domingo, 21 de agosto de 2011

Bizarre Love Triangle capitulo 15



Bizzare Love Triangle
Capítulo 15
Apresentação de nº1000! Chegamos a isso.
Todo o elenco estava emocionado, diretores entusiasmados e produtores realizados. Em 1000 apresentações só recebemos elogios nos jornais e cada vez mais tínhamos as salas lotadas e com reservas até 2014. Uma maravilha!
Tudo isso só poderia significar uma coisa: nossas vidas se estabeleceram de vez em Nova Iorque. Eu e nem cogitávamos a idéia de voltar para o Brasil. Ela e Tomaz já pensavam até em uma viagem à Las Vegas para oficializar a relação.
-Você imaginaria amiga, eu casando em Las Vegas?? - dizia , no camarim, enquanto eu me arrumava para o espetáculo comemorativo nº 1000. - Um luxo!- disse batendo palminhas e dando pulinhos. Realmente ela e Tomaz estavam muito bem e, com os espetáculos garantidos por mais um tempo, a ideia era muito boa. Tomaz também cresceu como ator e hoje já era cogitado para muitos papéis tanto na Broadway como em Hollywood.
As propostas também me circulavam. Meu desempenho no teatro chamou atenção de alguns diretores em Hollywood, mas nada de concreto havia se confirmado. O mais interessante era ver na função de empresária, administrando nossas carreiras de maneira brilhante. Era sempre ela que marcava entrevistas e aparições em público, além dos contratos de publicidade, que sempre apareciam.


Eu me preparava para entrar em cena quando Amanda entrou no camarim com sua já peculiar postura esnobe. - Aproveitando os últimos dias de fama, queridinha? Vejo que trouxe a mascote junto. Melhor assim. Desse jeito já despacho as duas de uma vez só. - ela disse olhando para mim e para com a maior cara de desdém.



Segurei o braço de , pois pela sua cara ela iria pular no pescoço de Amanda e sufocá-la até morrer. - Você deveria arrumar alguma coisa pra fazer, querida. - eu disse com todo meu sarcasmo. - Talvez um curso de interpretação, ia ser bom pra você se ocupar mais. Essa coisa de tentar ser EU já está cansando. - fez biquinho fazendo “uhhh” e ela e eu batemos as palmas da mão uma da outra, festejando.
-Sai daqui, “australiamocreia”. Vai caçar canguru. - disse Luana empurrando Amanda porta a fora. - Seu Vodoo aqui não pega, aborígene. - vi Amanda saindo do camarim com aquela cara de “vocês me pagam” enquanto fazia gestos com as mãos mandando-a embora.
-! Você foi ótima! Nem acreditei quando falou pra ela e........ O que foi? - parou de falar e me olhou com atenção. Minha cara me denunciava, eu estava preocupada, sim, com Amanda e com o que ela poderia fazer para me prejudicar. - Ah, não né? O que foi agora? - ela continuou perguntando.
- E se ela falou sério, ? E se a maldade dela chegar a nos prejudicar? Logo agora que nossas vidas estão tão organizadas...... -eu dizia para ela e já sentia as lágrimas chegando.
- Pára! Pára com isso agora! -ela disse me chacoalhando os ombros. - Acorda, ! Não ta vendo que quem tem que ter medo é ELA, por isso ela te tortura tanto. VOCÊ É MELHOR E ELA SABE DISSO! E chega desse modelito medrosa que quem já ta me cansando é você. Por favor, ninguém merece ficar a vida toda se torturando e se deixando torturar. - continuou falando e eu enxuguei as lágrimas e refiz a maquiagem.
- Você tem razão, . Eu tenho que mudar, tenho que acreditar mais em mim. É que eu tenho sempre a sensação de que alguém vai bater no meu ombro e dizer: “Acorda garota. O sonho acabou.”
- Não entendo isso, amiga. Você chegou aqui por méritos. Tem uma profissão que adora, uma vida estabilizada e um namorado que te ama. Você merece, . Pára de achar o contrário. -como sempre Luana me fazia acordar de minhas loucuras. Eu sempre tive dificuldade em acreditar em mim mesma.
Ajeitei a cara e fui para mais um desempenho brilhante. Amanda não iria me abalar, não mais...

oOo
Gill chegou no camarim para me buscar para a festa de comemoração da apresentação nº 1000. - Pronta, linda? Você é a estrela, não pode se atrasar. - ele entrou e me beijou, me puxando pela cintura para perto dele. - Hummm... Você está maravilhosa. Estou quase mudando de ideia e levando você pra casa...


- Ta bom, taradinho. To vendo que você já chegou animadinho. Onde estava e com quem? - eu disse a Gill percebendo que ele já estava levemente alcoolizado. Ele ficava diferente quando bebia.
- Comemorando com Tomaz, é claro. E esperando você. - disse isso e veio me agarrar de novo, já passando as mãos por todo meu corpo e mordendo meu pescoço.
- Ok, ok.... isso já está fora de controle. Acho que vamos pra casa. - eu disse me afastando dele e percebendo que ele havia ficado um tanto incomodado. - Você não está bem, Gill. Bebeu demais. A festa vai ficar para outro dia.
- Ah, . Para com isso. Estou feliz, e é por você. Deixa de ser estraga prazeres... - olhei para ele indignada. -Por mim? Se embebedou por mim? Francamente... -eu disse pegando minhas coisas e saindo do camarim. Não bastasse Amanda me torrando, agora a insegurança de Gill...
-Sabe, você anda muito estranha.... Reclama de tudo, está distante... - ele disse se alterando visivelmente. Já fazia um tempo que eu e Gill não estávamos assim tão bem. Eu sabia que amava ele, e que ele me amava, mas eu sentia que tinha vezes em que ele se comportava diferente.
Na verdade, seu comportamento mudou desde o dia em que ele me viu conversando com Robert no parque. Gill ficou muito mais ciumento e inseguro depois disso, mesmo que eu e ele nunca tenhamos conversado sobre o assunto, eu sentia em suas insinuações e nas vezes em que não me deixava ir aos eventos sozinha como antigamente. E quando me acompanhava, sempre se passava na bebida. Robert também cumpriu sua promessa e nunca mais me ligou. Disse que esperaria a oportunidade de me encontrar de novo.
-Aonde você vai? - ele me perguntou, gritando, mostrando raiva.
-Pra casa, é claro. Você vem? -e fiquei olhando para ele esperando resposta.
Ele me olhou furioso e bateu na bancada de maquiagens. Nunca tinha visto Gill daquele jeito. - É por causa dele, não é? Você não quer que ele te veja comigo! Confessa . - ele disse me segurando pelo braço, com força. Olhava nos meus olhos, bem sério. Lá fora dava pra ouvir o barulho da festa, as pessoas rindo e brindando, a música alta.
Eu olhei para a mão dele me apertando, depois olhei para ele e tentei puxar o braço, ele não me soltou.
- Me solta Gill. Você ta me machucando. - eu puxava, mas ele não me soltava. - Você ta bêbado e não ta dizendo coisa com coisa. Vamos embora antes que a gente brigue feio. - eu falei dura com ele, olhando-o nos olhos.
Gill me pegou nos dois braços e me virou de frente para ele. Estava descontrolado. - Eu sei que é por causa dele, daquele atorzinho. Amanda me avisou e eu soube no momento em que o vi na festa. Ai falei pro Tomaz, “Esse palhaço não vai pegar o que é meu”. Confessa. - ele me apertava e gritava dentro do camarim. Eu tentava, em vão, me livrar de seus braços, mas era inútil. Gill demonstrava toda sua insegurança naquele momento para mim.
-Você ficou louco? Anda ouvindo Amanda? Atorzinho? Do que está falando? Me larga senão eu chamo a segurança. - e me remexi como pude para soltar-me.
-Aquele atorzinho de araque. Amanda me falou que ele estava ali na festa e eu pude conferir. Ele veio por você, não foi? Foi você quem convidou? Fala. - eu olhava confusa para Gill quando comecei a entender sobre o que ele estava falando.
-Robert? Robert está na festa? Eu não sabia... - nessa hora ele me soltou, mas continuou me olhando. Estava descontrolado, sua respiração era forte. Eu olhei para o chão e depois olhei de novo para ele, indignada.
- Você está insinuando que eu armei tudo isso? Eu não acredito! - eu gritei com ele. - Amanda? Que coragem a sua vir me contar que Amanda envenenou você. Pois olha, quer saber.... Fica. Fique ai na festa e comemore com sua amiga "Amanda". Eu não fazia ideia que Robert estaria na festa e também não vou sair daqui pra ver se é verdade ou não. Eu vou embora! E vou sozinha! -eu gritava descontrolada e irritada. Não sabia se estava com mais raiva de Gill ou da Amanda. escutou meus gritos e chegou no camarim.
-Meus deus gente! Da pra ouvir vocês la da festa, e olha que o som ta alto. O que houve? Nunca vi vocês assim... - ela disse me olhando e olhando para Gill assustada. Meus braços estavam vermelhos e eu chorava feito louca. Gill, com uma mão na testa, em sinal de desespero, e a outra na cintura, começava a se dar conta da besteira que havia feito.
- Eu vou embora. Depois eu falo com você . - peguei minhas coisas e já ia saindo pela porta quando Gill veio atrás de mim e me pegou pelo pulso, mas dessa vez não me apertou. Apenas me segurou impedindo que eu saísse daquele jeito. Me olhou nos olhos, estava com eles cheios d’água.
-..... me desculpa. Eu... - disse e me largou, olhando para o chão. Gill levantou o olhar molhado me encarando, mas ele já sabia que a besteira estava feita. - Deixa eu te levar pra casa. Ai a gente conversa com calma...


-Eu não tenho nada pra conversar com você hoje, Gill. , to indo. Nos falamos depois. - e eu sai do camarim indo direto para a saída detrás do teatro, evitando assim encontrar qualquer fotógrafo ou outro conhecido. Eu estava um horror, chorando muito e toda borrada. Sai do teatro e fui até a rua procurar um taxi para ir pra casa. Senti uma pessoa se aproximar de mim, ficando a meu lado, parada.
-Posso te levar pra casa? Você não parece muito bem. - me virei para ver quem era. Quase cai sentada na rua.



Os olhos verdes de Robert me encararam e eu parei de respirar. Pisquei os olhos algumas vezes para ter certeza de que não estava vendo coisas.
- O que faz aqui? - eu perguntei ainda meio zonza.
-Eu estava na festa. Pensei que você iria também. Mas ai seu namorado apareceu visivelmente bêbado e perturbado, reclamando com sua amiga que você havia ido embora. Eu sai de lá e vim te procurar. Posso te levar pra casa? - ele dizia e eu o olhava atônita. Minha cabeça girava e eu não tinha mais noção do que queria. Já começava a ouvir e sentir os flashs dos fotógrafos na rua, atrás de mim e de Robert.
- Só quero ir embora. Me tire daqui. - eu disse me abraçando nele e me deixando ser abraçada por ele. Robert me levou, ainda abraçado a meus ombros, até seu carro que estava estacionado no estacionamento do teatro e me colocou sentada no banco com muito cuidado. Entrou no carro e saiu rápido dali, antes que os paparazzi se aproximassem mais.
Ele colocou uma música e esperou que eu me acalmasse, eu chorava muito, estava arrasada por tudo que acontecera.

-Está mais calma? - ele me perguntou quando eu parei de soluçar e me aninhei no banco do carro. - Quer que eu passe em algum lugar antes?
- Não Robert. Eu gostaria de ir pra casa, se você não se importa. Estou exausta. - tirei as sandálias, levantando as pernas e me abraçando nelas sentada na poltrona do carro.
Robert sorriu de leve para mim e sussurrou “Tudo bem meu amor”, passando os dedos em meu rosto suavemente. Eu me encolhi com seu toque e o olhei envergonhada.
Durante todo o caminho Robert não falou nada, apenas me olhava e, quando podia me acariciava o rosto. Chorei durante todo o caminho de volta, mas já estava mais calma. Na verdade estava sentida, magoada com tudo que acontecera. Percebi que Robert estacionou em frente ao prédio e saiu do carro para me ajudar a descer. - Eu te ajudo. - e eu sai do carro amparada por ele.
Chegamos no hall de entrada e John, o porteiro, veio até mim e Robert, que me amparava ao lado dele abraçando meus ombros. - Céus! O que houve D. ? Onde está o Sr. Davis? - disse John segurando o elevador para que eu e Robert entrássemos, mas olhando para ele com cara desconfiada.
- John, esse é o Sr. Pattinson. Ele irá me acompanhar até lá em cima. Quando o Sr. Davis chegar, por favor, não fale nada a ele. Não quero vê-lo. - entrei no elevador com Robert a meu lado. A porta do elevador fechou e eu ainda vi a cara de confuso que John fazia.
-Você está melhor? Quer alguma coisa? Posso ir buscar para você. - Robert estava sendo um amor, me cuidando dessa maneira. Ele não havia me largado desde que saímos do carro. Ele falava comigo enquanto entrávamos em meu apartamento e nos sentávamos no sofá. Larguei minha bolsa e sandálias no chão e me afastei de Robert que me olhava com muita ternura.
-Não Robert, obrigada. Você já fez até demais. Desculpe-me pela situação em que te fiz participar. Não foi minha intenção envolvê-lo. Gill bebeu demais e se passou nas atitudes e nas palavras. Me magoou muito. Agradeço sua ajuda. - eu disse a ele me sentindo extremamente sem graça por tudo.
-Não seja boba, . Eu faria qualquer coisa por você. Você sabe que eu fui na festa por sua causa. Precisava te ver de novo, mesmo que fosse de longe. Só não imaginava que fosse causar tanto problema. - ele me explicava enquanto me olhava nos olhos. Robert foi se aproximando lentamente de mim.
Nós nos olhamos de maneira intensa. Eu não estava esperando essa reação dele, mas também não fiz nada para impedi-lo. Abaixei meu rosto, ainda confusa. Robert colocou a mão em meu queixo e puxou meu rosto para cima. Nessa hora podia se ouvir os corações dos dois, pulsando descompassadamente. Ele aproximou-se de mim, eu fechei os olhos e nossos lábios se tocaram, suavemente. Antes que o beijo se tornasse mais forte eu me afastei de Robert, num susto.
- Robert, eu estou cansada e gostaria de ficar sozinha se não se importa. Agradeço muito o que fez por mim. - falei antes que pudesse acontecer algo do que me arrependeria. Era óbvio que eu e Robert tínhamos uma atração um pelo outro, mas hoje não era dia nem hora de conversar sobre isso.
Robert levantou-se do sofá ainda com um sorriso nos lábios e me levantou puxando-me pela mão. - Me acompanha até a porta? - ele disse, quase sussurrando. Eu sorri e fui com ele até a porta, de mãos dadas.
-Me ligue amanhã, por favor. Preciso saber se você ficou bem. - e me deu um beijo na testa de maneira muito protetora e carinhosa. Robert saiu e eu ainda sussurrei um “obrigada” antes que o elevador se fechasse. Tranquei a porta colocando uma tranca que eu sabia que Gill não conseguiria abrir. Não queria vê-lo hoje.

Cap 16

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