignado com a boca e dei um tapa no ombro de Jacob, fazendo ele alisar o local com a mão depois. Mas acabei rindo também. O telefone tocou e Billy entrou ainda rindo para atender. - Jake, é para você!- ele gritou de dentro de casa. Jake entrou e eu o acompanhei sentando no sofá. Ele pegou o aparelho da mão do pai, que me lançou um olhar cheio de significados. -Alô?... Oi, Bella - Jacob disse, e se virou de costas para mim, cuidadoso de repente.- O que foi? - Virei a cara para a janela, fingindo ver alguma coisa. Sentia o olhar de Billy fixo em mim, e aquilo me deixava pior. -...- Sugador de sangue estúpido! -Fechei os olhos tentando controlar a dor que me tomava. -... -Eu pensei que ele ia embora. Será que você não pode ter uma vida quando ele está longe? Ou ele te tranca no caixão dele?- ... - Eu não achei engraçado. - ... - Ele vai estar se alimentando em Forks então?- ... - Oh. Bem, ei, venha agora, então,- ele disse com entusiasmo repentino.- Não está tão tarde. Ou eu vou te buscar na casa de Charlie. - Como é? Queria gritar. Senti minhas mãos tremerem e vi que estava no meu limite. - Jake, estou indo! – falei com a minha última reservas de auto-controle. Ele pareceu não me ouvir. Billy me olhou com os olhos cheios de pena e me esntregou o pacote com o peixe, isso era demais. Fui embora. Sem me preocupar em ouvir o restante da conversa. Eu já estava há alguns bastante metros da casa de Billy e estava tão concentrada em não me transformar que não percebi que Jacob já estava bem próximo. - Espera ! – ele disse, mas eu só fiz uma negativa com a cabeça apertando mais os passos, tentando manter minha concentração. – Espera um pouco! – ele agarrou o meu braço restringindo o meu movimento. – Eu quero me explicar! - Você não tem nada que me explicar Jake, sério mesmo! Você não me deve nada! E eu não quero fazer mais parte disso! – falei puxando o meu braço que ele acabou soltando. – Adeus Jake! – disse por fim me pondo a correr em direção a minha casa. Sabia que se ele quisesse, poderia me alcançar mas ele não veio. oOo No sábado eu acabei decidindo fazer compras para casa. Fui ao mercado comprei tudo o que precisava e coloquei as sacolas na cabine da caminhonete, enquanto procurava pelas chaves dentro da bolsa. - Hey, ! - eu estava tão distraída que a voz conhecida me deu um susto. Me virei para dar de cara com Sam. Franzi a testa. - Hey, Sam! O que você está fazendo aqui? - Tive que vir comprar mais suprimentos para a festa de hoje a noite. - Ele cruzou os braços e mudou o peso do corpo para a outra perna, enquanto me olhava preocupado. – Você sabe que hoje vai haver uma festa na praia com todo o conselho Quileute... - Eu sei, meu pai é do conselho, sabia? – dei uma risadinha que ele retribuiu de volta. - Eu acho importante você ir. - Você quem sabe chefe - eu sabia que ele ainda não tinha chegado a onde queria. - Você está bem? – ele disse e eu suspirei. - Melhorando! - Se quiser conversar você já sabe! – Ele disse baixando a cabeça e colocando a mão no meu ombro. - Pode deixar que eu te procuro, Sam! – ele bateu no meu ombro e sorriu se afastando. Suspirei e entrei na caminhonete indo para casa. Sentei no circulo mais distante do centro da fogueira, o mais escondia possível. Vi Jacob me procurando, mas ele não me viu. Mas eu o via muito bem.
Lugar perfeito, . Pensei. O quanto mais um coração pode ser machucado e continuar batendo? Ah esqueci, eu sou uma lobisomem, me curo fácil. De onde eu estava eu podia ver os dois juntos. Bella era uma menina bonita, cabelos compridos e enormes olhos castanhos. Era tão branca, conseguia ser mais que eu. E era tão frágil que parecia que ia quebrar a qualquer momento. E ela sabia disso. E usava isso. Será que ela sabia o mal que me causava? A dor dilacerante que eu sentia agora? Eu devia me levantar, ir me apresentar, mas era covarde demais para isso. - Ai está você! – Embry passou a mão na minha cabeça. - Oi Em! – ele se sentou ao meu lado. - Vai ficar aqui atrás a noite toda? - Aham- era só o que eu conseguia dizer. Ele me olhou nos meus olhos e perguntou: -Posso ficar aqui com você? - Claro meu querido, claro que pode! – e me debrucei no seu braço. Seth se sentou no meu outro lado. E eu acabei passando meu outro braço pelo o dele também. Segurei uma mão de cada um, procurando por suporte. - Você vai comer esse cachorro quente?- ouvi Paul dizer a Jacob. Jacob se encostou nos joelhos de Bella e continuou a brincar com Paul. Virei a cabeça para olhar o mar ao longe e ouvir as ondas quebrando em baixo do penhasco onde estávamos. Não podia ser saudável o que eu estava fazendo. Embry passou o braço por meus ombros e eu apoiei a cabeça nele. Eu continuava ouvindo a voz de Paul e Jacob no fundo, mas me negava a olhar naquela direção. Comecei a fazer desenhos na areia com um pequeno galho. - Vão comer alguma coisa vocês dois! – falei e eles me olharam como se aquilo não fosse uma coisa certa a fazer. – Sério, eu estou bem! – forcei um sorriso. Seth se levantou, mas Embry não se mexeu. - Posso trazer alguma coisa para você? – Seth perguntou. - Sim, mas só depois que você estiver satisfeito. -Ih, isso pode demorar.- ele passou a mão na barriga enxuta. – Vai, te manda!- Falei e ele me deu um beijo no rosto e foi. Embry levantou rapidamente e saiu, voltando logo em seguida com vários cachorros-quentes para nós dois. Eu sorri e peguei um. A noite se seguiu com muitas histórias Quileutes, fechei meus olhos e me aconcheguei mais nos braços de Embry, mesmo que não fossem os braços que meu corpo pedia. Me deixei viajar pelas lembranças de meus ancestrais, a voz de Billy preenchia os meus pensamentos, e eu me vi em outra época. Senti que realmente eu tinha um propósito, e nada iria me desviar dele. Eu tinha recebido um dom. Um presente de meus antepassados e deveria sentir orgulho disso. Eu nunca pensei que havia nascido para ser uma mártir, na verdade eu sempre fui muito individualista. Agora estava na hora de me redimir e eu só devia me preocupar com uma coisa: a felicidade de Jacob. Jacob estava feliz? Me parecia que sim. Então isso para mim era o mais importante. Abri meus olhos, e já não havia quase ninguém em roda da fogueira todos estavam espalhados conversando. Alguns dos garotos disputavam os últimos cachorros quentes. Bella estava adormecida e Jacob estava em pé ao seu lado falando com alguém ao celular. Eu me levantei, passando a mão para retirar a areia da minha calça jeans e comecei a procurar com os olhos meu pai no meio dos anciões. Quando novamente eu olhei para o lugar onde estava Jacob, ele me encarava tristemente, Bella continuava adormecida. Eu sorri para ele, queria dizer que estava tudo bem, que ele seguisse com seu destino, mas só me virei e fui embora com Embry procurar meu pai. As nuvens já cobriam o céu da noite. A chuva não iria demorar a chegar.
Capítulo 23
POV Jacob Eu segurei o rosto dela bem próximo ao meu, meus dedos alisando seu queixo. Eu tinha que tentar, tinha que tirar da minha cabeça. Aproximei meu rosto devagar, ainda sem saber se isso daria certo, mas eu tinha que tentar. Apertei meus lábios nos dela raivosamente, segurando sua nuca com uma das mãos. Eu tinha que fazer isso se tornar verdade, porque disputar uma garota com um sanguessuga mauricinho, era uma coisa, outra bem diferente era disputar uma garota com o meu irmão, compartilhando em seus pensamentos, toda a magoa que eu causava nele. Me aproximei mais, tentando ao máximo me entregar a aquele beijo, mas a temperatura não era a mesma, o calor dela não estava lá. O gosto dela não estava lá. Não era ela. Bella colocou as mãos no meu rosto, seu toque gelado perto da minha pele quente, me fez arrepiar, mas não da maneira que eu queria. Mesmo assim forcei os lábios dela a se abrirem e senti sua língua. Não estava adiantando. não estava ali. Ela tirou as mãos do meu rosto, os largando ao lado do corpo e eu me afastei. Realmente não funcionou. Bella afastou a mão por um instante, depois encostou rapidamente o punho no meu queixo. Logo começou a pular na minha frente segurando a mão e gritando. Ela tinha me dado um soco. FIM POV Jacob
Capítulo 24
-Olha só que interessante. – Leah disse na última vez que nos encontramos em forma de loba, não era exatamente comigo que ela estava falando, já que Quil também estava em forma de lobo, mas eu tinha toda a certeza que me atingir era o objetivo. Logo a cena veio nossas cabeças.
- Pra que isso? – ouvi Quil dizer antes de bloquear todos os meus pensamentos. A dor era tanta que foi como se eu tivesse levado um soco no estômago. ***************************** Passei o início da tarde sem conseguir me concentrar no trabalho. Aquela visão vinha como um ferro quente espetando o meu peito. Por mais que eu já havia me convencido de que iria seguir minha vida deixando Jake ser feliz, isso me machucava. Jacob havia seguido o caminho dele, e eu seguiria o meu. Eu estava no modulo automático, mal via o que estava fazendo mesmo quando atendia clientes no balcão ou indicava alguma fileira na loja. Ainda bem que estava trabalhando, senão estaria em casa que nem zumbi, remoendo tudo. Chris me observava com o olhar preocupado, mas com a chegada do verão o movimento havia aumentado e ele não tinha tido tempo para matar a curiosidade sobre meu comportamento depressivo. A sineta da porta tocou, avisando que alguém havia entrado. A pessoa atravessou a loja parando no balcão bem a minha frente. - No que posso ajudá-lo?- pergunte antes de levantar os olhos para ver quem era o cliente. - Eu gostaria de saber se ainda tenho minha aluna pras aulas de surf? – David perguntou sorrindo. Tirou os óculos rayban e colocou- os na cabeça. - Oi David, desculpa, mas eu... - Amanhã é sábado e você vai estar livre o dia todo. – Chris disse se intrometendo na conversa e recebendo meu melhor olhar de “você é um homem morto” que eu consegui. - Então? – David perguntou. – Eu vim a La Push só por causa disso. Olhei pra ele com descrença. – Até parece. - Ok, mas você foi um dos motivos. – ele disse sorrindo. - Ok! – falei vencida, afinal me distrair não me faria mal. Era melhor do que passar o final de semana pensando em pessoas que só me machucavam. – Nos encontramos onde? - Aqui mesmo no estacionamento, a primeira hora da tarde, combinado? - Combinado. – respondi. David sorriu e se despediu de mim e de Chris, ainda dando uma piscada de olho antes de colocar os óculos e sair pela porta. - Menina, esse tipo de bofe não se larga fora. – Chris me disse com um ar indignado. Mas logo mais clientes entraram e ele não pode continuar com seu discurso, o que eu agradeci aos céus. oOo Coloquei o meu biquíni preto, meu shorts jeans e uma camiseta branca. Fiz uma nota mental de que deveria comprar outros biquínis, já que os meus eu havia trazido do Brasil, e eles eram menores do que os usados aqui.Calcei meu tênis e desci correndo as escadas com o Lobo atrás de mim. Ele já estava perdendo aquele jeito de bebê e agora parecia mais uma criança travessa, com a língua sempre dependurada para fora. Me despedi de John que fazia a digestão do almoço, sentado em sua poltrona habitual e sai para me encontrar com David. David já estava no estacionamento, ele ajeitava duas pranchas de surf de cima de um Jeep Cherokee prateado. Usava uma bermuda colorida e uma blusa emborrachada que marcava os músculos do seu peito. - Olá! – o cumprimentei. - Você está 5 minutos atrasada. – ele disse rindo. Revirei os olhos divertida. – Pra que praia nós vamos? – estranhei o fato dele estar arrumando as coisas no carro, isso queria dizer que não ficariam em First Beach - Eu estava pensando em Strawberry Bay, lá não tem tanto turista que nem na First Beach. - Tudo bem. – respondi simplesmente. - O caminho da trilha até a praia é longo, a gente vai de carro só até um pedaço. - Eu sei, eu conheço tudo por aqui, se esqueceu? – perguntei sorrindo, já entrando no jipe e largando minha mochila no assoalho do carro aos meus pés. – Eu sei que você conhece. – ele disse sorrindo. – Porque você acha que eu te convidei, assim tenho certeza que não vou errar a trilha. - Então foi por isso que você me convidou? Para ter uma guia de graça? – perguntei fingindo uma falsa indignação. - De graça, não. Estou trocando pelas aulas. – David continuou brincando enquanto manobrava o carro em direção a Rodovia La Push. - Na próxima curva, você pode parar o carro. – disse pra David depois de 5 minutos de uma viagem bem divertida. - Olha eu já vim aqui algumas vezes, mas nunca consigo gravar o inicio da trilha.- ele disse saltando do jipe e começando a soltar as pranchas. - É verdade, tem que ser muito inteligente para gravar o caminho. – eu disse rindo. - Você é bem espertinha, sabia? Segura. – ele disse me entregando a prancha. – Mas será que você tem força pra carregá-la? Ela é grande. Ri alto. – Não sei, mas posso tentar. – respondi. Ele me deu uma prancha e pegou a outra. - Agüenta mesmo? – ele perguntou. - Hey! Eu na sou tão frágil assim. – Na verdade eu não era nada frágil, mas não tinha como dizer isso a ele. - Que bom saber, então vamos! – David disse e nos colocamos a caminhar pela trilha que levava a praia. - Muito bem, vamos começar sem a prancha. – David disse depois que chegamos à praia, após uns 20 minutos de caminhada. Ele largou as duas pranchas na areia e eu larguei minha mochila e meus tênis. – Fica nessa posição. – ele parou de pé, com as pernas levemente flexionadas e os braços meio estendidos. Havia algumas pessoas na praia. A maioria surfistas e algumas garotas se sentaram para observar a minha aula. - Ok, assim? – imitei a sua posição. - Isso mesmo. – ele aprovou. – Agora deita de barriga. – ordenou. - Assim? – perguntei me deitando na areia. - Isso. Agora apóia as duas mãos assim. – ele disse se debruçando por cima de mim e arrumando a posição das minhas mãos na areia. – Agora você levanta o corpo e quando eu disser já, tenta ficar em pé naquela posição que te ensinei. (N/A sei eu se é assim as aulas, mas finjam que é isso.) - Ele levantou depois de me posicionar. – Já!- Me levantei num pulo, colocando as pernas da maneira que ele havia ensinado, mas como eu fui rápida demais, não havia dado tempo para ele se afastar e acabei me chocando com ele, nos fazendo perder o equilíbrio e cair no chão. Eu por cima dele - Nossa você é ágil!- David disse perto demais do meu ouvido. Eu estava em uma crise de riso. - Desculpe por isso, David. – falei me sentando ainda rindo, e tentando sair do colo dele. - ! – a voz rouca e furiosa de Jacob, fez meu riso morrer na mesma hora. Eu estava tão distraída que nem havia visto que Jake, Jared, Seth e os dois garotos novos, Brad e Collin, haviam chegado à praia. - Merda! Mas como eles me acharam? – resmunguei baixinho, já me levantando e começando a juntar minhas coisas. - Alguns deles é o seu namorado?- perguntou David encarando o cinco garotos, que nos olhavam com as feições serias e os braços cruzados na altura do peito. Todos imitando a pose de Jacob. Idiotas! - Não! É difícil de explicar, outra hora eu te conto direitinho,- Nunca!- mas agora eu tenho que ir. Falei calçando os tênis desajeitadamente. - A gente pode se ver amanhã a mesma hora?- David perguntou. - Claro! - Se eu sobreviver! Acrescentei mentalmente. – Tchau David! – me despedi e corri em direção aos garotos.
Capítulo 25
- Que houve? – perguntei parando em frente aos garotos e cruzando os braços, imitando os cinco. Nenhum deles respondeu. Os garotos só intercalavam os olhares de mim para Jacob que estava com as sobrancelhas juntas e o maxilar flexionado. - Vamos! – Jacob disse ainda me encarando sério, mas se dirigindo ao grupo. Ele se virou e começou a caminhar com os garotos o seguindo, mesmo não querendo Jake havia nascido para liderar. Eu os seguia um pouco atrás, pela fisionomia deles cheguei a pensar que La Push estava sobre ameaça de ataque aéreo. - O que houve? – perguntei baixinho para Seth que estava mais perto de mim, mesmo sabendo que os outros ouviriam. Ele somente sorriu de leve e deu de ombros, como que dizendo que não tinha idéia, mas depois deu uma risadinha muda. O que me fez ter certeza que ele sabia exatamente do que se tratava, mas pelo menos não era nada sério. Segui com eles até a clareira mais próxima, quando Jacob começou a repassar as últimas ordens de Sam, coisa que Sam já havia me passado pela manhã na troca dos turnos. Cruzei os braços o encarando enfadada. Mas ele não me olhava de volta. O que me deixava, mais incomodada ainda. Ficaram horas naquela discussão de quem devia o que, de novas rotas ao leste e blábláblá. Tudo que eu já havia ouvido mais cedo. Eu me apoiei em uma árvore tentando controlar o meu tédio. - Ok estão dispensados. – Jake disse por fim, liberando o grupo. Me levantei me preparando para correr, talvez eu ainda pudesse aproveitar mais um pouco da praia, apesar que as nuvens cinzas que já cobriam os céus antes, agora se transformaram em enormes nuvens roxas. Anunciando que uma tempestade estava a caminho. – Você ainda não ! – Ele disse me fazendo suspirar frustrada. Ouvir meu nome inteiro raramente queria dizer boa coisa. - Que foi agora Jake? – perguntei aborrecida. Ele olhou para onde os garotos haviam sumido por entre as árvores e depois voltou seu olhar inquisidor para mim. – O que você pensa que está fazendo? – ele perguntou. - Eu? Fazendo? Quando? Como assim? – eu estava completamente perdida, tinha certeza que não havia feito nada de errado. - Você não acha que namorando um idiota de fora ele não vai descobrir sobre a sua natureza? – ele disse furioso. - O que? Você acha que eu vou deixar escapar alguma coisa pra alguém? – perguntei indignada. Ele sorriu sarcástico. – Então quer dizer que você está namorando aquele idiota parafinado? Tenho a impressão que o idiota aqui não é ele. - Não foi isso o que eu disse. Jacob flexionou mais o maxilar. – Então você não está envolvida com aquele cara?- ele perguntou com os olhos semi serrados. - Você não tem nada haver com minha vida particular, Jacob. – Falei me virando e saindo correndo em direção a floresta. O vento forte jogava meus cabelos para todos os lados e os primeiros pingos grossos da chuva começavam a cair. - espere! – Jacob gritou e começou a correr atrás de mim. Corri mais rápido que podia por entre as árvores, pulando os galhos e raízes do chão. A chuva agora caia torrencialmente. Eu poderia muito bem me transformar, já estava tremendo mesmo, mas havia chances dele me dar uma ordem se eu estivesse em forma de loba. Jacob me alcançou fácil, já que eu só era rápida em quatro patas. (N/A. Jura que ela não queria ser alcançada!;)) Nós já estávamos perto do velho paiol. - O QUE VOCÊ QUER? – berrei, quando ele agarrou meu braço me segurando. - Eu abri mão de você pro Embry, não para um idiota qualquer. – ele disse com raiva, seu corpo todo vibrava, assim como o meu. A chuva encharcava nossos cabelos e nossas roupas. Aquela afirmação me tirou do prumo por alguns instantes. – Você não pode querer comandar minha vida, já que não quer fazer parte dela, Jake! – as minhas lágrimas, que eu nem sabia que estavam ali, começaram a se misturar com a água da chuva que molhava o meu rosto. Ele ainda segurava meu braço com força e então agarrou o meu outro braço, me virando de frente pra ele. – Eu vou te mostrar o que eu quero! – Jacob disse com sua voz mais rouca que o natural, grudando em seguida seus lábios nos meus com força. Fechei meus punhos e lutei para me soltar dele, mas ele me ignorou forçando minha boca a se abrir. Sua língua invadiu a minha boca e foi só eu sentir o gosto conhecido dele que meu corpo amoleceu se entregando por completo. Fechei os olhos e inalei seu perfume amadeirado, embriagada e alucinada. Meu coração batia nas minhas costelas, parecia que iria saltar pelo peito. Sua boca era melhor coisa que eu já havia provado na vida, molhada, carnuda, bem articulada. Ele percebeu minha aceitação e soltou meus braços, envolvendo minha cintura com um braço e me puxando mais para ele, enquanto a outra mão subiu pelas minhas costas até minha nuca, enterrando seus dedos nos meus cabelos. Minhas mãos foram para sua nuca, alisando e puxando os seus cabelos, enquanto sua boca devorava a minha, nossas línguas se misturando. Já não conseguia pensar em mais nada, meu corpo estava pegando fogo enquanto nossas línguas travavam uma luta sem fim. Senti minhas costas encostarem na parede do velho paiol. As mãos dele passeavam pelo meu corpo. Jake desceu a boca pelo meu queixo deixando uma trilha ardente pelo caminho. Não tinha como ficar mais próximo, estávamos lutando contra as leis da física e tentando ocupar o mesmo espaço, mas mesmo assim, Jacob me pressionou mais contra a parede, fazendo a madeira estalar atrás de mim. Mordi o lábio quando ele começou a lamber meu pescoço. Eu tinha que aproveitar ao máximo porque sabia que a qualquer momento ele iria parar e fugir de mim, como já fizera outras vezes. Então decidi que iria provocá-lo. Comecei mordendo seu ombro e minhas mãos arranhavam de leve suas costas nuas. Subi as mordidas pelo seu pescoço, chegando até sua orelha onde mordisquei de leve o lóbulo. Jacob reagiu na hora, estremecendo de leve e gemendo no meu ouvido. Mas ele não voltou a me beijar, o que fez meu batimento cardíaco aumentar mais, se isso era possível, mas agora por medo da rejeição. Levantei os olhos temerosa, mas encontrei o olhar de Jake ardendo em desejo me fitando. Ele levantou um dos seus braço abrindo a pequena porta de madeira com um pequeno empurrão. Sua boca buscou a minha novamente, com desespero e agonia que me assustou. Parecia que ele precisava provar que eu estava ali, que não era um sonho! Eu também tinha a impressão que iria acordar a qualquer momento e Jacob iria desaparecer da minha frente. Era bom demais. Rapidamente, Jake deslizou as mãos pela lateral do meu corpo, parando em baixo dos meus braços, me suspendendo no ar como se eu não pesasse nada. Sem partir o beijo, aproveitei a oportunidade para cruzar minhas pernas em sua cintura. Senti todo o desejo dele forçando o tecido de sua bermuda e pressionando minha barriga. Assim, Jake me carregou para dentro do pequeno galpão. Ele levantou a cabeça por alguns instantes e eu continuei mordendo seu pescoço. Jacob parecia procurar algo. Então ele deu alguns passos ainda sem me soltar de seu colo e me deitou devagar por sobre uma pilha de sacos de estopa, fazendo com que meus cabelos molhados espalhassem por ali. Jake levantou a mão tirando as mechas que estavam grudadas no meu rosto. Meu peito subia e descia ofegante pela expectativa. Mas eu não podia deixá-lo pensar se não ele poderia desistir. Cruzei as pernas novamente ao redor do quadril dele, trazendo ele mais para mim. Jacob gemeu mais uma vez revirando os olhos nas orbitas quando sua excitação encostou no meu corpo. - você tem certeza? – Jacob sussurrou no meu ouvido. Eu entendi o que ele queria dizer, que se eu não parasse com isso agora a gente iria longe demais, mas eu não estava mais conseguindo segurar aquele desejo que me consumia, tudo que eu queria era Jake dentro de mim. Em resposta a sua pergunta, peguei-o pela nuca, fazendo com que voltasse a me beijar como antes. A mão de Jake subiu pela minha perna deslizando pela minha barriga, levantando minha camiseta, deixando meu abdômen à mostra quase que por inteiro e parando em cima do meu seio. Jake se afastou por um instante e com uma mão fez o tecido da minha camiseta ceder se rasgando em pedaços. Eu não me importei muito com isso, distraída do jeito que estava beijando o seu pescoço. Só quando ele parou, e eu fui ver o que estava acontecendo, que vi que a parte de cima do biquíni havia saído junto com a camiseta e meus seios estavam a mostra. Corei envergonhada quando vi que Jake os encarava sedento. Sua mão gentilmente tocou a minha pele de leve, me fazendo arrepiar, ele começou a alisar o seio direito, fazendo um círculo ao redor do mamilo sem exercer pressão. Fechei os olhos imediatamente, absorvendo a sensação maravilhosa do seu toque. Mas meu corpo queria mais, e sem pensar, fechei os olhos e projetei meu corpo pra frente. Abri os olhos no exato momento que sua boca tocou meu mamilo direito, beijando-o abertamente. Um jato de adrenalina correu pelo meu corpo e me contorci um pouco. Gemi sentindo o calor de sua boca em minha pele. Ele se afastou agora dando atenção ao seio esquerdo. Eu estava enlouquecendo, nada mais na minha vida esticada importava, a não ser esse garoto que eu amava tanto. Jacob levantou o dorso por um instante se afastando de mim. Observei todo o seu corpo maravilhoso, seus músculos perfeitamente esculpidos, seus ombros largos. Então ele baixou as duas mãos segurando as laterais do meu shorts. Com um puxão o transformou em tiras. Ri abafado pela falta de fôlego da cara de menino travesso que ele havia feito antes de acabar com a minha roupa. Mas me dei conta que agora eu estava nua em sua frente. Fiquei um pouco insegura, então procurei em seus olhos qualquer sinal de decepção, mas Jacob me observava com olhos de desejo, admiração e cobiça. - Você é perfeita! – ele disse admirado. Jake passava os olhos por todo o meu corpo, me deixando totalmente constrangida. Ele parou os olhos na pequena borboleta azul, que eu tinha tatuada no lado direito do meu baixo ventre. Jacob sorriu. –Não sei porque, mas acho que eu mereci. – Jake resmungou baixinho se referindo a uma promessa que eu havia feito, ao que me parecia, ser séculos atrás. Nós dois rimos, fazendo com que o balanço, na posição que nós estávamos, aumentasse a excitação. Somente o tecido da bermuda de Jake separava nossos corpos unidos. Jacob me observou meus olhos por mais um instante, como se conferindo se eu havia mudado de idéia. - Jake, por favor! – choraminguei. Eu queria ele. As conseqüências disso eu pensaria depois. Ele se livrou das bermudas rapidamente, agora nós dois estávamos nus. Eu lutei contra a vontade de olhá-lo, porque eu sabia que Jake era grande, pelo que eu tinha visto pelo tecido da sua bermuda, mas confirmar o quanto, me causava um pouco de medo. Afinal essa seria minha primeira vez. Ele se deitou sobre mim novamente e o toque de seu corpo nu contra o meu era suficiente para me levar ao delírio completo. - , eu prometo ser gentil, mas se eu fizer algo errado, você me avisa ok? – ele disse temeroso. Reprimi a vontade de rir. Como um homem daquele tamanho era inseguro desse jeito? Mas então eu me lembrei que também era a primeira vez de Jake e ele não passava de um garoto de 17 anos. Então só murmurei um “Uhum” em resposta. Jacob se posicionou entrando devagar em mim. No inicio a dor me fez ofegar, mas logo meu corpo foi se moldando ao dele me fazendo gemer em êxtase. Mas eu queria mais, então meu corpo começou a se movimentar. Jake entendeu o recado e começou a aumentar o ritmo. Minha boca foi em direção ao ombro de Jake o mordendo, enquanto nossos corpos dançavam juntos, fazendo aumentar as intensidades nossos gemidos. Os lábios de Jake partiram para minha boca com paixão. Logo meu corpo estremeceu com os espasmos. Parecia como se vários fogos de artifício explodiam dentro do paiol. Mais uns instantes e Jake também estremecia em cima de mim. Jake encostou a sua testa na minha, e nós esperamos juntos que nossas respirações se acalmassem. Quando nossas respirações haviam diminuído para um ritmo normal, ele disse: - Você não tem idéia do quanto te amo . - Meu coração acelerou novamente com aquela declaração, batendo enlouquecidamente e Jacob me beijou. Um beijo calmo e terno, com amor. O gosto dele se misturando com o das minhas lágrimas.
Capítulo 26
O som da chuva forte batendo nas telhas de amianto, abafava os sons das nossas respirações ofegantes. Jacob se virou um pouco de lado me puxando para que deitasse em seu braço. Eu sentia sua respiração nos meus cabelos, enquanto afundava meu rosto em seu peito. Ele levemente circulava o desenho da minha tatuagem do ombro com dedo indicador. Eu queria que o mundo parasse. Não me importaria nem um pouco, de viver a eternidade naquele galpão, desde que fosse nos braços dele. Mas então a memória do beijo entre ele e a Bella veio de repente como se fosse proposital, para estragar o nosso momento. Tudo isso não pode ser mentira. Ele disse que me amava. A insegurança vindo com tudo. Jake notou a minha mudança. Ele se afastou um pouco, só o suficiente para olhar o meu rosto. – O que foi? – ele perguntou. Tinha uma leve ruga de preocupação na testa, mas seu rosto estava tranqüilo. Só que aos poucos, enquanto me observava, sua feições foram mudando, e a preocupação se tornou evidente em seu rosto. – Eu fiz alguma coisa errada, ? Pelo menos eu não era a única insegura ali. – Você é inseguro, Jake!- disse rindo me aconchegando mais a ele. – Foi tudo maravilhoso! – Jake sorriu fazendo com que o sol brilhasse dentro do escuro galpão. O sorriso que eu tanto amava. – Mas não fique convencido. - É difícil ficar convencido com você, . Ainda mais depois que eu fiz uma declaração e você não foi capaz nem em dizer um “ok” ou algo parecido. -Jake disse em tom de brincadeira, mas havia um pouco de preocupação em seus olhos. - Como você é bobo, Jake.- falei rindo.- Você sabe que o que eu sinto. - Será que ele vai me forçar a falar palavra por palavra? - Sente o que? Eu não sei de nada. – ele disse ainda rindo. Claro que ele vai. - Você ainda não sabe que eu te amo desde que nasci? – Levantei o olhar do peito dele para encarar seus olhos e ver sua reação. Jacob sorria como antes. Seus dentes brancos contrastando com a pele vermelha. Meu sorriso de sol. Esperei alguns segundos. Ele só me encarava sorrindo, mas ele não disse nada. Baixei os olhos novamente encabulada e rindo da minha ingenuidade. Como fui estúpida criando mil fantasias de que ele pensasse em mim da mesma forma. Infantil demais. - Acho que o que há entre nós é um Imprinting. – ele disse depois de um tempo em silêncio. Levei um choque com aquela afirmação. – Jake, mas... - Pense ! Todas as histórias de Imprinting, que se ouviu falar foram entre pessoas que não se conheciam, mas e entre pessoas que já se gostavam antes? Será que eu estou ouvindo certo? Eu não conseguia parar de sorrir, Jake acabava de dizer que sentia o mesmo por mim. – Jake, você acha que eu sou seu Imprinting? – perguntei sem conseguir tirar o sorriso idiota da cara. - Você é perfeita pra mim e eu não consigo ficar longe de você. E olha que eu tentei. Se você não é, é algo muito parecido. Mas se eu não sou, outra garota pode ser. Novamente outro pensamento destrutivo veio me deixar insegura novamente. Aproveitando que eu tinha reaberto a ferida, decidi esclarecer tudo naquele momento. – Jake, e o Embry? Ele respirou fundo, a ruga de preocupação voltando a ocupar o espaço entre suas sobrancelhas. – Eu ainda não sei como falar com ele, mas ele vai ter que entender. Porque perder você pra outra pessoa… - ele balançou a cabeça como se pra espantar uma idéia ruim. – É insuportável pensar uma coisa dessas. - Jake, não existe possibilidade nenhuma de isso acontecer. E o Embry é como se fosse meu irmão também. - Também respirei fundo. Isso realmente iria ser difícil. Mas tinha outro assunto também difícil que eu tinha que falar. Me soltei dos braços de Jake e me sentei, puxando e abraçando minhas pernas para tentar cobrir um pouco do meu corpo. Ele também se levantou, se sentando atrás de mim. Tirou o cabelo que cobria o meu ombro e o beijou, me fazendo estremecer. Mas eu não podia deixar que ele me distraísse, então resolvi soltar de uma vez só. – Jake você beijou a Isabella? – eu já sabia a resposta, mas queria ouvir da boca dele. Ele enrijeceu atrás de mim. – Sim. Mas não teve importância nenhuma.- respondeu. - E quando foi? – perguntei tentando manter um tom calmo na conversa. Que tenha sido há muito tempo! Que tenha sido há muito tempo! - Semana passada! – ele respondeu. Me levantei e peguei minha mochila, tirando um vestido de dentro que eu havia trazido como roupa sobressalente e comecei a vesti-lo. - para de bobagem, que eu já disse que não teve importância nenhuma. Na verdade esse beijo só serviu pra que eu tivesse certeza que era você que eu queria. – ele disse me virando pra ele e passando os braços em volta da minha cintura. Jake já havia vestido a bermuda. – Vem, tira esse vestido, que você fica muito mais linda sem ele. – ele disse quando viu que eu já havia me rendido. - O quanto você gosta dela? – perguntei antes de me entregar por completo. Mas com medo da resposta que eu iria ouvir. Ele apertou mais os braços pela minha cintura, me trazendo mais pra ele, como se para evitar que eu fugisse. - Eu não vou te mentir , eu gostei muito da Bella, mas agora eu só sinto uma grande amizade. Só que a Bella é muito frágil e eu prometi que ficaria do lado dela, mas agora é como amigo. - Eu não sei se acredito nisso! Pensei, mas no fundo eu sabia que era somente ciúmes. Me remexi tentando me livrar do abraço apertado dele. – Ela é só minha amiga, eu juro! Não fica bravinha! – ele me segurou com mais força. – Eu não conseguia não me render, muito menos tinha força pra pedir pra que ele escolhesse. Não ainda! Precisava ter mais segurança em Jake, antes de pedir uma coisa dessas. Jacob me puxou pra ele grudando nossos lábios. Eu nunca iria me cansar disso. Uma carga de adrenalina jorrou na minha corrente sanguínea e senti sua língua tentar separar meus lábios, pedindo para entrar. Obedeci, partindo os lábios, mas sem deixar de perceber suas mãos correndo por minhas costas. Minhas pernas quase amoleceram quando nossas línguas se tocaram. Jake me sustentou, passando um dos braços pelas minhas pernas e me levantou de lado me levando até nossa cama enjembrada. - Jake, nós temos que ir, já anoiteceu.- eu disse rindo. Se deixasse ia ficar ali a noite toda, mas meu pai não sabia onde eu andava, e a noite eu tinha que fazer ronda. Só que meu medo de sair pela porta e tudo se desmanchasse como em um passe de mágica, era enorme. Como se um sinal de que eu pensei poderia acontecer, meu celular começou a tocar. - Não atende. – ele sussurrou no meu ouvido, passando a língua pelo meu pescoço. Quase atendi ao seu pedido, mas podia ser meu pai preocupado. Atendi ignorando a bufada de Jacob. - Alô? -? -Sim? – não reconheci a voz do garoto. - Sou eu, o David. - Ah!- olhei pro Jake e fui me afastando devagar do seu lado. – Oi David!- Jake esticou a mão pra tentar alcançar o celular, mas eu me afastei mais, o impedindo. -Só queria saber se esta tudo combinado pra amanhã. - Amanhã? – Jake enrijeceu, flexionando o maxilar. - Ah não! Você não vai me dar um bolo! Já chega que eu tive que carregar duas pranchas pela trilha, no meio de uma tempestade! - Desculpe por isso, David! – disse sem conseguir segurar o riso. - Eu só te perdôo, se você aceitar um convite pro luau que vai ter na praia hoje. - Luau hoje? – Jacob deu um pulo ficando em pé bem na minha frente. – Desculpe, mas não vai dar. Eu tenho um compromisso. Mas amanhã está tudo certo. - Ok então, até amanhã! Mas se mudar de idéia, já sabe onde eu vou estar! - Até amanhã! – desliguei o celular olhando pra carranca do Jake. - Você não vai! – ele disse cruzando os braços no peito. - Não vou mesmo, eu tenho que fazer a ronda na casa dos Swans, hoje. - Estou dizendo que você não vai nem hoje, nem amanhã. - Ah vou sim, Jake! Você pode ter suas amigas, eu também posso ter meus amigos. - Você acha que esse cara quer ser só seu amigo? - Não me interessa o que ele quer. E eu sou muito mais forte que ele, se ele se fizer de besta é um homem morto.- respondi. -Não interessa mesmo, porque você não vai. - Jake se vai começar assim é melhor nem começar! – blefei. -Então é melhor nem começar! – ele respondeu. Respirei fundo pra me recuperar do choque e da dor e comecei a recolher os restos de roupas que estavam no chão, sobre o olhar ainda furioso de Jacob. Coloquei tudo na minha mochila e fui embora sem me despedir.
Capítulo 27
Coloquei meu biquíni florido, dei uma olhada no espelho. Droga, esse é menor que o preto! Decididamente teria que comprar biquínis novos. Coloquei um shorts azul de nylon e uma camiseta preta. Ainda estava remoendo a última conversa com Jake, calcei meu tênis, única peça que sobreviveu inteira à tarde de ontem. À tarde de ontem que não saiu da minha cabeça a noite toda. Que me fez queimar o jantar de John. Que me fez ter que tomar mais de três banhos frios, antes de desmaiar na cama. E Jacob não havia me ligado nenhuma vez. Desci as escadas de dois em dois degraus e me sentei á mesa, na frente de John. Ele havia chegado a pouco de sua manhã de pesca e comia a comida do almoço requentada. Eu estava adiantada então decidi fazer companhia ao meu pai. Me debrucei sobre os braços. - Que foi filha? Você parece um pouco triste. – John perguntou. Sim, eu e Jacob fizemos amor ontem à tarde e depois nós brigamos. Não, isso seria informação demais para dar ao meu pai. – Pai eu adoro os garotos, mas às vezes sinto falta de uma amiga. – falei. Jacob tinha razão, eu sinto muita falta de ter com quem conversar. E muita, muita falta da minha mãe. Meu pai me olhou por um instante, e quase que eu consegui ver a lampadazinha acendendo em sua cabeça. Ele teve uma idéia. – Isso eu acho que posso resolver. – ele disse sorrindo. - Como? – perguntei curiosa. -Deixa isso comigo. –ele disse colocando sua mão em cima da minha. – Vai se divertir um pouco, você já trabalha demais. – John se levantou para colocar o prato vazio na pia. - Estou indo, então. – dei um beijo em seu rosto, fiz um carinho em Lobo e sai. Corri rapidamente pelo caminho até o estacionamento. David estava no mesmo lugar que o dia anterior, e sorriu quando me viu. - Achei que iria me dar o cano! – ele falou - E perder minha aula de surf gratuita? Nunca. Ele riu. – Ok, mas dessa vez vamos ficar em First Beach. Vai que seus amiguinhos apareçam novamente e eu acabe me perdendo na trilha outra vez. - Você se perdeu na trilha? – perguntei já gargalhando. - Er... sim. – ele disse sem jeito passando os dedos pelos cabelos. – Não era pra você ficar sabendo, falei sem querer. - Eu não acredito nisso. – eu disse tentando controlar o riso. - Tá, chega de rir da minha cara. Segura isso. – ele disse me alcançando a prancha. Caminhamos pelo curto caminho até a praia, comigo ainda rindo da falta de senso de direção do meu novo amigo. – David, será que poderíamos ir direto para a aula dentro d’água? - Teve problemas ontem? – ele perguntou. - É! Digamos que alguns! Mas nada demais! - Podemos tentar na água, mas só se você vestir uma roupa de surf. Aqui a água é muito fria, e eu não quero que você tenha uma hipotermia, ainda mais com aqueles seus seguranças. - Tudo bem, fazer o que! – como eu explicaria que a água fria não me afetava? Melhor deixar quieto. Chegamos à areia, e eu dei uma olhada ao redor largando a minha mochila no chão. Logo eu vi a figura alta de um dos garotos, era Paul. Ele estava acompanhado de duas garotas que riam e davam gritinhos histéricos. Revirei os olhos. Que ótimo! Pensei irônica. Paul sorriu quando me viu, chamando a atenção de David. - Tudo certo? – ele perguntou cauteloso, olhando para Paul. - Sim, vamos lá? – falei pegando a roupa de borracha. Ok, e agora, vou ter que tirar a roupa, pra poder colocar essa. Olhei para Paul que agora me observava curioso. Respirei fundo e comecei a tirar minha roupa para poder colocar a outra de borracha. Fiquei só vestindo aquele minúsculo biquíni, sentindo que estava sendo observada, mas me concentrei em vestir a roupa o mais rápido possível. Me virei para que David pudesse fechar o zíper, evitando olhar para Paul. Tinha certeza que tudo que eu fizesse ele iria passar adiante. - Pronta? – David perguntou e eu assenti. Pegamos nossas pranchas e entramos na água. No começo, sentei na prancha e o observei surfar durante algum tempo, vendo ele pegar algumas ondas. – Posso tentar? – perguntei depois que ele voltou da última onda. - Vá em frente. Só não se preocupa se não conseguir no inicio. – David disse. Me preparei deitando na prancha. – A próxima onda é das boas! – ele falou. Comecei a remar com força até a onda me empurrar sozinha. Coloquei um pé primeiro e rapidamente o outro e me levantei. Logo estava surfando. Ainda sem coragem de fazer manobras, só deixei a onda me carregar até perder as forças e me deixar cair, mergulhei na água fria. David vinha atrás em outra onda. – Então, fui bem? – perguntei. Fiquei meio receosa de que deveria ou não ter disfarçado a minha habilidade. - Você está brincando que não sabia surfar, não é? – ele perguntou admirado. – Você foi maravilhosa! – disse parando ao meu lado. - Ela é maravilhosa! – a voz rouca do Jacob nos chamou atenção. Me virei surpresa e não pude deixar de sorrir quando o vi entrando no mar se aproximando de onde estávamos. - Oi! – o cumprimentei. Jacob se aproximou mais me pegando forte pela cintura. – Jake? – eu estava assustada, afinal nós estávamos em público. Sua boca tocou a minha, fazendo minhas pernas amolecerem na mesma hora. Jacob me segurou mais forte e em questão de segundos, ele já estava por todo meu corpo: sua língua acariciando a minha. Seus lábios devorando os meus. Precisei angariar todas as minhas forças para terminar com aquele beijo, que já me distorcia a razão. - Oi! – ele respondeu sem fôlego. - Tá doido, Jake? – perguntei depois que recuperei o fôlego. Olhei em volta, só pra constatar que muita gente nos observava. – O que deu em você? - Só estou cumprimentando minha namorada. - ele respondeu frisando o “minha namorada”. Meu batimento cardíaco que já estava alto, ficou absurdamente rápido. Jacob me virou de lado nos deixando de frente para David que assistia a toda cena. – Prazer, sou Jacob Black. Namorado da . – O.O Jacob estendeu a mão para David que se atrapalhou todo para retribuir o cumprimento, já que estava segurando as duas pranchas, a dele e a minha que eu havia soltado durante o beijo. - Prazer, David Connely! – David cumprimentou. – Amigo da . Eles ainda ficaram se medindo por algum tempo antes de David desviar os olhos pra mim. Mas antes que ele pudesse abrir a boca, foi Jacob que falou. – Já terminou sua aula? – ele me perguntou. Eu estava extasiada, tudo que eu queria era que Jacob me amasse o suficiente para lutar por mim. Então claro que eu queria terminar aquela aula logo e ficar com Jacob, mas claro que eu também era teimosa o suficiente para deixá-lo esperando mais um pouquinho. – Ainda não. Só mais umas duas ondas e eu termino. - Então eu te espero. – Jake disse me dando mais um selinho e se dirigindo até a areia. - Eu achei que você tinha dito que não tinha namorado. – David me disse enquanto esperávamos por uma boa onda, sentados em nossas pranchas. - É, isso também foi uma surpresa pra mim. – respondi. Peguei mais duas ondas antes que meu coração não agüentasse mais ficar longe de Jacob. Eu era cabeça-dura, mas não tanto. - Então, quando podemos marcar a próxima aula? Eu posso te ensinar alguns movimentos. – David disse meio emburrado. Dei uma olhada pra Jacob que estava a poucos metros deitado na areia, com os braços cruzados embaixo da cabeça. Caminhei até onde ele estava cravando a prancha na areia ao seu lado . Jacob se sentou com as pernas dobradas. - Dia de semana pra mim é mais difícil. Mas podemos ver algum dia depois que eu sair da loja. Que você acha? – perguntei enquanto me virava para que Jake descesse o zíper da roupa de borracha. Não pude evitar de estremecer quando sua mão quente, propositalmente roçou na pele da minhas costas, fazendo uma linha até o final da coluna. - Então você me liga? – David perguntou esperançoso. Jacob continuava de pé um pouco atrás de mim. Pisquei algumas vezes tentando sintonizar os meus pensamentos novamente. - Sim! – respondi chutando a resposta, já que eu nem me lembrava mais direito da pergunta. Terminei de tirar a roupa, ficando somente de biquíni e a entreguei a David. Nos despedimos e eu tive a certeza que dificilmente nos veríamos de novo. - Vamos? – Jacob sussurrou no meu ouvido, colocando as duas mãos nos meus ombros, fazendo os pêlos da minha nuca arrepiarem. - Vamos, nós temos muita coisa que conversar!- respondi. Jacob apanhou minha mochila no chão e tirou meu shorts e minha camiseta de dentro me alcançando. Vesti rapidamente e começamos a andar pelo caminho que levava até minha casa. Jacob pegou minha mão entrelaçando nossos dedos. – Então isso tudo quer dizer que você mudou de idéia? – perguntei algum tempo depois, quando já estávamos no quintal de casa. - Eu fui um idiota . Me desculpe? Eu tenho essa mania de falar merda quando estou de cabeça quente! - Jake, eu não consigo ficar brava com você, por mais idiota que você seja. – disse rindo, passando os meus braços com dificuldade ao redor do seu pescoço. Ficando na ponta dos pés. Jacob me levantou e eu não senti, mais o chão aos meus pés. Ele encostou seus lábios nos meus suavemente. – Então? – perguntou, seu hálito batendo no meu rosto. - Então o que? - perguntei de volta lhe dando um selinho e me afastando para ver melhor o seu rosto. Jacob me soltou no chão devagar – Quero fazer isso direito. – Ele soltou uma das mãos das minhas e passou pelos cabelos. - Raindrop, você aceita namorar comigo? – perguntou com seus olhos brilhando com a pouca luz que vinha da varanda.Um sorriso animado nos lábios. Mas eu ainda tinha muitas duvidas sobre os sentimentos de Jacob. Na minha cabeça começou o conflito. Eu preciso saber se ele já a esqueceu. Eu preciso saber se eu não sou o prêmio de consolação...- sério ? Você precisa mesmo saber? Covarde, covarde! Pra que saber da resposta que você já sabe? É tão importante assim, o primeiro lugar, o pódio. Ele seria seu, sua idiota! Não deixe a oportunidade passar. Mas é tanto pra perder. Não se perde o que não se tem. Vai devagar! – o sorriso de Jacob morreu e a impaciência tomou o lugar no rosto dele. - Sim!- eu disse de olhos fechados. Quando os abri ele parecia surpreso, mas logo abriu um sorriso de sol. - Nossa, por um instante eu achei que você iria dizer não! – ele disse soltando um riso nervoso. - Você é o que eu mais quero na vida! - Não precisei falar mais nada, ele já estava me beijando novamente. Mas eu tinha que parar, antes que meu pai nos visse. Me afastei um pouco tentando recuperar o fôlego. – Mas Jake, e o Embry? - Eu já falei com ele. – Jacob disse sério. – Ele disse que já sabia que isso podia acontecer. Mas é melhor você falar com ele também. – engoli em seco. Isso seria muito difícil, mas era algo que eu tinha que fazer. Assenti. - Você não quer entrar? – perguntei a ele. Jacob se olhou por um instante, virando a cabeça de lado. - Eu quero falar com o seu pai, mas não cheio de areia desse jeito. – ele sorriu mais um pouco. - Mas , tem outra coisa que eu queria te perguntar. Você não quer ir a uma festa comigo hoje a noite? - Festa? - perguntei com as sobrancelhas unidas. – Jake eu tenho ronda hoje. - A gente volta cedo. - Onde é a festa? - É a festa de formatura da Bella, na cripta dos Cullens. Me soltei dele, dando um passo pra trás. – Ah não, Jake! Nem pensar! E garanto que esse convite não se estende a mim. - Por favor, ! O Embry e o Quil também vão! - Desculpa Jake, mas eu não vou mesmo. – disse sacudindo a cabeça em negativa. – Mas você pode ir se quiser.- Ele me encarou por um instante fazendo bico. – Pode ir mesmo, Jake. Eu confio em você. – disse me aconchegando em seus braços novamente. Não precisei me aproximei muito para já sentir o beijo dele, forte, intenso, como ele mesmo era, me permiti gemer em sua boca algumas vezes o sentindo me apertar pela cintura esfregando seu tórax nos meu peito. Cada toque, cada suspiro me faziam sentir a alegria que emanava dele. Jake parecia uma criança descobrindo seu mais novo brinquedo, a urgência dos beijos revezava-se com a delicadeza das caricias e mais uma vez me senti adorada, venerada em seus braços isso me emocionava e excitava coloquei minhas mãos em sua nuca, vez ou outra passando meus dedos por seus cabelos, enquanto ele me apertava forte contra seu corpo. Eu sentia seu cheiro, ouvia sua respiração e seu coração acelerado. – Mas volte logo! – minha voz saiu sem fôlego. - Tem mais uma coisa. – Jacob enfiou a mão no bolso de trás da bermuda tirando um saquinho de tecido colorido. – Queria te dar um presente! – estendi a mão e ele virou o saquinho, deixando cair uma pequena corrente de prata. Virei a pulseira na mão vendo com detalhes o pequeno pingente que pendia dele. Um pequeno lobo, perfeitamente talhado em madeira vermelha. – Fui eu que fiz. – disse orgulhoso (N/A Jura que eu iria deixar ele dar o presente pra Bella, né?)
- É lindo! – foi a única coisa que consegui dizer. Jacob esticou meu braço, prendendo a corrente no meu pulso. - Assim, eu sempre vou estar perto de você. – ele disse me dando um último beijo antes de ir.
Capítulo 28
Já era mais de nove horas da noite, eu estava fazendo hora até o horário da vigia, estava sentada no sofá, debruçada sobre meu pai,olhando para a TV, mas na realidade estava pensando em Jake, quando um uivo alto invadiu a casa. Olhei para o meu pai que só disse “Vai”. Pulei do sofá. Calcei os tênis, passei a mão na minha mochila e sai correndo porta fora, noite adentro. Corri direto para a floresta só parando para me transformar. Agora já era fácil demais, saltei e deixei que o tremor tomasse conta do meu corpo. Caí sobre as quatro patas e corri. Bloqueei instantaneamente qualquer menção a Jacob. Pelo menos até que eu tivesse conversado com Embry. Oi Sam, estou a caminho! OK Nós também! Seth e Collin falaram juntos Leah também corria mais veloz que todos. Os outros já estavam lá. Cravei as patas no chão e sentei ao lado de Paul, assim não ficava na visão de Jacob que estava ao lado direito de Sam. Não queria me mostrar afetada por ele na frente do bando. Notei que ele me observava com as orelhas eretas, mas também mantinha o “profissionalismo” na frente do bando. Ok. Ouçam com atenção e não me interrompam por favor. Estou falando sério Paul.- Todos se calaram para ouvir. - A decisão foi tomada – começou Sam – os vampiros novos que estavam atacando Seattle, estão vindo para cá- meu coração disparou – São muitos, uns vinte. Eles vem atras da Bella. – bloqueei meus pensamentos nesse instante.- nós não podemos deixar que eles cheguem tão perto da cidade, então nós vamos lutar com a ajuda dos Cullens- muitos resmungos- Eu sei que não vai ser fácil, mas é nossa maior chance. Alguém tem alguma pergunta? *silêncio* Bom, então vamos encontrar os Cullens mais tarde para eles nos darem uma explicação dos modos de luta desses vampiros. Ok? Sim Sim Estamos prontos Tudo certo A animação era muita, mas eu estava preocupada. Meninos – pensei O lobo vermelho caminhou até meu lado, enquanto estavamos esperando pela hora marcada do encontro com os Cullens na clareira. Ele bateu o ombro no meu. Como foi a festa Jake? Fedorenta! E a pessoa que eu queria não estava lá Bella não foi a própria festa? Perguntei em tom de brincadeira. Jacob rosnou. Você sabe bem que não é de Bella que eu estou falando. Então seus pensamentos ficaram sérios de repente e ele suspirou. eu podia te pedir uma coisa? Claro Jake Você poderia ficar em La Push na hora da luta? Porque você está me pedindo uma coisa dessas, você acha que eu não sou capaz de lutar? Não é isso! Não é por você que eu estou pedindo, é por mim. Que historia é essa, Jake? Não estou te entendendo. Eu não vou conseguir me concentrar na luta, vou ficar preocupado com você. Ah e você acha que eu vou ficar bem feliz e faceira em casa, e n;ao vou fica preocupada com você; Nem pensar isso está fora de cogitação. Falei encerrando o assunto. Jacob se afastou resmungando contrariado. Me deitei sobre minhas patas e soltei um longo suspiro. Os garotos se entretiam, treinando golpes e brincando entre si. Leah observava tudo azeda. Lutar com os Cullens não era algo que a agradava. Oi Embry se deitou ao meu lado. Oi Embry, como você está? Perguntei realmente preocupada. Estou bem ele respondeu, mas seus pensamentos não me convenceram. Feliz por você e o Jake Jacob tinha razão, a infelicidade dos pensamentos do Embry eram como navalhas. Me desculpe Embry Não precisa se desculpar por isso , eu sempre soube que isso teria grandes chances de acontecer. O que mais eu poderia dizer? Que eu o via como irmão, que tudo que eu queria é que ele fosse feliz? Nada que eu dissesse parecia bom o suficiente. Então ficamos em silêncio, até que Jared o chamou. Corri em direção as árvores atrás das minhas roupas, para poder me transformar. Os pensamentos tristes de Embry eram muito dolorosos. Sentei num tronco esperando o tempo passar. Algum tempo depois senti Sam se transformando. Como agora era fácil perceber todas as sutis mudanças no ambiente. Eu podia dizer onde ele estava e que estava se aproximando das minhas costas sem nem precisar olhar. - Oi Sam. – falei sem me virar para encará-lo. - Oi . *silêncio* Suspirei e dei o primeiro passo na conversa me virando para olhá-lo. - E então? Ele me encarou por alguns segundos. - ... você me ouviria se eu te pedisse para fazer guarda na aldeia junto com Collin e Brad na hora da luta? Merda, Jake!- pensei. - Você quer me deixar com as crianças? Espera ai! Pedisse? - Sim, é um pedido. - Então eu tenho opção? - Sim , tem. - Sam, eu não posso! Eu não posso ficar na aldeia enquanto meus irmãos lutam. - Você sabe porque eu estou te pedindo isso, não sabe? - Sei Sam, foi o Jake que te pediu. - Ele só está preocupado, . - Pode até ser, mas eu ainda vou lutar. - Eu fico muito feliz por vocês dois.- ele disse sorrindo.- Ele te ama muito. -É acho que sim. – disse insegura. - Você tem duvidas sobre os sentimentos de Jacob, ? - Sam, eu... - Você alguma vez olhou os pensamentos de Jacob?-não respondi, mas ele entendeu a negativa.- Nunca?- ele perguntou espantado. - Nunca! – respondi demonstrando toda a insegurança que eu sentia. Ele colocou as mãos nos meus ombros.- Do que você tem medo? - Da verdade! De ver que ela ocupa uma parte muito grande dos pensamentos dele. - Era assim, ! Eu não vou mentir para você! Os sentimentos dele por ela era como um grande tumor, consumindo o cérebro dele. Mas você chegou e tudo mudou. O tumor regrediu e está cada vez menor. Agora é quase inexistentes. , - ele fez com que eu encarasse – você é a cura para a doença de Jacob. - Mas será que ele realmente quer ser curado? - Sam pareceu pensar nisso por um instante. - Tenho certeza que sim. Confie em Jacob. -assenti e ele me deu um beijo na testa. - Vamos, já está quase na hora. Nós éramos em onze. Caminhávamos em silêncio pela floresta em direção a clareira. O cheiro doce demais se intensificando. Sam ia ao centro, mais a frente, com Jacob sempre ao seu lado direito. Jacob me empurrou sutilmente fazendo com que eu ficasse ao seu lado, entre ele e Embry. Droga,- Jacob arregalou os olhos e me fitou de lado- ficar no meio de vocês me faz parecer uma poodle no meio de dois Pastores Alemães. Todos riram. O cheiro mais forte queimava meu focinho. Sam parou e nós todos com ele. Agora eu podia ver os vampiros em formação no centro da clareira. Eram sete vampiros e mais Bella, dependurada no braço de quem eu supunha ser Edward. Nesse momento alguma coisa aconteceu, algo tentava penetrar em minha mente e eu apavorada o bloqueei rapidamente. Calma, Ane é só o Edward, o leitor de mentes- Jacob me acalmou encostando o lado de seu corpo em mim. Você consegue bloqueá-lo? – perguntou Sam espantado. Sim- respondi e Jacob me deu uma piscada, com ar de orgulhoso. -Bom, já que ele não pode me ouvir eu posso dizer: Mas como fedem! Todos riram novamente o que deixou Edward confuso. Foco pessoal – Sam chamou a atenção e nós nos calamos - Bem vindos!-Carlisle, o vampiro líder que eu já conhecia, disse ao dar um passo lento mais a frente. Obrigado – disse Sam -Obrigado- ecoou Edward traduzindo a resposta de Sam. Nós vamos observar e escutar, mas nada mais. Isso é o máximo que vocês podem pedir do nosso auto-controle Edward repetia os pensamentos de Sam em voz alta para os outros vampiros. -Isso é mais do que suficiente -, Carlisle respondeu. - Meu filho, Jasper - ele fez um gesto pra onde um outro vampiro loiro estava - tem experiência nessa área. Ele irá nos ensinar como eles lutam, como eles devem ser derrotados. Eu tenho certeza de que vocês podem continuar com o seu próprio estilo de caça. Eles são diferentes de vocês?- perguntou Sam - Eles são todos muito novos – Carlisle respondeu balançando a cabeça-.têm apenas meses nessa vida. Crianças, de certa forma. Eles não terão habilidades e nem estratégia, apenas força bruta. Essa noite o número deles é de vinte. Dez pra nós, dez pra vocês - não deve ser difícil. Os números podem cair. Os novos brigam entre sí. Que moleza – disse Paul Os outros confirmaram animados. Eu somente observei. Foco – ordenou Sam e continuou. - Nós estamos dispostos a ter mais na nossa metade, se for necessário. Carlisle sorriu e respondeu: - Nós veremos como as coisas vão. Vocês sabem quando e como eles vão chegar? - Eles virão pelas montanhas daqui a quatro dias, tarde da manhã. Enquanto eles se aproximam, Alice nos ajudará a interceptar o caminho deles.- Carlisle apontou para uma vampira, pequena com a aparência de fada. Obrigado pela informação. Nós vamos observar. E nós relaxamos. Eu deitei encostando minha cabeça nas patas da frente e olhei na direção dos vampiros. Jacob deitou ao meu lado, estremeci quando propositalmente, ele encostou seu corpo ao meu. Fechei meus pensamentos e tentei me concentrar nas demonstrações dos Cullens, já que teria que lutar tinha que tirar o máximo de proveito da situação e ignorar as reações do meu corpo ao toque de Jacob. Depois que todos demonstraram seus estilos e golpes de lutas, várias e várias vezes. O loiro, Jasper, se virou na nossa direção, ele não parecia estar confortável: -Nós estaremos fazendo isso amanhã. Por favor sintam-se a vontade de observar de novo. Sim- Sam respondeu - Nós estaremos aqui. – suspirou e continuou- nós achamos que seria melhor nos familiarizar com o cheiro de cada um de vocês. Isso evitaria erros. Edward se afastou alguns passos de Bella e se dirigiu aos outros, repetindo as palavras de Sam. Eu me arrepiei com a idéia. Os outros lobos também não ficaram confortáveis com a situação. Só Jake, parecia despreocupado. - Certamente - Carlisle disse pra Sam.- O que vocês precisarem. Sam se aproximou de Carlisle com nossa formação em fila bem atrás. Um por um fomos passando e farejando os membros dos Cullens. Meu nariz queimava mais do que nunca. O bando começou a se afastar da clareira em direção a floresta sem tirar os olhos dos sete vampiros. O dia nublado começava a tomar o lugar da noite. Notei que Jacob não vinha com o bando. você me espera, na grande clareira? Só tenho que resolver algumas coisas. Ok – respondi. E ele se foi. O enorme lobo ruivo se afastou de nossa formação em direção a Bella e Edward, eu voltei meus olhos para frente, para Sam. Vamos – ordenou Sam Eu virei uma última vez e vi Jacob me olhando do outro lado da clareira. Uma imagem de nós dois de mãos dadas passou pelos meus olhos. Ainda pude ver Edward me olhar curiosamente, antes de sair e correr até as minhas roupas para me transformar e esperar por Jacob.
Capítulo 29
Me sentei no chão e apoiei minhas costas em uma árvore. Puxei o capuz do moletom, para bloquear um pouco a luz do dia que estava nascendo. Coloquei os fones do Ipod e fechei os olhos tentando organizar os meus pensamentos. A conversa de Sam ecoando em meus ouvidos. Eu sabia que sofreria enquanto Jacob estivesse ligado a Bella, mas não iria conseguir viver longe dele novamente isso era certo. Não demorou muito pra que eu começasse a relaxar, mas antes que eu caísse na inconsciência completa, meu subconsciente captou o cheiro de Jacob. Sorri involuntariamente. Abri os olhos dando de cara com a imagem perfeita do meu namorado. Ele também sorria. – Demorei muito? – perguntou estendendo a mão para me ajudar a levantar. Ele me puxou um pouco mais forte que o necessário, me grudando ao corpo dele e passando as mãos pela minha cintura e me prendendo a ele. - Não deu tempo nem pra sonhar. – respondi colocando minhas mãos no seu rosto. - Então nem sentiu a minha falta? – Jacob perguntou. Lentamente ele se aproximou. Encostando a sua boca de leve na minha. Com as pontas dos dedos, tocava seu rosto, seu pescoço, e devagar o puxei pela nuca. Enquanto eu brincava com minha língua nos seus lábios, ele me puxou mais forte pela cintura. Nossas línguas se entrelaçaram. Um beijo terno, quente, suave... - Muito! – respondi partindo o beijo, aproveitando o resto de sanidade que ainda tinha. – Mas eu tenho que ir. - Eu te levo pra casa! – Jacob me disse pegando a minha mochila e colocando no ombro. Descemos a trilha de mãos dadas. - E então, resolveu os assuntos com a Bella? – perguntei tentando não aparentar a curiosidade que eu sentia, enquanto atravessávamos o estacionamento do Centro Comercial. - Só uma idéia que eu tive para despistar os novos sanguessugas. – ele respondeu. - E eu posso saber que idéia foi essa?- perguntei tentando segurar minha enorme curiosidade Jacob me olhou de lado, como se estivesse me analisando. – Vou levar a Bella até o acampamento para disfarçar o cheiro dela. - Como assim, levar a Bella? – perguntei desconfiada. - Levar ela no colo. – ele disse como se fosse a coisa mais normal do mundo. Sem querer deixei meus dentes baterem ruidosamente. Jacob notou isso. Jacob parou me fazendo parar junto, já estávamos no gramado da casa de John – Não fique chateada. É só uma maneira das coisas ficarem mais seguras. Eu só vou estar a levando para o Edward. – ele disse segurando meu queixo, levantando meu rosto e fazendo com que eu o encarasse. - Tudo bem, Jake! Obrigada por me trazer! – falei tentando me desvencilhar dele. Jake não me soltou e sorriu. Ótimo! Agora ele acha graça da minha cara. Muito bom! Pensei irônica ficando mais emburrada. – Qual é a graça? – perguntei brava. - Desculpe! – ele disse ainda rindo mais ainda. – Mas é bom saber que não sou o único ciumento. – Jacob me puxou mais pra ele, me prendendo com seus braços. - Você vai ter ciúmes de quem, Jake? - De quem? , você não imagina como era difícil agüentar aquele monte de lobos babões na minha cabeça. Eu ri incrédula e sacudi a cabeça negativamente. Pra mim aquilo não passava de absurdos. – Besteira sua! - Besteira minha? E aquele surfista parafinado? - Ok, talvez do David ele tenha razão! - E o pior de todos, - Jacob continuou. – O Christian! Ri alto. – O Chris? – perguntei incrédula. - Agora quem não está achando graça, sou eu.- ele disse emburrado. O céu já estava nublado e os primeiros pingos começavam a cair em nós - Desculpa! – falei tentando segurar o riso. – Mas Jake, o Chris? - Ele passa mais tempo com você do que eu. E eu já vi vocês dois junto, ele está sempre te abraçando, e você retribui. – ele acusou. Isso era verdade. Mas eu não podia dizer que Chris não representava perigo nenhum. Que era mais fácil eu ficar com ciúmes dos pensamentos do Chris do que ele, mas eu tinha prometido não falar das preferências do meu amigo pra ninguém. – Jake, confia em mim! Ele é só meu amigo. - Eu te digo a mesma coisa, . Bella é só minha amiga. Tudo que eu queria era tentar acreditar nisso! - Ok Jake! Eu tenho que entrar, nos vemos mais tarde. Tudo bem? – disse colocando a mão na maçaneta da porta - Espera , não fica chateada. – ele disse segurando minha mão. - Tá tudo bem, Jake. – mas não estava. – Só que no meu caso, você foi o único garoto que eu amei na vida. Eu nunca prestei atenção em outro, porque só penso em você. – eu não entendi se foi o que eu disse, ou outra coisa, mas os olhos de Jake pareceram incendiar, seu olhar ficou intenso. Ele agarrou a minha nuca no mesmo instante com força, com raiva e me beijou do mesmo modo.. com intensidade, sua língua macia .. quente, era tudo que eu queria, tudo que eu precisava, não era necessário mais reconhecimento só era necessário isso: eu e Jake e mais nada. Ficamos nos beijando por algum tempo até que ele parou para o meu total desgosto. Ele abriu a porta com um baque. - Seu pai está em casa? – ele disse sem fôlego. A única coisa que consegui foi fazer uma negativa com a cabeça. Jacob baixou as mãos pelas minhas pernas puxando para que eu me encaixasse nele, subiu as escadas me levando até o meu quarto e me sentou na cama virando para trancar a porta. Eu levantei e joguei meus braços em seu pescoço, os braços dele desceram até minha cintura me puxando violentamente pra ele e então me beijou mais forte do que nunca, ele parecia querer me sufocar. Eu queria me fundir em seu peito, para que esse momento não terminasse. Levei minhas mãos para segurar seu rosto nelas e para poder encará-lo. Ele sorriu e encostou seus lábios nos meus de novo me apertando ainda mais fazendo minhas pernas amolecerem. Nem me dei conta quando e como ele tinha nos levado até a cama, mais nós já estávamos nela agora, nós ainda nos beijávamos e eu pensei como isso milagrosamente estava acontecendo sem eu ter desmaiado ainda. As mãos dele abandonaram minha cintura pra passear por meu corpo eu apenas suspirei em resposta, ele deixou minha boca e eu senti sua respiração próxima a minha orelha. - Eu não consigo viver longe de você .– ele desceu com sua boca por meu pescoço o lambendo e beijando me fazendo arfar – Me desculpe – ele pediu contra minha garganta – mas eu não vou deixar você sair mais de perto de mim. - Que seja – falei mais pra mim do que pra ele. Uma de suas mãos subia por baixo de minha blusa pra acariciar meus seios por cima do sutiã enquanto a outra apertava ferozmente minha coxa, mais a lembrança de que isso poderia acarretar me fez chamá-lo. – Jake acho que...- - Shhh você acha demais – ele sussurrou contra minha boca – não adianta... você é minha agora. - Não só agora, sempre. – consegui dizer antes dele voltar a me beijar devorando minha boca, sua língua me incitava, eu já espalmava minhas mãos por todo seu peito, minha blusa foi rasgada junto com o sutiã me fazendo rir em sua boca – precisava rasgar as minhas roupas, Jake? – perguntei arfante quando ele se separou de mim pra me encarar. - Assim é mais fácil! – ele disse sorrindo – e mais excitante também – o sorriso se tornou malicioso, eu estremeci com a forma que ele me olhava. – Você é minha! – ele repetiu ao se inclinar e alcançar meus seios com sua boca, eu gemi alto arqueando meu corpo pra ele. Minha calça foi arrancada rapidamente, a dele já estava no chão. Tinha desespero em cada toque como se nós não nos víssemos a muito tempo ou como se não fossemos nos ver mais. Minhas mãos voaram pro seu cabelo o puxando, eu queria. Eu precisava da boca dele na minha, ele me entendeu, mais antes de me beijar subiu com ela por meu pescoço me torturando fazendo com que eu me contorcesse em baixo dele, suas mãos massageavam minhas coxas. Eu estava gemendo quando ele alcançou minha boca mordendo meus lábios me fazendo gemer ainda mais. Só que dessa vez, e queria estar no comando. Empurrei o Jake para o lado, o fazendo deitar de costas na cama. Ele me olhou um pouco assustado, mas logo o seu sorriso de sol iluminou seu rosto. – Agora, você é meu! – eu disse. - Com todo prazer! – ele respondeu. Me levantei para poder me encaixar em Jake, me abaixando devagar. Mordi os lábios para segurar o grito, enquanto sentia ele entrando em mim . Jacob gemeu e revirou os olhos, apertando forte minha cintura com as mãos. Agora eu dava as cartas do jogo. Me debrucei sobre ele e ficamos nos encarando enquanto nossos corpos se movimentavam. Eu começava a sentir os primeiros espasmos atravessarem meu corpo, e acelerei mais os movimentos. - Céus! – gemi enquanto Jacob beijava e lambia o meu pescoço, segurando forte as minhas coxas falando em meu ouvido com sua voz mais rouca do que o normal. “Eu não consigo acreditar que você é minha! Só minha!” Ele continuava se movimentando dentro de mim, fazendo um espasmo violento me atingir me fazendo gritar. Jacob acelerou mais. Cravei as unhas em seus braços fechando os olhos. – Não! – ele disse. – Eu quero ver esses olhos azuis! – abri os olhos sorrindo, vendo meu Jacob explodir de prazer dentro de mim. Deixei meu corpo cair de lado. Nós dois ofegantes. Jake se desconectou de mim, me fazendo gemer mais uma vez. Encostou sua testa na minha, até que nossas respirações se acalmassem. – Eu amo você! – ele disse. - Eu amo você mais! – disse sorrindo, fazendo ele gargalhar. - Como minha garota é competitiva!- ele disse me puxando para os braços dele, me aninhando em seu peito. Fiquei ali, ouvindo seu coração, até adormecer. Levantei a cabeça do peito de Jacob para poder olhá-lo melhor, ele estava lindo dormindo tranquilamente. Corei me lembrando do que nós tínhamos acabado de fazer. Foi tão incrível, tão mágico. Jake era tão lindo! Eu o amava tanto, mas o medo de que Bella o tirasse de mim era enorme. Suspirei e olhei pela a escuridão atrás das minhas cortinas, a chuva a muito já tinha ido embora e o céu estava estrelado. Me virei e sentei na cama, mas Jacob agarrou minha mão me impedindo de levantar. - Já vai me deixar? Virei meu rosto sorrindo para ele. Ele estava parado me admirando como se me visse pela primeira vez, foi só ai que eu percebi que ainda estava nua, meu cabelo cacheado desciam em cascata pelas minhas costas. Corei e puxei rápido o lençol para me cobrir. - Você é linda! – ele me puxou e beijou meu ombro subindo pelo meu pescoço. - Jake? -Hmm – beijando minha orelha. Tentei me concentrar. - Nós temos que ir! – conseguiu falar em um sussurro. - Temos?- ele falou no meu ouvido. - Aham... antes que Sam mande um dos garotos para ver o porque não aparecemos. - Eles devem desconfiar. - agora nós estávamos nos beijando, mas eu pude ouvir meu pai batendo pratos na cozinha. - Vamos, Jake, seja bonzinho consegui- falar enquanto ele beijava meu pescoço de novo – meu pai está em casa. - Ele já chegou a muito tempo. - Então você tem sorte que ele na seja enxerido. - Ele gosta de mim. - Aham. Deixa ele te pegar aqui! Vamos Jake, se vista e pule a janela. Enrolada no lençol levantei, catei as roupas de Jake e atirei para ele. Ele se vestiu rapidamente, e pulou a janela, não antes de me dar um beijo e me dizer “Te espero lá fora”. Tomei um banho rápido tentando desmanchar os nós dos meus cabelos, me vesti rápido e peguei minha mochila. Meu pai já estava na sala sentado no sofá, com um enorme sanduíche no colo. - Oi garota, estava dormindo? - Estava pai! -Fui direto para a cozinha preparar quatro sanduíches, três eram para Jacob. Eu sabia que ele estava morrendo de fome. Eu estava. Peguei mais um pacote de batata frita, e algumas latinhas de refrigerante, enfiei tudo com cuidado na minha mochila. - Sam está pegando pesado com vocês, não é? - É, mas está sendo preciso. Não me espere, tá? - só uma coisa. Eu estava pensando no que você me falou sobre a historia de ter uma amiga e se sentir sozinha. - Sim, pai? - Pois eu liguei para sua tia e convidei sua prima Aiyana pra passar um tempo aqui. Você se lembra dela? Minha tia Sarah havia se casado com Tom, irmão de meu pai. Aiyana filha deles era somente oito meses mais nova que eu. Tio Tom havia falecido quando nós tínhamos uns cinco anos, apenas e minha tia havia voltado para Condado de Makah onde tinha se casado novamente. Algumas vezes Aiyana vinha passar as férias em La Push, mas depois da minha partida para o Brasil, nunca mais nos falamos. - Pai, não sei se é uma boa hora. - Claro que não agora, pensei em depois que essa confusão toda passar. – ele disse enrugando a testa. - Ótima idéia, pai! Mas tenho que ir. -Ok, se cuida, garota. - Pode deixar pai.- e corri para Jacob. oOo Jacob e eu seguíamos pela floresta de mãos dadas. - Vamos nos transformar? Os outros devem estar preocupados? – perguntei. - É melhor. – ele concordou. Paramos e eu larguei minha mochila no chão, procurando algum lugar escondido para tirar a roupa. - Ah, para com isso, ! Por acaso tem alguma coisa que eu não tenha visto ainda e não tenha gravado na minha mente? - O que você viu ou não, não tem importância nenhuma, Jake. Trate de ir virando de costas. - fiz um sinal de contorno com o dedo indicador que ele obedeceu - E não vale espiar!- me virei e comecei a tirar minha blusa, coloquei as mãos nas costas e abri o fecho do sutiã, jogando os dois no chão. - E por falar no que você tem na mente, Jake. Acho bom você dar um jeito de não deixar isso a vista para os garotos, eu não... – Nesse momento eu virei o meu rosto para trás e dei de cara com um Jacob parado olhando fixamente para mim. Cruzei os braços no peito.- Jake, eu disse que não podia espiar! O olhar de Jake ardia de desejo. Ele atravessou o espaço entre nós em dois passos largos e me segurou pela cintura, eu coloquei as mãos no peito quente de Jake. O coração aos pulos. Ele me olhou intensamente, os olhos queimando os meus. Uma das mãos dele deslizou pelas minhas costas agarrando minha nuca, prendendo os meus cabelos entre os dedos, ele me puxou mais para si. Nossos peitos nus encostados. Nossa respiração ofegante. - Jake... – falei em um sussurro fechando os olhos. E ele me beijou, sua boca forçando a minha a se abrir para dar passagem a sua língua. - , acho que nós ainda temos um tempo. – ele falou no meu ouvido, quando sua boca desceu para beijar meu pescoço. Sua voz quente e rouca me enlouquecendo. Uma mão de Jake ainda segurava com força meus cabelos enquanto a outra levantava a minha perna e a encaixava na sua cintura. - Jake, por favor não rasgue meus jeans.- eu disse enquanto virava a cabeça dando mais espaço para seus beijos no meu pescoço, ele riu abafado, mas não parou de me beijar. De me lamber. Sua mão desceu da minha nuca e se juntou a outra na frente da minha barriga, abrindo o zíper da minha calça, enquanto sua boca se juntava a minha novamente. Eu ajudei tirando minha calça desajeitadamente, tentando não desgrudar dos lábios dele. Nós rimos juntos. Sem desmanchar nosso beijo, ele me levantou com uma mão, encostando minhas costas em uma árvore e usando a coxa para me apoiar, deslizou suas mãos pela lateral do meu corpo, puxando minhas pernas para que eu as cruzasse em sua cintura. Uma mão foi para o meu rosto, a outra enrolou na lateral da minha calcinha a arrebentando com um só puxão. Coitada, essa não teve nem chance. Jake era insaciável. Em pouco tempo ele me possuiu, me fazendo delirar de prazer. Jacob encostou a testa na minha. Nossos olhos fechados. Nossas respirações ofegantes. Sentia as batidas do meu coração nos ouvidos. - ! – ele me chamou depois de alguns instantes sem tirar a testa da minha. -Hmm?.- nossos olhos ainda estavam fechados. - Você poderia por favor, não participar da luta? - Ah, não, Jake. Não comece. – falei me afastando dele. - Por favor, por mim? - Isso não é justo, Jake. - Eu imploro. Olhei bem dentro dos seus olhos escuros. - Esquece!- ele enrijeceu – E vamos logo que já tá na hora! Nós transformamos e saímos correndo para encontrar o bando. Chegamos onde o bando estava reunido, Jacob sempre a minha frente. Me sentei ao seu lado depois que ele se posicionou ao lado direito de Sam Bom pessoal é o seguinte: – Sam começou depois que todos se posicionaram em sua volta - a batalha será nesse sábado. Bella ira fazer uma trilha com seu cheiro pela floresta até a grande clareira. Isso atrairá os vampiros para lá. Alice já nos informou que eles se dividirão em dois grupos quando sentirem nosso cheiro. O nosso grupo seguirá ao oeste pela floresta, o outro grupo os Cullens atacarão na grande clareira. Alguma dúvida? Bella estará na clareira? Não Jared, Edward quer que ela fique acampada na montanha ao leste daqui. Ele está cuidando disso. Jake vai levá-la até lá. É só para disfarçar o cheiro – disse Jacob, esfregando seu focinho na minha orelha. Eu sei, não se preocupe, Jake Isso – afirmou Sam- também precisamos que alguns dos nosso fiquem de vigia na aldeia. Brady e Collin, conto com você para isso Os garotos protestaram, mas no fim aceitaram a tarefa. Seth, preciso que você fique com a Bella, caso ela precise se comunicar com a gente. Com uma jogada inteligente, Sam retirou os mais novos da luta. Isso me tranqüilizou um pouco. Alguém tem algo para acrescentar?- Sam disse me olhando. Não- respondi Jake me olhou sério Sempre teimosa Ignorei o comentário. Sam – Jacob chamou – acredito que não precisamos ir todos hoje não acha? Sam encarou Jacob por um segundo. É realmente não precisa. Eu poderia ir sozinho Agora foi minha vez de encará-lo sério. Ele me devolveu o olhar. Não - disse Sam – Quil e Embry vão com você Ok Quil e Embry se posicionaram ao lado de Jacob Te vejo na sua casa – Jacob me disse Estarei te esperando aqui – ergui o focinho Não vai adiantar discutir, não é? Que bom que você me conhece Ele se aproximou de mim e esfregou sua cabeçona vermelha na minha. Ah, vocês dois, parem com essa melação Sorri e fiquei olhando os três se afastarem. Collin, Brady e Seth vocês estão dispensados - ordenou Sam Sam não dispensou os outros, preferia que estivéssemos preparados. Ele não confiava totalmente nos Cullens. Eu deitei minha enorme cabeça cinza nas patas dianteiras e esperei ouvindo Paul e Jared brincando de luta mais adiante no outro canto da nossa pequena clareira. Sam, o imenso lobo negro, estava sentado no centro, suas orelhas erguidas, concentrado em Jacob, Quil e Embry. Ouvi um lobo se aproximando por trás e não precisei olhar para saber que era Leah, nem me dei o trabalho de erguer a cabeça. Vim lhe dar os parabéns, . Você conseguiu ganhar o prêmio Corno de Ouro. Paul e Jared paralisaram imediatamente. Ouvi Jacob rosnar na minha cabeça. Claro que ele estaria ouvindo. Numa explosão saltei no pescoço de Leah. Ouvi Sam dar um comando alfa ordenando Jacob a voltar para a clareira, já que ele estava vindo correndo em nossa direção. Derrubei Leah de costas mordendo seu pescoço arrancando um gruído alto. Rolamos para dentro da floresta derrubando algumas árvores mais jovens no caminho. Fiquei por cima, rosnando a centímetros de seu focinho, até ter certeza que ela se rendia. Ela desistiu. Recuei sem dar as costas a ela. Não confiava nem um pouco em Leah. Sam estava o tempo inteiro da briga pronto para interferir caso precisasse Leah eu não quero mais esse tipo de provocação! Estou de olho nas duas! – ordenou Sam. Ok Sam Leah se levantou com dificuldades mancando. Boa, ! - Embry ainda na grande clareira Me lembre de nunca mais te provocar – disse Paul me empurrando de leve. , você está bem?- o pensamento de Jacob ecoou preocupado. Ele ainda estava na clareira com os Cullens. Sim, Jake, nenhum arranhão – pensei presunçosamente. Jacob me carregou nos braços depois que me transformei de volta. E de ele me ajudar a me vestir. Meus olhos não ficavam mais abertos. Só percebi que já estava em casa quando ele me colocou na minha cama. Jacob me soltou devagar, mas eu não soltei meus braços do redor de seu pescoço. Ele riu. - Você tem que dormir, . - Não! – resmunguei sem abrir os olhos - Quer que eu durma aqui? Puxei ele pra mim como resposta. Jacob riu. - Fica aqui a noite toda? - Sempre que você quiser. Ele deitou ao meu lado, passando o nariz na linha do meu queixo, aspirando meu cheiro. Adormeci em seus braços. Lá fora caia uma fina chuva em La Push.
Capítulo 30
Despertei e sorri, quando senti que ele continuava comigo. Apertei mais meus braços em volta do seu peito. - Bom dia, garota-do–Jake! – eu sorri com o apelido. - Bom dia, garoto-da-garota-do-Jake! Dormiu bem?- olhei para cima para olhar seu rosto e Jake estava com meu sorriso-de-sol, nos lábios. - É, posso me acostumar com isso. - Que bom! – virei a cabeça para fora e me dei conta que dia era. – Eu tenho que trabalhar! – falei sentando na cama, só ai percebi que estava vestindo somente a camiseta de Jacob e não tinha idéia de como tinha parado dentro dela. Jake riu. - Acho que você já perdeu a hora! – puxou meu celular do chão e olhou o visor. - Quinze para as três! Mas tem tanta importância assim? - Realmente, não! Mas ainda bem que o meu chefe é bastante complacente comigo. - deitei de novo em seus braços. - Seu pai sabe que por uma boa causa... Mas eu não ganho nem um beijinho de bom dia? - Sim, mas depois que eu for ao banheiro. Ele sorriu e eu pulei para fora da cama. Abri a porta e escutei. Ouvi as patas do Lobo subindo as escadas correndo e entrando no meu quarto, ele pulou em cima de Jake me ignorando totalmente. Revirei os olhos. Escutei novamente, a casa estava silenciosa. Meu pai já devia ter saído para a reunião com os outros anciões do conselho a tempos. Com a luta marcada eles também se reuniam para decidir os posicionamentos para a proteção da reserva com Sam. Olhei meu reflexo no espelho do banheiro enquanto escovava os dentes, meu cabelo estava muito emaranhado, não ia conseguir soltar então corri para o chuveiro. A água morna escorria pelas minhas costas, mas mesmo assim eu não conseguia relaxar. Alguma coisa estava errada, mas não conseguia entender o que podia ser. Estava terminando de tirar o creme do cabelo quando Jake abriu a porta do box. - Jake! – gritei com o susto, cruzando os braços sobre o peito. - Vim ver porque você estava demorando tanto. Ah para com isso, . Quem você acha que te vestiu ontem enquanto você estava praticamente desmaiada? Soltei os braços e me virei de costas, ele entrou no box. - Espero que você não tenha se aproveitado da minha inconsciência. - Não fiz nada que não tenha feito antes com a sua permissão. - Você não presta Jacob Black! – ele riu e beijou minha orelha. A água morna caia sobre nós. Ele alisou a tatuagem do meu ombro, a mesma que ele tinha no braço. As borboletas no meu estômago se agitaram. - Você é perfeita para mim, sabia? Meu coração estava aos pulos, me virei e nossas bocas se juntaram, ele segurou minha cintura, e eu tive total consciência que nós dois estávamos nus. Ai o estômago do Jacob roncou e o meu fez coro com o dele. Nós dois rimos. - É, acho que isso vai ficar para mais tarde. Termine seu banho que eu vou preparar um café da manhã para nós dois. – ele me deu mais um beijo. - Agora você está mandando em mim, é? Droga, acho que eu não perdi o comando da relação. - Perdeu feio, Black. – falei sorrindo presunçosa. Joguei um vestido por cima do corpo, penteei os cabelos e corri para a cozinha. Joguei meia dúzia de ovos na maior tigela que consegui achar e comecei a preparar uma omelete gigante. - Cara, vou ter que trazer umas roupas minhas e deixar aqui. – ele apontou para as bermudas que estava vestindo, as mesmas do dia anterior.- Se não, o que os vizinhos vão pensar? – ele me abraçou por trás me dando um beijo no rosto. - Que vizinho? Seu pai ou o Velho Quil? Acredito que eles não se importam! - É, realmente eles fazem parte do seu fã-clube. – ele se apoiou na parede me dando espaço para trabalhar. Eu ri. - Ah eu tenho isso é? E tem muitos membros no meu fã-clube? – me virei para encará-lo enquanto esperava a comida ficar pronta. - Mais do que eu gostaria. – ele me puxou pela cintura. - Você não quer que as pessoas gostem de mim, é?- apontei. - Defina gostar. - Para de bobagem, Jake!- rolei os olhos. - Eu já te disse como foi difícil no inicio, ter que agüentar aquele monte de lobos babões na minha cabeça. - Pois é, e no entanto aqui estou eu ao seus pés! Isso deve dizer alguma coisa! - Pois é! Isso deve dizer alguma coisa! – ele me puxou mais para perto e me beijou, eu nunca cansaria dos beijos de Jacob, mas o estômago dele roncou novamente. Eu ri. - Droga! – ele praguejou. - Vai para mesa Jake que a comida está pronta. Eu observava Jake devorar o resto da omelete e das torradas com geléia, quando algo me ocorreu: - Jake, eu estava pensando, - ele levantou os olhos do prato me encarando – você não acha que tem algo errado nessa história? - Algo errado, como assim? - São duas coisas grandes juntas, a Victoria e esse monte de sanguessugas vindo atrás da Bella ao mesmo tempo. - Você acha que aquela sanguessuga ruiva tem algo haver com isso? - Acho! Não acredito que a Bella tenha tanto poder de autodestruição assim para atrair tantos vampiros para ela. - E alguns lobisomens também. – acrescentei mentalmente. - Sabe que você até que é inteligente? - Até que sou inteligente, é? Poxa obrigada pelo elogio. - ele riu e me puxou para o seu colo me dando um beijo. Ouvi o meu celular e corri para atender. Olhei no visor e não consegui identificar o número. - Alô? - ? - Sim?- não reconheci a voz do garoto do outro lado da linha. - É Edward Cullen, eu liguei para a casa de Jacob e Billy me deu o seu número dizendo que eu o encontraria com você. Está correto? - Sim, só um momento. – passei o celular para Jacob. - É Edward! – Jacob juntou as sobrancelhas e atendeu. - Sim?- houve uma pequena pausa - Eu sei das minhas obrigações. – Jacob disse entredentes.- Mais uma pausa.- Eu estarei lá no horário marcado. – e desligou na cara de Edward. - Acho que não foi essa a educação que Billy te deu! – falei enquanto recolhia os pratos. - Sanguessuga mauricinho.- ele grunhiu e eu ri. - Sabe, eu não acho ele uma má pessoa, quer dizer, tirando o fato dele ser um vampiro, ele me parece ser bem legal. – falei enquanto colocava a louça na pia. Jake se levantou e guardou os suco. - Ah não, mais uma fã do Edward? - E ele é bem bonito, um pouco pálido demais pro meu gosto, mas... – gargalhei da expressão séria que Jacob assumiu. - ARG! Cala boca, ! – ele me puxou forte para ele, grudando os lábios nos meus com força. - Você sabe de quem eu gosto! – apontei. - Sei? – ele me disse sério me fitando, eu rolei os olhos. – Tá na minha hora. - Hã? - fiquei confusa pela mudança de assunto, e procurei o relógio na parede. Realmente estava na hora. Não importava o quanto eu tentasse me convencer que Jacob pelo menos gostava de mim e me queria, eu não conseguia deixar de ficar insegura quando ele me deixava para se encontrar com Bella. Ele levantou me puxando para seus braços. – Quero falar com seu pai, hoje à noite. – ele me abraçou mais forte enterrando o rosto em meus cabelos. - Então, te vejo na hora do jantar?- perguntei esperançosa. - Venho às sete. - ele se inclinou em minha direção, colocou as duas mãos em meu rosto, e me beijou. Passei os braços pelo seu pescoço o puxando para mim. - Vou ficar te esperando. – disse quando ele colou a testa na minha. Jacob me beijou mais uma vez e depois começou a caminhar de costas. Parecia que ele também tinha dificuldades em me deixar. Sorriu e se virou correndo para a floresta. Olhei para o céu e um arrepio correu pela minha espinha. Uma nuvem roxa tomava conta do lado norte, bem em cima das montanhas, um vento frio empurrou as folhas do gramado. Frio demais para época do ano. Algo não estava certo. Eu não tinha nada para fazer então decidi dar um jeito na casa que já mostrava ares de abandono, queria tirar aquele frio na barriga que me incomodava. Para com isso, ! Tá tudo bem, tudo bem! Eu tentava me acalmar enquanto ajeitava as almofadas do sofá e recolhia jornais velhos que meu pai largava em qualquer canto. Deve ser pela proximidade da luta que esta me dando essa aflição! Comecei a varrer o piso onde bolas de poeira se acumulavam embaixo do sofá. Dei mais uma olhada ao redor da pequena sala da casa de John, observando se havia mais alguma coisa fora do lugar. Como meu pai conseguia sobreviver sozinho? Eu teria que reorganizar meus horários depois que toda essa confusão acabasse, para que eu tivesse tempo para meu pai e para a casa. Não que ele reclamasse, ele viveria entre entulhos comendo comida em lata, só para ter a alegria de uma filha lobisomem. É, minha família não era nada normal! A temperatura lá fora caia cada vez mais. Não que isso me incomodasse, e também não incomodaria Jacob, então a tempestade lá fora não era o problema. Será que toda essa angustia é pelo fato dele estar levando Bella para o acampamento? Ciúmes será isso o causador do embrulho dentro da minha barriga? Não, eu não era tão insegura assim, ou era? Balancei a cabeça, afastando Bella dos meus pensamentos, e voltei a andar pela minha sala agora muito bem arrumada, subindo as escadas em direção ao meu quarto. Esse era um cômodo que, claro, exigia certo cuidado. Roupas minhas e de Jacob estavam jogadas pelo chão, segurei um pedaço de pano esfarrapado bem perto dos olhos para reconhecer minha pobre blusa branca e um pedaço de renda do meu sutiã. Ri sozinha pensando no que será que meu pai acharia se entrasse no meu quarto. Agradeci o fato de minha mãe com seu super poder para descobrir essas coisas, estivesse à milhas de distância. Juntei todas as roupas inteiras que estavam no chão e coloquei no cesto de roupas. Eu tinha tirado todos os retalhos do que um dia tinha sido minhas roupas do chão e colocado no fundo de um saco de lixo. Troquei as roupas de cama colocando um edredom limpo. Sentei na minha cama e respirei fundo. É, agora só faltava o banheiro. Eram nove e meia da noite. O assado que eu tinha preparado já estava esfriando, meu pai se remexia no sofá assistindo TV. - Que horas, Jake ficou de vir? – ele me perguntou pela quarta vez. - Pai vem que eu te sirvo, depois eu como com o Jake. – ele se levantou rápido e se sentou na cadeira. - Você fez bastante comida? Por que aquele menino come! - Claro pai! – sentei em sua frente apoiando a cabeça nos braços e suspirei. - Calma garota, se tivesse acontecido algo, Sam mandava algum dos garotos avisar! – passei a mão pelo rosto. - Eu sei! - meu pai continuou comendo em silêncio, mas só por alguns minutos. - Sabe, amanhã é um dia muito importante! Eu sei que não devia, mas eu me preocupo com você. – ele colocou uma mão sobre a minha – Você é a coisa mais importante da minha vida, então, por favor, , tome cuidado amanhã, por mim. Eu te amo, garota. - Own pai! Eu também te amo, e muito!- dei a volta na mesa e o abracei. – Eu vou tomar cuidado, pai. Eu prometo! Ele pigarreou, limpando os olhos com a mão. - Eu queria falar outra coisa, - ele puxou meu braço me fazendo sentar na cadeira ao seu lado. - você sabe que eu gosto muito de Jacob, fico muito feliz que você dois estejam se acertando, e eu não me importo que ele durma aqui em casa,- meu estômago revirou, o sangue subiu fazendo minhas bochechas corarem. Então meu pai sabia o que eu achava que estava escondendo. – Calma garota, me deixe terminar. Eu aceito que ele durma aqui em casa, mas só se ele oficializar a relação de vocês. - Pai...ãnn... eu não sei se eu consigo colocar o Jake contra parede, então acho que vou ter que pedir para ele não dormir mais aqui. - Ok, mas não esqueça que o Jake ronca! – ele apontou e eu tive que me segurar para não me enfiar embaixo da mesa. - Vou me lembrar disso. – falei levantando e recolhendo os pratos para a pia. Dez e meia. Onde estava Jake? Cruzei os braços, bufando pela milésima vez no último minuto, e olhei para a janela de novo. Nada. Nem um uivinho sequer. Nossa última noite antes da luta. Puxei meu celular, mas o visor mostrava que nenhuma ligação tinha sido perdida. Então disquei o número da casa dele. - Alô? - a voz de Billy atravessou a linha. - Oi Tio Billy! Hã... Jake está? - Não , ele ainda não voltou, querida! - Ele ainda está lá em cima?- falei surpresa. - Sim! Mas ,não se preocupe com nada, está tudo certo. Vá descansar que amanhã vocês têm um grande dia! - Ah, ok. Obrigado Tio Billy! - Se ele aparecer por aqui quer que eu te peça para ele te ligar? - Hã... não,não, ele precisa descansar também. Boa noite! - Boa noite, Ane! E não se preocupe! -Ok! -e desliguei. Eu estava irritada demais. O que raios ele ainda estava fazendo na montanha? Me deitei na cama vazia, eu sabia que tinha que dormir, descansar para amanhã, mas eu não podia, estava tão frio o meu quarto sem o meu sol para aquecer. A raiva e a tristeza devorando meu peito. Ele nem teve a decência de me avisar! Eu não conseguia ficar um minuto no quarto vazio. Levantei da cama e pulei a janela. Não queria ter que dar explicações para o meu pai. Aterrisei nos meus pés, sem o menor ruído e corri para a floresta. Na proteção das árvores saltei na escuridão caindo em quatro patas que imediatamente cravaram na terra impulsionando minha corrida. ? ( Embry) Embry, Paul e Jared, tinham sido designados por Sam, para fazer a vigia do nosso território. Oi garotos! Vim fazer vigia com vocês Ih, acho que Jake não vai gostar disso (Paul) ? (Seth) Seth, Jake está aí? Seth estava de vigia no acampamento em cima da montanha. Sim, ele está... ele está... ele está com Edward e Bella. Quer que eu o chame? Não, Seth ... – a imagem de Jacob dormindo com Bella ardeu na minha cabeça. Desculpe, ! É que Bella estava com muito frio e .. sabe, Edward não pode fazer muito nesse caso. Sem problemas, Seth, vê se descansa um pouco Eu ainda estava correndo mais agora sem destino certo. Subi o penhasco. O vento jogava meus pêlos para todos os lados, eu não me importava, adorava o vento, clareava minha mente. Lá embaixo as ondas quebravam nas pedras. Me deitei sobre minhas patas e deixei que a dor tomasse conta, lágrimas gigantes escorriam pelo meu pêlo formando possas no chão. A chuva começou a cair forte molhando meu pêlo prata. Eu não me importava mais. Queria poder me fundir com a chuva e ser carregada pelo vento até o mar. Mas ai eu nunca mais viria meu sol de novo, viveria em uma eterna tempestade. E isso era insuportável. Eu não tinha escolha. Eu não conseguiria viver sem Jacob assim como não conseguiria viver sem o ar. Eu queria meu sol, nem que fosse só alguns raios dele. Sam estava certo, Bella era como um vício para Jacob, e ela o sugaria até o final. E quando isso acabasse, quando Bella não fosse mais humana eu estaria lá ao lado dele para ajudar a juntar todos os seus pedaços. A noite estava no fim. A chuva se transformou em uma pequena e fraca garoa. Levantei da pedra onde estava deitada sacudindo todo o excesso de água de meu grosso pêlo. Um uivo ecoou na encosta. A hora da luta se aproximava.
Capítulo 31
POV Jacob Deixei Bella na tenda, quando o vento já jogava a neve para todos os lados, e a escuridão já tomava conta. Eu já estava atrasado, não iria conseguir chegar na hora marcada com a . – Seth eu vou para casa, você fica ai, huh?- Seth estava em sua forma de lobo e ganiu choroso. – Que foi agora? – perguntei já irritado.Seth chorou novamente olhando insistentemente para a barraca que balançava com o vento. – Ok criança. – disse coçando sua orelha. – Eu entendo, mas não tem perigo, só mantenha uma certa distância dele por segurança. Ok? – Seth ganiu novamente choramingando baixinho. Dei dois passos em direção a floresta sentindo os olhos angustiados dele cravado em minhas costas. Parei. Passei a mão pelo rosto frustrado. – Ok criança, eu fico com você um pouco mais. Me transformei. Hey, Jake! O que você ainda está fazendo ai? Me perguntou Embry. Olhei sério para o Seth, que se encolheu. Ah entendi. - Embry disse. - Mas a não estava te esperando? Está! Ou estava, já nem sei mais.- pensei desanimado. – Cara, ela deve estar furiosa. gemi. Seth estava deitado, com o focinho escondido embaixo o rabo peludo, como se o assunto não fosse com ele. Bufei. Quer que eu a avise? Não, Embry. A eu consigo dobrar, somente pessoalmente. Eu vou passar na casa dela mais tarde.- Olhei novamente para o Seth, que agora fingia dormir.- Agora eu já posso ir, né Seth? Seth olhou mais uma vez para a barraca que sacudia com o vento. Ok - ele disse baixinho. Me levantei e sacudi a neve do meu pêlo grosso. Eu correria até a casa da . Teria que usar todo o meu poder de persuasão para que ela me perdoasse pelo meu atraso. O vento soprou mais uma vez quase arrancando a barraca do solo. Bella gemeu e frio. Merda! Ela deve estar congelando e esse mané não faz nada! - O que você quer que eu faça?- o inútil do Edward rosnou. Está muito frio para ela. Acho melhor desistir. -Carregá-la em meio a isso? Eu não estou vendo você se fazer útil, também . Porque você não vai pescar um aquecedor ou alguma coisa assim? - Eu tô b-b-b-b-b-bem. - Bella protestou me fazendo revirar os olhos. Vou pagar muito caro por isso. A imagem da furiosa surgiu na minha cabeça. -Isso não é necessário, não precisa acontecer- o sanguessuga resmungou- Já que essa é a pior idéia que eu já ouvi. Me transformei, e comecei a vestir minhas roupas. -É melhor do que alguma coisa que você tenha sugerido- respondi. -Vá pescar um aquecedor. - falei imitando a voz o parasita. -Eu não sou um São Bernardo! – peguei o casaco congelado em um galho de uma árvore. Abri o zíper da barraca e entrei o mais rápido que pude. - Eu não gosto disso. - Edward assobiou enquanto eu fechava o zíper da porta da tenda. -Simplesmente dê o casaco a ela e se mande. - A pele é para amanhã, ela está com frio demais pra aquecê-la sozinha. A pele está congelada. – larguei o casaco no chão. - Você disse que precisava de uma aquecedor, e aqui estou eu. – Abri os braços. Que a me perdoe por isso. - J-J-J-J=Jake, você vai c-c-c-congel-l-l-lar – Bella reclamou. -Eu não- posso ser um lobo morto amanhã, mas não é por congelamento Pensei me referindo a ira da minha namorada. - Eu estou com uns sólidos quarenta e dois graus esses dias. Eu vou começar a te fazer suar rapidinho. Edward rosnou, mas eu o ignorei. Ao invés disso, rastejei pra o lado de Bella e abrir o zíper do saco de dormir. Senti uma mão gelada no meu ombro, me restringindo. Respirei fundo, tentando conter o impulso de revidar. -Mantenha a sua mão longe de mim.- falei. -Mantenha as suas mãos longe dela. - Edward respondeu com um tom vazio. - N-n-n-não b-b-b-briquem. – Bella implorou. - Eu tenho certeza de que ela vai te agradecer por isso quando começar a ficar preta e a se decompor. – eu disse. Estou correndo o risco de perder a minha namorada para salvar a vida da sua. Edward hesitou, e depois a mão dele caiu e ele voltou para a sua posição no canto. -Chega mais, Bella - disse, abrindo ainda mais o zíper do saco de dormir. Ela resmungou. -N-n-n-n-n. -Não seja estúpida. - disse, exasperado. -Você não gosta de ter dez dedos nos pés? – disse entrando no saco de dormir. Bella relaxou. Suspirei e comecei a me lembrar de como era estar nos braços da minha namorada hot. (N/A meninas vocês sabem que em Inglês hot tem duplo significado né? ;)) - Por favor! - Edward assobiou. -Você se importa! -O que? - Sussurrei de volta. - Será que você acha que podia tentar controlar os seus pensamentos? - Eu não tenho culpa que você não pode fazer com a sua namorada o que eu posso fazer com a minha. - respondi. (N/A Ele não estava pensando na Bella, ele estava pensando na team.) - Você ama essa garota? – ele me perguntou de repente. - Mas que tudo na vida. – respondi sem nem precisar pensar. - Então você não pensa mais na Bella? Olhei pra Bella adormecida ao meu lado. – Não do mesmo modo. Me aborrece as escolhas que ela está fazendo, o que ela quer pro futuro dela. E o que ela vai causar com essas decisões.- Suspirei. Edward ficou em silêncio. -Obrigado! - Edward sussurrou depois de algum tempo. -Mesmo que isso pareça estranho, eu estou feliz que você esteja aqui, Jacob. Olhei pra ele desconfiado. -Você quer dizer 'mesmo que eu fosse adorar matar você, eu estou feliz que ela esteja aquecida', certo? - É uma trégua desconfortável, não é? - Mesmo eu dizendo que amo outra garota, você ainda sente ciúmes, não sente? – perguntei. Edward pareceu pensar por um instante. – Sim. – respondeu. - E por quê? - Porque eu conheço os seus sentimentos, não tenho todo esse conhecimento pelos sentimentos da Bella. - ele disse. Olhei novamente para a Bella, pensando nessa última afirmação. - O que eu não entendo, é porque ela quer se tornar uma sugadora de sangue. – falei depois de algum tempo em silêncio. -Afinal, quem em sã consciência escolhe uma coisa dessas? Edward falou lentamente. - Jacob, desde o segundo em que eu me dei conta de que amava ela, eu sabia que só haveriam quatro possibilidades. A primeira alternativa, a melhor pra Bella, seria que ela não tivesse sentimentos tão fortes por mim - e que ela me esquecesse e seguisse em frente. Eu teria aceitado isso, apesar de que isso nunca mudaria a forma como eu me sinto. Você pensa em mim como... uma pedra viva - dura e fria. Isso é verdade. Nós somos presos da forma como somos, e é muito raro pra nós experimentar uma mudança de verdade. Quando isso acontece, como quando Bella entrou em minha vida, é uma mudança permanente. Não hà como voltar atrás... A segunda alternativa, a que eu havia escolhido originalmente, era ficar com ela durante a sua vida humana. Essa não era uma boa opção pra ela, desperdiçar a sua vida com alguém que não podia ser tão humano quanto ela, mas essa era a alternativa que eu podia aceitar com mais facilidade. Sabendo o tempo inteiro que, quando ela morresse, eu encontraria uma forma de morrer também. Seis anos, sessenta anos - isso pareceria um tempo muito, muito curto pra mim... Mas depois ficou comprovado que era perigoso demais pra ela viver em uma proximidade tão grande com o meu mundo. Parecia que tudo o que podia dar errado, deu. Ou estava ao nosso lado... esperando pra dar errado. Eu estava morrendo de medo de não conseguir aqueles sessenta anos se eu ficasse perto dela enquanto ela era humana. Então, eu escolhi a terceira opção. Que acabou sendo o pior erro que eu cometi em minha longa vida, como você sabe. Eu escolhi tirar a mim mesmo do mundo dela, esperando forçá-la a primeira alternativa. Não deu certo, e isso quase matou a nós dois. O que eu tinha de sobra a não ser a quarta opção? É o que ela quer - pelo menos, ela acha que quer. Eu estive tentando atrasá-la, pra dar a ela tempo de encontrar um motivo que a fizesse mudar de idéia, mas ela é muito... teimosa. Você sabe disso. Eu terei sorte se conseguir esticar isso por mais alguns meses. Ela tem horror a envelhecer, e o aniversário dela é em Setembro... - Você sabe exatamente o quanto eu odeio aceitar isso. – sussurrei -mas eu posso ver que você ama ela... da sua maneira. Eu não posso mais discutir com isso.- Bufei -Bem, você foi muito mais honesto do que eu tinha o direito de esperar... Edward. Obrigado por me deixar entrar em sua cabeça. - Como eu disse, eu estou me sentindo estranhamente grato por sua presença na vida dela essa noite. Isso era o mínimo que eu podia fazer... Sabe, Jacob, se não fosse pelo fato de sermos inimigos naturais e de que você também está tentando me afastar da razão da minha existência, eu até podia gostar de você. -Talvez... se você não fosse um vampiro nojento que está planejando sugar a vida de uma garota que eu gosto muito... bem, não, nem mesmo assim. Edward gargalhou. Posso te perguntar uma coisa?- Edward perguntou. -Porque você precisa pedir? - Eu só posso ouvir se você pensar nisso. Você teve um imprinting pela ? – Edward perguntou. Olhei pra ele meio incomodado com a invasão de privacidade. – Eu e Sam, discutimos muito sobre isso. Nós dois acreditamos que sim, mas a ainda tem algumas dúvidas. Por quê? - Porque o sentimento de vocês é muito forte. Bem parecido com o de Sam. Pelo menos o seu, já que o dela estava bloqueado na última vez que a vi. - Ela conseguiu te barrar, não foi? – perguntei rindo.Edward não respondeu.- E quando essa pequena trégua acaba?- perguntei. -Logo pela manhã? Ou queremos esperar até depois que a luta acabar? -Logo pela manhã- falamos juntos. E rimos baixinho. - Durma bem, Jacob! - Edward murmurou. E eu aproveitei que o vento havia diminuído. Mas o rosto triste de não saía da minha cabeça. – Ela vai entender. – Edward disse e eu desejei que ele estivesse certo. Quando amanheceu não estava mais tão frio. - Jake! – Bella me chamou quando eu já me afastava em direção a floresta. Merda! Assim não teria chance de falar com a antes da luta. Me virei devagar. – Sim Bella? - Jake, eu queria falar com você a sós. Olhei ao redor, não havia mais ninguém por perto. – Fala! – a instiguei. Ela soltou um longo suspiro e mordeu o lábio inferior. Já fazia tempo que aquilo não me afetava mais, então suspirei impaciente. Ela notou isso. – Edward me pediu em casamento e eu disse sim.- aquela declaração foi um choque no inicio. Eu ainda estava tentando me convencer que afinal era isso que ela queria. Sem esperar minha resposta, ela continuou. – Mas Jake, eu não sei se estou tão certa sobre isso. – ela disse baixando os olhos se mostrando envergonhada. - O que você quer dizer com isso, Bella?- perguntei. Ela respirou fundo, como se tivesse tomando coragem para falar. – Talvez você possa me fazer mudar de idéia. – ela disse se aproximando mais e tirando os olhos dos meus e encarando minha boca, partiu os lábios sugestivamente. (N/A Ok meninas, agora está na hora da vingança (=) Segurei os braços dela, impedindo que ela se aproximasse mais. Bella arregalou os olhos confusa. – Desculpe Bells, mas está quase na hora da luta e a minha namorada está me esperando.- disse dando um passo para trás e me virando de costas para ela. Corri para me encontrar com a única pessoa que me importava na vida.
Capítulo 32
POV O cheiro doce e enjoativo de vampiro nos alcançou queimando meu nariz. Os recém-criados alcançaram o fim do rastro e sentiram o cheiro dos Cullens na clareira, então, agora eles estavam se separando em dois grupos, assim como Alice havia previsto. Sam começou a nos guiar pra começar a emboscada. O primeiro grupo entrou na clareira. Nós podíamos ouvir a luta. Avistamos o segundo grupo. Eles não estavam prestando atenção, eles ainda não tinham nos ouvido. Sam deu mais um passo a frente. Agora Um dos recém-nascidos sentiu o nosso cheiro e eu o derrubei antes mesmo que ele pudesse se virar. Sam me ajudou a acabar com ele. Paul e Jacob pegaram outro, mas agora os outros estavam na defensiva. Eles não tinham idéia do que fazer conosco. Os dois lados estavam se defendendo... Jacob se atravessou na minha frente parando o ataque de um deles contra mim. Separe eles. Não deixem que eles protejam as costas um do outro, – gritou Sam. - levem eles em direção à clareira! Seth, cuidado! – minha respiração se cortou . Seth ainda estava no acampamento com Edward e Bella quando farejou um cheiro forte de um vampiro conhecido. Victoria está no acampamento! – a voz apavorada de Jacob soou na minha cabeça. Jacob, foco aqui. Edward está lá. – ordenou Sam. Victoria sentiu o cheiro de Edward , enquanto seguia os recém-criados pra assistir, achando que Bella estaria onde Edward estivesse. Mas ela não estava sozinha. Tinha um outro vampiro mais novo, mas não tanto quanto os que agora nós estraçalhávamos. Você estava certa, . Sempre foi Victoria.– disse Jacob. Nós tínhamos encurralado só últimos vampiros, nossos pêlos arrepiados, os dentes amostra. Victória e o outro vampiro tinham encurralado Edward e Bella enquanto nós acabávamos com o restante dos que estavam na floresta. Na montanha Seth surgiu por trás dos dois vampiros e se jogou, despedaçando e estraçalhando o vampiro loiro embaixo dele. Edward atacou Victória. Um dos vampiros dos nossos escapou do cerco correndo por entre as árvores. Leah partiu atrás dele. Espere pelos outro, Leah – ordenou Sam, mas ela não obedeceu. E Jacob partiu correndo atrás dela. Eu arranquei a cabeça do vampiro que estava embaixo das minhas patas deixando para que os outros terminassem o serviço, e parti atrás deles. O recém-criado estava se escondendo e Leah o encontrou, ela estava sendo estúpida, convencida, tentando provar que era boa o suficiente. Cercou ele sozinha. Jacob chegou no momento em que ele avançava pulando para cima de Leah. Ele tirou ela do caminho, mas não teve tempo de defender a sí mesmo. O recém-criado passou os braços ao redor dele. Quebrando a maioria dos ossos de seus lado direito. Eu cheguei bem na hora, pulando nas costas do vampiro mordendo sua cabeça e o arremessando contra uma árvore que rachou com o impacto. Sam e Paul chegaram segundos depois de mim, avançando sobre o vampiro terminando o serviço. Mas eu não prestava mais atenção, Jacob estava jogado no chão inconsciente, forcei as minhas patas a se moverem, meu coração em chamas, uma dor insuportável fechava minha garganta. Rocei meu focinho no dele, sua respiração estava ofegante, mas nenhum pensamento seu chegava até mim. Jake Jake, meu amor . Por favor Jake... – eu não tinha lágrimas mas a dor era cortante. Juntem todos os pedaços e levem para a fogueira rápido, temos que levar Jacob daqui – ordenou Sam para os outros – Calma , ele vai ficar bem Mas eu não ouvia nada, só via Jacob na minha frente inerte, queria me afundar no seu pêlo vermelho. Fazer com que a dor dele passasse para mim porque eu não podia permitir que Jacob sofresse. ... Shh, Jake, estou aqui Os Cullens já estavam em nossa volta. - Levem ele de volta para La Push. Eu vou para lá assim que terminar por aqui.- falou Carlisle. - Vamos Jake, você tem que se transformar, cara! – Embry e Quil já haviam se transformado e estavam tentando levantar Jacob. Sam chegou transformado e se juntou aos outros que também estavam ajudando. Eu sabia que tinha que me transformar, nós tínhamos que voltar a La Push rápido. Antes da luta, Alice viu que os Volturi, a guarda real dos vampiros, estavam chegando para interceder nos ataques dos vampiros recém- criados. Eles vinham somente para limpar a bagunça. O que naturalmente nós já tínhamos feito.. - Vai , ele vai ficar bem! – Sam falou olhando bem dentro dos meus olhos e eu assenti. Jacob já tinha se transformado e agora era carregado pelos outros para casa. Sai correndo pela floresta até o lugar em que minhas roupas estavam e me transformei. Cheguei correndo na casa dele segundos depois dos garotos carregando Jacob. Os gritos dele eram ouvidos a distância. Aquilo era como facas apunhalando meu peito. Charlie, pai de Bella, estava ao lado de Billy. Empurrei os garotos tentando abrir espaço e eles se afastaram me dando passagem para eu poder chegar na cama onde Jacob tinha sido colocado. - Jake?-Ele abriu os olhos e me encarou mas logo baixou de novo o olhar.- eu peguei sua mão esquerda que não estava quebrada. - Jake? Você vai ficar bem, não se preocupe. Carlisle chegou com Edward e eu me levantei para sair do quarto, mas Jake não me soltou. - Não! – ele pediu me olhando com olhos agoniados, sem soltar a minha mão. - Eu não vou embora! – afirmei - Jacob, eu preciso te examinar! – Carlisle falou abrindo uma maleta com instrumentos médicos. Jacob relaxou a mão e eu me posicionei no canto do quarto tentando não atrapalhar, somente saindo de lá quando ele estava totalmente sedado. Ele não tirou os olhos de mim em nenhum momento. Eu sai do quarto e sentei no chão ao lado da cadeira de Billy ele pousou a mão na minha cabeça. A pequena sala de Billy, estava abarrotada com todos os garotos jogados pelo sofá e pelo chão. Foi só depois que Charlie foi embora que Bella passou correndo pela porta e entrou no quarto, mal cumprimentado o pessoal. Eu nem levantei a cabeça, não conseguia enxergar nada por causa das lágrimas. Billy apertou a mão que estava no meu ombro. Só voltei a levantar os olhos quando Carlisle apareceu na porta. - Jacob esta se curando rápido. não há necessidade de gesso. Ele vai dormir algum tempo por causa do sedativo. - Muito obrigada, Doutor! – agradeceu Billy. Eu dobrei as pernas e enrolei meus braços nela, escondendo meu rosto. Por mais que me dissessem que ele iria melhorar eu só poderia me convencer depois que visse seu sorriso de novo. Uma lembrança me voltou no pensamento. Antes da luta, antes de Jacob voltar do acampamento, Bella confessou para ele que aceitou se casar com Edward. Eu vi pelas lembranças de Jacob a dor que isso causou a ele. E isso abriu um buraco maior no meu peito. Eu não agüentava mais. Meu pai chegou e me puxou para um abraço. Eu estava sem ar, eu não conseguia respirar. Sai correndo pela porta com Embry atrás de mim. Embry me alcançou. - , calma garota, você no ouviu o Doutor Drácula, lá? Ele vai ficar bem! Me abracei em Embry sem poder mais conter as lágrimas. Embry me fez sentar na varanda e ficou comigo até que as lágrimas secaram. Carlisle, Edward e Bella passaram por nós em direção ao carro, mas senti Edward hesitando olhando em minha direção. Que estranho eu nunca pensei que teria compaixão por um vampiro, mas sabia o que Edward devia ter passado, ele baixou os olhos e suspirou, se virando logo em seguida e indo embora. Leah se aproximou de nós. - Posso falar com você um instante, ?- olhei para Embry que me deu um beijo na testa se levantou e saiu. - Pode, claro Leah. – me arredei indicando que ela se sentasse ao meu lado. - , eu... eu sinto muito! – eu arregalei os olhos, nunca tinha visto Leah demonstrar fraqueza por ninguém! A não ser por Sam, é claro! - Claro, Leah que isso! – mas eu não estava com vontade de conversar. Ela passava a mão pela recente cicatriz do rosto que a desfigurara. – Sabe, a vida não é fácil para uma garota lobo por aqui! – ela riu e depois me olhou surpresa. - , você não está pensando em ir embora está? – eu dei de ombros.- Pense em Jake, ele vai precisar de você agora. – eu ri sem humor. Pensar em Jake era só o que eu fazia. Leah, nunca tinha se aberto comigo, a não ser aquela loucura toda que ela compartilhava mentalmente com a gente. Sempre jogando na cara de Sam as juras que ele fizera a ela, antes de ter um imprinting com Emily. Mas eu sentia pena dela, ela nunca ficaria com o homem que ama. É existem histórias piores que a minha. Estendi a mão para Leah. - Trégua? - Trégua. Meu pai colocou a cabeça para fora da casa de Billy. - , Jake acordou! E está te chamando. Eu abri a porta e me inclinei pra dentro hesitantemente. Jacob estava esperando por mim, seu rosto estava calmo e suave. A aparência desfigurada, abatida, tinha desaparecido, mas apenas um vazio cuidadoso estava em seu lugar. Não havia nenhuma animação em seus olhos escuros. Eu entrei e fechei a porta baixinho atrás de mim. –Jake – eu murmurei. Ele abriu o meu sorriso de sol por um breve momento,mas depois seu rosto apagou e ficou sério de novo.–Jake?- Entrei no pequeno quarto e me ajoelhei ao lado de sua cama pequena demais para todo o seu tamanho.Ele estava coberto de faixas e ataduras por todo o corpo, aquela visão me doeu na alma. –Algum problema? Você está com dor? – Revirei os remédios da mesinha ao lado da cama a procura de algum analgésico. Ele olhou pro meu rosto por um longo momento. Aí, com algum esforço, ele rearrumou a sua expressão em um sorriso levemente zombeteiro. – Não eu estou bem! Um pouco chapado. O Dr. Presa não tem certeza de quanta medicação eu preciso, então ele está na base da tentativa e erro. Eu acho que ele se excedeu.- Ele me olhou novamente sério. –É, eu meio que pensei que você estaria brava comigo.- Ele suspirou. –Estava esperando pela bronca.- Ele fez cara de criança que sabe que fez arte. Eu suspirei aliviada –Ah Jake, você sabe que eu não estou brava com você.- Murmurei. Eu realmente não estava brava, Jacob não tinha culpa dos sentimentos dele. –É que eu fui um idiota!-. Ele disse sério. –Mas com isso eu já estou acostumada.- Ele riu. O humor torto desapareceu do rosto dele, e os olhos dele se aqueceram. A testa dele enrugou, preocupado. – Sério . Eu sei que te magoei de novo.- Ele passou a mão no meu rosto. – Eu só queria que você tivesse me avisado, fiquei preocupada. –É, isso era o certo.- Ele pensou por um instante depois abriu um pequeno sorriso. –Acho que queria adiar a bronca. – E depois achou outro jeito para isso.- Apontei os seus ferimentos. Ele riu novamente, mas logo ficou sério de novo e começou a desenhar as linhas do meu rosto com o polegar. Eu ofeguei com o toque. Ele trocou seu peso, jogando a sua perna boa pra fora da cama como se ele fosse tentar ficar de pé. –O que você está fazendo?- eu perguntei arregalando os olhos. –Deite, seu idiota, você vai se machucar! eu pulei pra ficar de pé e empurrei o ombro dele com as duas mãos. Ele se rendeu, se encostando de novo com um gemido de dor, mas ele agarrou a minha cintura e me puxou de volta para a cama, contra o lado bom dele. –Vem aqui– Ele me puxou para mais perto. Eu fazia esforço para me apoiar na cama e não tocar em nada quebrado. – Não Jake, você está todo machucado! –Você não vai me negar um beijo, vai? –Você é um monstro, sabia?- Falei me inclinando sobre ele o mais devagar possível. O beijo começou calmo, mas Jacob aumentou a intensidade forçando meus lábios a abrirem passagem para que sua língua quente invadisse a minha boca. Sua mão boa foi para a minha nuca me puxando para mais perto. Respirei fundo e tentei aliviar o beijo. Jacob não deixou. Ele apertou mais sua mão na minha nuca. Para o meu total desespero, ele se inclinou na minha direção e daí gemeu de dor. Eu me afastei dele apavorada. –Jake, Jake! Me desculpe!- senti meus olhos encherem de lágrimas. Seu rosto contorcido pela dor aliviou e um sorriso enorme se abriu em seu rosto. –Eu não desculpo! Não mandei você parar!- ele disse rindo. –Cala boca, Jake! Para com besteira! E vê se fica quieto, você quer ficar todo torto? Ele fingiu pensar por um instante. –Acho que vale o preço! –E eu acho que você tem que dormir! Já tá falando besteiras!- sentei do lado da cama e comecei a pentear seus cabelos curtos com as pontas dos dedos. Ele fechou os olhos, aos pouco seu rosto foi suavizando e relaxou caindo em sono profundo. –Billy, você comeu alguma coisa decente hoje?- Perguntei a ele enquanto abria as portas dos armários da cozinha, a procura de algo que poderia se transformar em um jantar. –Não, mas não se preocupe com isso querida! Sue trouxe peixe frito, eu esquento depois. –Deixa que eu faço isso para você, Billy! Eu vou aproveitar e fazer uma sopa para quando Jake acordar! –Você está nos mimando demais, ! Vamos ficar mal acostumados! –Você dois são tão lindos que é impossível não mimar.- Billy riu da minha piada sem graça. Uma caminhonete roncou alto parando na frente da casa de Billy, que me lançou um olhar sério antes de ir abrir a porta. De cara eu imaginei quem seria. Uma batida baixinha soou na porta. –Entre, Bella–, Billy disse. Bella entrou sem jeito. –Hey, Billy. Ele está acordado?- ela perguntou, foi quando subiu o olhar e me viu ficando sem jeito. Hm, será que ela sabia que eu era? –Ele ainda está dormindo, Bella.- respondeu Billy cuidadosamente. Bella fazia parte da vida de Jacob, ou eu aceitava isso ou quem deveria se afastar dele. Quais das duas opções iria seguir, eu ainda não havia decidido. –Olá Bella. – cumprimentei por educação. Ela arregalou os olhos ainda hesitando na porta. –Oh! Olá!- respondeu. –Bella, acho que você ainda não conhece a , a namorada de Jake!- Billy me apresentou, me fazendo corar. Como ela não dizia nada, eu sorri e larguei o pano de prato que segurava na mesa. –Sente Bella, daqui a pouco ele deve estar acordando!- ela sentou em um canto do sofá, totalmente sem jeito. Sorri e fui para cozinha esperar a comida ficar pronta. Fazer sala estava além do que meu autocontrole permitia. Um chamado agudo, típico das crianças Quileute soou ao longe. –Os garotos estão chegando!- concluí. –––È melhor eu deixar o peixe pra lá e fazer outra coisa. –É melhor eu esconder o peixe, senão não sobra nada!- Billy saiu empurrando sua cadeira em direção a cozinha. Em segundos a pequena sala de Billy foi tomada por oito brutamontes sem camisa seguido por vários “Hey, Billy!”, “E ai, ?””Hmm, comida”, Leah seguia atrás meio que escondida. Só então eles notaram a presença de Bella, quase imóvel encostada no braço do sofá. Todos me encararam ao mesmo tempo. –E aí, vocês estão com fome?- indaguei rindo, tanto da minha pergunta idiota quanto do jeito que eles me olhavam. Todos relaxaram, Quil e Jared entraram na cozinha pegando latinhas de refrigerantes da geladeira e as arremessando para os que estavam na sala. Que eram pegas no ar sem dificuldades. –Não mexe na panela, Quil ou te arranco a mão! Já vai ficar pronto!- ele saiu rindo. –Vocês podem por favor tentar não fazer barulho, Jake está descansando. –Claro!- Paul respondeu depois de soltar um arroto que estremeceu a casa. Levando varias almofadadas na cara. –Hey, vocês me fizeram derrubar refrigerante na minha camisa! –?-Jacob chamou do quarto. –Vocês me pagam por essa!- Falei em geral, mas olhei principalmente para Paul,que engoliu em seco. Espiei pela porta sem fazer barulho, Jacob ainda estava de olhos fechados mas abriu o meu sorriso de sol. –Jake?- ele abriu os olhos, –Como você está se sentindo? –Bem, já nem sinto dor!- ele levantou o braço enfaixado. –Acho que amanhã não vou mais precisar disso!- eu sorri, nessas horas era bom ser um lobisomem. –Jake! A Bella está aqui, ela quer falar com você! Ele pensou por um instante me olhando sério e balançou a cabeça concordando. Sai do quarto fechando a porta atrás de mim. –Bella, ele esta esperando por você. Ela vacilou e respirou fundo. –Obrigada. – me disse. Bella hesitou na porta do quarto de Jacob. Ela abriu a porta entrando devagar fechando a porta atrás de si. O silêncio da sala era imenso, só a respiração de Billy e dos garotos eram ouvidas. Todos me encaravam. Eu entortei um pouco a cabeça, serrando um pouco os olhos para fazer uma cara de brava que eu quase não conseguia manter no rosto por causa da risada que queria escapar. –Agora você fazem silêncio! Bando de vira-lata!- Montes de almofadas bateram na minha cara. Eu ri. –Sério, você vão arrumar isso! –Olha quem já tá mandando na casa!- apontou Collin. Todos riram me fazendo corar. –Billy, a comida tá pronta. Eu vou em casa trocar de roupa e já volto. Só por favor cuida para que esse monte de cachorros esfomeados deixem algo para o Jake.- Falei me virando para ele que ainda ria. –Claro, querida não se preocupe!
Capítulo 33
POV Jake Me ajeitei na cama, sentindo minhas costelas protestarem. Reprimi uma careta de dor. Bella abriu a porta e entrou fechando ela atrás de si. - E aí Bells! – cumprimentei. - Ai Jake! – ela começou a chorar e se ajoelhou ao lado da minha cama. – Eu sinto tanto! - Ah para com isso Bells! Não foi dessa vez que um sanguessuga conseguiu acabar comigo! – sorri. - Eu sei Jake, mas eu fiquei tão assustada! E depois eu achei que você poderia estar bravo comigo. – ela disse em um sussurro. - Bravo com você? Por quê? – eu não tinha idéia do que ela falava. Ela me olhou por um instante a mais. – Pela noticia que te dei sobre o meu casamento com o Edward.- respondeu desviando os olhos. - Bella, não é o casamento o problema, é a escolha de se tornar um deles. Você sabe o que isso vai acarretar, não sabe? Ela levantou os olhos do chão me olhando angustiada. – É só esse o problema, Jake, a minha transformação? - Só? – respondi em tom de deboche revirando os olhos, mas ela me ignorou e continuou. - Jake você cansou de dizer que me amava, agora quer que eu acredite que tudo acabou? – ela disse com a voz embargada. Por mais que me doesse ver a Bella chorando eu não podia deixar de dizer a verdade. – Acho que eu confundi os sentimentos. Você estava certa antes Bella, é como você fizesse parte da minha família. – disse torcendo a boca. – Por isso eu vou sentir muito quando a gente estiver em lados opostos. - Mas Jake eu descobri que te amo! Quer dizer... eu também amo o Edward, mas...- ela desviou os olhos para a janela por um instante. - Eu não posso acreditar que tudo aquilo foi uma mentira. – ela disse sacudindo a cabeça deixando as lágrimas rolarem pelo rosto, depois de algum tempo em silêncio. – Você não pode gostar dela tão rápido. Aquilo já estava me dando nos nervos. – Não foi de uma hora para outra Bella. A é meu Imprinting, só que nós estávamos afastados. Mas foi só ela voltar que o que eu sentia veio a tona novamente.- falei, tentando deixar bem claro os meus sentimentos. -Por isso Bella, eu queria que você desse um tempo de vir aqui, ok? – dizer aquilo me doeu bastante, mas eu tinha que deixar tudo certo com a , e me afastar da Bella era o único jeito. Bella se levantou secando as lágrimas e assentiu, forçou um sorriso e saiu do quarto. (N/A Eu sei que muitas queriam O fora na Bella, mas se eu fizesse isso ia atrapalhar todo o restante da historia. Espero a compreensão de vocês) Fim POV Jacob POV No momento que deixei a casa de Billy, a tensão tomou conta de mim, um bolo em meu estômago começou a se formar. A vontade de dar meia volta e tirar aquela garota de lá era imensa, mas se eu queria que Jacob respeitasse o meu espaço eu tinha que respeitar o dele. Só que toda a minha insegurança vinha a tona quando eles estavam juntos. Minha casa não era nada longe, mas eu corri. Agora eu corria muito mais rápido que um humano normal, mas tinha que controlar minha velocidade em lugares públicos, então cortei caminho pela floresta. Claro que eu corria muito mais rápido em forma de loba, mas como a distância era curta, não valia a pena. Entrei em casa ofegando dando um susto em meu pai que estava sentado na mesa com um prato de macarrão instantâneo na frente. Pobre pai!! Algum problema com Jake?- ele falou sobressaltado. –Não pai, ele está bem! Só vim tomar um banho e trocar de roupa!-andei até o seu lado passando as mãos pelos seus ombros. –Pai, desculpe por isso!- apontei para o prato em cima da mesa. –Não se preocupe comigo! Vou jantar na casa de Sue com Charlie! Só estou me precavendo caso os garotos apareçam. Você tem mais com o que se preocupar! Voei pelas escadas gritando de lá de cima, afinal meu pai não tinha super-audição-de lobo. –Pai,posso levar a caminhonete? Os garotos estão lá e a casa de Billy está quase sem suprimentos! –Claro! Eu não ia usar ela mesmo!- ele respondeu num tom mais baixo que o meu sabendo que eu ouviria. Agradeci o fato de que tudo em La Push era pertinho e a casa dos Clearwater, não eram 5 minutos da minha. –E se os garotos estão abastecidos, significa que eu não preciso me preocupar com o jantar! Tomei um banho e me vesti em menos de dez minutos. Eu estava ficando boa nessa coisa de velocidade. Corri escada abaixo. –Pode deixar pai, eu só deixo eles saírem de lá quando estiverem completamente satisfeitos!- Dei um beijo em sua cabeça e sai correndo parando só para pegar as chaves da caminhonete. Quando cheguei na casa de Billy, os garotos estavam vendo um jogo na pequena TV, distribuídos pela sala, alguns sentados no chão, outros no sofá, todos com um prato nas mãos jantando. Sam, Leah e Jared já haviam ido embora. Billy era o único sentado a mesa, também jantando. Já estava anoitecendo e as nuvens carregadas cobriam o céu. Olhei para a porta do quarto. –Ela ainda está lá.- Billy respondeu à minha pergunta muda. Me sentei ao lado dele à mesa. O estranho bolo em meu estômago estava maior e agora dava pinotes como se tivesse vida própria. Alguns minutos depois, Bella sai do quarto chorando passando por nós sem ao menos olhar e saindo para fora, deixando todo mundo com os olhos arregalados. Levantei correndo em direção ao quarto. Abri a porta com um empurrão forte. – Jake?- Jake ainda estava deitado com o braço bom no rosto. –Jake o que houve?- insisti. Ele tirou o braço do rosto me encarando sério, suas sobrancelhas juntas, os olhos escuros tristes. Billy havia vindo atrás de mim mas depois de se verificar que o filho estava bem, deu ré na cadeira e saiu nos deixando a sós. Ele era muito perceptivo. Eu entrei fechando a porta atrás de mim. Dei um passo em sua direção e me ajoelhei ao seu lado. Como ele não respondia eu continuei –Algum problema? Ele passou a mão no meu cabelo e suspirou. –Bella disse que me ama!- Minha respiração parou! Uma dor aguda atravessou meu peito como se aquelas palavras fossem uma faca me apunhalando. Ah, então era isso que o deixou tão abalado. Me levantei e acabei dando um passo para trás involuntariamente. Agora ele termina tudo comigo. Pensei. –Mas e o Edward?- Consegui colocar para fora, nem uma tentativa fraca de impedir que isso acontecesse. –Ela disse que ama nós dois!- Ele falou devagar me observando. Claro que ela amava os dois. Respirei fundo. Se eu não tivesse tão abalada teria rido debochando dessa situação toda. – Ah! Entendi. – resmunguei dando mais um passo para trás. –Mas , acabou!- Ele interrompeu meus pensamentos.-Ela vai se casar com ele!-. Ele disse sorrindo como se fosse uma coisa boa para nós, mas eu via a dor escondida em seus olhos. –Eu sinto muito!- falei. Jacob estava ligado demais a Bella. Tinha sido idiotice minha acreditar que conseguiria diminuir a intensidade daquela relação. Eu podia estar louca, mas realmente no fundo eu sentia muito por Jacob estar sofrendo. Seria isso por causa do Imprinting? Colocar a outra pessoa a cima de seus próprios sentimentos? –Não !- Jake pareceu não entender minha reação. –Eu que disse a ela que eu não ia mais te machucar e que eu não queria mais que ela viesse aqui, e ela estava livre para se casar com ele! Eu ouvi direito? Jacob dispensou Bella para ficar comigo? Eu já estava abrindo um sorriso mas algo não deixou. Eu parei. Não eu não entendi direito, ele estava deixando ela livre por consideração a mim! Mas ELE estava sofrendo! Uma pessoa normal estaria pulando e fazendo a dancinha da vitória nessa hora. Uma pessoa NORMAL! Mas o que eu sentia por Jake não era longe do normal, era muito mais do que amor. Eu nunca ficaria feliz, não com a tristeza de Jacob! Juntei minhas forças e me obriguei a colocar para fora, mas mesmo assim a pergunta saiu fraca. –Jake, você tem certeza que isso é o melhor? Ele estava atônito me olhando. –Como é que é?- ele soltou entredentes. Eu me afastei mais encostando minhas costas na parede. –Eu só acho que você tem que ter certeza das escolhas que faz! –Eu sabia! Mas eu sou um idiota mesmo! Desta vez quem ficou sem entender fui eu. –Do que você está falando?- perguntei. –Estou falando de você!- ele falou e uma mascara amarga tomou conta do seu rosto. –Você disse que eu colocava empecilhos no nosso namoro, mas quando eu tento tirar todas as barreiras você foge. - Jacob atirou as palavras em mim. Ele se sentou na cama, os machucados já não doíam tanto. Minha cabeça rodava. Do que diabos ele falava? Será que não tava na cara que eu o queria? Depois de tudo que eu fiz por ele! Meu gênio de loba começou tomar conta e eu tive que me controlar respirando fundo. –Jake, eu só acho a Bella ainda é muito importante para você! –O que você é? Masoquista? Desde quando virou mártir, Ane? Acha que eu não vejo o seu joguinho?- Ele disse com sarcasmo. –Claro, é um ótimo jeito de se livrar de mim, me empurrando pra ela!- ele estava transtornado, mas mantinha o tom frio na fala. –Era bom de mais pra ser verdade, mesmo! O que é, cansou? Pronto era a gota d’água. Minha avalanche de raiva saiu pela minha boca desgovernadamente. –ARG! Você é um imbecil! Cachorro idiota! Você tá cego! Não vê um palmo diante desse teu focinho! Mas eu cansei mesmo! Cansei de tentar abrir teus olhos!- sai correndo pela porta, saindo da casa, deixando Billy e os garotos para trás. Claro que eles tinham ouvido toda a discussão. Eu abri a porta da velha caminhonete aos pedaços de John, quando ouvi os passos de Jake se aproximando. Levantei os olhos para encontrar Jacob caminhando devagar segurando o braço com a tipóia. –O que você está fazendo? Será que você bateu a cabeça na luta, Jacob? Acho melhor pedir para Carlisle dar uma boa olhada, porque deve ter alguma coisa de muito errada ai dentro!- falei ironicamente. –Volta pra dentro! Eu não consigo acreditar nisso! - Ele parou e eu lancei um olhar feroz para ele, antes de entrar na caminhonete. Eu tinha que me concentrar, então respirei fundo esperando minha irritação diminuir. Eu não queria explodir em loba ali dentro e mandar a caminhonete pelos ares. Encostei a cabeça na direção, batendo nela algumas vezes. Esperei até que os tremores diminuíssem um pouco para poder fechar a porta sem arrancá-la. - Quer esperar ? – Jacob chamou me fazendo olhar para cima.Ele deu a volta e entrou no carro, ainda mancando um pouco. Mesmo todo estropiado como estava ele ainda era muito mais ágil que eu e fechou a porta sem fazer barulho algum. –O que você quer? Além do fato de aumentar seus ferimentos, claro. – Jacob rolou os olhos. Apertei a direção para diminuir os tremores que recomeçavam de novo. –A gente precisa terminar a conversa. - ele disse, finalmente, sua voz estava mais calma. –Pode falar.- falei olhando diretamente para frente. –Ah, qual é!- sua voz era impaciente, e ele se mexeu nervoso no carro. –Sabe qual é o problema todo? Você não confia em mim!- Desviei os olhos para ele. Ele estava certo. As lágrimas enchiam meus olhos. Jacob bufou. –Eu sei que faço burrada , mas é sincero quando eu te digo que te amo. Só não entendo porque você não acredita em mim. Olha, eu só quero que você seja sincera comigo, ok? Sem se preocupar em me chatear nem nada. - O problema não é com que você diz, Jake. É como você age! – baixei os olhos para minhas mãos. -Eu ainda acho que você gosta da Bella. – falei baixinho. Ele atirou a cabeça para trás frustrado – ARG! – ele grunhiu.- Eu estou cansado de tanta desconfiança. A raiva novamente tomou conta de mim. – E eu estou cansada de fazer parte disso! - Rá! Eu vi na hora que você tinha cansado de mim. – ele disse rindo sem humor. – Isso tudo é uma desculpa não é? Porque eu finalmente fiz algo que eu achei que você queria e você age desse jeito! – ele apontou. - Vai à merda, Jacob!- xinguei, me ajeitando no banco de novo e pronta para girar a chave na ignição. –Sai que eu quero ir embora! –Você vai fugir de mim?- ele disse nervoso. Seu tom de voz estava alterado novamente. –É isso deve ser um erro mesmo, nós nunca vamos nos entender!- ele fechou os olhos tentando se controlar antes que os seus tremores partisse a caminhonete em pedaços. Cravando uma faca em meu peito. Eu me irritei de novo e explodi. – Não enquanto você estiver apaixonado por outra. –eu ri e continuei –Você sempre foi mesmo quando estava comigo. - Agora que ele tinha aberto as comportas eu não iria mais parar até ter despejado tudo. –Jake você nunca perde uma oportunidade pra correr abanando o rabo atrás dela.- Jacob não respondeu, só sacudia a cabeça de um lado para outro com o maxilar flexionado. A faca continuava cravada em meu peito aumentando mais e mais a ferida. De repente a dor ficou insuportável. Eu abri a porta do carro e sai para a escuridão da noite. Eu já estava correndo antes de chegar às árvores, jogando minhas roupas atrás de mim. Eu não precisei nem me concentrar. Em um espasmo meu corpo explodiu. Agora eu tinha quatro pernas, e eu estava voando. As árvores eram um borrão se transformando em um mar negro ao meu redor. Eu cravava as patas no chão para aumentar mais a velocidade.
Capítulo 34
POV Jacob Black Eu sai da caminhonete dela arrastando minha perna, que já nem doía mais mas estava amarrada até a virilha impedindo os movimentos. Sentei na varanda de casa para tentar absorver toda aquela situação. A chuva caia forte e molhava meu rosto, mas eu não me importava. As palavras da remoendo meu cérebro, me devam vontade de gritar. Era ridículo. Toda a desconfiança.Só causando dor e mais dor em nós dois. Será que era tão difícil acreditar que eu a amava? Ela só podia ter merda na cabeça. Jake você nunca perde uma oportunidade pra correr abanando o rabo atrás dela! Será que ela não entendia que o dever da nossa espécie era a proteção!! Eu tinha prometido a Bella que ficaria do lado dela até quando ela precisasse. Bem que eu desconfiei desde o inicio que alguma coisa ia dar errada. Era perfeito demais. Uma luz na escuridão. Um alívio para a dor. Cara só comigo mesmo pra um imprinting dar tão errado! Um imprinting que ela nem aceita!! – Reprimi um grito! Leah chegou por trás e se sentou em uma cadeira no escuro. –Jacob, você acha que isso vai demorar muito mais?- Leah quis saber. Impaciente. Chata Os meu dentes trincaram. Como todo mundo no bando, Leah sabia de tudo. Ela sabia por que eu estava aqui e ela tinha que entender que eu queria ficar sozinho! Só ficar sozinho! Mas mesmo assim, Leah estava forçando a companhia dela a mim. Além de estar loucamente chateado, eu me senti presumido por um breve segundo. Porque eu nem sequer tive que pensar em controlar o meu pensamento. Era fácil agora, só uma coisa que eu fazia, natural. A neblina vermelha não cobria mais os meus olhos. O calor não descia pela minha espinha. A minha voz estava calma enquanto eu respondia. –Pule de um penhasco, Leah. –Sério, guri – Ela me ignorou, se jogando para trás na cadeira. –Você não faz idéia do quanto isso é duro pra mim. –Pra você?- Eu levei um minuto pra acreditar que ela estava falando sério. –Você tem que ser a pessoa mais auto-centrada do mundo, Leah. Eu odiaria destruir o mundo de sonhos onde você vive - aquele onde o sol orbita no lugar onde você está - então eu não vou dizer o quanto eu ligo pouco pra qual seja o seu problema.-Vá embora da minha casa! –Só olhe pra isso pela minha perspectiva por um segundo, tudo bem?- ela continuou como se eu não tivesse dito nada. Se ela estava tentando acabar mais ainda com o meu humor, estava conseguindo. Eu comecei a rir. Esse som doeu de maneiras estranhas. –Pare de roncar e preste atenção–, ela disparou. –Se eu fingir que presto atenção, você vai embora?- eu perguntei, olhando para a cicatriz permanente no rosto dela. Eu não tinha mais certeza se ela tinha outras expressões. Eu me lembrei dos tempos atrás quando eu costumava pensar que Leah era bonita, talvez até linda. Isso foi a um longo tempo atrás. Agora ninguém mais pensava assim. Exceto Sam. Ele nunca ia se perdoar. Como se fosse culpa dele que ela se tornou essa louca amarga. A careta dela esquentou, como se ela pudesse adivinhar o que eu estava pensando. Provavelmente podia. –Isso está me deixando doente, Jacob. –Eu me importo? –Eu não agüento mais estar na sua cabeça! Tá tudo tão claro e você não vê? Chega a ser agoniante! Eu achava que você era burro com toda aquela paixão por aquela amante de sanguessuga, mas agora cara você se superou! A garota te ama. Você ama a garota, e fica ai os dois brigando por nada? Aquela Bella Swan te fez tão mal que você vai negar a felicidade? A promessa que você fez não vale mais! A Bella vai se casar com aquela coisa. Ele vai transformá-la em uma deles! É hora de seguir em frente, garoto. E a chance taí. Você mesmo já viu só não quer dar o braço a torcer. Eu virei meu rosto para poder encará-la, queria poder atirar alguma coisa nela, mas ela estava certa. Eu estava perdendo a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Meus ombros despencaram e eu me virei de novo para frente. Ela tinha razão, mas eu nunca admitiria isso em voz alta, não pra ela. –Pense nisso!- ela disse rindo e correu para as árvores.
Capítulo 35
POV Eu não conseguia dormir. Me virava de um lado para outro. Como eu havia sido estúpida! Brigar com Jake por algo que ele tinha feito por mim! Suspirei e levantei da cama, não iria conseguir ficar mais nem um segundo dentro daquele quarto. Troquei de roupa rapidamente, decidida a dar uma volta na praia, mesmo que fossem apenas 4AM. Mais umas horas e deveria amanhecer. Desci as escadas de dois em dois, não havia nem um sinal de Lobo que devia estar dormindo no quarto com meu pai.
(N/A Só pra ter uma idéia de como o lobo cresceu) Abri a porta e joguei a cabeça um pouco para trás deixando o ar frio me atingir. Respirei fundo. Tentei não olhar para a caminhonete de meu pai estacionada na lateral da casa, que algum dos garotos deveria ter trazido mais cedo, ela não me trazia boas lembranças. Mas quando eu estava quase começando a correr em direção a praia, vi pela minha visão periférica que algo se moveu lá dentro. Congelei. Olhei melhor tentando focalizar o que poderia estar ali e vi que era um dos garotos. Ué! Que diabos... minhas pernas pararam, meu coração disparou. Merda! Meu coração sempre me denuncia! Jacob abriu a porta da caminhonete e saiu num movimento rápido e elegante, fazendo com que eu perdesse o fôlego. –Posso te acompanhar?- ele falou ainda ao lado da porta da caminhonete. Sua voz rouca e baixa. Lindo! A única coisa que consegui fazer foi balançar a cabeça concordando, deslumbrada do jeito que estava. Ele caminhou lentamente, sempre sério me encarando como se calculasse cada passo. Eu ainda não tinha mexido um músculo, tentando a todo custo resistir ao impulso de agarrá-lo e enterrar minha boca na dele. Ele estava somente com uma blusa regata branca, uma bermuda e um tênis, mas mesmo assim era a coisa mais linda que eu já tinha visto. Ele parou na minha frente ainda me olhando nos olhos. –Vamos? –A onde?- perguntei completamente desligada do mundo. Ele sorriu levemente. –A onde você ia. –Ah! A onde eu ia!- repeti a resposta dele como uma tapada. A onde eu ia? Eu nem sabia mais a onde eu ia! –Então?- ele parecia se divertir com a minha desorientação. –Eu só ia dar uma volta! Na praia. –Ótimo!- ele respondeu, agora sorrindo. Caminhamos em silêncio, lado a lado pela trilha que levava a praia. De vez enquando o caminho se estreitava e nossos braços se tocavam. Fogos-de-artificio explodiam em minha cabeça. Eu achava que era impossível amar mais Jacob, mas estava enganada. O sentimento que sentia por ele crescia cada vez mais. Como isso era possível? Passamos as últimas árvores e chegamos a praia. Tirei os tênis para encostar os pés na areia fria ele fez o mesmo. O lugar todo estava escuro, somente a espuma das ondas quebrando na orla, brilhavam na noite. O vento castigava meus cabelos. O silêncio estava me angustiando, mas eu não queria ser a primeira a começar a falar. Foi quando ele deu um passo a frente e colocou a mão nas minhas costas, mal tocando a minha blusa. Aquilo não me agradou. Ele estava evitando tocar em mim. Toda a minha insegurança tomou conta novamente. Com a outra mão ele indicou um tronco deitado na areia. Me sentei nele olhando para o mar. Ele se sentou na areia ao meu lado, Eu conseguia sentir o calor irradiando de seu corpo me fazendo tontear. Depois de um tempo ele suspirou alto e começou. –Será que um dia você vai voltar a falar comigo de novo? –Jacob, eu...- ele olhou pra cima e eu olhei para a areia aos meus pés –... eu quero te pedir desculpas. Eu fui uma idiota.- *suspiro* –Posso saber o porque é tão difícil você confiar em mim?-ele disse fazendo meus olhos se encherem de lágrimas. Ele se virou em minha direção pegando a minha mão que estava em cima do tronco. – , olha pra mim!- eu virei os olhos para encontrar os dele – Eu te amo! Eu sempre te amei! Desculpa por ter demorado tanto para te falar, mas... confia em mim! As lágrimas rolaram dos meus olhos. Assenti. Ele me puxou para o chão junto a ele, me envolvendo com seus enormes braços. Enterrei minha cabeça na curvatura do seu pescoço, sentindo sua respiração na minha orelha, seu cheiro amadeirado me embriagando. - Eu te amo tanto, Jake! Eu não quero mais brigar! - Nem eu! – ele sussurrou no meu ouvido me prendendo mais em seu abraço. Jake me puxou me fazendo sentar sobre ele. Ele sorriu colocando uma mexa do meu cabelo para trás da minha orelha. Fechei os olhos quando sua boca encostou na minha pálpebra, descendo os lábios pelo meu rosto até o canto da minha boca, me fazendo arrepiar. Colocou uma mão em minha nuca quando seus lábios alcançaram os meus.. Senti meu coração bater acelerado os meus ouvidos. Levei minhas mãos até sua nuca, prendendo os meus dedos em seus cabelos. Sua língua encontrou a minha fazendo as borboletas que já se debatiam em meu estômago quase levantar vôo. Jake se afastou por um instante, só o suficiente para retirar a camiseta. Logo voltou a beijar minha boca, descendo pelo meu pescoço, me lambendo deixando um rastro de fogo por onde seus lábios passavam. –Senti sua falta!- falei tentando recuperar o fôlego. –Eu nunca mais vou deixar você ficar longe de mim, . É insuportável! Jake levou suas mãos até a barra da minha blusa, e começou a puxá-la devagar. Só então vi a claridade despontando no horizonte e o detive com as minhas mãos. Jacob estranhou minha negativa, daí acompanhou meu olhar. –Já é dia!- falei voltando a olhar para Jake, que entendeu que logo não estaríamos mais sozinhos. –Vamos para sua casa?- ele me perguntou com a voz rouca e baixa e eu assenti. Em um movimento rápido, Jake levantou me erguendo junto com ele e me pondo de pé. Ele se inclinou e me pegou nos braços e me aninhou em seu peito. Jacob me carregou todo o caminho de volta como se eu não pesasse nada. Eu sempre fui magra, mas nos últimos meses eu tinha adquirido mais musculatura. Claro que eu nunca seria grande, já que no bando eu era a menor loba. Isso me fazia ser menor até que Leah. Mas Jacob não parecia se importar com isso. Seu ritmo era constante e a respiração regulada. Ele só diminuía a velocidade quando nos beijávamos, o que aconteceu várias vezes. –Eu entro pela janela!- ele me disse me soltando no gramado a alguns metros de casa. Mas a conversa com meu pai surgiu na minha mente. Droga! Que hora pra ter boa memória! –Não Jake! Não vai dar! Ele me olhou sério por um segundo, suas sobrancelhas juntas. –Por quê? –Meu pai! –Daqui a pouco ele já deve estar saindo para pescaria de domingo. E até lá..- ele levantou a mão para por no meu rosto –... a gente faz silêncio.- Ele disse sorrindo. –Não, não é isso Jake. –O que é então? –Meu pai já sabe que você já dormiu aqui, Jake. Ele ouviu os teus roncos.- Eu disse rindo. –O problema é...- Como eu iria falar sobre a estúpida condição do meu pai, sem parecer que estou forçando a barra? Sério eu me meto em cada uma! –É idéia dele, ok? Eu não tenho nada haver com isso. Você não tem obrigação de nada! Ele torceu a boca, impaciente com a minha enrolação. –! Confiança, se lembra? Confiança. –Ele só permite que você passe a noite aqui depois que a gente oficializar a relação!- coloquei pra fora num sopro rápido e então continuei. –Mas como isso ainda vai demorar muito eu...- Ele me interrompeu com um beijo que me pegou de surpresa. –Bom, eu planejei fazer isso de um jeito diferente, mas...- deu de ombros e colocou a mão no bolso de trás da bermuda, tirando de lá um saquinho de um tecido aveludado e marrom, o segurando bem na frente do meu rosto. –O que é?- perguntei curiosa, mas não me atrevendo a tocar. Como eu não pegava o embrulho, ele rolou os olhos, desamarrou os barbantes que fechavam o tecido e despejou na sua mão o conteúdo que eu não pude ver, porque ele fechou os dedos logo em seguida. Eu o olhei incrédula. –Você não vai me mostrar? Sorrindo como só ele sabe, Jake segurou minha mão levantando meu braço e colocando uma pulseira de couro trançado, totalmente trabalhada com lindas pedras minúsculas ao lado da outra que ele havia me dado. –É linda! –Ela significa compromisso, tipo um anel de noivado. É uma tradição Quileute antiga.- Ele falou sem jeito. Eu arregalei os olhos tentando absorver aquilo. Eu entendi bem? Ele estava me pedindo em noivado? Ele suspirou e continuou. –Eu ensaiei várias vezes o que eu iria dizer, mas como com você tudo é tão espontâneo... - seus olhos acharam os meus e a intensidade deles me fizeram piscar. –, você a aceita?- ele sacudiu a cabeça. –Não eu posso fazer isso melhor. Deixa eu começar de novo. –Jake é claro que eu aceito! Que pergunta imbecil! –É, eu acho que nós dois não somos bons nisso. - Ele falou rindo me pegando pela cintura para depois encostar sua boca na minha. Abri a porta de casa, encontrando meu pai sentado na mesa tomando seu ralo café da manhã. –Oi pai! –Olá garota! Não estava em casa? –É sai para dar uma caminhada na praia! - falei mostrando meus tênis cheios de areia, que carregava nas mãos. –Vai pescar hoje?- Perguntei como se eu já não soubesse dos planos de Billy, indo para cozinha preparar três sanduíches gigantes que óbvio não eram para mim. –Sim, com toda a confusão de ontem... - Ele entortou a boca com a lembrança. –... Billy e Charlie não pescaram nada, então...” Deixei os sanduíches escondidos em baixo de um pano de prato, em cima da bancada onde eu poderia pega-los na passagem sem chamar muita atenção. Dei um beijo na testa de John - Então boa pescaria. Vou deitar mais um pouco.- Ele puxou meu braço, olhando a pulseira que Jake me dera abrindo um sorriso. –Ora,temos novidades! Estou feliz por vocês, garota! Jacob é um ótimo rapaz. Que bom que se acertaram!- ele me puxou para um abraço sem jeito. –Já marcaram a data? –Pai! Não sabia que queria tanto se livrar de mim assim! Não tem data nenhuma, é só que firmamos um compromisso! –Só quero sua felicidade, filha! Você acha que não percebi o que tinha acontecido com vocês dois?- Tinha esquecido como meu pai era perceptivo. –Bom, já estou indo!- Ele falou enquanto eu subia as escadas, o mais devagar que conseguia para disfarçar a minha pressa em ver Jacob novamente. –Tchau, pai! –Tchau, !- e um pouco mais alto falou, - E Tchau, Jacob!- Eu paralisei no degrau e meu pai soltou uma gargalhada fechando a porta. Fechei a porta do meu quarto atrás de mim e Jake ainda estava rindo deitado em minha cama. –Queria ter visto a tua cara!- ele disse no meio da risada. –Eu disse que John gostava de mim!- Mostrei a língua para ele e lhe entreguei o prato me sentando ao seu lado. –Comida! Não está com fome?- ele perguntou dando uma dentada no sanduíche em que ele segurava com uma mão só. –Ainda não!- Respondi. Segurei a sua mão livre e vi que Jake usava uma pulseira igual a minha. Então eu percebi que ele ainda tinha vários hematomas que subiam pelo seu braço e desciam por suas costelas. –Dói?- perguntei passando minha mão livre pelo seu enorme braço bem de leve. –Não!- ele respondeu rápido demais. Fingi que acreditei, e me deitei de bruços ao seu lado esquerdo, observando ele comer. –!–levantei os olhos para poder encará-lo. Apoiando minha cabeça nas mãos. Ele já estava terminando o segundo sanduíche. –Hmm? –Você nunca me contou direito sobre o Brasil! –Eu prefiro te mostrar.- Eu respondi sorrindo. –Mais tarde? –Claro! Ele engoliu o restante do sanduiche, me olhou nos olhos, seu rosto estava sério e pareceu pensar por alguns segundos. Ele largou o prato ao lado da cama e deitou, me puxando para seu peito. - Já te agradeci por salvar a minha vida?- ele perguntou,sua respiração nos meus cabelos. Estremeci com a lembrança. –Não tem o que agradecer amor, eu sempre vou te proteger!- brinquei tentando aliviar o assunto. Ele riu da minha resposta. –Sabe , quando Bella apareceu, – ele disse novamente sério –eu já tinha me decidido, ela veio falar que estava dividida, mas que iria casar com ele. Eu disse que ela podia ficar com ele, que eu não ia mais atrapalhar e que não era justo o que eu estava fazendo com você. Mas eu decidi aquilo porque já te amava. E a sua reação... bem não foi nada do que eu esperava. - Desculpe por isso! - Eu cheguei a achar que você não me amava mais. Achei que era tarde demais que eu tinha te perdido. Quando eu entrei no carro, foi pra você não ir embora, eu não iria agüentar te ver me deixar de novo!- ele enxugou as lágrimas que eu nem percebi que escorriam pelo meu rosto e continuou – Daí veio a Leah e com todo aquele jeitinho carinhoso dela,– ele disse ironicamente. –me fez ver que eu era realmente um idiota se te deixasse escapar. E eu entrei em casa para arrancar aquela porcaria de tipóia e aquele monte de faixa. O velho Billy ficou biruta, disse que ia chamar o Sam pra me amarrar em uma árvore, mas ai eu disse que estava indo atrás de você e ele correu para pegar uma tesoura pra me ajudar. Ele é louco por você! E eu também! –Eu também sou louca por vocês dois!- ele me beijou e continuou. –Eu me transformei, doeu um pouco no inicio, mas eu nem ligava, Sai correndo atrás de você e Sam me disse que você já tinha voltado, que estava em casa. Ele me convenceu a dar um tempo, esperar até o dia seguinte, ele tinha medo que a gente brigasse mais. Quil ficou tão contente quando viu que eu já queria fazer as pazes que se convidou para padrinho. E isso vai ser um problema com o resto dos garotos- O que??? Ele estava falando em casamento?? Eu sentia meu coração bater nas minhas costelas. –Eu não agüentei esperar, então arranjei a desculpa de devolver a caminhonete, eu fiquei no escuro ensaiando o que te dizer, como fazer pra você me escutar, eu ia esperar amanhecer pra você acordar. Mas você me surpreendeu de novo saindo de madrugada. Linda! Eu já não sabia mais o que dizer, tudo o que eu ensaiei parecia muito idiota. Eu só sabia que te amava e que nem que eu me ajoelhasse você ia ter que me escutar. Mas pelo menos você não me correu dali... Tudo em você é perfeito e na hora exata! Eu já tinha a pulseira guardada há algum tempo e então achei que era a hora quando vi que você também queria! Eu te amo tanto! Eu nunca mais vou deixar de te dizer isso! - Eu também te amo, Jake! Mais do que qualquer coisa na minha vida! Ele me ajeitou na cama fazendo com que meus cachos se espalhassem pelo travesseiro, se inclinou sobre mim me beijando com mais tranqüilidade. Seus beijos foram descendo pelo meu pescoço. De repente ele parou e eu abri os olhos espantada. Ele tinha um olhar e um sorriso de criança travessa, colocou as mãos nas laterais da minha blusa rasgando ela em pedaços. –Jake, era minha preferida. – Eu disse rindo. Do mesmo jeito ele rasgou as minhas calças atirando no chão do quarto. –Você é um lobo mau!– eu apontei sorrindo. – Você não viu nada ainda! – seus olhos ardiam de desejo e eu vi qual era a sua intenção. – Não, Jake! Eu gosto tanto dessa lingerie! – É ela é linda, mas...– rendas voaram pelo quarto – Agora sim! – Ele fez com que eu me virasse de costas e beijou meu pescoço descendo pelo meu ombro. Ele passava as pontas dos dedos pela minha pele, enquanto sua boca percorria a linha da minha coluna. Eu estava em êxtase de desejo. Ele me virou de frente beijando em volta do meu umbigo. Eu passava meus dedos em seus cabelos. As batidas do meu coração nos meus ouvidos. Ele desceu pelo meu ventre beijando aminha tatuagem. Mas eu estava ficando envergonhada demais, nunca alguém tinha me tocado tão intimamente. –Não Jake!– eu falei em um sussurro. Ele levantou os olhos e encontrou os meus assustados. – Confia em mim? –Sim. – eu falei baixinho. Ele baixou a cabeça me beijando, me provando e o prazer foi indescritível. Ele estava me enlouquecendo. Era somente nós dois e nossa paixão enlouquecida, desesperada. Ele subiu novamente e me beijou com intensidade enquanto entrava em mim. Era como se milhões de fogos-de-artifício explodissem dentro do meu quarto. –Você é linda!- ele disse quando nossos olhos se encontraram novamente. Eu me abracei mais a ele, enterrando minhas unhas em seu ombro, ele gemeu em meu ouvido. Nós ficamos abraçados enquanto nossas respirações se acalmavam.
Capítulo 36
Já faziam duas semanas que tínhamos enfrentado os vampiros recém-criados na clareira. Jacob estava sendo obrigado a andar de muletas em público, apesar dos ferimentos a muito terem se curado, já que Charlie, pai de Bella, tinha espalhado a noticia por Forks que ele havia caído de moto. Nosso relacionamento estava melhor que nunca, praticamente morávamos juntos. Um pouco em cada casa, já que eu não achava certo deixar nem Billy, nem John sozinhos. Hoje Jacob havia sido escalado para fazer ronda e eu tinha tirado o dia para arrumar a casa para esperar minha prima Aiyana, que chegaria no dia seguinte. Já tinha terminado toda a arrumação e agora estava só e entediada. –Pai? – meu pai estava sentado em sua cadeira de costume lendo o jornal. – Sim? – Eu preciso da caminhonete para ir a Port Angel, quero comprar algumas roupas novas! – o fato de que Jacob estava reduzindo meu guarda-roupa a praticamente zero era uma informação que eu achava não necessário compartilhar com meu liberal pai. – Precisa de dinheiro? – Não pai, pode deixar! – ter uma mãe ausente tinha alguma vantagem, já que ela tentava compensar a sua falta com um cartão de crédito sem limites que eu quase nunca usava. – A chave está na mesa da cozinha! Não corra demais! –ele disse rindo. – Pode deixar, eu não pretendo voltar a pé.– Eu adorava velocidade, mas o fato da caminhonete de John não atingir mais de 70 km deveria deixar meu pai tranqüilo. Eu odiava aquilo, mas há algum tempo estava tentando usar a consciência culpada de minha mãe para ver se ela me daria um carro de presente de aniversário adiantado. Então toda vez que eu enviava um e-mail para Lilian, contando da minha vida, eu incluía uma reclamação aos atributos físicos do veículo de meu pai. Pelo último e-mail de resposta dela a idéia tinha finalmente brotado em sua cabeça. Então eu também aproveitaria a viagem para dar uma olhada em um anuncio de um Chevy Impala 67. Jacob iria me odiar por deixá-lo fora desta, mas como o carro era pra mim, se eu o levasse junto quem acabaria escolhendo seria ele. – Pai na verdade preciso de uma carona! Se eu precisar depois eu peço para um dos garotos me buscar. – Ok ! Vamos lá então. – meu pai disse atirando o jornal sobre a mesa. Meu carro era lindo com capota elétrica, câmbio automático, amarelo por fora e o interior todo preto. E ele voava! Coloquei a mão no banco lateral procurando minha bolsa no meio das sacolas de roupas novas que havia comprado. Enfiei a mão dentro da bolsa sem tirar os olhos da estrada e tirei meu celular discando o número 1 na discagem rápida. Atenderam no terceiro toque. – Alô? – Oi Billy! ! Onde você anda? – Eu já estou indo pra casa, Billy! – incrível como Billy já me achava parte da família.– Jacob já chegou? – Ainda não, mas você não vai demorar não é? – Estou entrando em La Push. –Ok, então. Até logo! – Até! – Apertei END. Estacionei na frente da porta. Billy olhou pela janela e logo já estava parado na varanda. – Mas que beleza! –Lindo não é, Billy? – Vou poder dar uma voltinha mais tarde? – Mas claro Billy. Será que ele vai gostar? – incrível como tudo na minha vida agora, era entorno de Jacob. Até as roupas que comprara mais cedo eu havia feito pensando no que ele gostaria. Inclusive as dezenas de lingeries. Pena que a vida delas seria tão curta. – Ele vai adorar.Talvez não demonstre no inicio,já que não foi ele que escolheu. Esperei encostada no capô com os braços cruzados sobre o peito, olhando para a floresta onde eu sabia que ele sairia. Jacob saiu logo após, correndo de cabeça baixa. Só de bermuda preta e tênis. Meu coração disparou com a visão, mas eu respirei fundo tentando me concentrar. Ele levantou os olhos, abrindo meu sorriso-de-sol. Eu não resisti e sorri de volta. Ele parecia não ter visto no que eu estava apoiada. Eu dei dois passos em sua direção e ele me ergueu pela cintura me girando no ar, colocando sua boca na minha. Toda a minha corrida para ter o timing perfeito e ele nem repara no carro, só em mim! Isso não me deixou nada triste! – Que saudade, minha menina! – ele me disse quando nossos lábios se desgrudaram. Eu já nem me lembrava mais do carro. – Eu também estava morrendo de saudades. Ele pegou minha mão para me guiar até a casa, quando parou. Os olhos que estavam fixos no carro vieram para mim e para o carro de novo. –O que é isso?– ele perguntou atônito. –Isso! – eu falei fingindo estar irritada – Isso é meu novo bebê! – e alisei o capô reluzente com a mão. – Sério! – Jacob tinha a expressão de uma criança em manhã de Natal! – Amor da minha vida! Quer dar uma voltinha? – Claro! – ele falou estendendo a mão. Eu o encarei tentando não rir. – Nem pensar! O carro é meu e eu dirijo! – Por favor! – ele pediu com carinha do gatinho do Shrek. Quem resiste? – Chantagista! – e a chave foi para a mão dele. oOo Estávamos dentro do meu carro estacionados no acostamento de uma estrada lateral ouvindo música. A vista do pôr-do-sol era deslumbrante, mas eu tinha meu sol particular dentro do carro, e a beleza dele era superior. Eu ouvia meu namorado-amor-da-minha-vida-alma-gêmea falar dos tipos de acessórios que ele iria instalar ali. O jeito que ele falava, com nomes técnicos das peças e tentando ilustrar melhor com gestos, para ver se eu conseguia visualizar o que eu não tinha nem idéia do que era e muito menos pra que serviria, me fazia pensar se eu precisaria de um cromossomo Y para poder entender desse assunto. Mas ele falava tão concentrado e com tanta empolgação que eu ficaria dias ali ouvindo e não iria me importar nem um pouco. – Você me prometeu,se lembra? Me espantei com a pergunta tão fora de contexto e remexi a minha memória pra saber que horas ele trocou de assunto que eu não havia percebido. – O que? – Você prometeu me mostrar o que você sentia desde o Brasil, Se lembra? Eu havia mesmo prometido, mas rezava para que ele tivesse esquecido do assunto. O que pelo visto não fez. – Quando você quiser. – Agora! –Agora?– olhei em volta procurando algum lugar escondido, ou ele achava que ninguém iria reparar em dois lobos enormes ao lado da estrada. Ele ligou o carro, o manobrando para entrar em outra estradinha que descia a lateral da encosta. Andando até que ela virasse uma trilha que seguia floresta adentro. O carro parou. Comecei a enrolar para sair do carro. Não estava com pressa de mostrar como por um bom tempo fui idiota. Ele já havia aberto a minha porta, impaciente. No que fechei a porta ele me pegou pela mão e praticamente me carregou floresta adentro. Vagarosamente comecei a tirar minhas roupas, ele já tinha tirado as dele e se transformado quando eu terminei. Tentava me concentrar para pensar só nos fatos importantes, os embaraçosos eu tentaria editar. Me curvei para frente e já cai nas quatro pastas. Incrível! É, você incrível! Cala boca Jake! Falei sem jeito Eu me aproximei colocando minha cabeça grande em baixo do seu focinho. Comecei lembrando da minha infância feliz em La Push ao lado dele. No dia em fui embora e a última visão que tive foi dele correndo atrás do carro. Quando cheguei em Forks, a felicidade que eu sentia sabendo que eu iria revê-lo. Me lembrei da festa, os garotos me recebendo e eu me sentindo como se finalmente estivesse chegado em casa depois de muito tempo longe, mas a decepção por ele não ter aparecido. Passei para a cena do nosso reencontro, dele dependurado em minha janela. Nosso primeiro beijo. A minha transformação que eu só consegui me controlar porque sentia ele comigo. O beijo na floresta e como foi ruim quando ele me rejeitou. A felicidade de quando ele me pediu em namoro. As conversas de Sam me dizendo que eu estava sendo idiota. A dor de ver ele ao lado de Bella na noite da festa no penhasco. O dia da briga e como eu me segurei para não me atirar nos seus braços. A nossa primeira vez. Em como eu me sentia porque ele não dizia que me amava. Noite do acampamento em que eu esperava que ele me telefonasse e como fiquei vendo a cena dele dentro da barraca pela cabeça de Seth. Eu decidindo que o que importava era a felicidade dele em relação a minha. A luta. Ver ele caído a dor de pensar que o tinha perdido era insuportável. Quando ele acordou e disse o meu nome. Eu achando que não era justo impor que ele e Bella se afastasse e ele duvidando dos meus sentimentos. A raiva e a dor misturados. A briga no carro e como a reação dele me machucou. Como eu não consegui ir para longe dele. A hora em que o vi saindo da caminhonete. A praia, quando ele me disse que me amava e como tudo ficou bem depois. O pedido de noivado meio que forçado. Ele me tocando. A certeza de que ele me amava. A minha felicidade sem limites em que eu estava vivendo agora. Tudo perfeito. Jake roçou seu focinho na minha cabeça e um Eu te amo! forte surgiu na minha mente. Ah por favor! Vocês estão me deixando enjoado A voz de Paul surgiu em nossas cabeças. Ele estava vigiando os limites junto com Jared. Jacob rosnou. Jake se afastou e se transformou colocando as bermudas e eu continuei ali deitada sobre as minhas patas o observando com meus olhos mais aguçados. Ele era mais lindo ainda, se isso era possível. Ele passou a mão sobre meu pêlo prata e eu fechei meus olhos. Absorvendo a minha felicidade. – Você é linda de todos os jeitos! Eu me afastei para poder me transformar. Muito mais leve, agora ele sabia de tudo e tinha visto pelos meus olhos. Me vesti e fomos de mãos dadas até o carro. Cheguei em casa depois de deixar Jacob na porta da casa de Billy, eu ainda tinha que mostrar o meu carro novo para meu pai. Ele estava sentado na mesa de costas para a porta. – Oi pai, quer ver meu carro novo? - perguntei largando as sacolas de roupas recém compradas no sofá. – Claro! Mas antes eu queria te mostrar algo! Sentei na cadeira à sua frente, só assim percebi seu rosto sério. Ele me empurrou um envelope perolado. Não precisei nem olhar para saber do que se tratava. Se eu tinha recebido, provavelmente Billy também. Sai correndo porta a fora, nem pensei no carro, correndo chegaria mais rápido.
Abri a porta sem bater. Jacob estava sentado à mesa com um envelope desdobrado na mão. Billy estava a sua frente e me olhou sério. Jacob não desviou os olhos da mesa. Eu fiquei parada no batente da porta, As mãos dele tremiam e apertavam com força a borda da mesa forçando os nós dos dedos na pele. – Jake, nós só temos essa mesa. – Billy falou. Dei dois passos e pousei suavemente minha mão sobre a mão direita de Jake. Ele olhou as nossas mãos juntas e imediatamente parou de tremer. Devagar soltou a borda da mesa, mas sem tirar a mão de sob a minha, ficou ali encarando nossas mãos por um tempo. De repente ele jogou a cadeira para trás levantando em um pulo saiu, só parando para socar a parede deixando uma marca em forma de circulo irregular. Eu continuei parada sem ação. Não queria forçar minha presença indo atrás dele. Ele deu meia volta rápido, totalmente transtornado. –Vem, ! Eu fui. Corri o alcançando e abracei sua cintura. Jacob enterrou seu rosto nos meus cabelos, seu rosto contraído em agonia. Levantei o rosto de seu peito para olhá-lo nos olhos. Jake estava sofrendo e isso pra mim era insuportável. – Eu fiz de novo, não foi?– falou com seu queixo contraído. Eu não entendi sua pergunta. – Fez o que Jake? – Eu te magoei! Então eu entendi. Ele não sofria pela Bella, ele sofria porque a reação dele com o que quer que estivesse escrito no convite, pudesse ter me magoado. – Não, não Jake! – coloquei minhas mãos no seu rosto contraído – Eu só não posso te ver sofrendo isso me faz mal. Eu estou totalmente segura sobre você. Você não esta me magoando. Ele olhou bem dentro dos meus olhos como se procurasse algo ali que confirmasse o que eu dizia. E com um suspiro aliviado seus lábios tocaram nos meus, primeiro devagar mais depois eles se tornaram mais urgentes. Eu sentia seu gosto na minha língua aumentando a minha respiração. Nós estávamos de pé na varanda de Billy e o barulho das rodas da cadeira se aproximando, fizeram com que a nossa intensidade diminuísse. Nada no mundo me faria me cansar dos beijos de Jacob Black! Nós dois entramos em casa de mãos dadas sob os olhares ansiosos de Billy. Jacob pegou o bilhete da mesa e colocou na minha mão. Eu não tinha certeza se queria ler aquilo, mas ele ainda não estava bem, então eu o fiz. Jacob, Eu estou quebrando as regras ao te mandar isso. Ela está com medo de te magoar, e ela não queria que você se sentisse obrigado de forma alguma. Mas eu sei que, se as coisas tivessem acontecido de outra forma, eu teria gostado de ter a escolha. Eu prometo que tomarei conta dela, Jacob. Obrigado - por ela - por tudo. E C. -Eu me sinto como se estivesse deixando minha irmã ser levada por um assassino. Devolvi o pequeno papel e passei a mão que não estava presa a sua, por sua cintura. – Jake, não precisa se sentir assim!- falei. – Como não, ! E outra, o tratado vai ser rompido, isso significa guerra!- ele disse seco. – O tratado não falava em escolha, Jake. Ela não é uma vítima!- rebati. – Isso não conta!- ele falou irritado – Você atacaria os Cullens, a Bella, Jake?- indaguei. – Eu não tenho escolha, Sam não vai aliviar. Eu estava pisando em campo minado, sabia que isso podia ter uma conseqüência grave, mas eu tinha que continuar. – Pois eu acho que está na hora do líder de fato assumir. – Eu larguei a bomba e esperei a explosão. – Isso não está em discussão! – ele estava furioso de novo. – Mais dia ou menos dia vai ser inevitável! – Billy falou vindo ao meu socorro – Você vai ter que assumir a responsabilidade. Está no seu sangue, Jake! Jacob nos observava com os olhos semi-cerrados, ele estava muito tenso. Se eu não soubesse que Jake tinha auto controle agora, eu podia jurar que ele iria explodir em lobo, ali bem no meio da sala. – Eu vou pra casa.– falei passando a mão no ombro de Billy.– Te vejo mais tarde, Jake! – ele não se mexeu, só seus olhos me acompanhavam. Comecei a correr na escuridão da noite, assim que meus pés tocaram o gramado. Ficar longe de Jacob me fazia mal, mas ele precisava da um tempo. A chuva caia molhando minhas roupas, encharcando meu cabelo, mas eu não me importava, ele precisava esfriar a cabeça e eu também. A chuva me ajudava a fazer isso. Jantei rápido com meu pai, não queria conversar e ele percebeu. Não eram nove horas da noite quando eu subi para o meu quarto. Atirei a sacola de roupas no canto. Coloquei os fones do meu iPod e aumentei o volume. Comecei a me concentrar na música tentando limpar qualquer resquício da discussão com Jacob. Eu já estava totalmente viajando na batida romântica, já estava quase adormecendo quando senti o corpo quente de Jacob se apoiando em cima de mim. Eu tirei os fones dos ouvidos e a musica começou a escapar deles baixinha. Jacob ainda estava sério. Ele colocou a mão no meu rosto, o que fez com que eu fechasse meus olhos por alguns segundos ao sentir o calor de sua mão na minha pele. Seu rosto estava a centímetros do meu, mas não tomou iniciativa, só ficou ali, me olhando. Seu hálito queimando meu rosto me deixando com água na boca. – Estou perdoada? – ele sorriu aproximando mais sua boca na minha, mas continuava somente me olhando. – Jake, para de ser mau! – choraminguei. Ele começou a passar o nariz no meu rosto, seu corpo totalmente em cima do meu me deixando louca. Eu virei à cabeça para o lado deixando mais espaço no meu pescoço. Ele somente passava o rosto descendo pela linha do meu queixo, aspirando meu cheiro. Minha respiração estava ofegante. Mas eu queria mais, mais Jacob. – Jake, por favor! Não me tortura assim!– então ele pousou sua boca na minha devagar. Mas o ritmo do beijo foi aumentando de acordo com as batidas dos nossos corações. Jake se afastou para tirar a camiseta que usava depois deitou de lado me puxando com ele. Uma das suas mãos foi para a minha nuca, entrelaçando os dedos nos meus cabelos. A outra puxava a minha cintura, colando mais os nossos corpos. Ele desceu a boca para meu pescoço, me deixando respirar. – Você está perdoada. – ele falou com a sua voz rouca, contra a minha clavícula. – É, eu percebi. – falei rindo. Ele deslizou a mão da minha cintura por baixo da minha blusa. –Jake, meu pai ainda está acordado!– Ele parou os beijos. Eu só sentia sua respiração ofegante no meu ouvido me deixando mais arrepiada. – Você me deixa louco, sabia?– ele disse me fazendo rir, era bom saber que não era a única a perder a noção quando estávamos juntos. – Jake, você acha que isso vai acalmar algum dia? – Eu duvido muito. – ele disse me dando um beijo na testa. – Mas, os Cullens vão embora em breve e nossas vidas vão voltar ao normal. Nós vamos envelhecer! – a angustia aparecendo na minha voz. – Acho que não precisamos pensar nisso por um tempo! – Ele disse tentando me acalmar. Eu concordei em silêncio, mas alguma coisa me incomodava. Uma dor começou a crescer no meu peito. De repente uma vida toda junto a ele me pareceu pouco tempo. Nós ficamos abraçados, enquanto ouvíamos a tv ligada no andar de baixo. FIM DA PRIMEIRA PARTE

6 comentários:

Ericka Jorge disse...

eu gstei e muito adoro essa fic já lreli ela 3 vezes estou na quarta e acompanho as atts das duas outras versões dela,a que é o ponto de vista do meu lobão,e sole chuva 2, e volto a repedir essa fic é BABADOOO,ADoorooo..Adoro tudo o jeito do jake ao longo dos capítulos,atraves da leitura da p perceber o amadurecimento dele.E fa lem o que quiser mas principalmente adoroooo todos os foras que ele dá na monstrinha e na mosca morta da bella..Puts não sei o que a tia steph viu, p estragar a história assim.Mas adorei em como a any desenrolou a história,sou de opinião que se essa fic e suas continuações virassem livro iriam ser um estouro..porque são muito bem escritas..
Bjins***

layla disse...

Ce ta brincando comigo certo? Como vc termina a fanfic assim?????????????? Mas eu queria deixar claro q acompanho a segunda parte dessa fic, e que vc esta de parabens, a historia é linda e esta demais...

Anônimo disse...

Adorei a história, a forma como nos envolvemos nela é impressionante. Muitos parabéns
Tou desejosa para ler a toda a segunda parte.

Mel disse...

Amei a primeira parte.. partindo pra segunda.. bjoos!!!!

Juliet disse...

oiii ADOGOSTARIA DE SABER QUAL É A CONTINUAÇÃO,ALGUEM ME MANDO O LINK POR FAVOR OU ME DIZ QUAL Q É A PRIMEIRA PARA MIM COMEÇAR A LER..OBG

Estela disse...

Nuiuuu simplesmente tudo perfeitooooooo só arraso, n tenho nem palavras pra descrever o quanto q estou apaixonada por essa história