Forks – Dias atuais
Eu olhava para fora da janela do carro entediada. Verde. Verde. Verde. Pelo menos deveria ter bastante caça nessa cidade. Enrolava uma mexa de meu cabelo nos dedos e acabei suspirando involuntariamente.
Stefan desviou os olhos da estrada me encarando preocupado. – Você vai gostar da cidade, e dos Cullens também. Prometo! A casa é como você gosta, sem muita ostentação, mas confortável.
(N/A Isso mesmo girls, Stefan Salvatore é o pai de vocês!\o/)
Virei o rosto pra ele e sorri. – O quanto de mim os Cullens sabem? – perguntei.
Ele colocou uma das mãos em cima da minha que estava apoiada em minha perna. – Não contei nada que você não quisesse. – ele sorriu. – Mas filha, tem algo que eu preciso te dizer.
Típico de Stefan, deixar as informações importantes para a última hora. Pensei. - Que foi pai? – perguntei me ajeitando no banco me virando para ele.
- Um dos filhos de Carlisle tem um poder especial, ele pode ler mentes. – ele disse me olhando de lado.- Se você não quiser que eles saibam é bom não pensar nisso na frente dele.
-Tudo que eu queria era esquecer isso. – falei baixinho, mas sabendo que ele ouviria. Suspirei e olhei para fora da janela novamente. – Quantos filhos seu amigo Carlisle tem? – perguntei só para manter a fachada de interesse.
- São cinco. Três garotos e duas garotas.
- Quanto tempo vocês não se vêem? – continuei minha lista de perguntas básicas, sem realmente prestar a atenção nas respostas.
- Uns cinqüenta anos. – ele respondeu sem tirar os olhos da estrada. – Estamos chegando.
Olhei em volta tentando ver algum sinal de urbanidade. Nada. Somente o excesso de verde ainda passava pela janela.
- Como...? – um cheiro característico de vampiro invadiu o carro. Sacudi a cabeça sorrindo. Às vezes eu esquecia que Stefan tinha quase duzentos anos a mais que eu. Seus sentidos eram muito mais apurados.
- Você já está matriculada na mesma escola que eles. – Bufei. Ótimo! Escola! Pensei irônica. Isso que dava ter sido transformada aos 17 anos, nunca você poderia ir muito além do que o secundário. - , prometo se você não gostar nós vamos embora na mesma hora, mas tente pelo menos.
Era estranho como agora a vida de Stefan girava em torno de mim. Ele fazia tudo para me agradar. Muito disso, eu acreditava ser, devido ao enorme medo que ele tinha de ficar sozinho, desde a partida de sua esposa Elena. Eles haviam me adotado há algumas décadas atrás. Nós, vampiros ditos vegetarianos, temos a tendência de criar ligações familiares uns com os outros. Mas Elena nunca pareceu se encaixar nessa vida de renuncia. Um dia ela saiu e não voltou mais, deixando Stefan desesperado. Ele procurou por ela por séculos. Ainda hoje eu acho que ele continua a procurar, mesmo sem assumir.
Respirei fundo. – Ok, você tem razão!- disse vencida enquanto observava as primeiras casas de Forks passarem por nós. – Vou me comportar, prometo! – Stefan sorriu. – Então me diz, vamos para casa, ou primeiro passaremos nos Cullens?
- Primeiro nos Cullens. Ainda não sei onde é a casa, quem acertou tudo foi a Esme, a esposa de Carlisle.
- E o que vai ser agora, irmão mais velho, pai? – olhei para ele sorrindo.
- Vou ser seu irmão mais velho e tutor. Não acho que tenho aparência para ser seu pai. – ele disse piscando um olho pra mim. – Chegamos!
Stefan virou na estreita entrada rodeada de árvores, logo o caminho se abriu para uma enorme casa. A casa era antiga, graciosa, e tinha provavelmente uns cem anos. Era pintada de um branco suave, fraquinho, tinha três andares, era retangular e bem proporcionada. As janelas e portas faziam parte da estrutura original ou de uma restauração muito bem feita.
Sem ostentações! Pensei contrariada quando Stefan parou em frente a casa. Se nossa casa fosse assim, Stefan teria problemas comigo.
- Stefan, meu caro amigo! – um vampiro, provavelmente Carlisle disse descendo as escadas da entrada com os braços abertos. Stefan já havia saido do carro, eu continuava enrolando.
- Carlisle, quanto tempo!- Stefan o cumprimentou.
- Você se lembra da minha esposa Esme? – Carlisle disse passando o braço pelos ombros da moça que estava ao seu lado.
- Claro que sim. Como vai Esme? – ele cumprimentou a moça. – Quero apresentar minha filha . – Stefan fez sinal para que eu me aproximasse. Caminhei parando ao seu lado.
-Como vai ? – Carlisle me cumprimentou apertando minha mão.
-Só , por favor!
-! – Esme sorriu e me puxou para um abraço maternal.
Sorri de volta. Não tinha como não simpatizar com aquele casal.
- Deixa eu apresentar meus filhos. – Carlisle disse se virando para os quatro jovens que estavam parados atrás dele. – Esses são: Alice e Jasper.- ele mostrou o casal em que a garota de cabelos castanhos, parecia uma pequena fada sorridente e o garoto loiro ao seu lado era alto e tinha uma espressão séria. – E Rosalie e Emmet. – disse apontando para o casal em que a garota loira tinha um ar esnobe e o garoto grandão, muito forte, tinha um sorriso zombeteiro no rosto. A maneira que ele os dividiu, só poderia indicar que eram casais. Sorri em cumprimento. – Meu filho Edward logo se juntará a nós.
- Mas vamos entrando!- Esme nos conduziu para dentro da casa.
Por dentro a casa era ainda mais surpreendente, menos previsível, do que do lado de fora.
Era muito clara, muito aberta, e muito grande. O que originalmente devem ter sido vários quartos, mas as paredes foram removidas em muitas partes pra criar um espaço maior. O fundo, virado para o sul foi inteiramente substituído por vidros, e , além da sombra das árvores, o quintal terminava num rio enorme . uma escada gigantesca dominava o lado oeste da sala. As paredes, o teto baixo, o chão de madeira, e os finos tapetes, eram todos de tons variantes de branco.
Me sentei no sofá ao lado de Stefan. Todos se acomodaram em nossa volta.
- Muito bem Stefan, não vai nos contar como conheceu essa linda vampira? – Carlisle perguntou sorrindo ao meu pai. Stefan me olhou por alguns segundos, como se procurando por autorização. Assenti.
- Eu e ... Elena, conhecemos a em Toscana, em 1958. Ela é um caso especial, parecido com o seu Carlisle, mesmo sem nunca ter conhecido seu criador, sem ter ninguém para orientá-la, a nunca se alimentou de sangue humano.
- Nunca? – Jasper me perguntou espantado.
- Nunca. – respondi.
- Incrível! – Carlisle falou. – Você tinha consciência do que lhe estava acontecendo?
- Nenhuma. – respondi séria. Esse não era um assunto que me agradava. – Eu achei que estivesse morrendo.- ri sem humor da lembrança. Como eu não sabia nada da vida nequela época. - Mas ser vegetariana era o único modo de continuar cuidando da minha familia.
- Impressionante! – Esme falou quebrando o silêncio profundo que se abateu na sala.
- Meu pai falou que alguns de vocês tem poderes especiasi? – perguntei tentando tirar o foco de atenção de mim.
- Sim. – Carlisle disse orgulhoso. – Alice pode prever o futuro, Edward tem o poder de ler mentes e Jasper pode controlar os sentimentos.
- Impressionante! – foi a minha vez de ficar surpresa.
- E eu já previ que nós seremos muito amigas! – Alice disse dançando pela sala e me sentando ao meu lado. Sorri por causa da espontanidade da garota.
- Ah que bom, Edward chegou. – Esme disse se levantando. Todos olharam para porta.
No momento que ele entrou, todos meus músculos se contrairam, em segundos eu estava em posição de ataque. Senti minha pele formigar e as luzes da casa zuniram e explodiram quando a energia se acumulou em meu corpo.
Os Cullen se posicionaram em módulo de defesa ao redor de Edward, apesar dele não ter mostrado reação a minha atitude. Continuava parado me olhando assombrado.
- Que é isso ? – Stefan perguntou sem entender minha reação.
- Foi ele pai! Ele é o demonio que me transformou! – falei entre os dentes.
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