Entrei em meu quarto e sai, ouvindo Stefan ao telefone, falando em russo.
-? Algum problema?- ele perguntou.
-Já falo com você! – respondi saindo para levar o dinheiro para Jacob. Ele estava apoiado no capô do carro com as mãos nos bolsos. – Acho que aqui tem o suficiente. – estendi o maço verde para ele.
- Huh? Sim, me parece que tem muito mais que o suficiente, mas... – ele disse incerto, torcendo a boca, sem pegar o dinheiro.
-Jake, você não vai me deixar na mão, né?- fiz beicinho.
Ele me olhou por uns instantes com as sobrancelhas juntas, depois suspirou vencido. – Ok, você venceu!
- Eu sempre venço!- falei sorrindo.
Ele gargalhou. – Percebi.
- Então tá, Jake! Cuide bem do meu bebê e me traga ele novinho!
- Pode deixar madame! – ele fez uma saudação com as mãos, antes de pegar o dinheiro e entrar no carro.
Entrei observando a parede a recém construída.
-Quem estava ai? – Stefan perguntou quando entrei.
- Era um rapaz que conheci, ele vai dar uma geral no carro. – respondi. – Stefan precisamos conversar. – informei.
- Claro!- ele respondeu sério, me indicando que sentasse a mesa da sala de jantar a sua frente. – Pode falar!- instigou, quando estávamos acomodados.
- Damon está na escola, trabalhando como professor. – despejei de uma vez só.
Stefan arregalou os olhos, as mãos em garras pressionando a mesa. – O que ele quer agora?
- Não sei!- respondi. – Mas os Cullens também não gostam do fato de um vampiro estar no meio de crianças.
- Isso não me preocupa, ele não seria tão louco... - Stefan disse pensativo.
- Então o que te preocupa? – perguntei.
Stefan me encarou intensamente, suas sobrancelhas unidas. – Damon prometeu se vingar de mim pela eternidade. Tenho medo de como ele resolveu fazer isso.
Ouvimos o barulho do volvo virando a entrada na rodovia, os pneus derraparam quando Edward freiou na entrada da casa.
-Entre Edward. – Stefan disse.
Continuei com meus olhos fixos em Stefan, de costas para a porta.
-Com licença? – Edward disse educadamente antes de entrar. – Stefan, Carlisle quer falar com você?
- Vocês estão sem telefone? – perguntei ainda de costas. Stefan me lançou um olhar reprovador. Edward não respondeu minha provocação.
- Já estou indo Edward. – Stefan me olhou preocupado.
- Eu faço companhia a ! – Edward respondeu a algum pensamento dele. Eu sabia o que Stefan estava pensando, ele tinha medo que Damon me usasse para atingi-lo. Mas quando que eles iam entender que eu já tinha convivido com vampiros muito mais perigosos que Damon? Edward me olhou intrigado, mas eu tratei de mudar o rumo dos meus pensamentos, não queria dividi-los com ninguém.
-Eu! Não! Preciso! De! Babá! – rosnei. – Vou para o meu quarto! – quando terminei de falar já fechava a porta do quarto atrás de mim.
Peguei um livro da estante, ouvindo a conversa unilateral na sala. Aquele poder de Edward me irritava profundamente.
- Nós não vamos deixar isso acontecer. – disse Edward. – Isso não será necessário.
Ouvi Stefan sair, acelerando o Porsche.
- posso entrar? – Edward perguntou do lado de fora.
Como se fizesse diferença o que eu realmente queria. -Entre!
- Desculpe não queria te incomodar. – ele disse entrando e fechando a porta atrás de si.
- O que me incomoda profundamente, é todos me tratando como se eu não pudesse me cuidar sozinha.
- Eu já te disse que isso é mais forte que eu.- ele falou próximo demais de repente. Ele tirou o livro das minhas mãos. – Anjos?- perguntou depois que viu do que se tratava.
- Se eu convivo com demónios, porque não posso acreditar em Anjos? – dei de ombros. - O que você realmente quer comigo, Edward?- me afastei para poder olhá-lo nos olhos.
Ele parecia meio tenso, mas colocou as mãos ao redor da minha cintura. – Eu não consigo parar de pensar em você. Eu sei que prometi te dar um tempo, mas você me fascina. Eu nunca senti isso por ninguém. Eu nunca prestei atenção o suficiente em alguém. Você me atrai de uma maneira incrível.
- Isso se chama curiosidade. – falei me livrando de seus braços. Me virei para encarar a vidraça embaçada pela chuva. – Quando você descobrir tudo o que se passa na minha cabeça, esse sentimento vai sumir. – afirmei cruzando os braços. Eu não tinha percebido como aquela afirmação me aborrecia. Me machucava.
- você não está entendendo! – ele me virou para encará-lo, me segurando pelos ombros. – Eu acho que... estou apaixonado por você. - Eu ri. Aquilo só podia ser brincadeira. – Não é brincadeira. Eu sempre fui sincero com você. E queria muito que você acreditasse em mim.
Eu pisquei aturdida, tamanha a intensidade que ele me olhava.
- Pra quantas você já disse essas mesmas palavras, Edward? – perguntei tentando não me deixar convencer.
- Eu nunca me envolvi com ninguém. – ele afirmou. Não podia ser! Ele não podia ainda ser...
- Virgem? – ele sorriu. – Sim, eu sou virgem.- meu queixo caiu. – Isso te assusta?
- Não isso, mas TUDO isso!
- Você quer que eu vá embora?
Olhei para ele, sem saber o que responder. – Porque você só me faz pergunta difícil?
Edward sorriu se aproximando mais, me puxando pela cintura e grudando nosso corpos.
- Você quer que eu vá embora? – ele perguntou novamente.
- Não! – falei sem pensar. - Edward... – comecei, mas eu já não conseguia manter uma linha de raciocínio.
- Humm?- perguntou, seus dedos deslizando pelo meu rosto.
-... por favor!- sussurrei.
- Se você quiser que eu pare, é só dizer. – ele disse colocando sua boca no meu pescoço. A língua traçando um caminho até minha orelha. Eu ofeguei, cravando as unhas na sua pele de aço.
- Você está brincando com fogo! – adverti.
- É isso que eu quero!- ele falou no meu ouvido, seu lábio tocando de leve o meu rosto.
Então se é isso que você quer? Comecei a caminhar para a frente, obrigando Edward a caminhar para trás. Ele caiu na cama, fazendo a estrutura ceder com o peso. Engatinhei sobre ele sem conseguir conter o riso.
Vai ser embaraçoso explicar isso para o Stefan Pensei. Edward riu comigo. Me deitei em seu braço, observando os traços de seu rosto. Sua boca alcançou a minha, enquanto sua mão passeava pelos meus cabelos. Passei a língua pelos seus lábios, assistindo Edward revirar os olhos e gemer baixinho. A verdade era que ele me confundia, me perturbava, me embriagava. Nunca havia sentindo isso por alguém. Então decidi aproveitar o máximo do que ele estava disposto a me dar, mas tendo consciência de que tudo poderia ter fim de uma hora para outra, já que algo me dizia que aquilo tudo poderia não ser real. Desci pelo seu maxilar, chegando a sua orelha. Edward gemeu novamente. Minhas mãos foram para baixo de sua camisa, arranhando os músculos de seu abdómen.
- Fica comigo?- ele sussurrou.
- O que?- perguntei aturdida como se não tivesse ouvido perfeitamente.
Ele colocou as duas mãos no meu rosto de leve. – Eu quero que você seja minha. – eu olhei para ele com os olhos arregalados, minha cabeça girando. – você quer ser minha namorada? – ele perguntou em tom solene. -Muito rápido, muito rápido! Afinal a poucos dias eu o odiava. Quem era ele para querer bagunçar meus pensamentos desse jeito?
Senti Edward ficar tenso, lendo meus pensamentos.
- Não! – respondi me livrando de suas mãos. – Não posso! – mas tinha mais, eu não poderia me envolver com ninguém, era perigoso. Me sentei de costas para ele.
- Perigoso porque? – ele perguntou.
- Não me obrigue a pensar nisso!- pedi tentando limpar minha mente. Edward torceu os lábios. Eu sabia que ele estava curioso demais sobre o meu passado. No mesmo instante, para meu total alivio meu celular tocou.
- Fala pai! – falei ao ligar o aparelho.
- Preciso que você e Edward , venham para cá agora!
-Estamos indo! – falei antes de desligar. Edward já estava ao lado do Volvo abrindo a porta para mim.
- Onde está seu carro? – ele perguntou se sentando no banco do motorista. Depois me olhou instigado quando me viu pensando no que acontecera. – , você sabe quem são os Quileutes?
- Sim, Stefan me avisou sobre eles. – respondi.
- Você sabe que esse garoto é um deles, não sabe?- ele disse acelerando o caro em direção a casa dos Cullens.
- Imaginei quando ele me disse que morava em La Push. Não se preocupe que eu não vou ir visita-lo.
- Nós não devemos nos relacionar com eles. – Edward afirmou.
- Jacob não parece acreditar nas velhas histórias da sua tribo.
Edward parou o carro na frente da mansão.
- Mesmo assim...
- Edward eu sei o que faço. – encerrei o assunto.
- seja bem vinda a nossa casa! – Carlisle nos recebeu na porta.
- Obrigada Carlisle.- respondi.
- Entre querida!- Esme pediu.
- Precisamos conversar.- Carlisle disse me indicando a sala de jantar que pelo visto, também era usada como mesa de reunião.
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