Destinos by Ane Halfen

Por: Ane Halfen 

You are the reason that I breathe,

You are the reason that I still believe,

You are my destiny,

Capítulo 1

As coisas não poderiam estar piores!





Eu já nem podia mais fechar os olhos que ela aparecia na minha frente. Aqueles olhos cor de chocolate que eu tanto desejava. Olhos que me perseguiam nos meus sonhos, e nos meus pesadelos





Puxei o travesseiro de baixo a minha cabeça e coloquei no rosto, tentando abafar o urro de frustração. Inferno! Merda de vida!





Eu estava exausto por causa das rondas, mas a raiva eu estava sentindo não me deixava dormir. Raiva de mim! Dela! E principalmente, do parasita fedorento do namorado dela!





Porque ele não havia ficado no inferno onde ele tinha se metido?





Por que ele tinha que ter voltado?





Estava tão perto dela ser minha!





Minha!





Por que ele tinha que existir? Ele não estava nem vivo!





Merda!





O telefone tocou fazendo com que eu tirasse o travesseiro do rosto e prestasse atenção. Seria ela? Bem se fosse, eu não a atenderia. De novo! Bella fez as escolhas dela!





Mas só o fato dela continuar me procurando, me dava esperanças novamente.





Ouvi as rodas da cadeira do velho pelo piso de madeira.





– Alô! – ele disse com sua voz monótona





Agucei mais os ouvidos.





– Ah! Como vai John?- ele disse mais animado. Coloquei novamente o travesseiro no rosto e bufei. Não era ela!





–Mais que ótima noticia! – Billy exclamou animado. Novamente tirei o travesseiro da cara, intrigado com o que poderia ter deixado Billy tão contente. – Claro que iremos à festa! – Billy disse. Iremos? Bem se Billy estava me incluindo nessa, ele que tirasse o cavalo da chuva. – Já não era sem tempo! – ele falou e depois se despediu.





Ainda ficou parado um instante, antes de movimentar a cadeira em direção ao meu quarto.





Coloquei novamente o travesseiro em baixo da cabeça e me virei para parede. Praguejando pelo barulho que minha cama velha fez com meu movimento.





Billy abriu a porta.





– Jake? – ele chamou. Fiquei imóvel esperando que ele se tocasse e fosse embora. – Jake, eu sei que você não está dormindo! – ele disse.





Bufei.





– Não estava dormindo, mas pretendia!- resmunguei.





– John ligou! – Billy disse entrando no meu quarto.





– Percebi! – resmunguei novamente me sentando na cama. Billy me observou por alguns segundos, me fazendo levantar as sobrancelhas. – E o que ele queria afinal?- não que eu me interessasse, mas sabia que Billy não iria me deixar em paz até despejar a ultima fofoca de La Push. Levantei pegando uma camiseta qualquer e enfiando pela cabeça.





– esta voltando! – ele disse animado.





Agora Billy tinha minha atenção. Ele sorriu.





– Voltando? Mas por quê? – perguntei já com medo da resposta que receberia.





Billy assentiu sorrindo. – Ela vai ser uma do bando! – falou orgulhoso.





Não acreditava nisso! Porque logo com ela?





A lembrança da garotinha de enormes olhos azuis veio na minha cabeça. Eu não tinha nenhuma lembrança da minha infância que não estivesse.





– Jake! Isso é uma coisa boa! – Billy disse.





Me levantei num pulo, sacudindo a cabeça incrédulo.





– Boa, pai? Para quem? – perguntei exasperado. Desde quando ter toda as suas escolhas roubadas de você, se tornar uma aberração e ser atirando dentro de uma realidade onde seres místicos e mortais existiam, era boa coisa?





Billy levantou o queixo me encarando com os olhos estreitos. – Boa para a ela. Para a tribo. E principalmente, para você! – ele disse se virando e saindo, empurrando sua cadeira até a sala.





– Para mim? Que conversa é essa? – perguntei o seguindo até a sala.





– Meu filho! – ele parou girando na cadeira para me olhar. – Quando você vai entender que tudo tem um motivo? – ele perguntou.





Enruguei a testa. Uma coisa que eu odiava no meu pai, era quando ele ficava enigmático. Desisti de tentar entender.





– Olha velho, eu tenho mais o que fazer! – falei.





– Ok! – ele disse. – Mas vai ter uma festa de boas vindas para a, e eu disse que nós iríamos.





– Eu até posso dar uma passada por lá. – falei. Afinal sempre foi minha amiga. – Mas não vou ficar! – avisei.





– Tudo bem! – ele respondeu me fazendo olhá-lo desconfiado. Billy ainda sorria e eu podia quase ver que sua cabeça trabalhava em um plano maquiavélico. Abria a geladeira pegando a jarra de suco, quando o telefone tocou novamente. Billy me olhou por alguns instantes, e como viu que eu não me mexia, suspirou e empurrou a sua cadeira até o aparelho.





– Alô? – ele perguntou com sua voz monótona novamente. – Ah, oi Bella!- Billy me olhou e meu coração acelerou absurdamente. Eu fiz uma negativa com a cabeça. – Ele não está! – mentiu. – Ok eu dou o recado!- ele disse antes de desligar.- Mais cedo ou mais tarde você vai ter que falar com ela! – joguei meu corpo na cadeira. – Se bem que, talvez assim ela desista!





– Desistir?- perguntei alarmado. Não, eu não queria que ela parasse de me ligar.





Billy deu de ombros.





Talvez eu passasse na casa dela. Talvez eu somente ligasse.





– Você que sabe! – Billy disse. – Mas antes, queria que você fizesse uma coisa!





– O que?- perguntei.





– Limpe aquele seu quarto que está fedendo!- ele falou fazendo uma careta.

oOo

Eu descontava toda minha frustração no piso de madeira do meu quarto. Já havia recolhido as meias sujas de baixo da cama, trocado os lençóis e arrumado as roupas que já saiam para fora das gavetas.





Pronto, meu quarto estava limpo novamente.





Peguei o saco de lixo e a cesta de roupas limpas e levei até o fundo da casa. Despejei as roupas dentro da maquina, colocando sabão de qualquer jeito e virei o botão, antes de voltar para o meu quarto e dar de cara com Embry deitado na minha cama a recém arrumada!





– Mas que merda Embry! Eu acabei de trocar a roupa de cama! – esbravejei. Embry suspirou, revirando os olhos. – Que foi?- perguntei estranhando seu jeito.





– Estou apaixonado!- ele disse se sentando.





– Grande novidade! – falei sarcástico. – Quem a felizarda da semana? – perguntei pegando a vassoura e o balde.





– ! – ele respondeu me fazendo deixar o balde cair, e respingar água pelo chão limpo.





– Como é?- perguntei entredentes.





– Ah cara você sabe que eu sempre fui gamadão nela! E agora com ela voltando!- ele disse com um sorriso idiota na cara.





Aquilo não me agradou nenhum pouco.





– Embry, ela vai ser nossa irmã! – disse cauteloso. – Você vai acabar arrumando encrenca!





– Cara, você não entende! É ela! Eu sei que é! Sempre foi! Quer ver uma coisa? – ele perguntou sorrindo, tirou uma foto do bolso de trás da bermuda e me entregou.





– Quem é? – perguntei com os olhos fixos na foto de uma garota de olhos azuis. Mas é claro que eu já sabia a resposta. Eu estava de queixo caído.





– Quem é! – ele repetiu contrariado, tirando a foto das minhas mãos. – É a , oras! – ele disse e sorriu olhando para foto e depois guardando no bolso novamente.





Levei um tempo para voltar pra terra. – E como você tem essa foto?- perguntei desconfiado.





– Peguei da casa do John. – ele respondeu desviando os olhos.





– Você roubou? – perguntei.





– Ué, Jake! E isso aqui!- ele meteu a mão embaixo do meu travesseiro puxando a foto de Bella. – Vai dizer que ela te deu?





Tirei a foto da mão dele. – Isso não vem ao caso! – resmunguei olhando para foto, já meio amassada.





– Você “usa” essa foto Jake? – ele me perguntou fazendo careta e limpando as mãos na camiseta.





– Claro que não! Olha o respeito! – respondi. Como ele podia pensar que... – Péra ai? Você não...? – perguntei com os olhos arregalados - Embry! – exclamei.





– O que? – ele disse com uma cara estranha. – Claro que não! – respondeu, mas eu não acreditei nada nele. Aquilo me revoltou! Embry percebeu que eu não havia gostado. – É melhor a gente ir, Jake! Tá quase na hora da ronda! – falou mudando de assunto e saindo pela porta. O segui.





Ainda fiquei um tempo digerindo aquele assunto. Ele tinha que respeitá-la. Não tinha o direito! Ela não era ma qualquer, era a ! Eu ao ia admitir que ele fizesse mal a ela! Pela primeira vez, senti raiva de Embry!

Capítulo 2

Eu podia dizer como me sentia. Podia chegar e falar o quanto eu gostava dela. Deixar claro meus sentimentos e ai sim ela podia escolher certo. Poderia telefonar pra ela! Ou atender a próxima vez que Bella me ligasse! Podia também...





Ok Jake Sam pensou. Será que podíamos nos focar aqui? Ele sacudiu a enorme cabeça negra, impaciente.





Claro Sam! respondi envergonhado. Eu realmente detestava esse fato de ter que dividir até meus pensamentos. Na verdade eu não era muito fã dessa minha nova vida, onde nada era realmente meu, nem minhas escolhas nem o que eu pensava.





Como se a gente gostasse de ouvir essa choradeira pela Bella Leah girou os enormes olhos castanhos, me olhando com desdém. Ela mantinha aquele ar de superioridade que me davam nos nervos. Como se todos ali fossem garotos adolescentes e ela a única adulta.





Não me lembro de ter te perguntado algo, Leah! pensei, virando meus olhos estreitos para ela. Minha cauda chicoteando o corpo, me coloquei em pé para mostrar que a falsa superioridade dela não me abalava.





Olha aqui seu idiota... ela se levantou ficando com as patas erguidas, talvez tentando ficar do meu tamanho e falhando terrivelmente.





Hey Leah, Jacob, dêem um tempo! Sam pensou impaciente. O assunto aqui é importante, ok? Ele suspirou e se sentou por sobre as patas de trás. Nós nos calamos, ainda nos olhando de cantos de olhos. Estar na cabeça dela não era nenhum pouco agradável para mim, assim como ela estar na minha não era agradável para ela.





Estávamos todos reunidos em circulo, na clareira costumeira, esperando que Sam passasse as ultimas coordenadas e dividisse as próximas rondas e rotas.





Sim, mas temos mais um assunto Sam continuou. , filha do John Raindrop, está voltando para La Push.



Quem? Paul perguntou.





! Embry suspirou e a imagem da garota de olhos azuis passou pelos nossos “olhos”.





UAU! Que gata! Paul pensou fazendo que eu e Embry rosnássemos.





SERÁ QUE EU POSSO TERMINAR? Sam pensou alto, nos fazendo estremecer. Então, a está voltando e tudo indica que ela se tornara uma do bando.



Ótimo! Quil pensou sacudindo a cabeça.





Só uma coisa ok? Eu. Vi. Primeiro. Embry pensou tentando delimitar a aproximação dos outros quando chegasse.





Como é?





Olhei para ele.





Quem disse? Paul pensou com desdém. Em sua cabeça passando varias cantadas que ele falaria para ela assim que chegasse.





Mais um idiota babando por uma garota impossível! Leah pensou sarcástica, destilando veneno como sempre.





Leah! Sam chamou a atenção se levantando e latindo ao mesmo tempo.





Verdade! Afinal quem garante que Embry não seja irmão dessa tal de ! ela continuou sem se importar em ser inconveniente. Na verdade Leah fazia questão de se comportar assim.





LEAH! Sam latiu novamente agora em um timbre mais alto.





Ela deu de ombros.





não é minha irmã! Embry resmungou baixando os olhos para o chão.





O assunto aqui é a transformação de uma nova irmã! Sam pensou tentando retomar o controle. Ela chega amanhã e eu preciso que vocês fiquem de olho nela até a transformação!



Eu não vou servir de babá para nenhuma patricinha de cidade grande Leah pensou, chata.





Pode deixar que eu cuido dela, Sam! Paul pensou empolgado demais para o meu gosto.





Nem pensar! rosnei.





TODOS vão! Sam pensou. Ela é NOSSA irmã! Vamos tratá-la bem e fazê-la se sentir bem vinda!





Certo Sam! Seth pensou.





Muito bem! chega amanhã e eu preciso de alguém para...



Eu vou junto, Sam Embry pensou antes de mim.





Ok. Embry vai junto buscá-la no aeroporto. Agora vamos repassar as rotas. Ainda temos a vampira ruiva para achar!





Ainda bem que a ronda era só com Embry e Quil. Não estava afim de ter mais gente xeretando meus pensamentos. Correr só com eles deixava tudo mais calmo.





Estranhamente calmo!





Verdade! pensou Quil. Porque você está tão quieto, Embry?





É por causa do que a Leah disse? perguntei. Embry baixou a enorme cabeça, olhando para as folhas pisadas, passando pelas suas patas.





não é minha irmã de sangue! ele pensou tristemente. Senão...



Senão, que? perguntei.





Senão eu não gostaria dela desse jeito Embry respondeu cabisbaixo.





Você gosta mesmo dela, não é? Quil perguntou.





Gosto muito! Acho até que...





Eu sabia como Embry se sentia! Eu consegui sentir compaixão por ele! E ver tudo claramente em sua cabeça. Ver o quanto realmente ele gostava de , me mostrou que ele realmente deveria lutar por ela.





Vou te ajudar, Embry pensei.





Sério, Jake? Você faria isso? ele perguntou.





Claro! Pode contar comigo! respondi.

oOo

Eu olhava a foto de Bella, deitado e minha cama com um braço embaixo da cabeça. Eu sentia meu coração acelerar só de lembrar do seu sorriso, do jeito que mordia os lábios quando ficava insegura. O perfume de seus cabelos balançando ao vento, nas tardes que passávamos juntos na minha garagem.

Olhei novamente para a foto, só que no lugar de seus olhos castanhos, outros olhos me vieram na mente, olhos azuis que, ao contrario dos de Bella, não tinham segredos escondidos, eram olhos brilhantes e alegres, que pareciam que mostravam a alma.





– Jake! – Billy chamou me fazendo bufar e colocar a foto novamente em baixo do travesseiro.





– Que é?- será que eu não podia ter um minuto de sossego?





Ele abriu a porta do quarto. – Estou indo! – informou.





– Ok! – respondi desinteressado.





Billy me analisou por alguns instantes. – Você vai, não é? – me perguntou desconfiado.





–Eu disse que iria, não disse?- resmunguei.





– Jake, ficaria muito chateada se vc não aparecesse! Ela sempre gostou muito de você!





– Eu já disse que eu vou! – falei me levantando e catando alguma roupa limpa.





– Ok! Te espero lá, então! – ele disse, girando com sua cadeira e a empurrando para fora de casa, enquanto eu ia para o banheiro tomar um banho.

oOo

Parecia que toda La Push estava na casa de John. Eu tentava me manter incógnito. Não que todo mundo não me conhecesse, mas preferia que os garotos não me vissem, porque meu plano era cumprimentar a e escapar dali.





Não estava com animo para festas. Não estava com animo par conversa. A única coisa que eu queria, que eu precisava, era ver Bella.





Eu sabia que Charlie tinha imposto um toque de recolher a ela. E também sabia que ele não se importaria com uma visita minha, mesmo a noite. Então aproveitaria que o bando estava distraído e iria a Forks hoje.





Mas primeiro eu precisava achar !





Olhei em volta, por alguns segundos, tentando achar alguém que me lembrasse a garota da foto. Então eu a vi passar rapidamente em direção a praia. Desviei da multidão, indo por dentro da floresta a observando de longe.





se sentou em um tronco, seus pés tocando a areia.





Quando seus olhos varreram a praia passando pelas arvores onde eu estava escondido e eu pude ver o profundo azul deles, meu coração acelerou absurdamente.





Ela era linda! Nunca havia sentido nada parecido antes! E eu estava fascinado! Nada mais tinha importância a não ser ela.

Capítulo 3

Ela parecia uma miragem! Como eu estava contra o vento, seu cheiro suave e floral, me atingia com tudo, fazendo com que minha pele se arrepiasse e minha boca se enchesse d’água. Tudo me puxava para ela e naquele momento eu precisava, desesperadamente, tocá–la. Dei dois passos em sua direção, quase saindo da proteção das sombras das árvores, mas um movimento me fez parar.





–!- a voz de Embry veio um pouco depois que reconheci seu cheiro.- Ainda bem que eu te achei!





Eu tinha dito para o Embry que o apoiaria. Tinha dado minha palavra que o ajudaria, como agora eu poderia dizer que mudei de idéia e que eu tinha criado um tipo louco de atração inexplicável pela mesma garota que ele amava?





– E como você me achou?- a voz dela soou como musica nos meus ouvidos, fazendo com que meu coração acelerasse absurdamente.





Olhei para eles mais uma vez. Pareciam tão certos juntos! Algo dentro de mim se quebrou, como se ainda houvesse algo inteiro!





E lá estava eu criando algum tipo de sentimento doentio. Algo devia ser muito errado na minha cabeça idiota! Porque eu sempre me sentia atraído por garotas comprometidas?





Puta que pariu! Devia ter realmente algo muito errado comigo. Eu falava de Bella, que não tinha senso de auto–preservação, mas e eu? Não, eu tinha que pensar direito! Sair dali! era linda, devia ser isso! Eu estava somente atraído pela beleza dela! Não podia ser ainda apaixonado por ela, como eu era quando criança, podia?





Me virei, disposto a deixá-los em paz. Nós seriamos somente amigos! Só isso!





A risada dela fez uma corrente elétrica passar pela minha pele. Engoli em seco, respirando fundo, para controlar a imensa vontade de correr e pega–la nos meus braços. Me virei mais uma vez para vê–los conversando. Eles pareciam felizes e isso que importava!

Eu precisava pensar! Precisava colocar minha cabeça em ordem, tirei a camiseta pensando na transformação no mesmo instante que tive um deslumbre de um corpo cinza por meio as árvores mais adiante. Leah, isso era certo! E tudo que eu menos queria era ter Leah remexendo meus pensamentos! Não, eu era masoquista, mas não a esse ponto.





Corri para casa entrando pela janela do meu quarto. Não que tivesse um real motivo para isso, Billy não estava em casa mesmo, mas eu precisava urgente de algo familiar, algo que eu tinha certeza.





A foto de Bella me parecia um refugio seguro. Algo que eu pudesse me segurar, que me prendesse no lugar, evitando que meu mundo desabasse mais ainda. era o grande amor de Embry, ele tinha deixado isso bem claro.





Olhei novamente para a foto de Bella em minhas mãos e me sentei em minha cama. Mas eu não conseguia vê–la mais. Era como se meus olhos não focalizassem mais seu rosto. Deixei a foto cair em qualquer lugar.Minhas mãos foram para meus cabelos, puxando, quase arrancando os fios.





Eu tinha que parar com isso, não era certo! Ela é só uma amiga, uma irmã de bando! Me levantei, andando de um lado para o outro, eu iria enlouquecer se não a visse de novo!





Eu precisava vê–la, tocá-la! Só para provar que aquilo era uma enorme loucura!





Ok, era linda! Talvez a mais linda que eu tivesse visto na vida, mas que isso Jake, parece que nunca tinha visto uma garota bonita antes?





Tudo bem, linda que nem ela nunca! Mas ela era só isso uma garota bonita! Se controle! Se controle!





O barulho de uma caminhonete se aproximando me fez parar e encarar a porta do meu quarto. Era a chevy de John, isso era certo. Será que estaria junto? Eu nem sabia se ela dirigia!





Eu podia ensiná-la! Podia passar algumas tardes a ensinando a dirigir o habbit! Podia ensinar a pilotar a minha moto também! Será que ela se interessa por motores? Provavelmente não! Mas eu podia convidá-la para conhecer a garagem, podia...





Não, Jacob! Para com isso seu idiota!





A porta de casa se abriu e a voz de Billy e John ecoaram pela casa. Não havia nenhum rastro do cheiro dela. Me atirei na cama bufando! Teria que dar outro jeito de vê–la e teria que ser essa noite!





Ouvi Billy e o John se despedindo e a porta de fechando. Sai do quarto, Billy ainda estava virado par a porta da sala, de costas para mim.





– Sue mandou comida, coloquei em cima da bancada! – ele me disse mal humorado. Se virou na cadeira e me encarou com os olhos estreitos e as sobrancelhas juntas.





– Huh, ok?- ele me analisou por alguns segundos a mais e depois empurrou sua cadeira em direção ao seu quarto. – E a como está? – aquela pergunta pareceu saltar para fora, como se tivesse vontade própria.





Billy parou, girou e me encarou novamente apoiando os cotovelos nos descansos laterais.





– Ela está bem! Um pouco decepcionada, mas bem!





– Decepcionada?– perguntei, realmente eu me importava. Não queria que nada a deixasse triste ou magoada.





– Sim Jacob, te esperou a noite toda!- Billy falou ainda me analisando.





Aquilo não podia ser verdade! Ela estava me esperando? Senti meu coração acelerar e um sorriso idiota apareceu no meu rosto, sem nem me dar conta.





– Ela perguntou por mim? – indaguei.





Billy juntou as sobrancelhas e depois sorriu de lado vendo minha reação.





– Você a viu!- ele afirmou com convicção.





– Eu?- perguntei desconcertado. Depois decidi por falar a verdade. – Sim, a vi!- confessei. Billy sorriu mais. – Mas você não me respondeu, pai! Ela perguntou por mim?





– Não! – ele respondeu ainda sorrindo, mas eu não sorria mais.





–Huh! Ok!- disse sem disfarçar meu desanimo. – Então eu... – falei olhando em volta. Claro que ela não tinha perguntado por mim, porque perguntaria. Isso provavelmente era uma tremenda viagem de Billy, querendo desencalhar o filho rabugento. A garota nem deveria mais se lembrar de mim, por isso ela estava toda derretida par o Embry. Cravei as unhas nas palmas nas mãos.





–Você...? – Billy perguntou ainda sorrindo.





– Huh? Eu o que?- perguntei confuso.





Billy gargalhou mais me dando nos nervos.





– Filho, ela estava perguntando por você, eu te garanto! – ele disse ainda sorrindo.





– Aham, ok! – respondi descrente e desanimado. – Vou comer alguma coisa e vou... – apontei para a porta da rua.





– Você tem ronda hoje, filho?- Billy me perguntou, mas ele já sabia a resposta. Billy conhecia todos os dias que eu fazia ronda, e hoje não era um deles.





– Não! – respondi me sentando em frente a travessa lotada de comida que Sue havia mandado. – Mas vou dar uma volta! – disse.





– Claro, claro!- Billy disse sorrindo. Virou sua cadeira em direção ao seu quarto. – Bom passeio, Jake!- disse antes de sumir pela porta.

oOo

Eu estava parado em meio às árvores, ouvindo toda a movimentação que vinha de dentro da casa. O barulho da televisão que vinha da sala, os passos do John indo até a cozinha, mas o que me interessava era o movimento do andar de cima. Ouvi os passos da indo do quarto ao banheiro. Meu coração acelerava toda a vez que seu vulto passava pela janela, mas ele praticamente explodiu quando ela apareceu, empurrando a cortina um pouco para o lado e olhando a noite.





É, realmente eu estava encrencado!

oOo

Mal dormi a noite, me virando na cama, pensando que tudo nunca está tão ruim que não possa ficar pior! Agora não saia da minha cabeça.





Joguei minhas pernas para fora da cama, disposto a falar com ela pessoalmente e acabar com toda a loucura, quando o barulho da caminhonete de John soou descendo o caminho da estrada.





Sai correndo do quarto, saltando por cima de Billy que ia abrir a porta.





– Oi John! – cumprimentei assim que ele saiu da cabine.





John arregalou os olhos assustado. – E ai garoto?- disse.





– Desculpe por não te aparecido ontem! – falei. – Mas eu queria me redimir!





–Oh! Ok!- ele falou. – Porque não telefona para , então? Combina alguma coisa com ela!





– Isso!- falei empolgado demais. Respirei fundo tentando me acalmar. John desviou os olhos de mim, encarando Billy com as sobrancelhas erguidas, como se perguntasse o que significava meu comportamento bizarro. Billy só gargalhou em resposta e John assentiu sorrindo.





– Vou fazer o seguinte!- ele disse pegando o celular do bolso de trás. – Vou te dar o numero do celular dela, e vocês se falam! – falou afastando o aparelho e estreitando os olhos para poder ler os números.





Eu ajudei Billy a colocar toda a parafernália de pesca dele, na caçamba da caminhonete velha de John e praticamente o empurrei para dentro da cabine. Quanto mais rápido eles saíssem, mais rápido eu ligaria para .





– Pronto Jacob! Estamos indo! – Billy disse sorrindo mais que de costume. Realmente meu pai estava bem mais alegre que antes. Pelo menos alguém parecia ter motivo para ficar feliz, o porquê eu não tinha idéia.





Foi só a caminhonete amarela fazer a curva que eu corri para dentro de casa pegando meu celular e discando o numero que John havia me passado.





– Hello? – só ouvir a voz dela, me fez sorrir que nem um besta.





– Quem fala?- Perguntei tentando recuperar o juízo.





– Quem é? – ela perguntou de volta, um pouco irritada. Segurei o riso, tentando provocá-la mais um pouco.





– ? – perguntei, mesmo já sabendo a resposta.





– Pode ser. Quem é?- ela perguntou bem mais irritada, pelo jeito continuava geniosa. Não consegui segurar o riso, o que deve ter a irritado mais.





– Você está em casa?- perguntei, ignorando totalmente suas perguntas.





– Olha cara, se você não se identificar eu vou desligar. – agora sim, ela estava puta da cara. Não, mas eu não queria que ela desligasse.





–Não faça isso.- pedi.





– Então se identifique.





–Vai dizer que não reconhece minha voz? – provoquei mais um pouco, mas eu estava nervoso esperando a resposta. Ela tinha que me reconhecer.





– Embry?- perguntou receosa.





Embry!?! É realmente, nós seriamos só amigos, mesmo.





– Não, não é o Embry. – respondi não conseguindo disfarçar a minha frustração. - Quer dizer que o Embry já andou colocando as garras pra fora.





-Quem te deu esse número?- ela perguntou audivelmente curiosa.





– Alguém que te ama muito. – respondi ainda brincando, mas a dor que eu sentia era grande.





– Não tem mais nada pra fazer, não? Vai te fu.. – disse totalmente irritada, é ela continuava geniosa.





– Hey, A Lilian não te deu educação não?





– Olha, é a última chance que te dou. Vai dizer quem é ou não?– ela intimou.





– Poxa, depois de tanto tempo é assim que eu sou tratado. – me queixei. Ela ficou em silêncio por algum tempo, me fazendo olhar para o visor e confirmar se a ligação tinha caído. Logo um barulhão soou na linha.- ? Que barulho foi esse?





– Na–nada.- ela gaguejou.- Jacob? ela perguntou receosa.





– Rá finalmente! Achei que não se lembrava mais de mim!– falei.





– Você continua um bobo, Jacob! – ela disse me fazendo sorrir.





– E você se tornou uma boca–suja, . A onde se viu tratar assim uma pessoa por telefone?- brinquei.





–Eu não sabia que era você, se não tinha tratado pior. - ela brincou de volta. Falar com a me fazia bem.





– É, acho que mereço isso – fingi estar chateado.





– Não Jacob, eu estava brincando.





–Então porque não para de me chamar de Jacob? Daqui a pouco tá me chamando de Black. – brinquei novamente.





– Ok Jake! – ela respondeu.





–Mas você não me respondeu. Você está em casa, ?

– Sim estou em casa.– ela respondeu.





– Então estou indo ai. Quero me desculpar pessoalmente por ontem.





– Aqui?- ela disse surpresa.





– Por quê? Vai dizer que já tá acompanhada? –perguntei irritado – Não porque eu sei que teu pai foi pescar, ele passou aqui em casa pra pegar o velho.

– Não Jake, eu estou sozinha, mas não acho que seja uma boa.





–Por quê?-Ah ela não iria me dispensar agora, iria?





–Porque eu acabei de acordar e não me arrumei ainda e...





Eu não iria dar chance para ela me dispensar.





– Ah , para de frescura, estou passando ai em dois minutos e tchau!- respondi batendo o telefone antes que ela desse outra desculpa e saindo correndo pela porta.

Capítulo 4

Derrapei na grama molhada, só então me dando conta de como eu estava vestido. Eu estava com as mesmas roupas do dia anterior, sem nem ao menos tomar um banho. Bem, um banho banho, não de chuva como estava tomando no momento. Merda! Não poderia ver daquele jeito.





Corri novamente para dentro de casa, indo direto para o banheiro, deixando minhas roupas pelo caminho. Tomei o banho mais rápido da história, entrando no meu quarto e revirando minhas roupas. Onde estava a merda da minha camiseta preta nova? Olhei em volta, pulando em um é só pé enquanto calçava o tênis. Claro eu tinha explodido ela, na vez em que salvei Bella de Paul!





Que inferno! Não tinha mais nenhuma roupa que prestasse. Ah merda! Iria mesmo só de bermuda. Só esperava não dar uma má impressão. Corri o mais rápido que pude, tentando me manter fora da trilha para não ser visto.





A chuva estava mais forte fora da proteção das árvores. Aumentei a velocidade, cuidando para que a não estivesse na janela. Como eu poderia explicar para ela o jeito que eu estava correndo. Não, ainda não era hora. Se bem que por mim, não seria hora nunca. Não sei se conseguiria vê–la lutando contra um parasita. Isso eu teria que falar com Sam. Dar um jeito para que ela ficasse sempre na retaguarda, protegida. Pelo menos até ela estar bem treinada, pronta. Até lá eu iria tentar atrasar a sua transformação ao máximo.





Aproveitei o impulso e saltei usando a cobertura da varanda como apoio e subindo até a janela do quarto dela.





não estava no quarto.





Eu não podia entrar no quarto dela sem ser convidado, então deixei a persiana bater para alertar minha presença. Vai que ela aparecesse nua no quarto. Então a minha imaginação correu solta, e só de imaginar a entrando no quarto somente de toalha, fez meu coração acelerar absurdamente.





Eu estava tão entretido delirando com meus pensamentos, que nem percebi que se aproximou do quarto. Quando ela abriu a porta, quase cai da janela. Tive que me segurar mais forte no peitoril.





Ela estava mais bonita do que a noite passada, se isso era possível. A roupa curta deixava as pernas bem torneadas à mostra. Enquanto a camiseta mal cobria a barriga perfeita. Os cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo frouxo, deixava alguns fios caídos emoldurando seu rosto lindo! E aqueles olhos! Olhos que mostravam a alma! Parecia um Anjo!





Eu estava sem fôlego!





Ela xingou, o que me fez rir. Mas então fiquei em duvida, será que ela me reconheceria?





– Jake?- ela perguntou me fazendo sorrir mais. Ouvi seu coração acelerar, mas tratei de me convencer que deveria ser pelo susto. Ela me analisava com a boca mais aberta, por um tempo além do que o esperado. Realmente eu tinha minhas duvidas que ela me reconhecia.





– Vai me convidar pra entrar ou eu vou ficar aqui pendurado?- perguntei ainda rindo.





– Entra! – ela disse ainda meio chocada. Eu fiquei meio inseguro com a reação dela, mas então ela sorriu iluminando meu dia - Mas você praticamente já entrou não foi? – falou divertida.





Sem suportar manter a distância entre nós, por mais nenhum segundo, saltei parando em sua frente. Passei minhas mãos pela sua cintura, sentindo toda a minha pele se arrepiar no momento em que encostava na dela. A quentura que irradiava dela, reconfortava meu corpo, enquanto se espalhava pela minha pele, curando, fechando, selando as feridas. E esse mesmo calor mostrava que Sam tinha razão, ela seria uma das nossas logo, logo.





– Que saudade baixinha!- puxei mais para mim, até levantá-la no chão. Eu queria poder mantê–la junto a mim, mas tive medo de ela me achar um louco abusado então me afastei, mas só o suficiente para olhar seu rosto. – Como você está grande, !- Linda! Pensei sorrindo.





– Olha quem fala!- respondeu se afastando mais de mim visivelmente magoada. Eu já estava entrando em desespero, sem saber o que poderia ter feito de errado. Será que ela não gostou que eu ficasse tocando nela? Engoli em seco. – Ótimo Jacob, depois de tanto tempo, a primeira coisa que você me diz é que estou gorda! – ela disse me fazendo suspirar aliviado e gargalhar ao mesmo tempo, pelo absurdo que ela tinha dito.





– Você continua a mesma boba de sempre. – eu disse puxando ela pra mim novamente, sem resistir ficar com as mãos longe dela por muito tempo. Mesmo assim ela ainda continuava de braços cruzados. - Eu não disse que você estava gorda, eu disse que você cresceu. Afinal você era uma garotinha magricela.- ri novamente.- E agora... – eu não consegui evitar de passar meus olhos por todo corpo dela. Falar o quanto ela estava gostosa seria demais?





– E agora o que Jacob? – ela perguntou totalmente envergonhada, sem nem conseguir me olhar nos olhos. A timidez dela, a deixava mais encantadora ainda.





– Você não tem espelho em casa não?- eu disse levantando seu rosto, totalmente fascinado. Seu hálito doce bateu em mim, me dando água na boca. Tive que piscar várias vezes, para colocar os pensamentos no lugar. – Mas e ai me conta do Brasil. Como é o cara que você me trocou?- me afastei um passo dela, para recobrar o juízo. E acabei sentando em sua cama, sem soltar sua mão.





Ela não era minha! Esse pensamento me doeu a alma. Me aproximar de era pior que de Bella, porque tinha Embry!





Os olhos azuis e preocupados dela passearam pelo meu rosto.





– O Brasil era legal. – ela disse distraída, ainda me olhando preocupada, o que me fez torcer o lábio em desaprovação. - Você está bem, Jake?- ela me perguntou com as sobrancelhas juntas.





Suspirei fechando os olhos. A puxei mais pra perto encostando minha cabeça no meu peito. Suas mãos foram para os meus cabelos. Como eu poderia dizer que eu não estava nada bem? Que eu estava pior que antes?





– Estou.- respondi desanimado. Eu estava era fudido!





– Você sabe que pode me contar tudo, não é Jake? – Claro que ela era só minha amiga, e eu viajando como sempre! Assenti.- Fala! Quem é a garota? – perguntou.





– Deixa pra lá!- respondi. Era definitivo, só me via como amigo, e mesmo que ela não me visse assim. Embry a amava e eu havia feito uma promessa a ele.





Eu e a minha maldita boca grande!





Como falar pra dessa atração louca que eu estava sentindo por ela ?





– Jake!- ela reclamou buscando meus olhos com o olhar. – Eu voltei e vou sempre estar ao seu lado.- disse.





– Que bom! Senti falta da minha melhor amiga! – falei





– Você a ama muito não é? – me perguntou.





Eu nem sabia mais de quem eu estava falando!





Você está falando de Bella, Jacob, DE BELLA! E a única que você pode ter alguma coisa!





Mas eu não conseguia nem pensar mais em Bella!





– Sim, muito!- Respondi. Mas na verdade eu não sabia o que sentia direito, só que era enorme. E eu nem conseguia mais relacionar esse sentimento a Bella. - Mas não quero te chatear com meus problemas agora, . – eu não queria mais pensar! Estava tão cansado de tudo. Me ajeitei na cama dela, sentindo o seu cheio no travesseiro e me deitando de lado. - Vem! – a convidei, abrindo os braços. Só que ela ficou relutante, parecia com medo de mim. - Que foi?- perguntei, então tentei relaxar a tensão que ela demonstrava - Não é a primeira vez que nós deitamos juntos.- disse malicioso, brincando.





Ela girou os olhos. - Nós éramos crianças, Jake! E você não era tão... – corou, como se tivesse pensado em algo impróprio. Isso me deixou curioso.





– Tão o que? – perguntei. Queria tanto saber o que ela pensava de mim.





Ela corou um pouco mais. –Tão grande! Você ocupa quase toda a minha cama!- disse, me frustrando.





Claro! Você queria que ela dissesse o que, idiota?





– Para de besteira e vem logo. – falei a puxando pela mão. se sentou na cama, as costas encostadas na cabeceira. Sem nem pensar mais em nada, só querendo ficar junto a ela, deitei minha cabeça em seu colo. Totalmente entregue.





– Carente Jake?- ela me perguntou.





– Aham!- me acomodei mais, sentindo seus dedos deslizarem de leve em meus cabelos, enquanto seu cheiro me embalava. Eu precisava desse contato, mesmo que isso fosse passageiro.





Adormeci sonhando com ela.

oOo

– Jake!- a voz da começou a me puxar para a realidade, mas tudo que eu queria era continuar com ela nos meus braços, sentindo sua boca na minha.





Só que não era real, não estava ali. Nem mais no meu lado! Levantei a cabeça, confuso. – Merda, acho que dormi. – falei sonolento vendo parada na janela.





– Acha? Pelo ronco você capotou. – ela disse rindo da minha cara. Peguei o travesseiro jogando nela, mas o pegou e o atirou de volta, tão rápido, que eu mal vi o movimento.





É, ela já era uma do bando!





– É o Embry?- perguntei colocando o travesseiro de volta no lugar.





– E o Paul. – ela falou fazendo uma careta.





Paul? Ele não iria entrar com ela vestida desse jeito. Ainda mais sendo ele como era! – Vai trocar essa roupa indecente enquanto eu falo com eles. – falei.





– Você não manda em mim não! – ela disse levantando o queixo.





– Vai logo!- disse impaciente. Ela não entendia que eu estava protegendo dos comentários maldosos e sem noção do Paul? - Eles não vão entrar enquanto você tiver com essa roupa.- falei.





– Ah! Que eu saiba, eu queria trocar de roupa muito antes de você chegar e foi VOCÊ que não deixou.- cruzou os braços, teimosa.





– Eu sei, mas eu ver as tuas pernas não tem problema. – disse.





– Vai te fuder Jacob!- ela disse me fazendo arregalar os olhos. era bem temperamental, além de teimosa!





– Eita, boca–suja!- respondi.





– Vai dizer que a sua namorada não fala palavrão nem usa roupas curtas? – me perguntou com as mãos na cintura.





Namorada! Que namorada?





– Ela não é minha namorada!- respondi. Eu podia muito bem dizer que não havia namorada nenhuma, mas a petulância dela aflorava o meu mau gênio. - E realmente ela não faz esse tipo de coisa.- blefei, vendo a murchar na minha frente. Senti meu coração apertar. Eu havia a magoado! Ela se sentou na cama, ainda olhando para o chão, então começou a tremer. Não! Eu não podia deixar que a transformação acontecesse, ainda mais por minha culpa. Ela olhava para as mãos assustada. Sem nem pensar mais, sentei ao seu lado a puxando para mim. –Shhhh, . Calma! Você tem que se acalmar!- falei acariciando suas costas. – Shhhhh!- sussurrei em seu ouvido.





Eu sentia sua respiração ofegante batendo no meu rosto. Seu corpo todo em contato com o meu, me deixando elétrico. se virou vagarosamente, seus olhos se fixando na minha boca. Deus, como eu queria aquela boca! Ouvi seu coração acelerado, e naquele momento eu queria acreditar que ela também me queria.





Quantas horas eu passei sonhando com seus lábios? Imaginando como seriam seu beijo? Fantasiei com seu gosto? A noite toda sem dormir, e mesmo quando eu fechei os olhos eu ocupei em somente pensar como seria... como seria eu e , juntos! E agora eu vejo que nada, nada mesmo que eu havia sequer imaginado pode se comparar. Tudo bem, eu não reclamaria afinal, eu poderia conviver com isso facilmente.





entrelaçou os dedos na minha nuca, me apertando mais fortemente contra ela. Eu queria, eu precisava dela. Eu intensifiquei o beijo forçando sua boca para que aceitasse minha língua dentro dela, o que ela fez de imediato. Minha mão deslizou pela perna dela, sentindo sua pele macia e quente, parando em sua bunda. Me debrucei a deitando de costas na cama, me debruçando por cima dela. subiu a perna, enlaçando meu quadril. Eu senti seu copo totalmente encaixado no meu. Eu deslizei minha boca pelo seu queixo, lambendo e mordiscando seu pescoço. Ela arranhava as minhas costas, me fazendo estremecer. Meu pau latejava, totalmente ereto e apertado dentro da minha bermuda. Era meu primeiro beijo! Mas parecia que meu corpo funcionava no automático querendo ir até o fim.





Espera um pouco! Como assim?





Eu queria arrancar suas roupas e possuí-la ali mesmo, sem pensar nas conseqüências. Sem pensar em Embry esperando lá fora?





Eu não conseguia me mexer. Ainda estava paralisado com a encaixada nos meus braços. Ela ainda estava de olhos fechados e a respiração ofegante. Então ela se desvencilhou de mim se sentando na cama abraçando as pernas.





Meu Deus eu era um imbecil! Tinha me aproveitado da garota, quando ela estava abalada!



Eu tinha que me desculpar! Tinha que consertar o que havia feito!





– !- disse quase implorando. - Eu sinto muito! Não devia ter feito isso.





– Jacob. Sai.- ela disse raivosa.





– Me perdoa?- supliquei.





– Sai.- ela disse furiosa.





Que merda que eu fiz?





– Eu sou um idiota. Só queria que você se acalmasse!- tentei me justificar, mas o que eu queria era me chutar!





Ela olhou em volta, então me olhou. Seus olhos azuis, escurecendo de raiva.





– Sai. Agora. SAI. – ela gritou começando a tremer de novo.





– Estou indo. – falei rendido, saltando pela janela.

Capítulo 5

Saltei da janela sem nem calcular o pulo e acabei caindo de mau jeito, mas o que eu queria mesmo era quebrar meu pescoço. Será que eu conseguiria? Ou melhor, será que adiantaria?

Sai do quarto deixando um pedaço de mim para trás. Mas que merda, eu era um babaca mesmo! Do jeito como ficou brava comigo, ela devia ter me odiado. Não sei como ela não me bateu!





E do jeito que ela estava forte, iria doer bastante!





Passei a mão na bermuda limpando a terra que estava ali por causa da minha queda mal sucedida. Embry e Paul me olharam desconfiados enquanto eu me aproximava.





– O que?- perguntei a eles. Meu bom humor já tinha ido para as cucuias.





– Que cara é essa?- Embry perguntou com as sobrancelhas juntas.





A minha primeira reação foi responder “A mesma cara de sempre!”, mas engoli a resposta e respirei fundo. – Vamos entrar que eu conto para vocês!





– está bem? Foi a transformação?- Embry perguntou preocupado.





– Não foi a transformação! Mas foi quase! – respondi abrindo a porta da casa.





– Mais o que você fez?- Embry perguntou atrás de mim. Eu sabia que ele iria querer arrancar toda a verdade, e eu sabia que não ia conseguir esconder minha trairagem por muito tempo.





– Fiz burrada!- Respondi decidido a deixar tudo mais claro quanto o possível. Pelo menos quanto minha vergonha permitisse.





– Eu não consigo entender o porquê de tanta frescura, deixa acontecer e pronto. – Paul disse se atirando no sofá.





– Cala boca, Paul!- Eu não estava com cabeça para as besteiras dele, não me importaria de uma luta nesse momento. Na verdade iria gostar bastante.





– Mas o que você fez Jake?- Embry insistiu.





– Eu a beijei. - confessei. Embry arregalou os olhos. Eu sabia o que ele estava pensando. TRAIÇÃO!





– Ah não, cara! Você não vai começar a beijar cada vez que um de nós ameaçarmos a perder o controle. – Paul provocou rindo. Dei um passo em sua direção mas Embry me parou.





– CALA BOCA PAUL!- dissemos juntos.





– Faz alguma coisa de útil, vai avisar Sam. –ordenei. Ser o segundo em comando tinha suas vantagens.





Paul se levantou e saiu, não podendo fazer nada além de me obedecer.





– Como ela reagiu?- Embry perguntou.





– Acho que ela não gostou. Ela me correu do quarto não foi?- respondi.





– Tem certeza?- Embry perguntou incrédulo.





– Não sei! Não sei o que me deu! – respondi. Contar para ele que já estava pensando nisso antes era demais. Não poderia fazer isso ainda.





– Tem certeza que beijar a já não estava passando na sua cabeça antes?- Embry perguntou como se adivinhasse meus pensamentos. Olhei para ele por alguns segundos. Eu era um idiota covarde! Neguei com a cabeça. – Que droga, Jake! – disse Embry.





– Nem me fale!- respondi desanimado me atirando no sofá.





– Acho que vai ser logo! – Embry disse desanimado sentando na poltrona em frente.

Suspirei.





Nós dois levantamos os olhos para o topo da escada quando ouvimos a movimentação da o andar de cima. Ela saiu do banheiro indo em direção ao quarto e fechando a porta.





Pouco tempo depois ela desceu usando um vestido leve e florido que deixavam suas pernas lindas, a mostra. Engoli em seco a olhando fascinado. Eu estava paralisado no lugar, mas Embry não era babaca que nem eu e saltou em direção a ela, a esperando no final da escada.





– Oi! – Embry disse, babando que nem um besta. Isso me fez trincar os dentes.





– Oi!- ela respondeu sorrindo de leve. não me olhou nenhuma vez o que eu me deixou angustiado. Será que ela iria me perdoar? – Vão almoçar comigo? – ela perguntou para Embry, depois seus olhos foram para mim. Por educação! Somente por educação! Eu deveria ir embora, mas não estava pronto para deixá-la. Assenti.





– Sim. – Embry respondeu. – Como você está?- ele emendou.





saiu em direção a cozinha e Embry a seguiu. Ainda pensei em ir atrás, mas acabei desistindo de ser tão inconveniente e deixá–los sozinhos.





Encostei a cabeça no sofá com os olhos fechados, enquanto ouvia a conversa dos dois na cozinha. Ela é dele, seu idiota! Ela é dele! repeti mentalmente.





Pouco tempo depois Embry se jogou no sofá ao meu lado, ligando a TV e me oferecendo o pacote de Doritos, mas estranhamente, eu não estava com fome.





Eu olhava o jogo, mas não conseguia prestar atenção. A única coisa que passava pela minha cabeça e prendia a minha atenção era a movimentação da garota na cozinha ao lado. E o pensamento de como minha vida tinha passado de ruim para pior em pouco tempo.





Pouco tempo depois, John chegou.









– Opa! Tudo bom garotos?- ele nos cumprimentou assim que nos viu instalados em seu sofá.





– Hey John.- respondemos em coro. Ele sorriu e caminhou até a cozinha.





– Tudo bom baixinha? – ele perguntou a antes de lhe dar um beijo na testa.





– Pai, nós precisamos conversar! – ela disse me fazendo bufar. John nos olhou por um instante. Pelo jeito ele também não fiava a vontade com o assunto. – Mas primeiro vamos almoçar.- ela disse pegando a travessa de macarrão e colocando na mesa.





– Bem, qual dos três vai ser o primeiro a me explicar o que está acontecendo aqui?- perguntou calmamente, depois que terminou de lavar a louça. Ainda tentei oferecer ajuda algumas vezes, mas ela negou friamente. O meu medo era de ter acabado com todas as chances de tê–la por perto. Porque por mais que ela parecesse calma eu via a ira brilhando em seus olhos azuis – Vamos, estou esperando! – ela disse ríspida, cruzando os braços.





- Filha, acho melhor esperar o Sam! – John respondeu. pareceu inflar de raiva.





– Esperar Sam pra que? O que Sam tem a ver com isso?- logo suas mãos tremiam novamente.





– Só ele pode te dizer. – Falei vencido. A transformação seria logo, eu quisesse ou não!





– Então vou perguntar diretamente a ele!- ela me disse saindo porta a fora com nós três no seu encalço. – Sam? – ela cruzou os braços em sua frente.





– Oi !- ele respondeu calmamente.





– Pode me explicar o que está acontecendo aqui?- perguntou com raiva.





– Isso é uma coisa que você tem que descobrir sozinha, porque ninguém vai te falar nada. – eu sabia o que Sam estava fazendo, ele tinha feito o mesmo comigo. Sam provocava a transformação.





– O que?- os espasmos já se espalhavam por todo o corpo dela.





Ele fez um sinal para que nós nos afastássemos. Por mais que meu corpo pedia que eu a pegasse e a acalmasse, obedeci. Virei os olhos quando seu corpo se projetou para frente e suas roupas se rasgaram. Eu não queria que ela passasse por isso! Queria que ela tivesse uma vida normal. E se isso a transformasse em uma pessoa amarga que nem Leah?





Em segundos uma loba prata de enormes olhos azuis estava em nossa frente. Meu corpo começou a tremer, junto com o do restante do bando. Logo todos nós tínhamos nos transformado.





MAS QUE MERDA TODA É ESSA? berrou em pensamento.





, calma! Sam pensou. Calma, está tudo bem.





olhou para ele com olhos assustados. Eu estava totalmente derrotado. Vê–la passar por tudo aquilo me corroia por dentro.

Ótimo, enlouqueci pensou.





Não , você não enlouqueceu respondi.





Jacob?



Sim dei dois passos para que ela me notasse.





Você não é a única maluca aqui Paul disse.





Paul?



Mas alguém pode me dizer que merda toda é essa?



Você tem razão, Jake. Ela é boca suja



Cala boca Paul



Embry?



Fiquem todos quietos. Sam comandou nos fazendo fiar calados. Você se lembra das lendas do nosso povo?



Não me diz que é tudo verdade



Não preciso dizer nada, está tudo na sua frente.



Eu não acredito nisso. Ela sacudiu a cabeça. Como eu queria poder conforta–la Embry me olhou desconfiado, o que fez com que eu controlasse meus pensamentos. Mas porque comigo? perguntou.





Bom, isso nós não sabemos com certeza. Depende da genética que você recebe de seus antepassados, no seu caso do seu pai. Sam explicou. olhou ao redor encontrando John observando orgulhoso a filha a distância. Sim , ser um do bando é um orgulho pra nós



Você lê todos os meus pensamentos? ela perguntou com os olhos arregalados.





Sim, compartilhar os pensamentos é uma das nossas características Sam contiuava respondendo todas as suas perguntas, até que ela se deu por satisfeita, e se retirou para trás da casa, se trocar.





Todos estavam relaxados, mas eu ainda não! Me afastei para poder me transformar e colocar minhas próprias roupas e ter meus pensamentos só para mim de volta.





Naquele momento eu decidi que a amararia e a protegeria como uma irmã de bando. Somente uma irmã de bando!

Capítulo 6

Respirei fundo, deixando todos entrarem, só ficou para trás. Subi os degraus atrás dela, sentindo o cheiro de seus cabelos misturado com o forte cheiro de loba da sua transformação. Isso tudo me atraia imensamente. Era quase insuportável ficar perto dela sem toca-la.





se sentou ao lado de Embry em frente ao seu pai e Sam. Me apoiei na parede ao lado da porta, a observando de longe. Tentei buscar seu olhar diversas vezes, mas ela nem me olhava.





Apertei os olhos com força, tentando não transformar minha frustração em mais raiva. Minha vontade era socar a parede. 





 Sam começou toda aquela ladainha de sempre. Coisa que eu já tinha ouvido centenas de vezes e que eles achavam tão importante. Eu também sentia orgulho de ser um Quileute, de ser um protetor. O que eu não conseguia digerir era a imposição, a falta de escolha. E agora estava metida nisso tudo. 





 Eu conseguia observa-la. O jeito como umedecia os lábios cheios antes de falar. A forma como ela colocava incessantemente para trás da orelha, uma mexa de cabelo que teimava em cair em seu rosto. A maneira que ela sorria. Tudo nela era perfeito. Parecia que alguém tinha entrado na minha cabeça e tirado de lá, tudo que eu achava de mais atraente em uma garota, juntado tudo e criado a . 





 Trinquei o maxilar quando vi Embry toca-la, segurar sua mão. Ela parecia não se importar, na verdade ela até mostrava gostar da proximidade dele. Engoli em seco, sentindo algo se partir dentro de mim. Senti uma tristeza tão grande, e um ciúme tão doentio que era insuportável olhar para os dois juntos. Fechei os olhos tentando me concentrar. Eu não sabia o que estava acontecendo, o que eu estava sentindo. Mas eu sabia que se tivesse que ficar com alguém, Embry era a melhor opção. 





 Abri os olhos dando de cara com os enormes olhos azuis dela me olhando tristemente. O que eu tinha perdido? Ela parecia preocupada comigo! 





 Sam falava sobre a vampira ruiva e a perseguição à Bella. Enruguei a testa, tentando entender o que podia ter deixado tão triste. 





 - Sim. – ela concordou ainda sem desviar os olhos dos meus. Eu me sentia preso por aqueles olhos cor do céu.





 - Acho que por enquanto, você já tem informações suficientes pra processar. O restante nós te passamos depois. – Sam disse, fazendo com que ela desviasse o olhar pra ele. 





 Sam começou a dividir a ronda. Eu estava torcendo para que ele mantesse a em um grupo experiente. Eu poderia cuidar dela durante uma patrulha, a mantendo segura. – Jacob, Embry e Quil, vocês fazem das dez às seis da manhã, então é bom vocês dormirem agora. Você não tem aula de manhã, não é ? – Sam perguntou se virando para ela. 





 - Não eu começo só em setembro. – ela respondeu. 





No meu grupo! No meu grupo! torci em pensamento. 





 - Então você faz o turno das seis ao meio dia comigo e Leah, ok? – Sam disse. Bem não era o que eu pensava, mas ela estaria segura com Sam e em um horário bem mais tranqüilo. Na verdade, mesmo que não estivesse sob meus cuidados, essa era a melhor alternativa. 





 -Ok. – ela respondeu acompanhando os garotos que saiam, ficando parada em minha frente.





 Eu respirei fundo, sentindo seu perfume, ela estava há centímetros de mim. Eu precisava ter certeza que tudo estava bem entre nós, e precisava me convencer que ela seria minha amiga e só, mas mais do que tudo, eu precisava ficar mais tempo com ela. 





 Ela me encarou e eu indiquei com a cabeça que ela me acompanhasse. 





 Eu dei alguns passos, tentando sair o máximo do alcance da audição dos outros. Precisava mesmo, conversar com sem correr o risco de Paul bisbilhotar. Eu ouvia seus passos atrás de mim, e quando cheguei no inicio da trilha, parei e me virei para olhá-la. Como ela era linda!





 Só que ela não era minha!





me encarou com os imensos olhos azuis, eu tinha tanta coisa pra dizer para ela. -, eu queria... – mas eu não podia falar o que eu realmente sentia, simplesmente porque eu também não sabia explicar. 





 - Para com isso, Jake! – ela me interrompeu, me fazendo arregalar os olhos. Será que ela sabia? -Chega de pedir desculpas. – Não era bem isso que eu ia dizer, mas... –Eu também estava lá e caso não tenha reparado,– ela continuou. –... eu participei também. Você não fez nada que eu não quisesse. – Ela tinha dito que tinha gostado? Eu devia estar alucinando! – Então se você me pedir desculpas eu tenho que te pedir também. E eu não acho que foi ruim para ter que te pedir desculpas. – ela sussurrou, desviando os olhos para o chão.





 - Não disse que achei ruim. – falei atônito – Muito pelo contrario! – Eu devia dizer o que sentia? Que ela havia bagunçado meus pensamentos desde que chegou aqui? Mas eu não podia! Você tem que ajudar o Embry, idiota! Foi pra isso que você veio aqui! – Mas não é certo, . Eu não... 





 - Jake, Jake! Ok, eu entendi! – ela me interrompeu. Mas ela não havia entendido, decido por mudar de assunto. Eu não sabia até onde conseguiria levar aquela adiante sem falar uma besteira. 





 - Como você está com relação a ser uma loba? – perguntei. 





 - Eu estou bem! Pra quem chegou a pensar que estava com alguma doença tropical sem cura, até que foi ótimo. – ela respondeu fazendo piada e dando de ombros, mas eu não achava graça naquilo. ficou séria. – Você não gostou que eu fosse uma loba?





 - Não. – eu respondi decidido em falar a verdade.





 Ela começou a se defender rapidamente. – Olha Jake, você não precisa se incomodar com isso eu não vou ficar no seu pé nem nada.– disse. 





 - Não é isso! É perigoso! É muito arriscado, você pode se machucar! – respondi preocupado.  





- Eu sou forte! Sou uma loba! – ela sorriu. Eu sentia uma necessidade enorme de protegê-la, e saber do risco que ela corria era angustiante. 





 - É eu sei! – respondi. 





 Nós dois ficamos um momento em silêncio, então ela suspirou profundamente. - Só me confirma uma coisa!- pediu.- É a Bella, não é?- me perguntou.





 Enruguei o cenho. O que sabia de Bella? Ou melhor, o que ela achava que sabia de Bella? Na verdade “É a Bella” não era a pergunta certa, porque não era mais a Bella. 





 - Você percebeu. – falei. 





 - É, de vez enquando até eu me surpreendo com a minha inteligência. – ela brincou, me fazendo rir. Então ela ficou séria. – Você tem que dormir! – afirmou.





 Sim, eu estava exausto, mas não estava pronto para deixá-la ir. - Me acompanha até em casa? – perguntei segurando sua mão, numa ultima tentativa de não deixá-la ir. Eu sabia que estava arriscando, mas na hora eu nem pensei direito. Eu precisava do seu toque. 





 - Claro!- ela respondeu me causando alivio, pelo menos por mais algum tempo ela estaria comigo. Caminhamos em silêncio de mãos dadas, na minha cabeça passando várias coisas que eu poderia falar, mas nada parecia bom o bastante, engraçado ou interessante, na verdade, tudo que eu pensava em dizer me parecia muito idiota. Eu queria que ela tivesse uma boa impressão e não e achasse um besta. Tudo bem, eu era um besta! 





 – Vocês se vêem muito?- ela me perguntou quebrando o silêncio. 





Ainda levei um tempo pra entender do que ela falava. Ah claro! De Bella! Eu mal pensava em Bella. - Agora não mais. – respondi. E me lembrar em como isso me machucava até pouco tempo. Agora estou eu todo bobo, só porque estou segurando a mão de outra garota. Tentando o máximo atrasar o momento de me separar dela. – Ela ainda me telefona, mas eu não estou atendendo as suas ligações. – Falei.





 - E você pretende voltar a falar com ela?- ela me perguntou. 





 Eu pensei um pouco sobre isso. Na verdade eu não sentia raiva de Bella, e ela sim era a garota para mim. Pelo menos era a única que eu podia insistir. 





 - Eu acho que ainda não estou pronto pra desistir dela,! – respondi, vendo que meu tempo com ela estava acabando. – Chegamos! – disse desanimado apontando para minha casa. 





 - Então tá! Durma bem!- ela disse mal humorada. Epa! Péra ai! Não tão rápido! segurei forte a mão dela fazendo com que ela se chocasse em mim. Aproveitei e passei a mão pela cintura dela, a segurando forte. Eu queria beijá-la, sentir seu gosto novamente, mas tinha que falar alguma coisa, justificar minha atitude esquisita. 





- Não vai nem falar com Billy? Ele vai ficar chateado! – falei a primeira desculpa que me veio na cabeça. 









 - Ok. – ela sussurrou, seu coração acelerando absurdamente, talvez devido ao susto. Eu sorri a conduzindo para dentro de casa. 





 - Olá crianças! – Meu pai nos saudou, ele estava com os olhos cravados nas nossas mãos juntas. Eu conhecia o velho, sabia direitinho o que ele estava pensando, então antes de que ele falasse algo que me fizesse pagar um mico eu larguei a mão dela. 





 - Olá tio Billy!- disse dando um abraço no velho.- Só vim dar um oi, porque esse menino precisa dormir. – ela apontou pra mim. Meu pai praticamente babava nela. Eu tinha certeza que ele já devia estar fazendo os planos do nosso casamento.





 - Então aconteceu, ?- o velho perguntou todo babão. – Mas que maravilha! – ele disse me fazendo girar os olhos.





se despediu. - Ok! Agora eu vou. – ela disse indo em direção a porta. Não! Ainda não! 





 - Mas prometa que volta logo!- Billy disse os olhos cravados em mim, esperando minha reação.





 - Claro, pode deixar!- ela respondeu abrindo a porta e saindo.





 - Espere! – Falei, as palavras saltando da minha boca. Corri para alcançá-la. Tá e agora? Lá estava a parada me olhando. Eu tinha que dizer alguma coisa. - Eu posso te buscar na loja do seu pai, no final do seu turno de trabalho, amanhã a tarde? – perguntei. me olhou confusa. – É para te levar para fazer a tatuagem. – apontei para o ombro.





 sorriu. - Outra tatuagem? Ok. – ela respondeu.





 - Como assim outra? Você já tem uma tatuagem? – perguntei curioso. Ela sorriu de lado. Linda!





 - Sim tenho. – respondeu, então sorriu provocante. –Só que é em um lugar que não pega sol. – ela falou inocente. Oh Deus, não faz isso comigo! Minha mente imaginando os lugares mais sensuais, fazendo meu corpo reagir de imediato. Eu devia estar com a maior cara de paspalho porque ela riu. – Estou brincando, é quase em um lugar que não pega sol. 





 Eu não consegui esquecer as imagens que minha mente tarada havia colocado em minha cabeça. Eu conseguia visualizá-la nua em minha frente. Gotosa do jeito que ela era!





 - Hey! – ela reclamou, fazendo eu quase morrer de vergonha.





 - Desculpe! – disse acanhado. – Só estava imaginando onde... Imbecil! O que ela vai pensar de você tarando ela com o olhar! Idiota





- Se você merecer, um dia te mostro. – ela falou provocante, quase fazendo com que eu caísse para trás. Eu estava ficando doido! Mas se ela achava que iria me provocar de graça, estava enganada.





 - Vai sair sem me dar um beijo? – perguntei sorrindo.





 Ela me olhou por alguns instantes, depois se aproximou devagar ficando na ponta dos pés, seus olhos passeando pelo meu rosto. Tive que fechar as mãos em punhos para não agarrá-la. sorriu e beijou o canto da minha boca, se virando e indo embora.





Terreno perigoso! Terreno perigoso! eu tive que cravar os pés no chão para não segui–la. Droga! Eu estava a ponto de agarrá-la novamente! Merda! O que eu tinha na cabeça? Eu precisava de um banho, bem gelado!

Capítulo 7

- já foi?- Billy perguntou assim que cruzei a porta.





Me atirei no sofá. – Sim! – respondi jogando a cabeça pra trás e encarando o teto.





- Sozinha?





Pisquei os olhos. – Sim, porque? Você acha que tem algum perigo?- perguntei alarmado.





- Em La Push?- o velho disse incrédulo.





- Nunca se sabe! Pode acontecer tanta coisa!- respondi andando para um lado e para outro. Como eu pude deixá-la sozinha? Afinal Sam pediu para cuidarmos dela, não foi? Olhei para Billy esperando que ele me dissesse o que todo meu corpo me implorava para fazer. Ele não disse nada, só sorriu. – O senhor acha que eu devo ir atrás dela? – perguntei já sem paciência.





- Vai Jake! Vai!- ele falou rindo. Billy balançava a cabeça e sacudia os ombros enquanto ria. Eu não queria nem saber o que ele achava de tão engraçado. Foi só ele dizer o primeiro “vai” e eu já voava pela porta.





Bom, eu tinha que pensar! Seria estranho eu alcançá-la com a desculpa de levá-la em casa, se eu havia pedido para que ela me acompanhasse até a minha casa, mas se eu a seguisse de longe, ela não pensaria que eu era um doido. Por mais que eu me sentisse um.





corria rapidamente, o vento moldava o vestido em seu corpo, mostrando como ele era perfeito. Eu acompanhava indo pela mata. Ela estava bem, mas parecia triste e preocupada com algo.





Ela levantou os olhos da trilha para sua casa e sorriu. Eu parei. Embry estava sentado nos degraus da varanda da casa dela, olhando para ela e sorrindo que nem um babaca.





O que ele queria. Porque não tinha ido embora ainda?





parou a sua frente, e eu fiquei a beira da mata observando os dois. Meu coração martelava em minhas costelas, tão alto que eu não sei como os dois não ouviam. E doía. Doía muito ver o jeito que ela sorria para ele.





- Olá! Esperando alguém? – ela perguntou.





Embry estufou o peito.





- Sim. Me falaram que tem uma loba linda que mora. Decidi verificar. – ele disse. Fechei os olhos tentando dissipar a ânsia que me revirava o estômago. Eu não acreditava que a iria cair em uma cantada idiota dessas.





Para meu desespero ela sorriu mais, suas bochechas adquirindo um lindo tom de vermelho. Ele tinha conseguido!





Estava começando a ter certeza que o idiota da história era eu mesmo.





- Acho que te enganaram. A loba que mora aqui é até bem esquisitinha. – ela respondeu envergonhada.





Embry se aproximou mais.





Dá uma cortada nele! Dá uma cortada nele! eu repetia em pensamento. Mas não, ela deixou ele encostar nela!





Embry a segurou pela cintura. - Acho que você está muito enganada.





Cravei os dedos no tronco da pequena arvore ao meu lado, arrancando algumas lascas. Eu tinha que me segurar em algo, porque a minha vontade era de separar os dois a força. Ele tinha que respeitá-la! Era esse o acordo!





E ela tinha que se dar ao respeito!





Então qual foi meu espanto, quando pegou Embry pela mão e o carregou para dentro de casa.





Eu tinha que fazer algo! Minha cabeça trilhando vários planos para tirar Embry de lá. Já estava tirando os tênis aos chutes para me transformar, quando pensei melhor. Qual desculpa eu iria dar. Eu podia dizer que era uma convocação, mas Paul e os outros que estavam de ronda saberiam que era mentira. E como eu iria explicar?





Bem! Eu teria que contar com John! Afinal ele era o pai dela, não era? Não iria deixar a filha sozinha com um garoto!





Sem poder fazer nada, acompanhei os movimentos da casa pelo lado de fora. Às vezes eu me perguntava que raios eu estava fazendo ali, vigiando, controlando que nem um maníaco os movimentos do quarto da garota, mas eu não conseguia. Parecia que um imã me atraia para aquela casa.





Sentei no escuro, remoendo minha raiva sem motivo. Mas estar com Embry no quarto, não queria dizer que aconteceria alguma coisa entre os dois. Afinal eu estive no quarto dela a pouco tempo e nã...

PUTA QUE PARIU!!!





Mas não era uma garota qualquer, ela não daria mole para ele, assim tão fácil!





Embry saiu algum tempo depois. Trinquei o maxilar enquanto assistia se derreter para ele. Os dois ficaram algum tempo conversando na porta. Então Embry a puxou pela nuca, tranquei a respiração esperando pelo que eu tanto temia. Mas ele lhe deu um beijo na testa e se despediu.





Eu sentia tanta raiva que poderia soca-lo, mas que motivo eu tinha?





Ele enrugou a testa quando me viu.





- Ué! Algum problema, Jake? – Embry me perguntou se aproximando desconfiado.





- Não, nenhum! Tava te esperando! – respondi me levantando.





Ele me olhou desconfiado, novamente.





- Ok! – respondeu ainda meio cauteloso. – Só que eu tenho que ir pra casa, descansar um pouco antes da ronda!





É! Eu também tinha! Mas com a raiva que estava sentindo não conseguiria descansar. E eu precisava que Embry me desse qualquer motivo para soca-lo. Nem que eu tivesse que provoca-lo.





- Você já não devia ter ido antes? – perguntei mal humorado.





- O que você tem a ver com isso, Jake? – perguntei.





- O que você estava fazendo no quarto da ?- perguntei de volta.





- É esse o problema, então? Você gosta da , Jake? – ele me perguntou me pegando de surpresa.





- Eu? – fiquei pensando em qual a melhor resposta. Na verdade eu não sabia qual era a resposta. – Não! – respondi. Mas na hora que falei, tive a certeza que aquela não era a verdade.





Parecia que eu estava negando o amor ao meu pai! Pior que isso, heresia!





- Certeza Jacob?- Embry me perguntou desconfiado novamente.





- Porque, ela perguntou por mim? – perguntei. Meu coração acelerando na expectativa.





Embry demorou alguns segundos a mais para responder.





- Não! – ele disse. – Nem tocou no seu nome!





(N/A Pra quem não se lembra desse capítulo em S&C, a PP praticamente confessou ao Embry que amava Jacob.;) )





- Ah!- falei desanimado. – Vocês estão juntos? – eu tinha que perguntar essa.





Embry sorriu. Idiota!





-Quase!- respondeu. - Você chegou a falar de mim pra ela, como você prometeu, não foi? Meu, muito obrigada!- ele tagarelava sem parar. - Viu essa camiseta?- apontou para o peito. A camiseta amarela da Seleção Brasileira. – Ela me trouxe de presente do Brasil! Ela se lembrava de mim, cara! - disse eufórico. (N/A Mentira!)





Eu me sentia destruído.





- Bem vou indo!- Embry disse saindo, quando a chuva começou a cair. – Nos vemos mais tarde!- falou já longe.





Deixei meu corpo cair no chão molhado, deixando a chuva me encharcar. Novamente eu estava de quatro pela garota errada.

Capítulo 8

Quanto tempo uma pessoa agüenta ficar acordado, sem pregar o olho? Bem, uma pessoa normal, mas eu não era normal. Eu já ouvira falar que as pessoas costumam enlouquecer se não dormem, pois deveria ser isso que estava acontecendo comigo ultimamente, eu estava enlouquecendo!

A minha cabeça estava lotada de pensamentos. E todos eles pertenciam aos olhos azuis que, agora, me atormentavam. Eu não sei em que exato momento os meus pensamentos ficaram tomados por um sentimento de raiva.

Eu nunca me senti tão furioso! E olha que eu já tive meus momentos! Mas agora eu sentia raiva, muita raiva! Me sentia impotente, com as mãos amarradas! Preso! Sem poder fazer o que meu corpo pedia! E ele pedia por ela! Ah, como pedia!

Mas quem ela pensava que era? Chegar assim e bagunçar toda minha vida! Confesso que minha vida já não era lá grandes coisas, mas era bem mais fácil quando meu grande problema era ter um rival sanguessuga. Só que agora, meu rival era um... irmão!

Não! não tinha esse direito! O bando era minha família e eu não iria contra um do bando! Se ainda fosse o Paul, até eu poderia pensar!

Peguei o celular olhando as horas! Mais um pouco e me atrasaria.

Sai de casa sentindo a garoa fina bater como gelo no meu corpo quente. Retirei a camiseta pela cabeça, enquanto ia me preparando para mais uma noite de rondas. Embry apareceu no meio das árvores, cabisbaixo.

Eu ainda não estava com muita vontade de vê-lo, muito menos falar com ele, desde a hora que ele saiu da casa da . Mas eu não podia evita-lo, podia?

-Ué! Fazendo o que, por aqui?- perguntei, tentando manter as aparências, mas por dentro eu ainda queria surra-lo.

Embry também tinha ronda no mesmo turno. Seria muito mais lógico ele ir direto da casa dele para a clareira onde nós sempre nos encontramos do que deslocar o caminho até minha casa. Ainda mais agora que nós estávamos nos estranhando.

Não que a culpa fosse dele, claro!

Embry deu de ombros.

- Posso ir com você? – ele me perguntou.

- Claro, pode! Algum problema?- perguntei, enquanto tomávamos o rumo da trilha que entrava na floresta.

- Eu preciso mesmo saber, Jake! – ele me disse.

Olhei para ele de canto de olho. – Saber o que?- perguntei desconfiado.

- Você e a , não tem nenhuma chance mesmo?

Eu sabia que era isso. E eu não tinha certeza se conseguiria negar o que eu sentia novamente. Mas então me ocorreu algo. Ele não perguntou o que eu realmente sentia, ele me perguntou se havia alguma chance de nós dois ficarmos juntos.

Não, não havia! Isso estava decidido!

- Não, Embry! Não tem! – aquilo me corroeu por dentro. –Você a ama, não é?

Ele desviou os olhos de mim, saltando uma raiz que se projetava a mais no solo. Já havíamos percorrido quase a metade do caminho, já bem embrenhado na mata.

- Sim! Muito! – ele respondeu.

- Então pode ir em frente!- falei não tendo mais nada a dizer, a não ser me convencer a sair do caminho dos dois. – Mas eu vou estar de olho! Se você a magoar, uma vez que seja, eu esqueço que você é meu irmão!- respondi em tom de ameaça.

- Eu não vou magoá-la, Jacob!- ele respondeu solene. Embry parou e colocou a mão no meu ombro. – Obrigado!

O que eu poderia responder?

“De nada!”

Não era “nada”! O que eu estava fazendo era tão dolorido, que eu não sabia como conseguia ainda me manter em pé, ali na frente dele.

Não era “nada”! Era tudo!

Aproveitando a dor que me rasgava por dentro, deixei meu corpo se projetar para frente, rompendo minhas roupas, transformando meu corpo. Sem nem ao menos responder.

Naquele segundo, antes que meu corpo terminasse a transformação, um pensamento corroeu meu coração como ácido.

Eu acabei de abrir mão da pessoa mais importante da minha vida!

Capítulo 9



Fechei os olhos quando a presença dela invadiu meus pensamentos. 

Bom dia! ela pensou.

! Embry pensou empolgado.

Bom dia, Quil! Embry! ela respondeu.

 Eu tinha que ser pelo menos educado.

Bom dia, ! pensei. 

Bom dia Jake! ela respondeu.

 A cabeça dela estava meia confusa, não conseguia entender seus pensamentos. Es elortnoc, es elortnoc. Méugnin asicerp rebas siam o que êcov átse odnitnes. Ecrafsid.

Eu tinha ficado completamente perdido.

Qual o problema, ? Sam perguntou se juntando a nós.

 Pelo jeito não tinha sido só eu que tinha ficado de fora.

Nada Sam, por quê? respondeu. 

Eu não entendi o que você estava pensando 

Desculpe, Sam. Às vezes acontece de eu pensar em português. Foram muitos anos, sabe? ela respondeu. Havia um grande contentamento em seu tom.

Bom dia, Sam cumprimentamos em coro. 

Bom dia garotos! Jake pode me passar os acontecimentos da noite? 

 Eu havia passado bastante tempo tentando me manter impassível, para que eu não demonstrasse como a me afetava. Mas foi só ela atravessar o campo, mesmo em forma de uma linda loba cor de lua, que todo meu autocontrole se esvaiu. A minha sorte que eu não era o único que estava de olho nela. 

Embry e Quil também babavam.

 Me sentei em frente a Sam, olhando Embry e , pelo canto dos olhos. 

Oi ele disse meloso. 

Oi, Embry ela respondeu. 

Tudo certo para amanhã? 

Embry perguntou, minhas orelhas giraram em direção a eles.

Eu não queria prestar atenção neles, mas era inevitável. Meu cérebro parecia não ter mais controle. 

Jake! Sam chamou minha atenção.

Sim? os olhos de Sam foram para depois voltaram para mim.

Os acontecimentos! ele completou. Parecia satisfeito, até aliviado.


Oh! Claro! respondi, quando meu cérebro voltou a funcionar novamente.


Depois da conversa com Sam e dele ter reforçado com todos os garotos sobre a importância de capturarmos a tal vampira ruiva que continuava cercando Forks, fiz o que meu corpo queria desde o inicio, fui para junto dela.

Tudo certo pra mais tarde, ? perguntei tentando deixar claro para Embry que eu e ela também tínhamos planos.

Sim Jake ela respondeu. Seus pensamentos assim como sua voz, tinham um tom doce.

Você vai levá-la pra fazer a tatuagem no Hank, Jake? dava para sentir no tom dele que ele estava respondendo a provocação.

Me arrependi na mesma hora de entrar nesse tipo de jogo, eu não tinha armas para competir com Embry.

Onde mais seria, Embry. Mas então você já sabia? perguntei sem saber se queria ouvir a resposta. Eles tinham uma conexão, claro que trocavam informações.



oOo

Cheguei à conclusão de que eu não mandava mais no meu corpo. Por mais que soubesse que tinha que ir pra casa dormir um pouco, ou mesmo ir assistir aula! Eu passava pensando em desculpas para me separar do grupo, fugir como um criminoso. Pulava a janela às escondidas e escapava! Tudo para ir vê–la! Nem que fosse de longe!

Era como uma força invisível! Uma necessidade tão grande de vê–la! Eu só precisava saber se ela estava bem ou não!

–Jake! – meu pai me chamou assim que comecei a atravessar o gramado. Ele estava parado a porta de casa. E que devia estar tão distraído que nem percebi que o velho estava lá.

Fui pego!

– Sim? – perguntei disfarçadamente.

– Está indo para aula?- Billy perguntou.

Passei as mãos nos bolsos torcendo que por um milagre lá tivesse uma caneta e um caderno, já que não tinha nada nas mãos. Mas claro que não teria essas coisas comigo. Mas pelo menos um papel serviria. Não havia nada!

–Siiimm?!?- respondi meio indeciso, meio respondendo, meio perguntando.

Billy riu.

– Ok filho! Boa aula! – ele disse rindo e empurrando sua cadeira para dentro de casa.

Puxa, essa foi fácil! Pensei passando a mão pelos cabelos. Bem, de volta a .

oOo

Era errado! Muito errado! Mas tinha algo que eu fizesse de certo nessa minha merda de vida? Por mais que eu me dissesse: desvie os olhos! Saia daí! Meu corpo não obedecia mais! Ele já há muito não me pertencia. Meus olhos não desgrudavam do corpo dela, minhas pernas me impulsionavam para frente.

estava no meio da floresta, trocando de roupa.

Ela era linda! Seu corpo curvilíneo e perfeito! Era como a materialização de todas as minhas preferências! Quantas vezes eu imaginei o corpo de Bella, quantas vezes eu sonhei com isso! E agora pensando bem, não tinha como ser Bella em meus sonhos e devaneios. A garota que eu sonhava era muito mais encorpada, os músculos perfeitos cobertos por uma pele aveludada. Nunca foi Bella!

se levantou, já vestidas com as suas roupas, mas eu não podia a deixar ir, sem ao menos falar com ela!

Ela se virou para mim e sorriu quando me viu. Fazendo com que eu sorrisse em resposta.

Eu tinha que falar algo.

– Posso te acompanhar até a loja?- falei chutando um galho no chão

– Pode – Ela disse sorrindo. Me aproximei e segurei a sua mão e começando a caminhar com ela de mãos dadas- Achei que só te veria mais tarde! – ela me disse docemente.

Droga! E agora? Que desculpa eu daria?

- Eu tinha umas coisas pra falar com Sam! – disse a primeira coisa que me veio a cabeça.

parou – Se você correr ainda o alcança, ele estava falando com os garotos. – disse apontando em direção a clareira.

Droga!

- Não, deixa pra depois. – disfarcei. -. Mas se você não quiser que eu te acompanhe... – falei sem conseguir disfarçar a insegurança.

- Pare de ser bobo. Claro que quero! – ela disse caminhando ao meu lado novamente. Eu tentava disfarçar, mas meus olhos não saiam do corpo dela. Só de lembrar da visão de se vestindo, de suas pernas! Pernas que ainda estavam à mostra. – Que foi? – ela me perguntou.

- Você não vai trabalhar com essa roupa, vai?

- Que tem minha roupa, tá suja? – ela se examinou.

- Não! Essa saia tá muito curta! – disse deixando todo o meu descontentamento sair.

- Não começa, Jacob! – ela ralhou.

- Você não está mais no Brasil! – apontei.

- O que você quer dizer com isso? – soltou minha mão as colocando na cintura.

- Quero dizer que você... Você sabe! – respondi.

- Não sei não! Fala, eu o que? – Ela disse me enfrentando. – Diz! Fala tudo que você acha de mim!

Eu não poderia falar tudo o que achava dela. Mas podia dizer o que me incomodava.

- Eu acho que você devia rever seus modos. Você chama muito atenção.- falei. A minha atenção principalmente.

-Atenção!? Que atenção? E mesmo assim, porque isso te incomoda tanto?

Eu queria tanto dizer o quanto ela me abalava. Eu queria tanto...

Quando percebi já estava grudado nela, segurando sua cintura. Olhando dentro daqueles olhos claros que tanto me assombravam. – Eu não sei por que me incomoda, mas eu não gosto de outros te olhando! – desabafei. Levantei o seu rosto, encarando fixamente aquela boca que eu tanto desejava - O que está acontecendo com a gente, ?

- Eu não sei o que está acontecendo, Jake! – ela respondeu nervosa. – Mas eu gosto de você! Muito!

Não tanto quanto eu gosto de você! – pensei. Rezando para que meu pensamento não soasse em voz alta.