sábado, 27 de agosto de 2011

Consequências Capítulo 6

<span class="goog-spellcheck-word" style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: yellow; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; ">Consequências</span>












Por: Ane Halfen | Beta: Raphinha Cullen





Capítulo 6



Eu estava com o rosto enterrado nas mãos, sentada no que antes fora um sofá. Não sabia quanto tempo havia se passado, só sabia que era noite pela penumbra que estava a sala.


Ouvi um carro se aproximando e não reconheci o motor, só quando a porta abriu, que senti o cheiro de Stefan. Não me mexi.


Stefan abriu a porta de entrada e acendeu a luz, só por habito, já que ele enxergava perfeitamente no escuro.


- ? – ele chamou parado na entrada da sala, provavelmente observando ao redor.


- Oi. - respondi ainda de costas para ele.


- O que aconteceu aqui?- ele perguntou segurando um pedaço de tijolo nas mãos.


- Desculpa, fui eu. – falei me levantando e me dando conta do tamanho do estrago que havia feito na casa.


- O Edward tem alguma coisa a ver com isso?- ele perguntou. Claro que o cheiro de Edward estava impregnado em mim, e ele sentiu isso.


- Não, ele não tem nada a ver com isso. – a vergonha era demais para admitir a verdade.


-Então...?- Stefan instigou.


- Eu só fiquei um pouco nervosa. – confessei.


- Ainda bem que foi só um pouco, senão não iríamos ter mais casa. – ele disse debochado. Virei os olhos. Mas de repente Stefan ficou tenso. Assisti suas narinas inflarem algumas vezes, enquanto seus olhos se arregalavam. – Quem mais esteve aqui?- perguntou com tom de voz alterado.


- Damon! – respondi, decidindo em falar logo a verdade.


- Damon?- ele perguntou, suas sobrancelhas se juntando.


- Sim, ele veio falar com você. – respondi.


- E era só isso que ele queria, assim do nada?- ele perguntou desconfiado.


- Foi só o que ele disse. E disse também que vai voltar quando você estiver em casa. – afirmei.


Stefan me observou por alguns instantes.- Melhor assim. – falou. – Não quero você sozinha com ele.


- Por quê?- perguntei espantada. O que teria de mais em Damon que todos agora me tratavam como uma donzela indefesa?


- Ele não é bom.- Stefan afirmou. Outro?


- Claro que não, ele é um vampiro. – respondi cruzando os braços.


- Não, - Stefan sacudiu a cabeça. – Ele não é como nós.


-A maioria não é? E eu já lidei com vampiros como ele antes. Não se esqueça disso.


- Eu sei. – ele falou soltando a respiração em uma bufada forte. – Bom, mas eu quase ia me esquecendo. Trouxe um presente para você. – ele disse mais relaxado.


- Pra mim?- perguntei surpresa.


- Sim, está lá fora.


Antes dele terminar a frase eu já estava ao lado de um Camaro.





-É lindo! – disse.


- Eu sei que você gosta dos classicos. Ainda falta alguns ajustes, mas aposto que nós econtraremos um bom mecânico em Forks que possa fazê-lo.


- Você quer dizer que aposta que encontraremos um mecânico em Forks. – o corrigi. Ele sorriu, a luz da lua sintilando em seus dentes brancos. – Droga! – praguejei olhando para cima.


- Que houve? – ele perguntou seguindo meu olhar.


- Nenhuma nuvem no céu. Amanhã deve fazer sol e eu não vou poder levar meu carrinho para passear. – reclamei.


- Uau! Que mudança! , isso é só pelo carro ou tem alguma coisa a mais?

Logo a cena da tarde de hoje voltaram a minha mente com força. – Não tem mais nada, ok? - falei o empurrando, mas para logo depois ser puxada para um abraço. Claro que não o enganei, mas conhecendo Stefan ele não irria insistir.


- Precisa caçar? – ele perguntou erguendo meu queixo e obserando meus olhos.


- Ainda estou bem. – respondi.


- Bem, vou aproveitar a noite e resolver uns problemas com uma empresa asiatica. – ele disse antes de me dar um beijo na testa.


- Que divertido! – debochei. As vezes eu sentia pena de Stefan e torcia para que um dia ele encontrace alguma companheira que o fizesse esquecer de Elena.





Sorri quando vi pela vidraça que a chuva havia voltado no meio da madrugada. Realmente Stefan tinha razão, ficar feliz em assistir uma aula que você já sabia de cor, e que provavelmente iria ter de novo pela eternidade, era muita novidade para mim. Alguma coisa muito estranha estava acontecendo comigo.


Me deitei em minha cama, ficando totalmente imóvel, só meu cérebro trabalhava a mil, com todas as lembranças da tarde Edward voltando em um filme ineterrupto.


- , você não vai a aula hoje? – Stefan falou da sala.


Olhei para a janela só para constatar que o sol já nascera a tempos, e eu nem havia percebido.


Me levantei e em pouquissimos miutos já estava de banho tomado parada dentro do meu enorme closet, sem saber o que vestir. Normalmente colocaria qualquer camiseta e calça sem me importar muito, mas hoje senti uma vontade de me arumar um pouco mais. Coloquei uma calça mais justa com cintura baixa, uma blusa de ombro só preta e uma bota de salto. Só para disfarçar, já que não sentia frio, uma jaqueta de couro.


- Nossa! – Stefan disse ao me ver. – Pretende ir a outro lugar?


- Só pra aula, porque? – perguntei me fazendo de desentendida.


Ele me olhou desconfiado, claro que ele sabia que algo estava diferente. Isso era obvio. – Não, por nada. – respondeu torcendo os lábios em um sorriso.


Peguei a chave do meu carro, mandando um beijo a ele antes de sair pela porta. Em segundos, eu estava sentada no banco de couro do meu novo bebê. Acelerei, fazendo com que os pneus derrapassem na terra umida, antes de partir em velocidade.


Eu estava mais do que atrasada, não tinha muito tempo para perder. Acabei tendo que estacionar ao lado do volvo de Edward, já que era a única vaga aparente. Mantive a minha velocidade humana enquanto saia do carro e o trancava distraida. No que me virei para pegar o meu caminho, dei de cara com Damon, sentado displicentimente no capô do carro de Edward.


- Bom dia, linda! – ele me disse com um enorme sorriso de badboy no rosto. Um sorriso que anunciava perigo, mas que era irresistivel, e me atraia como que se chamasse o meu nome.


-Bom dia! – respondi aturdida.- O que você faz aqui? E o que é isso lentes de contato?- perguntei estranhando seus olhos estarem agora em um tom violeta. Mistura do azul com o vermelho vivido. Ele deu de ombros


- Não consegui tirar seus lindos olhos dourados da cabeça. Então vim ver você. – disse como se fosse a coisa mais natural do mundo.


- Você é louco, só pode!– falei me pondo a caminhar em direção a sala de aula. Já estava atrasada o suficiente para perder tempo com Damon. Ele veio atras de mim.


- Louco? – ele disse pensativo. – Talvez sim. Desde que lhe vi a primeira vez, acho que enlouqueci.


- Você não é um pouco velho demais pra ser aluno daqui? – perguntei me virando e o encarando. Ele sorriu mais.


- Aluno não, professor. – respondeu fazendo um aceno com a mão e indo em direção a sala dos professores.


Professor? Era só o que me faltava. pensei indo direto para minha aula de literatura.


Entrei na sala de aula onde o Sr Mason estava distraído escrevendo na lousa. Aproveitei sua distração e me sentei em meu lugar.


A aula se arrastou como sempre. Tive que me segurar para não disparar quando o sinal soou. Tentei manter minha mente ocupada tentando pensar na história do último livro que li, porque eu sabia que ele estaria ouvindo. Quando cheguei a porta da sala, um desapontamento me apertou o peito.O que eu queria? Que ele estivesse me esperando? As vezes eu conseguia ser ridícula.


Sai pisando firme, em direção a minha aula de História Moderna. Ainda impressionada com o nível que minha idiotice havia atingindo. Quando abri a porta da sala achando que meu dia não poderia ser pior, dei de cara com Damon, cercado pelas garotas da minha turma, que se derretiam enquanto ele falava uma bobagem qualquer. Ele piscou para mim. Fiz um sinal para que ele me acompanhasse para o corredor.


- Licença meninas, o professor já volta. – ele disse me seguindo porta fora.


- O que você pensa que está fazendo? – perguntei em um tom de voz baixo, suficiente só para que ele ouvisse. Edward não se meta! Pensei alto, se por acaso ele estivesse me ouvindo. – Você por acaso vai conviver com humanos?


- Eu sei me controlar melhor do que você pensa. – ele respondeu agora sério.


- Nota-se! – apontei seus olhos.


- A escolha da minha dieta não tem nada a ver com meu controle. E eu não caço em Forks. – ele afirmou. – Agora entra que estamos atrasando a aula.


Me sentei na classe mais longe possível de Damon, observando ele jogar charme para a turma que ria de suas piadas. Essa aula por um milagre foi rápida e me apressei em sair aproveitando que ele estava entretido por um grupo de meninas.


Agora sim eu estava furiosa, e enfrentar Edward era tudo que eu não queria nesse momento, antes de chegar ao refeitório mudei o caminho indo direto para biblioteca.


Já estava terminando meu trabalho quando Edward chegou.


- Estava te esperando no refeitório. – ele disse se sentando ao meu lado. Seu rosto indecifravel, ele somente me observava.


- Desculpa , mas não estava com fome. – respondi e depois sorri para ele. Ele sorriu também.


- O que você está fazendo? – perguntou.


Me levantei e busquei as folhas que havia acabado de mandar imprimir, colocando na mesa à sua frente.


- Nosso trabalho de biologia. – respondi juntando minhas coisas e saindo.


- Espere !- ele disse se levantando e me seguindo. – Nós temos que conversar. Você tem que assistir essa aula de biologia?


Parei e me virei para ele – Conversar sobre o que?


- Damon.


- Ah não Edward! Eu não quero falar sobre ele. - Não com você. Acrescentei em pensamento.


Sua expressão entristeceu. – Vocês conversaram no estacionamento. – não foi uma pergunta.


- Você anda me espionando? Se você ouvir algo que não goste, não me culpe. – tentei brincar, mas sua expressão não modificou.


- Como ouvir que você se sente atraída por ele? – Edward perguntou.


Me surpreendi com a pergunta. Eu não tinha como argumentar contra isso, não com Edward. Ele se aproximou mais fechando a distância entre nós. Levantou a mão deslizando os dedos pelo meu rosto. Olhei por sobre seu ombro e assisti a bibliotecaria levantar os olhos do livro que estava lendo em sua mesa e escorregar os óculos até a ponta do nariz. Edward se afastou. A funcionaria limpou a garganta, alertando que a nossa atitude não era aceita naquele local.


- Com licença. – pedi a Edward e sai da biblioteca. Ele me seguiu.


- Você não vai para a aula? – perguntou, provavelmente lendo meus pensamentos novamente.


Não! Tenho que conversar com Stefan sobre como resolver o problema com Damon. Pensei sem me virar para olhá-lo, mas sabia que ele não me seguia mais.


Parei o carro no acostamento tentando organizar meus pensamentos antes de chegar em casa. As palavras de Edward rondando minha mente. Eu realmente me sentia atraída por Damon e por Edward também. De maneiras totalmente diferentes claro. Eu teria que tentar me afastar dos dois.


Virei a chave na ignição e o carro não respondeu. Tentei novamente e só conseguia ouvir um click seco.


-ARG! Era só o que me faltava! – urrei jogando as mãos para o ar.


Ouvi a aproximação de alguém, e vi quando um garoto sorridente, de pele avermelhada e longos cabelos negros se aproximou da janela.


- Problemas com o carro? – ele perguntou, falando alto como se eu não pudesse ouvir perfeitamente com a janela fechada.


Abri a janela e olhei para os lados.
De onde esse garoto saiu? Aqui só tem floresta?


- Oi, me parece que sim.


Ele arregalou os olhos quando se inclinou para me observar melhor.


- Se quiser eu posso dar uma olhada... er...no motor. – ele apontou para a frente do carro.


-Claro! – falei me inclinando para puxar a tranca que abria o capô.


- Bonito Camaro! – o garoto falou observando a lataria.


- Você entende de carro?- perguntei.


Ele sorriu. – Um pouco. Meu nome é Jacob! Mas pode me chamar de Jake!






- Ok Jake! Meu nome é , mas pode me chamar de ! – sorri colocando as mãos nos bolsos traseiros de minha calça para evitar o aperto de mão. Não queria assustar o garoto com minha mão gelada.


- Me parece que é só a bateria ! Se bem que eu trocaria o filtro e as válvulas. – Ele disse depois de examinar o motor por algum tempo. – Seria bom se pudéssemos dar uma carga na bateria só para conseguir chegar ao Dowling's.


- E ele é um bom mecânico? – perguntei.


Jake bufou. – Não, e ainda vai te cobrar os olhos da cara. Mas é o único que nós temos por aqui.


- E você Jake? Não sabe consertar? – perguntei. Ele me olhou espantado. – Claro que eu pagaria.


- Uh? Ah não eu não posso aceitar.


- Porque não Jake? Você não sabe fazer?


- Sei.


- Então tá resolvido. – falei sorrindo.


- Mas mesmo assim precisamos dar carga na bateria. – ele afirmou.


- Ok, mas acho que não está tão descarregada assim. Tenta dar a partida novamente.


Ele me olhou incrédulo , mas depois deu de ombros. – Você que sabe.


Quando Jake sumiu pela frente do capô eu coloquei uma mão por sobre os cabos da bateria, e deixei que a formigação percorresse meus braços até os dedos. Jake girou a chave e o carro ligou.


- Viu só! – falei sorridente, batendo o capô.


- Mas como?- ele disse pulando para o banco do passageiro enquanto eu entrava pela porta do motorista.


- Muito bem Jake, onde você mora?


-Eu moro aqui perto em La Push! – ele afirmou.


La Push! Eu não podia ir a La Push, isso foi avisado pelos Cullens.


-Ah, então vamos fazer assim. Você me deixa em casa eu pego o dinheiro pra você poder começar o concerto, e quando você terminar o serviço, você me devolve.


-Você vai confiar em mim assim? Mas você em me conhece.


- Eu já sei onde você mora, qualquer coisa vou atrás de você. – falei brincando.


- Por mim tudo bem.


- Mas você tem carteira de motorista Jake? – perguntei.


- Er... bem...


Eu ri. – Ok faz de conta que não perguntei. – falei indo em direção a minha casa.


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